Na arquitectura deve-se balançar dois conceitos : forma e função. Função implica forma, e forma implica função. Constitui-se então a arquitectura pela maneira como se equilibram estes dois conceitos. Aplicando esta teoria ao que foi o meu projecto e o seu desenvolvimento, fui trabalhando lado a lado a função do espaço habitável, e a forma deste espaço. Ao mesmo tempo que ia organizando volumes fui trabalhando o espaço interior com base na função, assente em quatro tipos de espaços, com quatro tipos de funções distintas. A sala ( 1ºespaço de confronto após entrada no espaço habitável), a instalação sanitária, a escadaria de acesso ao 1ºandar (espaço circulação) e por último o quarto. Estes espaços geram formas / volumes que são perceptíveis do exterior. O espaço de dormir e de higiene, são espaços mínimos, enquanto que a sala se estendeu pelo máximo espaço possível (dentro das regras dos 27 metros cúbicos habitáveis), ganhando uma preponderância em toda a percepção do espaço, tornando-se num eixo de rotação de todo o espaço. Relacionado com esta rotação do espaço existente, está ligada a Luz. A Luz faz parte integrante do projecto e também ela define os espaços. Esta rotação começa pela única abertura no rés-do-chão (porta de entrada), tendo a sua continuidade na grande abertura (auge do uso da luz) encontrada no alçado posterior à rua a meia altura de cada piso, e acabando na abertura a primeiro piso. Com estes três elementos (aberturas), em conjugação com a escada, a luz ganha vida em todo o espaço organizando e diferenciando momentos distintos. Projectei então um espaço com características de uma habitação temporária com um pé direito constante de dois metros e vinte seis centímetros, em que a cozinha perde a importância neste espaço minimalista, não sendo um espaço básico e importante de integração do individuo à própria habitação. Este espaço tem um carácter introspectivo e de reflexão embora de contacto permanente com o exterior, priveligiado pela luz.