JVS Posted August 29, 2006 Report Posted August 29, 2006 "Há bairros que ficam sem transportes" Diana Barros A supressão de duas carreiras no âmbito do plano de reestruturação da Carris está a gerar grande contestação: são elas a 33, que faz o percurso do Campo dos Mártires da Pátria até ao Cemitério de Benfica, e a 114, que liga o Sul do Parque das Nações à zona norte do mesmo. Os utilizadores destes autocarros estão inconformados com a medida. As queixas multiplicam-se e vão desde a falta de informação à indignação pelo fim dos serviços em zonas bastante populosas, com necessidades acrescidas de transportes públicos, que ficarão significativamente comprometidas em termos de acessibilidade. Isabel Martins está desolada com a decisão da Carris de suprimir a carreira 33 e alterar o percurso da 67. "É uma carreira com um índice de ocupação muito elevado, que serve várias escolas e hospitais, além dos estádios do Sporting e do Benfica." A engenheira reformada diz que "Benfica perde a ligação directa por autocarro com Alvalade e o Areeiro, onde ficam os serviços da Segurança Social", e sublinha que aumentarão os transbordos com tempos de espera, no mínimo, de 15 minutos. O Metropolitano no Colégio Militar, considera, não é alternativa, já que de Benfica para Alvalade é necessário um transbordo com um tempo de percurso de 45 minutos. A gerar alguma contestação está também a prevista alteração da carreira 59, que faz a ligação entre os Restauradores e a Belavista, e que passará a fazer o percurso dos Restauradores até aos Olivais (Norte), deixando de efectuar paragem na Belavista. Manuel Marçal, residente na zona, considera incompreensível a alteração. "Há bairros aqui que vão ficar sem transporte. Muitas pessoas vão ser afectadas", afirma. A Carris já adiantou que vai proceder à distribuição de folhetos informativos sobre o funcionamento de cada uma das carreiras sujeitas a alterações. E vai disponibilizar informação na Internet e criar uma linha telefónica dedicada à Rede 7, a funcionar no número 808 201 777. FONTE: dn Quote
JVS Posted August 29, 2006 Author Report Posted August 29, 2006 Carris altera 36 carreiras a partir de Setembro Kátia Catulo A partir de Setembro, 36 carreiras da Carris vão ser alteradas. Os transportes passarão ter outros números e novos horários, os percursos serão reduzidos ou prolongados e haverá até autocarros que deixarão de circular (ver tabela). Trata-se da primeira fase da restruturação da rede da empresa pública, que só ficará concluída em 2010. Denominada "Rede 7", a remodelação afectará 40% da frota da Carris, seja na sua frequência, no serviço nocturno, ou no funcionamento aos feriados e fins-de-semana. Será criada uma carreira nova (n.º 773) que fará o percurso entre Rato e Alcântara mas, em contrapartida, oito autocarros serão suprimidos. Por outro lado, há mais carreiras a estender o serviço nocturno. É o caso do autocarro n.º 701 (actual n.º 1) que, durante a semana, terminará à 1.00 em vez de 20.40. A carreira n.º 708 (actual n.º 8) passará a funcionar até à 0.30 e a n.º 31 estende-se até à uma da madrugada. O mesmo se passa com a n.º 49 que, em vez de acabar às 20.40, prolonga-se por mais 35 minutos e o n.º 768 (actual n.º 68), que estende o seu horário por mais meia hora. Por fim, o autocarro n.º 793 (actual n.º 103) passa a funcionar até à 0.30, quando antes terminava às 21.30. Em contrapartida, os horários das carreiras n.º 39 e n.º 10 serão encurtados, este último deixará de funcionar aos feriados e fim-de-semana, acontecendo o mesmo com o n.º 765 (actual n.º 65). A frequência dos autocarros também sofre modificações mas, segundo a Carris, o tempo médio de espera será mais reduzido, passando de 12 para oito minutos. Projecto reprovado As alterações na rede de transportes da Carris serão oficialmente apresentadas em Agosto, mas tanto os autarcas das juntas de freguesia como os vereadores da Câmara de Lisboa já reprovaram o projecto. A principal crítica passa pelo facto de a empresa ter fornecido informação insuficiente, inviabilizando a avaliação do plano no seu todo. "O projecto está baseado em dois estudos que desconhecemos e há inúmeras mudanças que necessitam de mais esclarecimentos", censura António Dias Baptista, vereador do PS da Câmara Municipal. Para o autarca, a nova rede ainda não cobre as zonas periféricas como Charneca, Ameixoeira ou Ajuda. Opinião semelhante tem Pedro Soares, do Bloco de Esquerda, que lamenta ainda o facto de a Carris não ter envolvido a autarquia na remodelação da rede: "Um plano desta natureza necessita sempre de parcerias com outras empresas de transportes, além de ser essencial trabalhar em sintonia com a Câmara de Lisboa." Não é possível, alerta o autarca, conceber uma "melhoria global" da rede ao acabar com oito carreiras, reduzir o percurso de seis autocarros, eliminar o serviço nocturno e o funcionamento aos fins-de-semana e feriados em duas carreiras. "A proposta da Carris é mais um incentivo ao uso do carro e, por isso, exige-se que o Governo rejeite em definitivo este plano", concluiu. Pensar mais no plano económico e menos nas pessoas é a principal falha da restruturação de transportes da Carris, defende Hugo Pereira, presidente da Junta do Beato. "A Rede 7 não tem em conta as necessidades dos utentes. No Beato, por exemplo, continuamos sem nenhuma carreira que faça a ligação entre a zona baixa e alta da freguesia", lamenta. Significa isto que, quem vive na Picheleira tem de apanhar, pelo menos dois transportes para chegar a Xabregas. "Não temos igualmente transportes directos entre o Bairro Madre Deus e o centro de saúde, na Avenida Afonso III", conta Hugo Filipe, avisando que mais de 30% dos habitantes na freguesia são idosos. Descontente está também Joaquim Granadeiro, presidente da Junta da Ajuda, que com a reformulação da Carris, deixará de ter o autocarro n.º 14 a servir a freguesia: "É suposto a carreira 29 suprimir esta falha passando pela Calçada da Ajuda." Ao fazer essa alteração, porém, deixa de servir a Calçada do Galvão, alerta o autarca. De fora desta mudança ficou a Rua do Cruzeiro, que não será servida por transportes públicos: "É uma artéria enorme onde a maioria da população é idosa", critica, acrescentando que a própria Carris já reconheceu a necessidade de introduzir miniautocarros naquela zona. Belarmino Silva, autarca de Marvila, lamenta que a carreira 39 não seja alargada até à Estação de Santa Apolónia: "É uma velha reivindicação que tinha esperança que fosse agora atendida. A zona velha da freguesia continua também sem transportes", denuncia o presidente de junta, alertando para o facto de o interior da maioria das freguesias de Lisboa permanecer esquecido pela Carris. in http://dn.sapo.pt/2006/07/21/cidades/carris_altera_carreiras_a_partir_set.html Quote
JVS Posted August 29, 2006 Author Report Posted August 29, 2006 Carris vai alterar 40% da rede de transportesKátia Catulo e Filipe Morais Quarenta por cento das carreiras da Carris vão ser restruturadas em meados de Setembro. O novo plano da empresa de transportes públicos designado Rede 7 prevê no total 40 alterações, entre as quais a supressão de oito carreiras. Os autocarros números 33, 43, 85, 105, 113 ou 115 (ver caixa) são alguns dos veículos que deixarão de circular na cidade de Lisboa, segundo apurou o DN. Luís Vale, secretário-geral da Carris esclarece, porém, que todos estes transportes serão compensados através do prolongamento de outras carreiras. A reorganização da rede será apresentada publicamente em Agosto, mas tanto o executivo como a oposição da Câmara Municipal de Lisboa já se manifestaram contra o projecto, aprovando ontem por una- nimidade um parecer não vinculativo desfavorável ao projecto da Carris. Informação insuficiente e o facto de a nova rede se articular com projectos que só estarão concluídos no prazo de quatro anos são os principais argumentos para os autarcas rejeitarem a proposta da empresa. O prolongamento da Linha Azul do Metro até Santa Apolónia e da Linha Vermelha até Campolide e Aeroporto da Portela, a normalização do serviço fluvial no Cais do Sodré e Terreiro do Paço e a reabertura do túnel ferroviário do Rossio são os cenários que sustentam a remodelação da rede de transportes públicos e que a câmara considera não poderem fazer parte do plano da Carris, uma vez que só serão concretizados em 2010. Três etapas até 2010 Luís Vale, por seu turno, explica que as alterações serão feitas gradualmente e à medida que as infra- -estruturas vão sendo construídas: "O plano está organizado em três fases, considerando as necessidades dos utentes a curto, médio e longo prazo". Significa isto que, em Setembro, arranca a primeira etapa da reestruturação, que terá em conta as novas estações do Metropolitano: "O objectivo passa por servir os novos bairros residenciais como a Alta de Lisboa ou a zona oriental e abranger outras centralidades de trabalho como Miraflores, em Oeiras, a Quinta de Barros, em São Domingos de Benfica ou o Parque Europa no Lumiar" O secretário-geral da Carris garante que nem os meios humanos nem a frota da empresa irão sofrer alterações. "A reorganização é feita com os mesmos recursos, mas usados de forma mais rentável", garantiu, acrescentando que o tempo médio de espera por um autocarro ficará reduzido de 12 para oito minutos. De acordo com o responsável, não haverá alterações na rede da madrugada (das zero horas às 05.00) e o serviço nocturno sofrerá um "aumento global" (21.30 às 00.30). Das 40 carreiras que, em Setembro, vão sofrer mudanças, 28 serão "estruturalmente renovadas" e as restantes alvo de "pequenos reajustamentos", assegurou Luís Vale. "A reorganização dos transportes públicos na capital teve como base o estudo prévio de mobilidade elaborado pela câmara e apoiado pela Carris e Metropolitano", adiantou o secretário-geral da empresa estatal. Isso não invalida, no entanto, que a operadora rejeite as propostas de outras entidades. "Estamos sempre abertos a todas as ideias e soluções que tanto a autarquia como a Direcção-Geral de Viação queiram apresentar", rematou. Mas isso não basta para o presidente da Câmara Municipal, Carmona Rodrigues, que ontem lamentou o facto de a autarquia não estar representada na empresa pública, à semelhança do que acontece com o Metropolitano. Quote
JVS Posted September 10, 2006 Author Report Posted September 10, 2006 Milhares de utentes conhecem amanhã Rede 7 Mil e quinhentas em seis horas Filipe Feio e Paula Sanchez Amanhã, milhares de utentes vão enfrentar pela primeira vez as muitas alterações da renovada rede de transportes da Carris. Apesar de a Rede 7 já ter começado a circular na capital ontem, a primeira grande prova de fogo do novo sistema acontecerá somente na segunda-feira. O presidente do Conselho de Administração da Carris, José Silva Rodrigues, que falou anteontem aos jornalistas, no Rossio, garantiu que "Lisboa vai ficar mais bem servida". Mas as mudanças na numeração, as alterações aos percurso, a extinção de oito carreiras, a criação do cartão SeteColinas e a troca dos bilhetes pré-comprados conhecem o seu verdadeiro teste amanhã. O DN acompanhou, na noite de sexta para sábado, uma das equipas que ultimou os preparativos antes do arranque da Rede 7. São onze e meia da noite e no walkie-talkie de Cláudia Carvalho surge mais um pedido de ajuda. A jovem apoia e coordena cinco das cinquenta equipas de duas pessoas que procedem à troca das placas antigas que se encontram nas paragens da Carris, em Lisboa. Substituem-nas pelas novas, que indicam o número das carreiras que a partir de amanhã por ali vão começar a passar. Tem de estar alerta até às cinco da manhã. É nessa altura que se espera que termine a tarefa, antes do início de circulação da nova Rede 7. A equipa de Vasco necessita de auxílio. Tal como Cláudia, faz parte dos 30 escuteiros do Cacém que integram o grupo de cem pessoas que esta noite percorre as ruas da cidade em viaturas "ao serviço da Carris". Há também escuteiros de Alfragide, Brandoa, Rio de Mouro e outros. Armando Salvado, da LMP Comunicação, que coordena a operação, explica que as mais-valias destes jovens determinaram a escolha. "Têm bom sentido de orientação e espírito de equipa, por exemplo", explica o responsável da empresa de comunicação contratada pela transportadora. Por isso espera-se que façam um bom trabalho. Uma das antigas placas parece não querer largar a paragem da Igreja de S. Sebastião, na Avenida António Augusto de Aguiar. Um velho parafuso impede firmemente a mudança. Vasco diz que necessita de mais uma chave 14, e que o kit fornecido só traz uma. Esqueceu-se do colete no banco do carro, estacionado em frente. A coordenadora insiste para que o use: "São as indicações que temos, e é preciso respeitá-las." Incapaz de resolver o problema, Cláudia promete voltar a entrar em contacto, antes de seguir viagem. As solicitações pelo walkie-talkie sucedem-se. As equipas da sua zona, uma das cinquenta predefinidas, pedem auxílio. "Não tenho gasolina", desespera um sem informação acerca do tipo de combustível a usar. "Precisamos de uma caneta", pede outro, cansado de riscar com a unha. "Qual das placas se troca?", questiona alguém, baralhado. "O mapa está tão mal feito", indignam-se perdidos. Na pior das hipóteses, Cláudia pode sempre contactar a "base". Mas, tranquilamente, vai transmitindo calma através do rádio, enquanto os acode a todos. A educadora de infância de 26 anos diz que foram escolhidos pelo facto de serem voluntariosos e responsáveis: "O escuta é leal, talvez seja por isso." A realização de trabalhos deste tipo tem um objectivo. O Grupo de Escuteiros do Cacém quer participar num acampamento mundial em Londres, em Agosto do próximo ano. Para isso é preciso angariar fundos. Não sabe quanto ganham com a troca, mas "os responsáveis trataram dessa parte". Só tem que garantir que tudo corra bem. Cláudia ajeita o cabelo por debaixo do boné Rede 7 amarelo, numa paragem da Avenida da Liberdade. É aí que pára para recuperar forças e para jantar. Não pode perder tempo. Já passa da uma da manhã e, dentro de poucas horas, as 1500 placas têm de estar colocadas. E vão estar, claro. "Palavra de escuta." Quote
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