Dreamer Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Casa em RomeirãoArquitectos: ARX Portugal, Arquitectos Lda - José Mateus e Nuno MateusLocal: Romeirão, EriceiraFase de Projecto: 2001-02 Fase de Construção: 2002-03Superficie construída: 340,00m²Equipa: Paulo Rocha, Marco Roque Antunes, Susana FerreiraPaisagismo: Rosário SalemaEstructura: SAFRE, Projectos e Estudos de Engenharia Lda.Fotografías: FG + SG - Fotografia de Arquitectura - Fernando Guerra, Sergio GuerraO terreno de implantação é caracterizado por uma vincada ruralidade, com as suas hortas, pomares, caminhos cercados com muros de pedra arrumada à mão e casas dispersas, desarrumadas. Trata-se de uma encosta íngreme, virada a sul sobre o vale, sulcado por uma ribeira de onde se ergue a montanha que remata a vista. É rampeado na metade superior e moldado por socalcos agrícolas na inferior.Na transição existem duas referências claras, que se tornaram ponto de partida para o projecto: um tanque de rega e uma nogueira.As primeiras visitas ao local sugeriam, quase de imediato, um corpo deitado sobre a pendente, em oposição ao percurso de chegada, que abrigasse a vida na casa dos olhares das casas envolventes e que orientasse as vistas do interior sobre o vale, a sul.A beleza do terreno determinou o projecto, e a casa desenvolveu uma relação intimista com o plano de terra: enterra-se à medida que sobe, tornando-se também ela terreno sobre o qual se caminha; descola-se enquanto desce, saliente da pendente. Desenhou-se então um corpo alongado, uma linha dobrada sobre si mesma e sobre o tanque e a árvore que lhe dá sombra. Entre eles conformou-se o espaço primordial de estadia no exterior. Ao longo do corpo da casa são “escavados” pátios, espaços de sossego intimista que o local, muito exposto, não possui: o pátio da entrada; o do quarto de hóspedes e o do corredor. As extremidades da forma tubular bifurcam-se e orientam-se para o exterior diferenciadamente: o topo do quarto principal é estreito e alto, “observando” o vale a nascente; o topo largo e achatado contém a sala de estar e “debruça-se” suspenso sobre o vale a sul.A zona de quartos é servida por um corredor austero, com topos caracterizados por realidades opostas: a norte abre-se num pátio afundado no terreno, contido e intimista; no extremo oposto abre-se a uma paisagem de grande profundidade, com a nogueira em primeiro plano e a montanha ao longe. Link:ARX PORTUGAL GoogleEarth: Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted August 6, 2008 Author Report Share Posted August 6, 2008 Casa em RomeirãoArquitectos: ARX Portugal, Arquitectos Lda - José Mateus e Nuno MateusLocal: Romeirão, EriceiraFase de Projecto: 2001-02 Fase de Construção: 2002-03Superficie construída: 340,00m²Equipa: Paulo Rocha, Marco Roque Antunes, Susana FerreiraPaisagismo: Rosário SalemaEstructura: SAFRE, Projectos e Estudos de Engenharia Lda.Fotografías: FG + SG - Fotografia de Arquitectura - Fernando Guerra, Sergio GuerraO terreno de implantação é caracterizado por uma vincada ruralidade, com as suas hortas, pomares, caminhos cercados com muros de pedra arrumada à mão e casas dispersas, desarrumadas. Trata-se de uma encosta íngreme, virada a sul sobre o vale, sulcado por uma ribeira de onde se ergue a montanha que remata a vista. É rampeado na metade superior e moldado por socalcos agrícolas na inferior.Na transição existem duas referências claras, que se tornaram ponto de partida para o projecto: um tanque de rega e uma nogueira.As primeiras visitas ao local sugeriam, quase de imediato, um corpo deitado sobre a pendente, em oposição ao percurso de chegada, que abrigasse a vida na casa dos olhares das casas envolventes e que orientasse as vistas do interior sobre o vale, a sul.A beleza do terreno determinou o projecto, e a casa desenvolveu uma relação intimista com o plano de terra: enterra-se à medida que sobe, tornando-se também ela terreno sobre o qual se caminha; descola-se enquanto desce, saliente da pendente. Desenhou-se então um corpo alongado, uma linha dobrada sobre si mesma e sobre o tanque e a árvore que lhe dá sombra. Entre eles conformou-se o espaço primordial de estadia no exterior. Ao longo do corpo da casa são “escavados” pátios, espaços de sossego intimista que o local, muito exposto, não possui: o pátio da entrada; o do quarto de hóspedes e o do corredor. As extremidades da forma tubular bifurcam-se e orientam-se para o exterior diferenciadamente: o topo do quarto principal é estreito e alto, “observando” o vale a nascente; o topo largo e achatado contém a sala de estar e “debruça-se” suspenso sobre o vale a sul.A zona de quartos é servida por um corredor austero, com topos caracterizados por realidades opostas: a norte abre-se num pátio afundado no terreno, contido e intimista; no extremo oposto abre-se a uma paisagem de grande profundidade, com a nogueira em primeiro plano e a montanha ao longe. [ATTACH]4974[/ATTACH][ATTACH]4970[/ATTACH][ATTACH]4969[/ATTACH] [ATTACH]4972[/ATTACH][ATTACH]4973[/ATTACH][ATTACH]4975[/ATTACH] [ATTACH]4976[/ATTACH][ATTACH]4977[/ATTACH][ATTACH]4978[/ATTACH] Link:ARX PORTUGAL GoogleEarth: [ATTACH]4979[/ATTACH] Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted August 6, 2008 Author Report Share Posted August 6, 2008 Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted August 6, 2008 Author Report Share Posted August 6, 2008 [attach]4980[/attach][attach]4985[/attach][attach]4986[/attach] [attach]4981[/attach][attach]4982[/attach][attach]4983[/attach][attach]4984[/attach] Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted August 6, 2008 Author Report Share Posted August 6, 2008 plantas (piso, cobertura)alçados (nordeste, sudeste, sudoeste)cortes longitudinaiscostes transversais Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted August 6, 2008 Author Report Share Posted August 6, 2008 [ATTACH]4987[/ATTACH][ATTACH]4988[/ATTACH]plantas (piso, cobertura)[ATTACH]4989[/ATTACH][ATTACH]4990[/ATTACH][ATTACH]4991[/ATTACH]alçados (nordeste, sudeste, sudoeste)[ATTACH]4992[/ATTACH][ATTACH]4993[/ATTACH][ATTACH]4994[/ATTACH]cortes longitudinais[ATTACH]4995[/ATTACH][ATTACH]4996[/ATTACH]costes transversais Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Argos Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Ja conheco este projecto a algum tempo, e um dos meus favoritos. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Argos Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Ja conheco este projecto a algum tempo, e um dos meus favoritos. Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 estava casa estava à venda há bem pouco tempo. e pelo valor que pediam ainda deve estar. gosto das coisas dos ARX, projectos muito coerentes, conceptualmente muito fortes, manipulam a forma como raramente se vê em Portugal, mas às vezes não era necessária tanta espectacularidade, não concordo que o conceito ou a imagem de marca de um arquitecto esteja acima da importância do local. há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem. Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 estava casa estava à venda há bem pouco tempo. e pelo valor que pediam ainda deve estar. gosto das coisas dos ARX, projectos muito coerentes, conceptualmente muito fortes, manipulam a forma como raramente se vê em Portugal, mas às vezes não era necessária tanta espectacularidade, não concordo que o conceito ou a imagem de marca de um arquitecto esteja acima da importância do local. há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Lab Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Miesogeno... parece me uma leitura correcta mas do meu ponto de vista redutora relativamente ao trabalho desenvolvido pelos arx neste e noutros projectos, não percebo o queres dizer com "espectacularidade" quando a casa está perfeitamente integrada no terreno, a topografia embora tenha sido manipulada parece-me que foi respeitada, e relativamente aos arx, são um bom exemplo de arquitectura que gostariamos de ver mais vezes em portugal....secalhar nao deviamos estar sempre a cortar!! Link to comment Share on other sites More sharing options...
Lab Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Miesogeno... parece me uma leitura correcta mas do meu ponto de vista redutora relativamente ao trabalho desenvolvido pelos arx neste e noutros projectos, não percebo o queres dizer com "espectacularidade" quando a casa está perfeitamente integrada no terreno, a topografia embora tenha sido manipulada parece-me que foi respeitada, e relativamente aos arx, são um bom exemplo de arquitectura que gostariamos de ver mais vezes em portugal....secalhar nao deviamos estar sempre a cortar!! Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 epá, conheço umas coisas deles na aroeira que apesar de objectos interessantes individualmente, se tornam cansativos todos próximos uns dos outros. acho que são 3. é como as coisas do ghery, depois de bilbao tornou-se um pateta. se bem que acho que no caso dos arx há menos risco de isso acontecer (mesmo que a outra escala, evidentemente), parecem-me bem mais sensatos. Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 epá, conheço umas coisas deles na aroeira que apesar de objectos interessantes individualmente, se tornam cansativos todos próximos uns dos outros. acho que são 3. é como as coisas do ghery, depois de bilbao tornou-se um pateta. se bem que acho que no caso dos arx há menos risco de isso acontecer (mesmo que a outra escala, evidentemente), parecem-me bem mais sensatos. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Rodrigues Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Não sei se alguma vez ouviram o José Mateus a falar sobre esta habitação. E uma coisa foi várias vezes referida por ele, o respeito pelo lugar. O tanque a topografia e a própria árvore. Citando "há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem."Isto o quê? Branco? Referido também por José Mateus, " em cada projecto, o contador vem a zero". Cada processo é uma nova descoberta. Não acho que seja uma arquitectura de fórmulas, podemos comparar duas obras bem próximas geograficamente e temporalmente que são a Biblioteca e o Museu de Ílhavo, numa forma genérica poderiam muito bem ser consideradas de arquitectos diferentes, e na própria metodologia operativa do atelier deparamo-nos com uma redescoberta constante através da maqueta nas quais representam e definem a sua imagem. Acho que se deveria ler o texto antes de ver as imagens e comentar, uma obra que respeita e valoriza a arquitectura portuguesa Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Rodrigues Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 Não sei se alguma vez ouviram o José Mateus a falar sobre esta habitação. E uma coisa foi várias vezes referida por ele, o respeito pelo lugar. O tanque a topografia e a própria árvore. Citando "há terrenos que não absorvem isto, e isto é tudo o que eles fazem."Isto o quê? Branco? Referido também por José Mateus, " em cada projecto, o contador vem a zero". Cada processo é uma nova descoberta. Não acho que seja uma arquitectura de fórmulas, podemos comparar duas obras bem próximas geograficamente e temporalmente que são a Biblioteca e o Museu de Ílhavo, numa forma genérica poderiam muito bem ser consideradas de arquitectos diferentes, e na própria metodologia operativa do atelier deparamo-nos com uma redescoberta constante através da maqueta nas quais representam e definem a sua imagem. Acho que se deveria ler o texto antes de ver as imagens e comentar, uma obra que respeita e valoriza a arquitectura portuguesa Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas. quanto à questão "isto o quê?".. o branco é a cor que melhor se afirma numa paisagem, mas não estava a falar disso, gosto do branco, da marca óbvia no homem. o que não implica que se faça um néon para chamar a atenção. estava a falar do léxico utilizado, do ruído excessivo em alguns projectos. muitas linhas de força, muitos vazios, diferentes tons de sombra e de branco. grandes variações da luz e forma dos contentores espaciais. tudo isso é óptimo, é disso que vive a arquitectura, na dose certa, no local certo. o excesso só é bom quando se visita obras emblemáticas apenas uma vez na vida, mas quando se habita os locais, torna-se enjoativo. não projectamos para colegas nossos irem visitar a obra ou para aparecer em revistas, projectamos locais habitados por pessoas que nem ligam aos puxadores que escolhemos cuidadosamente ao longo de anos de profissão, e que chamam mamarracho a qualquer edifício com uma fachada cega, pessoas que sempre que passam na rua R olham para o projecto P porque não é ortogonal e tem montes de vidro, chama-se "dar nas vistas" sem querer parecer muito velho do restelo. mais uma vez, estes tipos surpreendem-me sempre, aprendi muito com eles apesar de não gostar de certos tiques de linguagem. é claramente uma arquitectura de fórmulas, mas isso não é mau, aliás é impossível não o fazer. estes então fazem arquitectura de autor como pouca gente. mas gostava de ver um projecto deles que se quisesse fundir com a paisagem, se calhar têm e eu não conheço. ou um em que o edifício não tivesse que ser uma obra de arte só por si, que fosse necessário habitá-lo, ao contrário dos projectos que conheço deles. Link to comment Share on other sites More sharing options...
miesogeno Posted August 6, 2008 Report Share Posted August 6, 2008 volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas. quanto à questão "isto o quê?".. o branco é a cor que melhor se afirma numa paisagem, mas não estava a falar disso, gosto do branco, da marca óbvia no homem. o que não implica que se faça um néon para chamar a atenção. estava a falar do léxico utilizado, do ruído excessivo em alguns projectos. muitas linhas de força, muitos vazios, diferentes tons de sombra e de branco. grandes variações da luz e forma dos contentores espaciais. tudo isso é óptimo, é disso que vive a arquitectura, na dose certa, no local certo. o excesso só é bom quando se visita obras emblemáticas apenas uma vez na vida, mas quando se habita os locais, torna-se enjoativo. não projectamos para colegas nossos irem visitar a obra ou para aparecer em revistas, projectamos locais habitados por pessoas que nem ligam aos puxadores que escolhemos cuidadosamente ao longo de anos de profissão, e que chamam mamarracho a qualquer edifício com uma fachada cega, pessoas que sempre que passam na rua R olham para o projecto P porque não é ortogonal e tem montes de vidro, chama-se "dar nas vistas" sem querer parecer muito velho do restelo. mais uma vez, estes tipos surpreendem-me sempre, aprendi muito com eles apesar de não gostar de certos tiques de linguagem. é claramente uma arquitectura de fórmulas, mas isso não é mau, aliás é impossível não o fazer. estes então fazem arquitectura de autor como pouca gente. mas gostava de ver um projecto deles que se quisesse fundir com a paisagem, se calhar têm e eu não conheço. ou um em que o edifício não tivesse que ser uma obra de arte só por si, que fosse necessário habitá-lo, ao contrário dos projectos que conheço deles. Link to comment Share on other sites More sharing options...
JAG Posted August 8, 2008 Report Share Posted August 8, 2008 volto a repetir. gosto muito das coisas dos ARX, para não haver dúvidas. E eu começo a gostar... cada vez que vejo mais os projectos deles. Este é mais um bom projecto. Uma casa que se enquadra bem no meio ambiente, e é simples. Segue umas linhas muito ao meu gosto, e tem alguns detalhes que realmente me chamam a atenção. Como por exemplo, a varanda e a sala... acho que se enquadro na perfeição em todo o projecto e são essenciais para o mesmo. Josué Jacinto - Mais FácilMy web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com Link to comment Share on other sites More sharing options...
Natalia Bencheci Posted November 19, 2008 Report Share Posted November 19, 2008 ...é um edifício fotogénico, digamos assim... Link to comment Share on other sites More sharing options...
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