JVS Posted September 8, 2008 Report Share Posted September 8, 2008 http-~~-//dn.sapo.pt/2008/09/08/687262.jpg Revolução urbana vai gerar face moderna a unir a cidade HELDER ROBALO Espinho. Durante décadas, a cidade esteve cortada ao meio por carris da Linha do Norte Espaço da linha férrea vai ter nova face urbana a concretizar em três anos O centro de Espinho vai passar, durante os próximos três anos, por um profundo processo de remodelação depois de concluído o rebaixamento da linha ferroviária que atravessa a cidade há quase século e meio. O espaço da antiga linha vai ser ocupado por jardins, zonas de lazer e restauração e áreas culturais. Um projecto assinado por uma equipa liderada pelo arquitecto Rui Lacerda Machado, que tenciona unificar a cidade ao mesmo tempo que cria novas valências na terra que o viu nascer. Sobre o projecto, que é assinado por si, por João Álvaro Rocha e por Patxi Mangado - autor do projecto do Pavilhão de Espanha na Expo 2008 -, Rui Lacerda Machado lembra que a missão é aproveitar o espaço vazio criado na cidade com o fim da linha à superfície. "É um momento de união, de sutura, que permite relançar a cidade e criar uma nova centralidade." O projecto definido irá, para já, intervir apenas no centro de Espinho, mas deixa a porta aberta para que a intervenção se estenda, numa fase posterior, até à capela de São Pedro. "Penso que a Rua 4 deve furar até à capela, sobretudo com a demolição do estádio", adianta Rui Lacerda Machado. A ocupação do vazio deixado pelo rebaixamento da linha terá várias valências. Com o olhar posto no futuro, mas sem esquecer o passado e as grandes figuras da cidade. O Largo Marquês da Graciosa, por exemplo, será um espaço amplo e aberto, "com percursos que obrigam as pessoas a percorrer as esculturas evocativas de algumas dessas personalidades", explica Rui Lacerda Machado. Serão evocadas personalidades como Ramalho Ortigão, Amadeo de Souza- -Cardoso, Miguel de Unamuno, Pablo Casals ou Soeiro Pereira Gomes, entre outros. Já a Praça Nossa Senhora da Ajuda, padroeira da cidade, "será um espaço de encontro e reunião onde o coreto, que desapareceu na cidade, a par do edifício do Turismo define uma praça que servirá para diferentes manifestações culturais". Por seu turno, no espaço da estação, onde a mesma se implanta, com acessos a norte e sul, localizam-se o estacionamento dos táxis e a paragem pontual de autocarros. Para a Praça Progresso, a equipa de Rui Lacerda Machado "propõe uma área lúdica, de jogos e parques infantis, assumindo uma pele como se de um coberto se tratasse, ora criando pérgulas, ora buracos, com introdução de massa arbórea, ora criando zonas de sombra, jogos de luz". O arquitecto defende mesmo que se trata de "um espaço que pode ser usado para outros fins". Para o espaço entre as ruas 19 e 35, ao longo da Rua 8, está ainda previsto um parque de estacionamento subterrâneo, com cerca de 600 metros e capacidade para 400 veículos. Fora da área de intervenção, Rui Lacerda Machado defende ainda que é necessário estender os trabalhos à zona da Rua 35. "É um espaço que irá crescer, com a demolição do estádio do Espinho, e que deve ser da cidade", conta o arquitecto, lembrando que a integração do espaço na cidade deveria ser feito antes de qualquer intervenção urbanística. As obras no terreno, recorda o responsável do projecto, "só devem começar no início de 2009". Até lá há ainda que lançar os concursos públicos para a construção/concessão de equipamentos. Algo que será feito de forma faseada. "Não queremos ter as obras todas no terreno ao mesmo tempo, se não era o caso", explica Rui Lacerda Machado. Por isso, diz, o projecto só deverá estar concluído "ao fim de dois anos, dois anos e meio". Ou seja, até 2011. Colocando a tónica na importância de uma "escolha acertada do mobiliário urbano", Rui Lacerda Machado recorda que esta é uma obra de fundamental importância na renovação do centro da cidade. Uma obra que, para si, tem uma acrescida responsabilidade, não fosse ele natural de Espinho. Mas acredita que este projecto marcará "o fim de um passado ao qual Espinho esteve agarrado muito tempo". in http://dn.sapo.pt/2008/09/08/cidades/revolucao_urbana_gerar_face_moderna_.html Link to comment Share on other sites More sharing options...
kwhyl Posted September 10, 2008 Report Share Posted September 10, 2008 uma excelente aposta, no enterramento do comboio. muitas poderiam ser as apostas para o "novo" espaço disponível bem no coração de um cidade tão métrica espero sinceramente que as novas construções não desvirtuem a ordem da cidade. no entanto, este projecto sugere-me uma dúvida. haverá uso em espinho para tanto espaço público? a faixa do mar e passeio maritimo a faixa nova do rui lacerda a faixa da camara\jardim\multimeios\feira parece-me uma enorme concentração de espaço público com as mesmas valências, apenas o lazer... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted September 11, 2008 Report Share Posted September 11, 2008 É com algum interesse que vou seguindo este projecto, principalmente por residir relativamente perto. Talvez tenha sido esquecido aquilo que faz realmente falta a esta cidade, mais do que os equipamentos que serão implantados e que a avaliar pela imagem não serão poucos, quanto a mim o que realmente faria falta seria um parque urbano, talvez mesmo um redeslocamento da feira que actualmente vai sendo cada vez mais empurrada para os limites da urbe. Como dizes e bem, talvez se esteja a promover um excesso de zonas de caracter similar, particularmente esse corredor da câmara/multiusos, porque a praia terá sempre algo diferente para oferecer. Paradoxalmente, talvez mesmo pela presença da linha férrea durante tanto tempo, a cidade desenvolveu-se para o interior e a faixa marítima parece ter sido esquecida. Nem mesmo as recentes intervenções na marginal vieram mudar a face desta zona da cidade, com o abandono e a não recuperação do casario a manifestarem-se. Veremos o que o futuro nos reserva... Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
pintor Posted September 11, 2008 Report Share Posted September 11, 2008 Relativamente ao espaço deixado vago pelo enterramento da via férrea. Será que a Câmara Municipal pode fazer o que quer, ou tem de negociar com a Refer. Afinal esta detém o espaço subterrâneo. E à superfície, não? O que eu suponho é que não será possível construir sobre o túnel qualquer tipo de edifíco, não que não seja possível, mas porque hà muitos aspectos a considerar. Daí que o fim para que se destinava este espaço estava já definido, por natureza. A meu ver o arquitecto foi obrigado a seguir o que lhe foi imposto. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted September 11, 2008 Report Share Posted September 11, 2008 Pintor, pela imagem é possível contruir e não é pouco, ainda que com cérceas baixas... Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
pintor Posted September 11, 2008 Report Share Posted September 11, 2008 Suponho que se trata de construção tipo amovível, tipo stands, quiosques, esplanadas, etc. Quando me refiro a construções amovíveis, refiro-me a construções mais ou menos efémeras. Estas não podem ter interferência com a laje do túnel nem podem sobrecarregar toda a estrutura. Há vários exemplos na construço do Metro do Porto. A Estação e o túnel de Salgueiros ocupou parte do antigo campo de futebol. Essa área é uma espécie de zona "non edificandi". Por isso é que penso que Espinho será uma coisa semelhante. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted September 12, 2008 Report Share Posted September 12, 2008 Não posso precisar a localização dos edifícios, se se encontram sobre a linha do metro ou não, mas existe um projecto para os terrenos do antigo campo do Salgueiros. Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
schumi13 Posted September 15, 2008 Report Share Posted September 15, 2008 tantos anos na faculdade a fazer hipoteticos projectos para Espinho com a mão deste arquitecto, que gostava de ver outras imagens onde seja possivel ver com maior detalhe a intervençao, para ver até que ponto a genuidade deste projecto se confirma. ou se por outro lado alunos maltratados afinal valeram para algo... Link to comment Share on other sites More sharing options...
JVS Posted June 12, 2009 Author Report Share Posted June 12, 2009 Espinho Requalificação da zona ferroviária aguarda licença para terraplanagens por Lusa09 Junho 2009 Ainda não se notam mudanças na zona de Espinho que espera ser requalificada desde que a circulação do comboio é subterrânea, mas o arquitecto Rui Lacerda Machado garante que "a obra não está parada" e José Mota diz que se irá "processar por fases, com cuidado". "A obra não está parada. Está em movimento, em elaboração, [com] rectificações no terreno, ajustamento de cotas", afirma Rui Lacerda Machado, que assina o projecto destinado a dar uma nova utilização ao terreno onde, até Maio de 2008, os comboios da Linha do Norte circulavam à superfície. "Nesta altura, foi entregue na Câmara Municipal o projecto de terraplanagens", declara o arquitecto, "e, por opções camarárias, [a obra] irá ser feita por fases". "A primeira é considerada de grande importância estratégica", visando a extensão entre a entrada norte da cidade, no local onde foi derrubada a ponte que antes dava acesso às praias, e a Rua 15, mais próxima do centro de Espinho. "Todos sabemos da ânsia das pessoas de ver obra realizada", reconhece Rui Lacerda Machado, afirmando que "vai ser executada, está a ser pensada para tal e vai aparecer". José Mota, presidente da Câmara Municipal de Espinho, declara: "As coisas não podem ser feitas à toa e este projecto vai realizar-se de forma faseada, com muito cuidado". O investimento em causa está estimado em cinco milhões de euros e deverá ser objecto de uma candidatura ao QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional. "Estamos convencidos de que a obra vai custar mais que isso e, em alguns aspectos, como o do estacionamento subterrâneo [para 400 viaturas], pensamos fazer uma concessão de construção", adianta o autarca. Rui Lacerda Machado anuncia, no entanto, homogeneidade para todas as intervenções a concretizar na que virá a ser uma Avenida 8 alargada, de forma a garantir a devida "sutura" entre as zonas antes separadas pela linha férrea. Essa unidade será garantida com recurso a um "desenho de pavimento que tudo invade e que recorda uma rede de pescadores estendida - a rede dos pescadores que estão na origem e deram vida a Espinho". A mesma malha gráfica representará também os carris "do comboio que um dia ocupou o espaço, serviu para o desenvolvimento económico da cidade e hoje, enterrando-se, dá lugar a espaços de ócio e serviços de que os cidadãos se servem". Essa geometria implicará várias escalas: os pavimentos constroem-se com diferentes materiais e a agregação de vários módulos permite definir tanto as zonas verdes onde se implantam árvores ou superfícies de água iluminadas, como as áreas onde ficarão localizados bares, restaurantes, o posto de turismo, zonas de jogos, um parque infantil e outros espaços lúdicos e de serviços. Rui Lacerda Machado reconhece que "a reformulação e requalificação de todo este vazio é uma aspiração justa da comunidade espinhense" e defende que o seu projecto - cuja "contemporaneidade pretende render a homenagem devida à história do local" - se propõe "dar resposta a esse anseio". "Esta obra vai, de facto, mudar esta parte da cidade", acrescenta. "Cria novas possibilidades e novas formas de estar num local que já foi também emblemático para a cidade. Vai proporcionar um grande espaço de animação, lazer e convívio. Um espaço que seja apetecível para a comunidade". "É um facto que esta área, só por si, não é o motor de transformação da cidade", admite o arquitecto. Mas "deve ser o início de uma abordagem mais ampla, no sentido do tratamento de outras áreas de Espinho". in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1258335&seccao=Norte Link to comment Share on other sites More sharing options...
pintor Posted June 14, 2009 Report Share Posted June 14, 2009 Sou um pouco céptico relativamente a qualquer solução para aquele espaço. Apesar da cidade de Espinho se ter desenvolvido segundo uma malha urbana ortogonal, qualquer proposta para aquele local constitui um grande desafio. Um território que foi rasgado por uma via férrea aonde não existia mais nada, e em que o edificado se foi adaptando a esta estrutura, dificilmente será cosido. Mesmo cosendo a "manta de retalhos", a via férrea estará sempre lá. Vamos esperar para ver. Prevejo que até às próximas eleições teremos um grande cartaz a anunciar a obra. Link to comment Share on other sites More sharing options...
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