JVS Posted July 2, 2010 Report Posted July 2, 2010 RIBEIRA DAS NAUS A Frente Tejo,S.A. convidou dois dos melhores ateliers de arquitectura paisagista para elaborarem, em consórcio, o projecto de requalificação da Ribeira das Naus. A equipa PROAP, liderada pelo Arq. Paisagista João Nunes e a GLOBAL, liderada pelo Arq. Paisagista João Gomes da Silva associaram-se à Consulmar, tendo esta empresa a responsabilidade de elaborar os estudos e projectos relacionados com o avanço das margens do rio. No dia 29 de Julho a Frente Tejo, acompanhada pelos projectistas da PROAP e da GLOBAL, apresentou na reunião do executivo da Câmara de Lisboa o estudo prévio para a Ribeira das Naus. Este estudo foi disponibilizado no mesmo dia a todas as forças políticas representadas no executivo camarário e aos órgãos de comunicação social presentes na reunião. História, cultura e lazer O Estudo Prévio para a Ribeira das Naus tenta cristalizar numa solução contemporânea de espaço público os elementos estruturais mais relevantes da História deste lugar. Dessa síntese, resultam como elementos fundamentais da proposta a revelação de estruturas enterradas, a recuperação da geometria da antiga linha de costa e sua integração no desenho, a reinvenção de elementos funcionais associados ao trabalho de estaleiro (rampas, pontões). Esta atitude de revelação culmina no topo Poente com a possibilidade de utilizar a arqueologia e os trabalhos de escavação na zona do antigo Palácio Corte Real como elementos integrantes do desenho e como função dos novos espaços verdes criados. Em síntese, o projecto aponta como elementos essenciais de revelação histórica as seguintes acções: • Desaterro da antiga Doca da Marinha (caldeira) e da Doca Seca com a revelação das estruturas pré-existentes de contenção das mesmas, as quais poderão ser completadas e/ou reforçadas caso se verifique estarem danificadas ou incompletas; • Recuperação da geometria da antiga Ribeira das Naus como limite de transição entre o pavimento em pedra de calcário e o pavimento em basalto; Construção de dois planos inclinados relvados à imagem das antigas rampas varadouro de lançamento de navios; • Existência de uma zona de jardim compatível com a possível integração de trabalhos de escavação arqueológica (zona do antigo palácio Corte Real), permitindo a criação de uma escavação visitável por parte dos utilizadores do jardim e assim uma mais-valia cultural e pedagógica da fruição do espaço; • Reconfiguração da linha de costa; A condição de limite físico da cidade no seu contacto com o rio, confere a esta zona e a outras congéneres, um carácter volúvel, materializado pelo avanço de um sobre o outro. Esta dinâmica vem conformando a linha de costa ao longo da história de Lisboa. A presente proposta afirma-se positivamente sobre a natureza e geometria do limite da cidade propondo o seu avanço face ao limite actual, reconquistando-se a continuidade das direcções e alinhamentos das áreas contíguas, ganhando espaço público de grande proximidade com o rio e regrando as relações formais entre os vários vazios em presença (praças, ruas); • Definição clara da geometria do limite das várias plataformas niveladas no troço Cais do Sodré/ Praça do Comércio, com a afirmação de um alinhamento único e contínuo ao longo de todas estas zonas coincidente com a crista do plano inclinado; • Criação de dois pontões de remate nos extremos ajudando a conter a plataforma inclinada de avanço sobre o rio e reforçando a ideia desta funcionar como uma peça encaixada; • Criação de espaço público. A reinvenção da Ribeira das Naus enquanto espaço público resulta naturalmente da eliminação da barreira física de limite das instalações da Marinha e da relocalização do eixo viário para sul, acompanhando a linha de costa. Na proposta apresentada, o sentido de fruição do espaço estende-se a praticamente toda a área de intervenção, com diferentes características e aspectos diferenciadores: • A zona de circulação junto aos edifícios, que apesar de sujeita a alguns condicionamentos, surge como uma plataforma pétrea de continuidade entre o edificado e o restante espaço; • As zonas de jardim que assumem o carácter de áreas de relvado com maciços arbóreos e que permitem uma circulação livre e não condicionada. • A plataforma de transição rio/cidade com o basalto negro, onde a circulação de viaturas se confina ao estritamente necessário e a não existência de desníveis convida ao atravessamento; • A aproximação ao rio protagonizada por um plano inclinado, onde a circulação longitudinal no coroamento da peça é complementada pelo alinhamento de árvores (conforto) e declive suave da rampa convidam à estadia e contemplação do rio. Espaço de ligação A posição do espaço da Ribeira das Naus no contexto urbano da cidade de Lisboa é ela própria definidora de uma condição de espaço/junta entre uma praça monumental (Praça do Comércio) e o conjunto Praça Duque da Terceira / Jardim Roque Gameiro. Este carácter foi reconhecido nas várias opções que reforçam este espaço como espaço de ligação. A proposta reafirma como pressuposto a utilização pelo público da passagem existente através do edifício no topo norte da área de intervenção, o que permitirá a comunicação com a Praça do Município e Rua do Arsenal e daí com a Baixa Pombalina e com a zona do Chiado; Possibilita-se com a reinterpretação da antiga linha de contorno dos pontões, a criação de percursos de atravessamento transversal que colocam em ligação a praça de armas interior com o percurso marginal em basalto; Estabelece-se uma continuidade no alinhamento e geometria do percurso pedonal e ciclável marginal proveniente quer do Cais do Sodré, através dos edifícios das Agências, quer da Praça do Comércio, coincidindo o seu limite sul com a linha de coroamento do grande plano inclinado de aproximação ao rio; Reforça-se no limite poente a relação entre a cidade e o rio, através da criação de um pontão de remate no enfiamento do eixo do Largo do Corpo Santo e a criação de uma alameda arborizada no contacto com o edifício mais a nascente das Agências; Garante-se a ligação automóvel e pedonal entre a Ribeira Das Naus e o topo poente da Praça do Comércio através de uma ponte/passadiço, assente sobre um açude de contenção da revelada Doca da Marinha. Este elemento que garante a ligação vital entre a Praça monumental e o espaço multifacetado da Ribeira reinventada terá uma singularidade acrescida pela leveza da sua estrutura e pela nobreza dos materiais e qualidade construtiva. Qualidade do espaço Tendo como ponto de partida a ambiguidade espacial dos vários espaços da actual Ribeira das Naus, pretendeu-se com a reinterpretação da condição urbana deste lugar, conquistar para a cidade áreas de qualidade superior no que à fruição do espaço público diz respeito. Foi possível ao projecto, na concretização do conceito, definir espaços tipologicamente diversos e complementares, que garantem uma multiplicidade de valências e funções, enriquecendo ainda mais através da diversidade, um espaço à partida único na cidade, quer pela História que representa quer pelas características naturais. A procura dessa qualidade espacial foi conduzida no sentido de um maior conforto ambiental e da potenciação das qualidades cénicas do espaço: • Criando zonas de jardim de escala considerável e zonas de estadia generosas e de relação directa com o rio; • No cuidado na escolha dos materiais de revestimento (calcário, basalto), na mobilidade e conforto de acesso em todas as zonas do projecto e na segurança da utilização dos espaços (relação peões/automóveis); • Na reintrodução do elemento água na composição do espaço com a revelação da Doca da Marinha e suas estruturas de contenção, criando um efeito de espelho de grande escala revelador da beleza cénica do reflexo das fachadas. Segurança Militar A eliminação de limites físicos e a nova configuração do espaço traz consigo novas formas de garantir as questões relativas à segurança das instalações militares e descontinuar a proporcionar espaços de representação institucional. O desenho e a organização do espaço encontrados permitem, de forma bastante simples, criar zonas de acesso e circulação condicionados, ou mesmo, em situações de excepção, impedir a entrada do público na plataforma mais próxima dos edifícios: • A nova praça de armas, localizada na zona onde actualmente se encontram respiradouros do Metropolitano, terá uma área aproximada de 2000 m2 e permitirá concentrar todas as funções de representação a que o espaço exterior do edifício tenha de dar resposta; • O desaterro da antiga Doca da Marinha (Caldeira) actuará como uma barreira acrescida de segurança. O percurso em volta deste plano de água poderá ser condicionado em termos de acesso total ou parcial; • A existência dos dois grandes planos inclinados relvados no centro da área de intervenção recuperando a geometria e o conceito dos antigos vazadouros, cria uma tectónica do pavimento que garante o isolamento (pela diferença de cotas) das zonas próximas ao edifícios e afectos à função militar; • A barreira da doca seca redescoberta é aproveitada e maximizada constituindo factor acrescido de segurança e de controlo; • O desenho permite, através de elementos estruturais e pela forma como combina pré-existências com modelação das cotas do pavimento, garantir que em grande parte da linha de contacto com os edifícios seja fácil implementar medidas de segurança, quer passivas quer activas, que possam possibilitar estabelecer diferentes níveis de segurança. Fonte: http://www.cm-lisboa.pt/?idc=41&idi=43327 Quote
JVS Posted December 10, 2010 Author Report Posted December 10, 2010 Requalificação da Ribeira das Naus em Lisboa custa dez milhões 24.11.2010 - 14:04 Por Inês Boaventura (in Público) O projecto de requalificação do espaço público da Ribeira das Naus, em Lisboa, vai custar dez milhões de euros e segundo o presidente da sociedade Frente Tejo, Biencard Cruz, “demorará pelo menos um ano” a ser concretizado. Imagem virtual do projecto (DR) A obra, que pretende criar um novo espaço de usufruto público entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, envolve uma empreitada para o avanço da margem do Tejo e uma outra para a realização dos trabalhos em terra. De acordo com Biencard Cruz, o concurso público para a primeira deverá ser lançado “ainda este ano”. Nesta quarta-feira de manhã foi assinado um protocolo entre a Câmara de Lisboa, a Marinha e a Sociedade Frente Tejo, definindo os termos da intervenção de requalificação da Ribeira das Naus. Na ocasião o presidente da autarquia, António Costa, destacou que com o projecto para esta área a cidade vai ganhar não só um jardim, mas também um espaço que “permite revelar e trazer para os dias de hoje a história da cidade”. Isto porque a intervenção projectada pelos arquitectos João Gomes da Silva e João Nunes contempla a criação de dois prismas relvados que evocam as rampas varadouro outrora utilizadas pelas embarcações e o desaterro da Doca da Caldeirinha. Esta estrutura encher-se-á de água e a ligação ao Terreiro do Paço será feita através de uma ponte. Já o chefe do Estado-Maior da Armada sublinhou que o protocolo hoje assinado resulta de “um encontro de vontades entre a autarquia, a junta de freguesia, o Estado e a Marinha”. Ainda assim o almirante Melo Gomes admitiu que “não foi fácil” conjugar “os interesses da segurança militar e da beleza arquitectónica”. Segundo o presidente da Frente Tejo, esta intervenção vai custar dez milhões de euros, dos quais 3,5 milhões vão ser financiados por fundos comunitários. Quanto ao valor restante, Biencard Cruz adiantou que “a grande maioria” será paga pela sociedade que representa, ficando uma pequena parcela a cargo da Câmara de Lisboa. in http://cidadanialx.b...as-naus-em.html Quote
JVS Posted August 27, 2012 Author Report Posted August 27, 2012 Problemas financeiros atrasam conclusão de jardim da Ribeira das Naus. Por Ana Henriques in Público July 28th, 2012, 09:05 AM Inauguração de obra emblemática da zona ribeirinha estava prometida para o início do ano que vem Anunciada para ficar pronta no início do ano que vem, uma das obras mais emblemáticas deste mandato da Câmara de Lisboa, a Ribeira das Naus, tem, afinal, a sua data de conclusão comprometida. Numa conferência de imprensa destinada a dar conta dos constrangimentos que vai sofrer a circulação rodoviária na zona durante o mês de Agosto (ver caixa), o vereador da Mobilidade da autarquia, Nunes da Silva, fez uma breve alusão ao problema: "Na actual situação de crise financeira estamos a estudar como fazer algum faseamento do projecto para o encaixar nas disponibilidades financeiras a que a lei obriga". O vereador recordou que a lei não permite aos municípios contraírem empréstimos quando o seu nível de endividamento é superior a metade das receitas previstas para os três meses seguintes. "Ora a Câmara de Lisboa teve uma queda de receitas superior à do Governo", explicou Nunes da Silva, apontando a falência de muitas empresas que pagavam taxas à autarquia. Por outro lado, adiantou, a Câmara de Lisboa ficou encarregue dos projectos cujo desenvolvimento pertencia à extinta sociedade Frente Tejo, de capitais exclusivamente públicos, mas não recebeu o correspondente orçamento para os concluir. "Esqueceram-se de o transferir", ironizou, "e esse dinheiro pura e simplesmente não foi entregue. As responsabilidades passaram para a câmara, mas não as verbas para a execução" das obras. Seja como for, a empreitada "vai de certeza estar concluída durante 2013", uma vez que a câmara acabou de aprovar o concurso para a segunda fase da obra, cujo prazo de execução está estimado 240 a 270 dias, estima o mesmo responsável. O site oficial da autarquia ainda refere no entanto o início de 2013 como altura em que a Ribeira das Naus ganhará "uma nova cara". Nunes da Silva diz que o mais provável é que tudo esteja pronto dentro de um ano, no Verão de 2013. Ou seja, antes das eleições autárquicas. A transmissão das responsabilidades de requalificação da frente ribeirinha passaram da sociedade Frente Tejo para o município a 2 de Dezembro. "A extinção foi feita do dia para a noite. O presidente da câmara, António Costa, soube dela por telefone uma hora antes do seu anúncio público", revelou ontem o vereador da Mobilidade. O projecto de requalificação da Ribeira das Naus inclui a criação de espaços verdes, um espelho de água e uma pequena rampa de acesso ao rio, bem como um avanço da margem para dentro de água. Parte do jardim será feito dentro do recinto da Marinha, que deita abaixo os seus muros e abre ao público a área descoberta junto ao rio Tejo que há muito usa como parque de estacionamento. Da autoria dos arquitectos paisagistas João Gomes da Silva e João Nunes, o projecto obriga ao reperfilamento da avenida com o mesmo nome e representa gastos de 10 milhões de euros, 6,5 milhões dos quais vindos do Quadro Comunitário de Apoio. O restante investimento pertence à autarquia. O silo automóvel que havia sido anunciado para substituir um estacionamento enterrado, considerado demasiado dispendioso, não vai afinal avançar devido à contestação que gerou, declarou Nunes da Silva: "Contra a minha opinião, os outros vereadores assim decidiram". O Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico, cujo parecer é vinculativo, chumbou o projecto. http://www.skyscrape...t=618102&page=5 Trânsito alterado junto à Ribeira das Naus até final de Agosto Por Agência Lusa, publicado em 27 Jul 2012 - 18:09 A circulação automóvel será proibida entre as 21:00 de segunda-feira e o final de agosto, na Ribeira das Naus, em Lisboa, devido a obras de repavimentação, anunciou hoje a Câmara Municipal de Lisboa. Em conferência de imprensa, o vereador da mobilidade, Nunes da Silva, indicou que o desvio do trânsito será a partir do Campo das Cebolas e inclui a rua do Arsenal e a rua do Comércio, com a abertura à circulação da Praça do Município. O autarca justificou a intervenção com o “péssimo estado” do pavimento, devido à chuva que impediu que assentasse, e pela aceleração das obras devido à visita do papa Bento XVI. Face à deformação do piso, a Câmara de Lisboa acionou a garantia da obra e o empreiteiro vai refazer a obra, sem custos para a autarquia, explicou Nunes da Silva. A escolha da data também se deveu ao menor tráfego na zona. Porém, havendo tráfego “ainda significativo” numa rua mais estreita, o vereador referiu que esta é uma opção de “recurso” para “deslocações de proximidade” e não uma alternativa. Nunes da Silva frisou que as intervenções neste local pertenciam à Frente Tejo, entretanto extinta. “As responsabilidades passaram para a Câmara Municipal de Lisboa, mas não o dinheiro para a execução” das obras, disse. Sobre as obras previstas para a frente ribeirinha, o vereador precisou que até ao final do ano devem ser apreciados os projetos para a zona do Cais do Sodré e previu que as obras possam começar em 2013. Para Santa Apolónia, Nunes da Silva lembrou que a intervenção está dependente do novo terminal de cruzeiros. http://www.ionline.p....s-final-agosto Quote
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