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Earthlings, e meter a mão na consciência?


Ivo Sales Costa

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Faz parte de um artigo que acabei de publicar no AspirinaLight.com, mas o mais importante é que se sacrifiquem todos um pouco do vosso tempo para que se perceba o que andamos todos aqui a fazer, ainda que indirectamente, à Fauna do nosso planeta.
A lei da sobrevivência, como poderá ser invocada, é incontornável, o que nos dá duas opções muito claras: sobrevivemos de forma autista, ou sustentamos o nosso desenvolvimento, limitando-nos a ser aquilo que sempre formos nos ultimos milhares de anos, onde a alimentação se fez sem necessidade de recorrer a tamanhas atrocidades?

Sobre a Verdade, Earthlings


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Quem teve a oportunidade de assistir a Uma Verdade Inconveniente terá ganho, no limite, consciência daquilo que é o tratamento dado a dois assuntos distintos num documentário cujo valor ambiental (no limite, humanitário) é indiscutível.


Al Gore, que aproveita o desfile para lembrar que já foi o futuro presidente dos Estados Unidos da América, apresenta numa mão factos e suposições que sustentam uma tese que deve ser considerada por todos como uma verdade fundamental: tratamos mal o planeta, pelo simples facto de não nos preocuparmos. Não somos directamente confrontados com os males que lhe inflingimos, são problemas aos quais é normalmente associado o termo ‘médio/longo-prazo’ e enquanto a catástrofe não chega, aproveita-se o intervalo entre a acção e o pânico para nos libertarmos da grande doença de alguns. A consciência.


Mas, como em qualquer produção Hollywoodesca, espelho muito sincero daquela que é uma sociedade americana que se encontra em avançado estado de decomposição, Uma Verdade inconveniente conta também com meia dúzia de episódios da família Gore. Por razão nenhuma que não seja a da salvaguarda, à data de edição do primeiro documentário-romancesco da história, de um lugar na corrida a uma próxima eleição para presidente dos Estados Unidos da América, a coisa era, no final, uma meia verdade, e a metade que interessava ficou claramente corrompida pelos diferentes tons de voz na narração, e outras intervenções mais falseadas, qual flautista de Harmelin, pronto a assentar arraiais na tendência de voto da mente de 303,199,000 indivíduos de inteligência duvidosa, afinal, menos de metade votou em Bush e ainda assim permitiram que o senhor se apoderasse da cadeira, Gore incluído, o que nos diz muito acerca dos netos do Tio Sam.


Clinton (agora Hillary) e Obama demonstraram-se muito mais interessantes do que tinham sido o próprio Gore, Bush e Kerry. E assim se percebeu que o momento politico de Gore tinha passado. Com ele, Giuliani. Entradas fora de tempo que não permitem, a figuras ilustres da história americana recente, reservar assento na sala oval.


O falhanço do lado familiar de Uma Verdade Inconveniente deverá servir de lição para oportunidades futuras: Chamar verdade a uma meia verdade, pode retirar valor à história que se decide contar. E em parte isso acabou por acontecer, tornando Gore numa espécie de Michael Moore equilibrado, a quem as pessoas não dão total atenção devido às posturas duvidosas. Um pelo extremismo ideológico, outro pelo descarado aproveitamento politico de um tema que nos poderia dizer muito, caso tivesse sido exposto por si só. E era assim que deveria ter acontecido, sem subterfúgios ou outras pretensões. Sincero, que não foi.


O que me leva ao tema que urge ser discutido, aqui em forma de documentário cuja exibição se promove.
Earthlings é o mais brutal e sincero documentário sobre o tratamento que a humanidade tem vindo a reservar para a outra dimensão biológica do planeta, a Fauna.


No caso, é feito com recurso a imagens violentamente dolorosas, mas que são obrigatórias para quem invoca a faculdade da consciência. “Eu não gosto cá de ver os animaizinhos a sofrer…” Mas, de um modo geral, a imagem é possível, em parte, porque o mercado que a possibilita é alimentado por uma desenfreada politica de consumo. E aí, não há redenção possível. O falhanço é civilizacional.
Earthlings invoca uma simples questão: Qual a diferença entre o facto de os mais quentes verões dos últimos 100 anos terem ocorrido na ultima década e o contínuo alimentar dos negócios milionários de Fast Food? Pior, a resposta e mera constatação de facto: Somos mais inconscientes do que ecologistas, e essa deve ser a verdade mais conveniente.


São 95 minutos, numa experiência que tem uma certa carga Kubrickiana. Não raras vezes me lembrei do tratamento Ludviquiano a que o jovem Alex DeLarge, interpretado por Malcom McDowell em A Laranja Mecânica foi submetido. E recordo o comportamento de Alex, em nada distante, na sua violência gratuita,da negligência estúpida que todos nós, hoje, no auge da nossa evolução, partilhamos. E isto 30 anos depois.

[ame="http://video.google.com/videoplay?docid=-1282796533661048967"]Google Vídeo[/ame] .


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