Jump to content
Arquitectura.pt


Lisboa | Parque Mayer | ateliermob | via AspirinaLight.com


Recommended Posts

Imagem colocada







Imagem colocada








A importância da nova formação




Os resultados do concurso público para a área do Parque Mayer não provocou maior discussão no que diz respeito ao tema central do evento: Como requalificar uma mancha de cidade despida do seu propósito, a que apenas sobrevive a simbologia da movimentação político-social de uma Lisboa que ali encontrava, em tempos de silêncio opressivo, o lugar onde, por entre a ironia das palavras e os banhos de cor num país cinzento, se fazia a oposição possível.
As propostas classificadas nos cinco primeiros lugares devem ser primeiro analisadas a partir de uma perspectiva politica, em duas décadas foi o primeiro concurso público totalmente aberto, tendo a cidade como objecto de estudo, e esse será sempre o valor mais importante: deu-se espaço à abordagem artística.
O ganho é geral e não pertence exclusivamente à classe dos arquitectos, pertence a uma cidade que nos últimos anos vira a maior parte das obras de relevo serem estrategicamente entregues a diversos clientes, sem que da ‘boa vontade’ dos promotores se tenha retirado particular proveito. Dos cinco classificados na primeira fase encontram-se quatro nomes comuns, Aires Mateus, ARX, Eduardo Souto Moura e Gonçalo Byrne, e um grupo que surge como o chamado underdog, Vão Arquitectos, naquela que é, curiosamente, a mais arrojada das propostas. Uma revelação que se nota pela diferença para os demais e, se neste processo, se ganhou espaço para outras perspectivas, essa é a maior das conquistas.

Imagem colocada





É a partir deste pressuposto que surge a proposta do ateliermob.

O retrato da Lisboa perdida nos recantos do Parque Mayer, é um retrato sofrível. Daqui se retiram os gostos artísticos, a conotação brejeira do teatro de revista e a boémia alfacinha dos anos 60. O Parque Mayer, outrora símbolo orgulhoso de uma resistência expectante, apresenta-se hoje como uma resolução estéril de um país que deixou há muito a praça da primavera, onde os tiques europeístas nos fazem olhar com desdém para os lugares de onde viemos, o que, com o tempo, tende cada vez mais à sua anulação histórica e a uma cada vez mais evidente perda de identidade. Tem-se vindo a dar lugar à vocação global da geografia, da EXPO ao EURO, em breve, de Alcochete até ao TGV. Aí restar-nos-á a biblioteca da história contemporânea, até que o tempo permita reconhecer estes momentos do passado como ferramentas acessórias que nos levaram à emancipação.

Apresenta-se o valor da cor. A importância de uma paleta enriquecida por uma cultura quase milenar que é potenciada na concretização de uma proposta que promove dois momentos fundamentais na abordagem ao objecto de estudo: de um lado a cultura citadina, a introdução de um ascensor e do seu valor, também ele cromático, na definição da identidade alfacinha, estereótipo que viaja ano após ano nas fotografias turísticas de quem aqui se vem encontrar. Do outro, a leitura de continuidade, da Avenida da Liberdade até ao alto do Príncipe Real, e, consecutivamente, a nova interpretação da franja do Parque Mayer que contempla na sua leitura a complementaridade com o Jardim Botânico. O testemunho do Parque é assegurado pelo Capitólio e pela manutenção do Variedades, funcionando em conjunto como valorização mútua do espaço que se volta a reconhecer enquanto momento comum. O resto é desenho cinestésico, identifica-se com facilidade a progressão das escalas e valoriza-se automaticamente o valor da presença de novos objectos que complementam a leitura do conjunto.

Nos percursos, paralelos, a cor é condição inerente a todas as conclusões. O ascensor conclui a abordagem inicial e surge como propósito que assegura a continuidade entre as partes, ao mesmo tempo que pretende resgatar o valor cultural e comercial que entretanto se perdeu, dando espaço para que o atravessamento seja acompanhado por recantos típicos da realidade lisboeta, que a partir daqui se pretendem valorizar.
O ancoramento é garantido pela impregnação de lugares comuns e pelos quais a cidade se tem mantido expectante.

Imagem colocada



Ler mais [...]






Link to comment
Share on other sites

Nao foi totslmente aberto. Participaram os ateliers com portfolio e com obra feita e que pudessem pagar umas centenas de euros pela caderno de encargos. Foi parcialmente aberto. Os arquitectos mais jovens e sem obra feita nao puderam participar.

Link to comment
Share on other sites

No meu entender esta proposta esta bem melhor que a do byrne que ficou em 5º lugar. No meu entender o grande problema que ela apresenta é o irem além do que é pedido em termos de compromissos (não sei se vale a pena comprometermo-nos com uma palete de cores logo no concurso de ideias, de resto pelo pouco que vi no blog deles a proposta esta bastante boa, já agora, não entendi se esta proposta chegou a ser apresentada a concurso. Pelas estorias dos dinheiros deu-me a impressão que não. A equipa está de parabéns :clap:

Link to comment
Share on other sites

Caríssimos, é verdade, fomos dos tolos que compraram o programa de concurso, por 200,00 €. também fomos dos que nos dirigimos à CML dizendo que deveria haver algum problema pois do programa não constava nenhuma planta. Pediram-nos mais 140,00€ /ha... Desta vez não compramos. Sinceramente não percebi bem, mas julgo que foram aceite as propostas de concorrentes que não compraram o programa de concurso. De qualquer forma tenho a opinião que os 200,00€ eram claramente uma forma de afastar os cidadãos e jovens arquitectos da contenda. Veja-se a escassa participação de jovens arquitectos. De qualquer forma, relativamente aos procedimentos do concurso, ainda muita água irá correr, por isso fico-me por aqui.

Link to comment
Share on other sites

Please sign in to comment

You will be able to leave a comment after signing in



Sign In Now
×
×
  • Create New...

Important Information

We have placed cookies on your device to help make this website better. You can adjust your cookie settings, otherwise we'll assume you're okay to continue.