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'Centenário' Oscar Niemeyer teima em adiar a reforma


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'Centenário' Oscar Niemeyer teima em adiar a reforma
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"Tudo o que posso dizer é que não tem nada que ver com a arquitectura". As palavras são de Oscar Niemeyer e referem-se ao seu novo trabalho, o Teatro Popular de Niterói, inaugurado há poucos dias numa cerimónia à qual não faltou Gilberto Gil, o ministro da Cultura do Brasil.

Aos 99 anos - cumpre um século no próximo dia 15 de Dezembro -, aquele que é considerado um dos nomes mais influentes da arquitectura contemporânea faz questão de desmentir a idade acusada pelo BI, desmultiplicando-se em novos projectos. O mais recente foi mesmo definido pelo próprio como "o desafio mais difícil" que já enfrentou ao longo dos últimos 70 anos.

Com capacidade para 10 mil espectadores, o novo teatro de Niterói - a segunda cidade brasileira onde possui maior número de projectos, logo a seguir a Brasília - é fiel às curvas que o celebrizaram, além de ostentar dois painéis gigantes de azulejos com esboços de figuras humanas em movimento.

A principal inovação do edifício, cujos custos de construção orçaram os cinco milhões de euros, recai sobre um camarote reversível que pode ser utilizado para espectáculos privados ou, em alternativa, abrir-se para a parte principal do teatro. A vista deslumbrante da baía de Guanabara, através de uma parede de vidro, é outro dos atractivos de um projecto em que não faltam outros elementos típicos na obra do autor, como os espelhos de água, as rampas e as escadas em espiral.

Com a inauguração do teatro municipal, baptizado com o nome do arquitecto natural do Rio de Janeiro, o município de Niterói enriqueceu ainda mais o designado "Caminho Niemeyer", um conjunto de prédios e praças na orla marítima criados pelo homem que ajudou a criar de raiz, na década de 50, a nova capital do Brasil.

O imenso prestígio acumulado ao longo do derradeiro meio século - é o cidadão brasileiro mais premiado em todo o mundo - não impediu que Niemeyer enfrentasse vários problemas para concretizar o projecto. A falta de recursos fez com que, só ao cabo de oito anos, o edifício ficasse concluído, sofrendo inúmeras alterações face ao projecto inicial, devido a questões económicas.

Mais centrada no Brasil - só nos últimos meses inaugurou o maior centro cultural, com a projecção de um museu e de uma biblioteca na Esplanada dos Ministérios, em Brasília -, a actividade de Oscar Niemeyer tem-se estendido igualmente por outros continentes. Já este ano, deverá inaugurar um balneário em Potsdam, na Alemanha.

Não é só no plano profissional que Niemeyer apresenta uma longevidade impressionante. Em Novembro do ano passado, surpreendeu os familiares e amigos mais íntimos, ao anunciar o casamento com a sua secretária de longa data, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos.


Embora tenha anunciado o desejo de deixar passar em claro o seu centenário - "não vou celebrar, vou esconder-me", disse ao jornal "Estado de São Paulo" -, Niemeyer não deverá ver a sua vontade ser respeitada. Em Niterói, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói vai mostrar fotografias e gravuras inéditas do arquitecto, enquanto que a companhia local de ballet prepara um programa especial no Teatro Popular. O ponto alto deverá ser, contudo, a inauguração da Fundação Oscar Niemeyer, mesmo ao lado do Memorial Roberto Silveira, também criado pelo próprio.

Fonte: Jornal de Notícias

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