_Maverick_ Posted December 23, 2007 Report Posted December 23, 2007 Boas, achei interessante postar aqui este meu trabalho de segundo ano visto que se trata de um tipo de exercicio diferente dos que estava habituado a realizar. Diferente porque tem com base um conceito muito forte, conceito esse que nos foi obrigado a ter e a desenvolver numa primeira fase do exercício. Passo a explicar: este trabalho organiza-se em duas “fases”, numa primeira fomos estimulados a encontrar um tema que nos agradasse, e desse tema (podia ser um qualquer, desde sentimentos, filmes, objectos, musicas, letras, poemas, etc…) retiramos cinco palavras-chave que fossem representativas do tema em escolhido. A cada palavra das cinco escolhidas tivemos que chegar a um ideograma que representasse essa mesma palavra, e de seguida, dos cinco ideogramas resultantes, formámos um só que representasse o tema escolhido. Este ultimo ideograma seria a base para a segunda fase do exercício. Na segunda fase do exercício foi-nos dado um lote, lote esse que iria conter a nossa moradia unifamiliar que deveria ter traços e formas que a ligassem ao ideograma da primeira fase do exercício. Esta foi a explicação do exercício, agora vou explicar o meu trabalho :nervos: O tema para a primeira fase do exercício foi a letra de uma musica da banda Alice In Chains , a “Nutshell”. Desta musica retirei 5 palavras-chave: Sadness, Revolt, Lonliness, Anger e Bravery, que estão relacionadas com partes especificas da letra. Depois a cada uma dessas palavras relacionei um ideogama (podem ver nos painéis), que teem sempre uma forma triangular porque, para mim, é a uma forma geométrica que ,para mim, melhor representa os sentimentos (altos-baixo) e que se enquadra no “conceito musica” e aos seus ritmos e compassos… De todo este estudo conceptual surgiu uma maquete de um ideograma final que podem ver nos painéis. (1º e 2º paineis) Na segunda parte do exercício, escolhi fazer um edifício que se aproximasse dos valores aos aos quais associo a musica, tais como: dinamismo, movimento, ritmo, tensão… Procurei fazer um edifício que na sua fachada mostrasse todos estes valores, mas que no seu interior fosse sóbrio e simples. No piso 0 funcionam a sala de estar a cozinha e a instalação sanitária de serviço. No piso 1 funcionam os quartos e uma instalação sanitária de apioio aos quartos. A entrada é feita a Sul, tendo o edifício espaço ajardinado a Poente e a Norte. O edifício é todo é betão branco, á excepção do paralelepípedo que marca a entrada que é feito de madeira wengue. Explicando o edifício conceptualmente, há uma ligação com o tema escolhido, pois existe estão representados os valores falados acima em aspectos como: o facto de a cobertura ser tão inclinada, o facto de o volume do piso 1 ter um pe-direito muito maior do que a do piso 1 (em qualquer um dos extremos), o facto de a zona envidraçada virada para poente e norte ser toda “quebrada” e por a fachada (norte) ter um rasgo que é uma fusão de todos os ideogramas obtidos na primeira fase do trabalho. Bem, esta mais ou menos explicado...mas se surgir alguma duvida não hesitem Agora, comentem e critiquem se faz favor Quote
m a r g a r i d a Posted December 23, 2007 Report Posted December 23, 2007 olá maverick achei bastante curioso o exercício. é de facto uma forma de sermos originais e ainda por cima "a nosso gosto" vi todos os teus paineis e comecei por gostar mais do que gostei no fim do teu trabalho, confesso não sei se foram todos os que apresentaste? senti falta de cortes para perceber o resultado, o que de facto me parece dinamico e interessante no inicio, depois parece-me muito estatico...embora seja uma opção tua pelo que explicas na memória descritiva... mas para segundo ano parece-me muito bem. não terás mais desenhos? Quote margarida duarte
3CPO Posted December 23, 2007 Report Posted December 23, 2007 O tema inicial é bastante interessante, mas fiquei um pouco decepcionado quando reparei que tinha que "adaptar" a música ao lote dado. Seria interessante pensar inversamente... Lote -> Música -> Ideia de Projecto Fiquei com a sensação que a música é apenas um pretexto para uma formalização... "dinamismo, movimento, ritmo, tensão… " Estas eram as tuas palavras-chave, mas olhando para o projecto não se sente esse dinamismo e movimento... e a forma triangular tão presente na música e nos conceitos? Desvaneceu... No fundo penso que o lote e o projecto surgem um pouco desconectado dos conceitos...o lote torna-se apenas um suporte físico sem relação com o restante. Ainda assim, foi um exercício muito interessante e aposto que te divertiste bastante durante o decorrer do mesmo. Um abraço e bom natal :* Quote
_Maverick_ Posted December 23, 2007 Author Report Posted December 23, 2007 a verdade é que o exercício não me correu como esperava...é verdade que me acabei por perder a meio do exercício, talvez muito por culpa da falta de tempo (muitos trabalhos em pouco tempo). Tenho noção que o piso 1 tornou-se muito estático (contrariamente ás minhas pretensões) e disso se ressentiu todo o edifício. João (Kandinsky ), sinceramente acho que tens razão no que diz respeito ao dinamismo presente no edificio, mas acima de tudo tentei projectar algo que fosse habitável e algo que se pudesse incluir na urbe envolvente. Provavelmente haveriam outras formas de o inserir de uma forma igualmente correcta não descurando os "valores" pretendidos...mas lá está, o tempo é inimigo da perfeição ... Margarida, não tenho cortes disponveis no pc, mas prometo que para depois do natal ponho aqui alguns assim como uns renders manhosos :D critiquem!!!.....se faz favor Quote
3CPO Posted December 23, 2007 Report Posted December 23, 2007 Realmente foi pena não teres levado a ideia de "musica edificada" até ao limite. Deixaste-te levar pelo estereótipo do caixote habitável... Num dos alçados decidiste "rasgar" aquela linha sinuosa ... quais as implicações espaciais dessa decisão? Aproveito para deixar alguns reparos para a posterioridade: _No piso superior perdes imensa área com corredores e acessos que poderia ser aproveita para os quartos _Atenção à iluminação natural dos quartos... tens mais iluminação na zona de escada e corredor do que nos quartos. _Cuidado com os elementos estruturais... Reparei também que a laje do piso superior não está toda à mesma cota... isso tem algum impacto nos alçados, mas a nível interno, qual a vantagem de ter um pé direito maior nos corredores e instalação sanitária do que nos quartos? Abraço e bom natal Quote
Dreamer Posted December 24, 2007 Report Posted December 24, 2007 Acabo por estar de acordo com as opiniões da Margarida e do João e inclusivamente tu pareces estar de acordo com elas. Realmente os 2 primeiros painéis mostram um dinamismo muito interessante, e a materialização dos conceitos que fazes nesse 2º painel acaba por ser muito mais apelativa e concordante com a linha de pensamento que seguiste na 1ª fase do trabalho, do que o resultado final. No piso 0 tentas ir buscar o dinamismo ao ritmo da fachada de vidro, no piso 1 pela abertura recostada no alçado, mas parece-me pouco tendo em conta o que fizeste até aí. A inclinação na cobertura é demasiado "tímida" para ser alguma coisa e como disse o João, acabas aí por preveligiar as zonas comuns/serviços e quartos. Não nos deste informação sobre a involvente, o que torna complicado visualizar o projecto no espaço urbamo. No fundo, como já foi dito, tinhas as premissas todas lá, a 1ª fase é interessante e coerente, o que se perdeu na concretização. Gostava que explicasses o porquê de tão drástica mudança de atitude desde a maquete dos conceitos, até ao resultado final... A marca de mobiliário portuguesa "OPUS HOME" tem uma linha, desenhada por um arquitecto, que parte igualmente da música como tema de desenvolvimento dos objectos. Apesar do ponto de partida ser a música, as permissas, o caminho e o resultado final são completamente diferentes do teu, não que tivesse de ser igual, bem pelo contrário, mas podia-te ajudar a encontrar um caminho no desenvolvimento do trabalho... mas agora já vai tarde... Quote Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...
_Maverick_ Posted February 24, 2008 Author Report Posted February 24, 2008 olá tenho andado um bocado arredado do tópico, e por isso peço desculpa...mas é que ando numa fase de muito trabalho (provavelmente não sou o único) e não tenho tido muito tempo para visitar e participar o tópico... mas agora voltei, e trago coisas novas :icon_pistoles: pois é pessoal, peguei neste trabalho que postei e melhorei-o...lol, no meu ponto de vista fiz alterações principalmente na parte superior do edifico, visto que era este o ponto fraco do edifício (apontado por vós, e por mim também )... Alterei o numero de pisos (passou de 2 para 3 pisos), a organização interior também foi alterada beneficiando do aumento considerável do espaço do edifício. Mas um dos pontos que mais me “desiludia” no antigo edifício era o aspecto exterior, porque não transmitia a ideia que eu queria transmitir: dinamismo. Pois bem, nesta nova “versão” trabalhei muito sobre esse tópico, e o produto final agrada-me, e a vocês? …Este aspecto quebrado do edifício mantem a ideia que inicialmente tinha no vidro do piso térreo, e torna-o um elemento estranho, algo que eu queria. Afinal, a música não passa despercebida a ninguém…lool pessoalmente, gosto muito mais deste aspecto...embora tenha noção que muito mais haveria a melhorar... quero criticas, conselhos!!!!!...obrigado (não liguem á maquete, é só de estudo mas como n tive tempo pa fazer outra...lool...desculpem lá ) Quote
_Maverick_ Posted February 24, 2008 Author Report Posted February 24, 2008 olá tenho andado um bocado arredado do tópico, e por isso peço desculpa...mas é que ando numa fase de muito trabalho (provavelmente não sou o único) e não tenho tido muito tempo para visitar e participar o tópico... mas agora voltei, e trago coisas novas :icon_pistoles: pois é pessoal, peguei neste trabalho que postei e melhorei-o...lol, no meu ponto de vista fiz alterações principalmente na parte superior do edifico, visto que era este o ponto fraco do edifício (apontado por vós, e por mim também )... Alterei o numero de pisos (passou de 2 para 3 pisos), a organização interior também foi alterada beneficiando do aumento considerável do espaço do edifício. Mas um dos pontos que mais me “desiludia” no antigo edifício era o aspecto exterior, porque não transmitia a ideia que eu queria transmitir: dinamismo. Pois bem, nesta nova “versão” trabalhei muito sobre esse tópico, e o produto final agrada-me, e a vocês? …Este aspecto quebrado do edifício mantem a ideia que inicialmente tinha no vidro do piso térreo, e torna-o um elemento estranho, algo que eu queria. Afinal, a música não passa despercebida a ninguém…lool pessoalmente, gosto muito mais deste aspecto...embora tenha noção que muito mais haveria a melhorar... quero criticas, conselhos!!!!!...obrigado (não liguem á maquete, é só de estudo mas como n tive tempo pa fazer outra...lool...desculpem lá ) Quote
3CPO Posted February 24, 2008 Report Posted February 24, 2008 Mas um dos pontos que mais me “desiludia” no antigo edifício era o aspecto exterior, porque não transmitia a ideia que eu queria transmitir: dinamismo. Ora aqui está o calcanhar de aquiles do teu projecto... preocupaste-te demasiado com o seu aspecto exterior. A meu ver, andaste a modelar o chantilly... de facto conseguiste uma maior dinâmica volumétrica, mas... a que preço? E notória a enorme preocupação com o aspecto exterior e o total desmazelo com a parte mais importante: o espaço habitável, ora repara:Piso térreo: > Não existe articulação entre as diversas zonas sociais... Quem entra na casa e queira ir para a sala, ou contorna o bloco da casa de banho, ou 'pula' o degrau da escada. > Deste especial destaque à zona de recepção da entrada, mas não existe qualquer tratamento da mesma, quer no pavimento, quer na sua espacialidade (um roupeiro seria bastante útil)... > A organização da cozinha é um tiro no escuro... fica-se sem saber onde é a zona das máquinas, arrumos, estendal, etc... > A casa de banho tem uma loiça a cada canto... no nosso Portugal ainda se usa muito o bidé. > Será que uma casa de banho social precisa de banheira? > E a sala, como é que a organizas? Parece-me que existe um certo descontrolo espacial...Piso 1: > Dois quartos e um pequeno escritório / espaço de leitura, mas... e a casa de banho? A meio da noite, não sabe muito bem descer escadas, passar pela entrada, pela cozinha e finalmente dar com a dita... (imagina que está mais gente em casa e alguém do piso 1 decide tomar banho... onde pára a privacidade?) > O que é que acontece debaixo das escadas do piso 1? Uns vasos...Piso 2: > Uma suite enorme e mais um espaço de escritório / biblioteca com uma escala descontrolada. E aqui que se nota a falta de programa pelo facto de teres adicionado mais um piso. E para terminar um pormenor: E se estiver na suite e decidir lavar as mãos? Obrigas as pessoas a descer dois pisos! Falta ali um lavatório... e um bidé? Espero que não leves a mal todas estas críticas... são apenas algumas questões funcionais que devemos ter em conta quando desenhamos este tipo de espaços. PS: Cuidado com os elementos estruturais! Aquelas paredes maciças deveriam ter continuidade em alguns pontos. Um abraço e parabéns pelo esforço! :) Quote
3CPO Posted February 24, 2008 Report Posted February 24, 2008 Mas um dos pontos que mais me “desiludia” no antigo edifício era o aspecto exterior, porque não transmitia a ideia que eu queria transmitir: dinamismo. Ora aqui está o calcanhar de aquiles do teu projecto... preocupaste-te demasiado com o seu aspecto exterior. A meu ver, andaste a modelar o chantilly... de facto conseguiste uma maior dinâmica volumétrica, mas... a que preço? E notória a enorme preocupação com o aspecto exterior e o total desmazelo com a parte mais importante: o espaço habitável, ora repara:Piso térreo: > Não existe articulação entre as diversas zonas sociais... Quem entra na casa e queira ir para a sala, ou contorna o bloco da casa de banho, ou 'pula' o degrau da escada. > Deste especial destaque à zona de recepção da entrada, mas não existe qualquer tratamento da mesma, quer no pavimento, quer na sua espacialidade (um roupeiro seria bastante útil)... > A organização da cozinha é um tiro no escuro... fica-se sem saber onde é a zona das máquinas, arrumos, estendal, etc... > A casa de banho tem uma loiça a cada canto... no nosso Portugal ainda se usa muito o bidé. > Será que uma casa de banho social precisa de banheira? > E a sala, como é que a organizas? Parece-me que existe um certo descontrolo espacial...Piso 1: > Dois quartos e um pequeno escritório / espaço de leitura, mas... e a casa de banho? A meio da noite, não sabe muito bem descer escadas, passar pela entrada, pela cozinha e finalmente dar com a dita... (imagina que está mais gente em casa e alguém do piso 1 decide tomar banho... onde pára a privacidade?) > O que é que acontece debaixo das escadas do piso 1? Uns vasos...Piso 2: > Uma suite enorme e mais um espaço de escritório / biblioteca com uma escala descontrolada. E aqui que se nota a falta de programa pelo facto de teres adicionado mais um piso. E para terminar um pormenor: E se estiver na suite e decidir lavar as mãos? Obrigas as pessoas a descer dois pisos! Falta ali um lavatório... e um bidé? Espero que não leves a mal todas estas críticas... são apenas algumas questões funcionais que devemos ter em conta quando desenhamos este tipo de espaços. PS: Cuidado com os elementos estruturais! Aquelas paredes maciças deveriam ter continuidade em alguns pontos. Um abraço e parabéns pelo esforço! :) Quote
Dreamer Posted February 25, 2008 Report Posted February 25, 2008 Não posso concordar mais com o João, afinal parece que a preocupação com o dinamismo do exterior foi tal, que pouco tempo terás dedicado ao que é mais importante, o interior... o espaço onde se vive... Não quer estar aqui a repetir tudo o que o João disse, revelando algumas deficiências ao nível funcional, mas gostava de acrescentar uma coisa, que acaba na minha opinião por deitar por terra toda a tua intenção de dinamismo, a menos que tenha sido uma acção propositada e que consigas defender. Se no exterior a tua peça é dinâmica, o interior revela algo constrangemente rígido, ou seja, a incoerência entre interior e exterior não poderia ser maior. Vê, como exemplo, as paredes que do lado de fora são absolutamente irregulares, mas que do interior são perfeitamente ortogonais. :icon_blink: Este factor leva a que em alguns pontos tenhas paredes com talvez 1m de espessura... :hmm: Muito honestamente, não consigo perceber de onde apareceram estas paredes irrgulares, ou seja, não se percebe a sua razão de ser, já que no texto apenas "apelas" a elas no sentido do dinamismo, mas não como surgiram. Parece-me que perdeste uma oportunidade, talvez por falta de tempo, para explorar melhor a organização interior, as relações entre espaços, o organigrama funcional... o projecto é que ficou a perder... Quote Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...
Dreamer Posted February 25, 2008 Report Posted February 25, 2008 Não posso concordar mais com o João, afinal parece que a preocupação com o dinamismo do exterior foi tal, que pouco tempo terás dedicado ao que é mais importante, o interior... o espaço onde se vive... Não quer estar aqui a repetir tudo o que o João disse, revelando algumas deficiências ao nível funcional, mas gostava de acrescentar uma coisa, que acaba na minha opinião por deitar por terra toda a tua intenção de dinamismo, a menos que tenha sido uma acção propositada e que consigas defender. Se no exterior a tua peça é dinâmica, o interior revela algo constrangemente rígido, ou seja, a incoerência entre interior e exterior não poderia ser maior. Vê, como exemplo, as paredes que do lado de fora são absolutamente irregulares, mas que do interior são perfeitamente ortogonais. :icon_blink: Este factor leva a que em alguns pontos tenhas paredes com talvez 1m de espessura... :hmm: Muito honestamente, não consigo perceber de onde apareceram estas paredes irrgulares, ou seja, não se percebe a sua razão de ser, já que no texto apenas "apelas" a elas no sentido do dinamismo, mas não como surgiram. Parece-me que perdeste uma oportunidade, talvez por falta de tempo, para explorar melhor a organização interior, as relações entre espaços, o organigrama funcional... o projecto é que ficou a perder... Quote Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...
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