Tecido urbano de Coimbra

[m a r g a r i d a]

Exposição dá pistas para o futuro tecido urbano de Coimbra







Departamento de Arquitectura da UC “quer participar na onda de transformação que
está a adivinhar-se” e avançou com dezenas de propostas para as tutelas analisarem
A cidade de Coimbra vai sofrer, nos próximos anos, mudanças urbanas significativas, no contexto da descentralização de várias estruturas da Universidade de Coimbra (UC) na zona da Alta e da candidatura a Património da Humanidade. E o Departamento de Arquitectura da UC não quer ficar de fora desta «onda de transformação».

«Criou-se uma oportunidade fantástica que não havia em Coimbra. Podemos agora transformar o património em algo vivo, activo e contemporâneo», explicou Nuno Grande, um dos organizadores da exposição “Visões urbanas para a alta de Coimbra”, que ontem foi inaugurada no Museu Machado de Castro.

As propostas elaboradas por alunos finalistas da disciplina de Projecto V do curso de mestrado integrado do Departamento de Arquitectura ganham vida através de maquetas e de tecnologia multimédia, incidindo em três áreas cruciais: A Alta universitária, os jardins urbanos e a acrópole da penitenciária.

Algumas ideias passam por transformar o Colégio de São Jerónimo, o Colégio de São Bento e o Hospital Militar em pousadas, criando ao mesmo tempo museus, habitação, hotelaria, serviços, comércio e estacionamento na zona da Alta universitária, partindo do património legado, sobretudo pelo Estado Novo.

No reenquadramento dos jardins urbanos, as propostas passam por clarificar as ligações pedonais através de “subidas urbanas” até à Alta universitária, por escada, elevador ou funicular, passadiços, varandas e miradouros.

O tema da acrópole da penitenciária merece a especial atenção de Nuno Grande. «A transformação urbana dos espaços da Penitenciária de Coimbra e do Quartel de Santana é vital. Sugerimos que aí exista um pólo cultural, de ensino e de residência artística, que envolva a própria Universidade de Coimbra», afirmou o docente.

Centro de exposições, mediatecas, auditórios, um centro de arte contemporânea, workshops, valências para o teatro experimental e um espaço para as reservas dos museus são algumas das propostas concretas para a acrópole da penitenciária.

Para além de Nuno Grande, a exposição foi coordenada pelos docentes Rui Lobo e João Paulo Cardielos. Participaram com projectos cerca de quarenta alunos finalistas.

A exposição vai ser valorizada com um ciclo de debates sobre arquitectura e urbanismo, que ganha vida todas as quintas-feiras, às 18h00, na cafetaria do Museu Machado de Castro.
“Toda a gente teme que caiam
do céu projectos do Estado”
Os estudantes e docentes que deram vida à exposição “Visões urbanas” estão preocupados com as futuras decisões que os actores políticos possam tomar a nível de transformação do tecido urbano de Coimbra.

«Toda a gente teme que caiam do céu projectos do Estado central, que não agradem. Porque é que o município não há-de ter ideias para propor?», afirmou Nuno Grande, esperando que a Câmara Municipal de Coimbra dê atenção aos projectos elaborados pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

«Estes trabalhos lançam também um desafio, que é juntar na mesma mesa o Estado central, a autarquia e a Universidade de Coimbra para discutirem o futuro urbanístico da cidade. Se conseguirmos isto será fácil também envolver o mercado privado», acrescentou o docente.

«Se agirmos bem, de repente a Alta pode ser dos conimbricenses, não só dos doutores, e ao mesmo tempo estamos a oferecer aos turistas novos equipamentos», concluiu Nuno Grande.

[Sá.Hélio]

Boas, Estou a desenvolver um trabalho de final de curso para a zona da penitenciária. Alguem consegue partilhar os projectos que foram expostos? Alguem consegue arranjar os alçados do edificio central da penitenciária? Se preferirem podem falar por PM. Agradecia imenso. Obrigado