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Ericeira | Casa em Romeirão | ARX Portugal Arquitectos


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Casa em Romeirão

Arquitectos: ARX Portugal, Arquitectos Lda - José Mateus e Nuno Mateus
Local: Romeirão, Ericeira
Fase de Projecto: 2001-02
Fase de Construção: 2002-03
Superficie construída: 340,00m²
Equipa: Paulo Rocha, Marco Roque Antunes, Susana Ferreira
Paisagismo: Rosário Salema
Estructura: SAFRE, Projectos e Estudos de Engenharia Lda.
Fotografías: FG + SG - Fotografia de Arquitectura - Fernando Guerra, Sergio Guerra


O terreno de implantação é caracterizado por uma vincada ruralidade, com as suas hortas, pomares, caminhos cercados com muros de pedra arrumada à mão e casas dispersas, desarrumadas. Trata-se de uma encosta íngreme, virada a sul sobre o vale, sulcado por uma ribeira de onde se ergue a montanha que remata a vista. É rampeado na metade superior e moldado por socalcos agrícolas na inferior.

Na transição existem duas referências claras, que se tornaram ponto de partida para o projecto: um tanque de rega e uma nogueira.As primeiras visitas ao local sugeriam, quase de imediato, um corpo deitado sobre a pendente, em oposição ao percurso de chegada, que abrigasse a vida na casa dos olhares das casas envolventes e que orientasse as vistas do interior sobre o vale, a sul.

A beleza do terreno determinou o projecto, e a casa desenvolveu uma relação intimista com o plano de terra: enterra-se à medida que sobe, tornando-se também ela terreno sobre o qual se caminha; descola-se enquanto desce, saliente da pendente. Desenhou-se então um corpo alongado, uma linha dobrada sobre si mesma e sobre o tanque e a árvore que lhe dá sombra.

Entre eles conformou-se o espaço primordial de estadia no exterior. Ao longo do corpo da casa são “escavados” pátios, espaços de sossego intimista que o local, muito exposto, não possui: o pátio da entrada; o do quarto de hóspedes e o do corredor. As extremidades da forma tubular bifurcam-se e orientam-se para o exterior diferenciadamente: o topo do quarto principal é estreito e alto, “observando” o vale a nascente; o topo largo e achatado contém a sala de estar e “debruça-se” suspenso sobre o vale a sul.

A zona de quartos é servida por um corredor austero, com topos caracterizados por realidades opostas: a norte abre-se num pátio afundado no terreno, contido e intimista; no extremo oposto abre-se a uma paisagem de grande profundidade, com a nogueira em primeiro plano e a montanha ao longe.







Link:
ARX PORTUGAL

GoogleEarth:

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Casa em Romeirão

Arquitectos: ARX Portugal, Arquitectos Lda - José Mateus e Nuno Mateus
Local: Romeirão, Ericeira
Fase de Projecto: 2001-02
Fase de Construção: 2002-03
Superficie construída: 340,00m²
Equipa: Paulo Rocha, Marco Roque Antunes, Susana Ferreira
Paisagismo: Rosário Salema
Estructura: SAFRE, Projectos e Estudos de Engenharia Lda.
Fotografías: FG + SG - Fotografia de Arquitectura - Fernando Guerra, Sergio Guerra


O terreno de implantação é caracterizado por uma vincada ruralidade, com as suas hortas, pomares, caminhos cercados com muros de pedra arrumada à mão e casas dispersas, desarrumadas. Trata-se de uma encosta íngreme, virada a sul sobre o vale, sulcado por uma ribeira de onde se ergue a montanha que remata a vista. É rampeado na metade superior e moldado por socalcos agrícolas na inferior.

Na transição existem duas referências claras, que se tornaram ponto de partida para o projecto: um tanque de rega e uma nogueira.As primeiras visitas ao local sugeriam, quase de imediato, um corpo deitado sobre a pendente, em oposição ao percurso de chegada, que abrigasse a vida na casa dos olhares das casas envolventes e que orientasse as vistas do interior sobre o vale, a sul.

A beleza do terreno determinou o projecto, e a casa desenvolveu uma relação intimista com o plano de terra: enterra-se à medida que sobe, tornando-se também ela terreno sobre o qual se caminha; descola-se enquanto desce, saliente da pendente. Desenhou-se então um corpo alongado, uma linha dobrada sobre si mesma e sobre o tanque e a árvore que lhe dá sombra.

Entre eles conformou-se o espaço primordial de estadia no exterior. Ao longo do corpo da casa são “escavados” pátios, espaços de sossego intimista que o local, muito exposto, não possui: o pátio da entrada; o do quarto de hóspedes e o do corredor. As extremidades da forma tubular bifurcam-se e orientam-se para o exterior diferenciadamente: o topo do quarto principal é estreito e alto, “observando” o vale a nascente; o topo largo e achatado contém a sala de estar e “debruça-se” suspenso sobre o vale a sul.

A zona de quartos é servida por um corredor austero, com topos caracterizados por realidades opostas: a norte abre-se num pátio afundado no terreno, contido e intimista; no extremo oposto abre-se a uma paisagem de grande profundidade, com a nogueira em primeiro plano e a montanha ao longe.

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Link:
ARX PORTUGAL

GoogleEarth:
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Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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plantas (piso, cobertura)

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alçados (nordeste, sudeste, sudoeste)

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cortes longitudinais

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costes transversais

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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estava casa estava à venda há bem pouco tempo. e pelo valor que pediam ainda deve estar. gosto das coisas dos ARX, projectos muito coerentes, conceptualmente muito fortes, manipulam a forma como raramente se vê em Portugal, mas às vezes não era necessária tanta espectacularidade, não concordo que o conceito ou a imagem de marca de um arquitecto esteja acima da importância do local. há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem.

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estava casa estava à venda há bem pouco tempo. e pelo valor que pediam ainda deve estar. gosto das coisas dos ARX, projectos muito coerentes, conceptualmente muito fortes, manipulam a forma como raramente se vê em Portugal, mas às vezes não era necessária tanta espectacularidade, não concordo que o conceito ou a imagem de marca de um arquitecto esteja acima da importância do local. há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem.

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Miesogeno... parece me uma leitura correcta mas do meu ponto de vista redutora relativamente ao trabalho desenvolvido pelos arx neste e noutros projectos, não percebo o queres dizer com "espectacularidade" quando a casa está perfeitamente integrada no terreno, a topografia embora tenha sido manipulada parece-me que foi respeitada, e relativamente aos arx, são um bom exemplo de arquitectura que gostariamos de ver mais vezes em portugal....secalhar nao deviamos estar sempre a cortar!!

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Miesogeno... parece me uma leitura correcta mas do meu ponto de vista redutora relativamente ao trabalho desenvolvido pelos arx neste e noutros projectos, não percebo o queres dizer com "espectacularidade" quando a casa está perfeitamente integrada no terreno, a topografia embora tenha sido manipulada parece-me que foi respeitada, e relativamente aos arx, são um bom exemplo de arquitectura que gostariamos de ver mais vezes em portugal....secalhar nao deviamos estar sempre a cortar!!

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epá, conheço umas coisas deles na aroeira que apesar de objectos interessantes individualmente, se tornam cansativos todos próximos uns dos outros. acho que são 3. é como as coisas do ghery, depois de bilbao tornou-se um pateta. se bem que acho que no caso dos arx há menos risco de isso acontecer (mesmo que a outra escala, evidentemente), parecem-me bem mais sensatos.

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epá, conheço umas coisas deles na aroeira que apesar de objectos interessantes individualmente, se tornam cansativos todos próximos uns dos outros. acho que são 3. é como as coisas do ghery, depois de bilbao tornou-se um pateta. se bem que acho que no caso dos arx há menos risco de isso acontecer (mesmo que a outra escala, evidentemente), parecem-me bem mais sensatos.

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Não sei se alguma vez ouviram o José Mateus a falar sobre esta habitação. E uma coisa foi várias vezes referida por ele, o respeito pelo lugar. O tanque a topografia e a própria árvore.

Citando
"há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem."

Isto o quê? Branco?
Referido também por José Mateus, " em cada projecto, o contador vem a zero". Cada processo é uma nova descoberta. Não acho que seja uma arquitectura de fórmulas, podemos comparar duas obras bem próximas geograficamente e temporalmente que são a Biblioteca e o Museu de Ílhavo, numa forma genérica poderiam muito bem ser consideradas de arquitectos diferentes, e na própria metodologia operativa do atelier deparamo-nos com uma redescoberta constante através da maqueta nas quais representam e definem a sua imagem.
Acho que se deveria ler o texto antes de ver as imagens e comentar, uma obra que respeita e valoriza a arquitectura portuguesa
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Não sei se alguma vez ouviram o José Mateus a falar sobre esta habitação. E uma coisa foi várias vezes referida por ele, o respeito pelo lugar. O tanque a topografia e a própria árvore.

Citando
"há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem."

Isto o quê? Branco?
Referido também por José Mateus, " em cada projecto, o contador vem a zero". Cada processo é uma nova descoberta. Não acho que seja uma arquitectura de fórmulas, podemos comparar duas obras bem próximas geograficamente e temporalmente que são a Biblioteca e o Museu de Ílhavo, numa forma genérica poderiam muito bem ser consideradas de arquitectos diferentes, e na própria metodologia operativa do atelier deparamo-nos com uma redescoberta constante através da maqueta nas quais representam e definem a sua imagem.
Acho que se deveria ler o texto antes de ver as imagens e comentar, uma obra que respeita e valoriza a arquitectura portuguesa
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volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas. quanto à questão "isto o quê?".. o branco é a cor que melhor se afirma numa paisagem, mas não estava a falar disso, gosto do branco, da marca óbvia no homem. o que não implica que se faça um néon para chamar a atenção. estava a falar do léxico utilizado, do ruído excessivo em alguns projectos. muitas linhas de força, muitos vazios, diferentes tons de sombra e de branco. grandes variações da luz e forma dos contentores espaciais. tudo isso é óptimo, é disso que vive a arquitectura, na dose certa, no local certo. o excesso só é bom quando se visita obras emblemáticas apenas uma vez na vida, mas quando se habita os locais, torna-se enjoativo. não projectamos para colegas nossos irem visitar a obra ou para aparecer em revistas, projectamos locais habitados por pessoas que nem ligam aos puxadores que escolhemos cuidadosamente ao longo de anos de profissão, e que chamam mamarracho a qualquer edifício com uma fachada cega, pessoas que sempre que passam na rua R olham para o projecto P porque não é ortogonal e tem montes de vidro, chama-se "dar nas vistas" sem querer parecer muito velho do restelo. mais uma vez, estes tipos surpreendem-me sempre, aprendi muito com eles apesar de não gostar de certos tiques de linguagem. é claramente uma arquitectura de fórmulas, mas isso não é mau, aliás é impossível não o fazer. estes então fazem arquitectura de autor como pouca gente. mas gostava de ver um projecto deles que se quisesse fundir com a paisagem, se calhar têm e eu não conheço. ou um em que o edifício não tivesse que ser uma obra de arte só por si, que fosse necessário habitá-lo, ao contrário dos projectos que conheço deles.

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volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas. quanto à questão "isto o quê?".. o branco é a cor que melhor se afirma numa paisagem, mas não estava a falar disso, gosto do branco, da marca óbvia no homem. o que não implica que se faça um néon para chamar a atenção. estava a falar do léxico utilizado, do ruído excessivo em alguns projectos. muitas linhas de força, muitos vazios, diferentes tons de sombra e de branco. grandes variações da luz e forma dos contentores espaciais. tudo isso é óptimo, é disso que vive a arquitectura, na dose certa, no local certo. o excesso só é bom quando se visita obras emblemáticas apenas uma vez na vida, mas quando se habita os locais, torna-se enjoativo. não projectamos para colegas nossos irem visitar a obra ou para aparecer em revistas, projectamos locais habitados por pessoas que nem ligam aos puxadores que escolhemos cuidadosamente ao longo de anos de profissão, e que chamam mamarracho a qualquer edifício com uma fachada cega, pessoas que sempre que passam na rua R olham para o projecto P porque não é ortogonal e tem montes de vidro, chama-se "dar nas vistas" sem querer parecer muito velho do restelo. mais uma vez, estes tipos surpreendem-me sempre, aprendi muito com eles apesar de não gostar de certos tiques de linguagem. é claramente uma arquitectura de fórmulas, mas isso não é mau, aliás é impossível não o fazer. estes então fazem arquitectura de autor como pouca gente. mas gostava de ver um projecto deles que se quisesse fundir com a paisagem, se calhar têm e eu não conheço. ou um em que o edifício não tivesse que ser uma obra de arte só por si, que fosse necessário habitá-lo, ao contrário dos projectos que conheço deles.

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volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas.


E eu começo a gostar... cada vez que vejo mais os projectos deles.


Este é mais um bom projecto.
Uma casa que se enquadra bem no meio ambiente, e é simples. Segue umas linhas muito ao meu gosto, e tem alguns detalhes que realmente me chamam a atenção. Como por exemplo, a varanda e a sala... acho que se enquadro na perfeição em todo o projecto e são essenciais para o mesmo.

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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  • 3 months later...

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