JVS Posted September 20, 2006 Report Posted September 20, 2006 Quanto custa à Parque Expo a manutenção do Parque das Nações (PN)?A gestão urbana (limpeza, manutenção dos espaços verdes, tratamento de resíduos, semaforização) custa cerca de sete milhões de euros por ano repercutidos nos terrenos de Lisboa (quatro quintos) e Loures. A infra-estruturação dos terrenos que ainda estão para vender, nas zonas periféricas do PN, custa todos os anos quatro a cinco milhões de euros à Parque Expo. E quanto é que a PE obtém de receitas dessa gestão urbana? A receita da PE, que provém da concessão de alguns espaços públicos, é simbólica, porque todas as taxas são cobradas pelos municípios. É um caso único em Portugal, em matéria de gestão urbana quem presta o serviço não é quem cobra os proveitos, que vão para as câmaras municipais. A PE, é certo, será ressarcida, mas seria normal que tivesse uma parte das taxas.A transferência para Loures está mais atrasada. Porquê? Loures tem mais dificuldades financeiras e propôs um modelo diferente de ressarcimento que passava por criar uma sociedade bilateral com maioria de capital do município. Essa sociedade assumiria as dívidas da câmara à PE, faria a gestão urbana do PN norte e assumiria operações de requalificação urbana em áreas de degradadas de Loures. Seria essa sociedade a gerar fundos para pagar à PE.Uma sociedade de reabilitação urbana? Poderia vir a ser uma SRU, mas o que estava definido era uma sociedade de gestão urbana bipartida, herdando a filosofia da sociedade tripartida, inicialmente pensada, que não chegou a avançar porque Lisboa não esteve interessada. O que atrasou as negociações...? A PE estava receptiva à solução bipartida, mas achamos que deveríamos acabar primeiro as negociações com Lisboa. Com Loures, o modelo é mais complicado de montar. Houve preferência em fechar com Lisboa porque permitiria reduzir muito o passivo e resolver o problema com os cerca de 40 trabalhadores que asseguram o controlo dos acessos aos recinto do PN. Quanto é que Loures terá de pagar? Cerca de 37, 38 milhões de euros.A requalificação urbana em Loures seria uma boa oportunidade para a PE? Pode ser interessante e uma oportunidade para a PE fazer outros negócios na sua área de core business.Havia outros projectos em carteira? Havia a ideia da cidade administrativa, que consistia em retirar ministérios do Terreiro do Paço e relocalizá-los em Belém. Ajuda e Chelas. Aqui, o projecto seria realizado pela PE, sendo que não se limitaria à transferência dos ministérios, mas seria uma oportunidade de fazer a requalificação urbana e social do vale de Chelas. A PE poderia fazer um trabalho excelente. Provavelmente, será feito por uma SRU de Lisboa ou pela EPUL.Há alguma mágoa... Eu gostava que a PE pudesse ter um grande projecto de renovação urbana de raiz pública, que substituísse os Polis. Gostava que fosse dada à PE a possibilidade de intervir num grande terreno público carecendo de requalificação.Com os terrenos usados no aumento de capital do Estado... Os terrenos a norte do Trancão seriam interessantíssimos e permitiriam prolongar o PN para norte. São terrenos da Galp e da Refer . Aposta no futuro da PE como agência de requalificação urbana? A PE deu lucros em 2001, 2002 e 2004, e penso que pode mantê-los em 2005 e 2006. Depois, e com a cessação da facturação dos Polis, que permitem um encaixe de 40 milhões de euros, e com o fim da venda dos lotes e edifícios, a PE terá de ter novos contratos e entrar em novos projectos. E quando falo a partir de 2007 significa que é necessário obter esses novos projectos já.Só isso garantirá a sua viabilidade? A marca PE é um activo importante, mas eu vejo em Portugal inexplicáveis reacções de inveja. No estrangeiro há grande admiração pelo que foi feito no PN, mas nós temos a tendência para subalternizar o que fizemos. Em certos países europeus a renovação urbana, implicando a requalificação das cidades e a reabilitação propriamente dita, atinge 50% da nova construção. E em Portugal esse numero é de 5,6%. Isso dá-nos a ideia do mercado a explorar.E há dinheiro para isso? A crise orçamental não tem criado o clima mais favorável a que as autarquias e o Estado avancem com operações desta natureza...A gestão do dinheiro das autarquias também não tem sido a melhor... Talvez, mas as autarquias também são colhidas pela crise. Ainda assim, entendo que deveriam lançar agora projectos de reabilitação urbana, já que se trata de acções a longo prazo que podem ser feitas em parceria com privados, pois há uma parte destas operações auto- -sustentável economicamente.Dividir o risco com privados? Sim. São projectos que se arrastam vários anos e a crise orçamental não se eternizará. IN http://dn.sapo.pt/2005/06/20/suplemento_negocios/a_gestao_urbana_parque_nacoes_custa_.html Quote
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