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DEBATE - Arquitectura, profissão para ricos?


galfarro

Curso de arquitectura - curso para ricos?  

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  1. 1. Curso de arquitectura - curso para ricos?

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galfarro Embora isto possa ser um tema, para mim neste momento o mais importante é reflectir sobre a seguinte questão: O curso de arquitectura é oficial e uma licenciatura em escolas públicas e privadas e são suportadas pelo orçamento de estado e como tal pagas por todos nós. Daí é preciso perguntar para que serve formar esses profissionais se o mercado não está regulamentado ou seja na medicina está convencionado que só pode ser exercida legalmente por médicos licenciados e a arquitectura? Então andamos a gastar dinheiro dos contribuintes para quê? se "qualquer um" pode fazer um projecto de arquitectura. revogação do 73/73 eternamente na gaveta.

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O País é uma ***** pá!

Fechem as escolas privadas... e tirem os títulos ao respectivos. É sempre a mesma Hipocrisia.

Depois veremos a quantidade de burros que ficarão a descoberto... nomeadamente na questão do acesso ao ensino privado.

Com médias a partir de 14 Valores na Universidade de Évora (Pública), ainda se debate a questão da média e aquela coisa de Arquitectura ser um curso para ricos.

Neste País quem quiser estudar é Doutor, quem não quer, que se ****... vá para mecânico, plantar batatas, abra um bar, caixa de supermercado... coisas simples, que não dão satisfação nenhuma, mas também não dão dores de cabeça!

Eu tive muitos patrões, que me diziam:

"O meu Pai é que me deu isto tudo!"


Portanto, tirem as vossas conclusões, um Arquitecto assalariado, não tem hipótese de singrar sozinho sem mais nem menos, construindo uma empresa, com Arquitectura de qualidade e relativo sucesso! Todos nos sabemos o quanto mal pagos somos.

Eu tenho colegas meus (hipocritamente falando), ditos das classes privilegiadas, com projectos aprovados em tempos recordes, são tipos destes, com os tais esquemas de desenrasco, que andam a passar por cima de toda a gente, estes corruptos de *****, são facilmente enquadráveis nas classes ditas à direita do rei, são sempre tipos que predicam a aparência acima de tudo.

Se não fosse por parecer bufo, daria vontade de delatar esta malta toda, não acham? Mas não, porque os Portugueses adoram estes idiotas de *****.

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Aliás, agir correctamente... porquê? Ser corrupto, parece ser qualitativo, apanágio de uma pessoa socialmente bem aceite. A malta das classes privilegiadas, geralmente, não tem consciência, aliás o dito cujo que está lá em cima, perdoa... portanto, porquê pensar no outro? O outro que se ****, o dinheiro corrompe e deus perdoa. Parece básico o meu pensamento, bem... é o pensamento de uma pessoa de direita. A malta de direita diz-se conservadora... nunca vi pessoas tão licenciosas.

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Eu tive muitos patrões, que me diziam:

"O meu Pai é que me deu isto tudo!"


Portanto, tirem as vossas conclusões, um Arquitecto assalariado, não tem hipótese de singrar sozinho sem mais nem menos, construindo uma empresa, com Arquitectura de qualidade e relativo sucesso!

:foto:Ora aqui está! Perfeito, é isto mesmo que eu queria dizer com tudo o que escrevi nos posts acima
.

...
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a malta da direita é conservadora não dos métodos.. mas da posição que ocupa na sociedade. Para manter essa posição fazem o que for preciso.

Ontem num filme que vi ouvi a melhor definição de business man de sempre:
alguém que é tudo o que é preciso ser naquele preciso momento

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Em jeito de conclusão:

Um jovem arquitecto em Portugal oriundo de famílias sem recursos se quiser ganhar algum dinheiro só emigrando. Portugal é um pais em que os empregados ganham m****, ou se é patrão ou mais vale emigrar. É o país que temos. Eu sei que não é só na arquitectura, mas talvez entre os arquitectos a situação esteja ainda mais agravada. Acho que somos 16500 arquitectos em Portugal. Acredito que 4000-5000 trabalham fora de Portugal.

isto é assim:
-quem é bom e está numa boa posição na vida não tem medo
-quem é mau e está numa boa posição na vida borra-se de medo e faz tudo o que for preciso para manter essa posição


(isto porque cada um no seu intimo sabe se é bom ou mau arquitecto)

Hoje em dia como disse o ARK quem quiser tira um curso superior (com maior ou menor dificuldade mas tira), as dificuldades vem depois. Um filho de operários tira o curso, e finalizado esse curso a vida de operário espera por ele: ou vida de operário de Autocad ou para muitos (menos esforçados, menos talentosos ou simplesmente mais idealistas) vida de operários do continente, Zara (para as raparigas bonitinhas) ou o desemprego prolongado.

Ja trabalhei em 6 ateliers. Nunca intimamente pensei: "este gajo é bom arquitecto, merece estar á frente do atelier. Acabo sempre por pensar: "F******, estou aqui a trabalhar para este totó, eu "trabalho para a bucha" e o gajo enriquece"

Uma vez um destes senhores disse-me exactamente isto:
tu não estás aqui para pensar
..eu estando 1 mes de terminar o estágio fiz que não percebi..

Já tive 6 patrões e nunca fui despedido. Sei muito bem o que é preciso para manter um emprego: ser dócil, fiel e não mostrar muita inteligência. Acho que agindo desta forma tens emprego vitalício. Mas passado algum tempo farto-me de obedecer a ignorantes e vou á minha vida. O que custa mais é muitos patroes pensarem que os empregados são burros :foto: e estão sempre a contar-lhes a história do burro e da cenoura.. haja paciência!

Por isso façam como eu: emigrem e deixem essa cambada toda a trabalhar sozinha.
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Parece-me que tenho que abrir o meu livro um pouco... Para começa devo dizer que venho de familias de classe baixa/média e nunca vi o que se chama o "berço de ouro". Em 94 saí do exercito onde estava contratado há 2 anos, para ir para a universidade, tinha eu 23 anos. Como os meus conhecimentos do mundo da arquitectura eram muito reduzidos, decidi que seria mais proveitoso estudar e ao mesmo tempo trabalhar na área. No periodo dos 5 anos do curso, passei por varios tipos de ateliers, desde arquitectura até gabinetes de engenharia. Só no ultimo ano do curso é que parei praticamente de trabalhar para me dedicar de corpo e alma ao curso. Com este percurso consegui pagar todas as minhas despesas, curso, borgas e afins. Acabado o curso, comecei a trabalhar em conjunto com um colega de curso. Posso dizer que tivemos um pouco de sorte, pois a construção estava em alta e tinhámos trabalho constante. Por razões de ordem pessoal tive de deixar a actividade por um certo tempo. Em 2004, fui convidado para trabalhar num atelier como colaborador. Com muito trabalho e dedicação rapidamente fiquei responsavel por uma secção de produção do gabinete e os projectos mais importantes passavam quase todos pelas minhas mãos. Por volta de 2006, comecei a ser solicitado e os trabalhos começaram a "cair". Nos finais de 2006 ´tive de tomar uma decisão, ou me dedicava unicamente ao gabinete e apresentava uma proposta de sociedade ou saia e arriscava. Pois, com a minha namorada gravida de 6 meses decidi arriscar. Posso dizer que em termos de volume de trabalho tive 36 processos entregues em 2007 e 68 em 2008. E neste momento, tenho um atelier com dois arquitectos colaboradores. Um deles é estagiario ( mas ganha como um arquitecto ). Eu entendo algumas criticas que possam fazer aos patroes, eu também passei por elas. Mas sempre tentei aprender com isso. E não é preciso saír de Portugal para ser bem sucedido. Em vez de perder tempo a criticar o meu patrao e chorar pelos cantos, tentei inovar, ganhar a minha cota de mercado, dar-me a conhecer e trabalhar que nem um doido. Quando leio que "esta profissão é para ricos" fico :foto: para não dizer *******. Parecem as comadres da aldeia a criticarem este e aquele e no entanto na casa delas é tudo igual. A arquitectura é tambem um mundo de oportunidades...sejam mais inteligentes e lutem pelos vosso sonhos.

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Parece-me que tenho que abrir o meu livro um pouco...

Para começa devo dizer que venho de familias de classe baixa/média e nunca vi o que se chama o "berço de ouro".

Em 94 saí do exercito onde estava contratado há 2 anos, para ir para a universidade, tinha eu 23 anos.


A arquitectura é tambem um mundo de oportunidades...sejam mais inteligentes e lutem pelos vosso sonhos.


Por acaso em 93 no R.I.T (Tomar) tive um alferes que se chamava Patricio aquando do meu serviço-militar-obrigatório...

Deve ser coincidência...??:foto:
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para ZGANDULO: estive sempre no Entroncamento :) é coincidencia para Gupyna: é apenas parte do percurso da minha vida...:foto: para ARK : Independentemente do tipo de arquitectura projectada, todo e qualquer arquitecto deve fazer o melhor possivel. Mesmo quando se trate da moradia rococó...devemos eliminar os excessos e torna-la o mais "limpinha" possível e sempre que possivel mostrar ao cliente que o facto de determinado elemento que ele tanto gosta naquela casa, não tem de necessáriamente ficar bem na dele, bem como eliminar qualquer possibilidade de virem a existir balaústros (por exemplo). E fique sabendo que até para fazer moradias "portugues suave" é preciso saber para não cometer erros que se vêem em todo lado...independentemente de quem projectou :s Se me orgulho do meu trabalho? não posso dizer que tenha feito obras dignas de revista...mas dentro das possibilidades e dentro daquilo que me foi possivel intervir tenho a consciencia de ter tentado fazer o melhor possivel. Tenho é orgulho de ter conseguido o que consegui até hoje...isso sim. E tenho a certeza que mais dia...menos dia irá aparecer um cliente que me irá dar liberdade para projectar , mas até lá vou fazendo o que me é possível. E será que existe algum arquitecto no mundo orguloso de todo o seu trabalho? Eu pelo menos, independentemente da qualidade arquitectonica sinto-me sempre insatisfeito. Mas uma coisa pde ter a certeza...prefiro 1000 vezes estar a trabalhar por minha conta e a fazer o que tenho vindo a fazer...do que criticar patroes...lamentar-me da minha falta de reconhecimento...do meu salario ...etc...

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Eu estou ainda esperando por aquela excepção, daquele exemplo, que confirme o não...

Até agora, nada!



Não me parece que são as excepções que confirmam o sim ou o não, porque pobres que se tornam "ricos" arquitectos existem, e ricos que se tornam "pobres" arquitectos também.

Todos concordamos que as posses tornam mais fácil a penetração no mercado, mas esta é uma realidade transversal em todos os sectores, daí que não encontre grande polémica neste assunto.
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Os Portugueses são muito fatalistas, aquelas frases célebres da "cepa torta nunca se endireita", "quem sai aos seus não degenera", "filho de peixe sabe nadar" e mais blás blás afins, encerram aquela coisa do triste fado, impreterível destino... são consensos. Ora, ora, vamos lá brindar a isto... Consensos e mais consensos pá! Detesto pessoas consensuais!

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POLÉMICA... Apôs anos e anos de civilização, ainda há pessoas que efectivamente acham que são superiores, eheehh, como se não fossem mais um produto das circunstancias e outras coisas. Todos merecem aquilo que conseguem mas penso que se deve sempre respeitar os outros independentemente das suas insuficiências e dificuldades. A verdadeira riqueza virá sempre do rico ser humano que conseguiremos ser nas nossas vidas, no balanço final quando partirmos esse será sempre o melhor objectivo penso eu.

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