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DEBATE - Arquitectura, profissão para ricos?


galfarro

Curso de arquitectura - curso para ricos?  

108 members have voted

  1. 1. Curso de arquitectura - curso para ricos?

    • Sim
      66
    • Nao
      43


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Mais uma vez levanto um debate polemico:
Curso de Arquitectura, curso para ricos?

Com o actual mercado da arquitectura, um licenciado em arquitectura de origens operarias tem boas probabilidades de ser mais que um simples operario num qualquer atelier nos primeiros anos de carreira?

ex:
um medico acaba o curso e mesmo tendo origens humildes nao tem qualquer dificuldade em se impor no mercado de trabalho. ha espaco para todos. Com poucos tempo de trabalho conseguira obter fundos para abrir um consultorio proprio e clientes com certeza nao faltarao. E na arquitectura? Um arquitecto de familias pobres tem hipoteses? Ou as chances aumentam exponencialmente se vier de classe social superior? A minha experiencia confirma a segunda possibilidade. (finalizei o curso a 5 anos. da minha geracao apenas arquitectos de classes altas se encontram a trabalhar independentemente, todos os outros sao meros assalariados). Mesmo arquitectos sem grande capacidade conseguem angariar trabalhos e enveredar por uma carreira independente dado a possuirem maior capital social. Familiares e amigos sao sempre os primeiros clientes. Os primeiros trabalhos da vida dum arquitecto sao casas unifamiliares como todos sabem.

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O título não tem a ver com o conteúdo. Quem lé o titulo fica com a ideia que "arquitectura" é uma licenciatura cara ou que só existe em privadas. Em relação ao assunto, um arquitecto que tem no seu círculo de conhecimentos/familiares ligações com promotores, empreiteiros, poder local, poder central etc... tem vantagens óbvias se as quiser e souber aproveitar. Para aqueles que a partida já têm muitas posses, podem desde logo abrir um gabinete e trabalhar mais por gosto do que por necessidade. Mas isto é mesmo assim. Sempre foi. São as regras do jogo. Nem todos são afortunados e quem não é, ou vai a luta ou desiste e segue outro caminho.

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absurdo? :foto::D:D so consigo encontrar 3 possibilidades: 1- ocupam a figura que caricaturo aqui e nao querem que os "operários" abram os olhos. sentem-se ameaçados 2- ou são "operários" da arquitectura e andam completamente de olhos tapados para a vida em redor. 3- ou acham que isto é tão obviamente verdade que é absurdo discutir..

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absurdo? :s:D:D

so consigo encontrar 3 possibilidades:
1- ocupam a figura que caricaturo aqui e nao querem que os "operários" abram os olhos. sentem-se ameaçados
2- ou são "operários" da arquitectura e andam completamente de olhos tapados para a vida em redor.
3- ou acham que isto é tão obviamente verdade que é absurdo discutir..


Absurdo!
JVS fecha este tópico!:foto:
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No Arquitectura.pt, cada utilizador tem o directo de expor as suas ideias, desde que essa exposição não desrespeita as regras deste fórum. A opinião de cada um deve ser respeitada. Como todos gostam de ver as suas opiniões respeitadas, devem respeitar a opinião dos outros. Uma opinião por norma baseasse na informação disponivel. Cabe a cada um expor as informações que dispõem para apoiar ou questionar, de forma respeitadora, a opinião expressa. Por isso, o Arquitectura.pt, solicita a todos que respeitam a opinião uns dos outros. Cabe a cada utilizador deste fórum, o civismo de ao observar alguma opinião alheia, caso deseje, expor a sua sem menosprezar a dos outros. Caso contrario, será preferível não participar no debate da respectiva opinião. Obrigado.

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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ex:
um medico acaba o curso e mesmo tendo origens humildes nao tem qualquer dificuldade em se impor no mercado de trabalho. ha espaco para todos. Com poucos tempo de trabalho conseguira obter fundos para abrir um consultorio proprio e clientes com certeza nao faltarao. E na arquitectura? Um arquitecto de familias pobres tem hipoteses? Ou as chances aumentam exponencialmente se vier de classe social superior? A minha experiencia confirma a segunda possibilidade. (finalizei o curso a 5 anos. da minha geracao apenas arquitectos de classes altas se encontram a trabalhar independentemente, todos os outros sao meros assalariados). Mesmo arquitectos sem grande capacidade conseguem angariar trabalhos e enveredar por uma carreira independente dado a possuirem maior capital social. Familiares e amigos sao sempre os primeiros clientes. Os primeiros trabalhos da vida dum arquitecto sao casas unifamiliares como todos sabem.


Ora bem, esta questão para mim levanta alguns problemas pertinentes na forma como o nosso colega galfarro vê o mundo da arquitectura e o mundo em geral.
Em primeiro lugar, não é verdade que um médico que acabe o curso tenha facilidades em abrir uma clínica própria: aquilo que os alunos de medicina penam durante o curso e a especialização, com cargas de trabalho sobre-humanas, devia ser suficiente para o fazer mudar de ideias.
Depois, o universo da medicina não está tão saturado como o da arquitectura porque só existem cursos públicos que dão trabalho automático nos diversos hospitais. Além disso, 90% dos médicos não tem clínica própria e são assalariados ou do estado, ou de hospitais privados ou das clínicas onde trabalham.
Não faltam clientes para os médicos? Pois, será porque a saúde é um dos bens mais essenciais à humanidade e as pessoas querem pagar aos médicos para viver melhor?
Se a isso juntarmos o facto do trabalho do médico ser, à cabeça mais bem pago do que o do arquitecto...
Há ainda outra questão: em todas as profissões, sem excepção, quem tem meios financeiros à partida, tem mais facilidade em estabelecer um negócio próprio, o que torna a pergunta feita ridícula, ou pelo menos generalizável a todas as classes profissionais.
As classes sócio-económicas mais altas não têm só mais facilidade em arranjar clientes através de conhecimentos, nem dinheiro para montar os ateliers, têm tendencialmente também um maior nível de educação, garantida pelos meios financeiros das famílias, o que lhes poderá dar alguma -mas não toda- vantagem sobre pessoas com menos meios.
Falar da maioria dos arquitectos como "meros assalariados" é, no mínimo, uma expressão de mau gosto, porque reduz o importante trabalho feito por uma multidão de gente a simples subserviência, o que, como o galfarro deve saber, num ambiente de um gabinete de arquitectura, nem sempre acontece.
Quanto à permanência de muitos arquitectos durante muitos anos a trabalhar noutros gabinetes antes de montarem o seu próprio, também convém lembrar que a arquitectura é, das áreas de actividade, uma daquelas em que se atinge o topo de carreira mais tarde e onde a curva de aprendizagem é maior e mais lenta, por vicissitudes do próprio ofício.
Abrir-se escritório mais cedo, caro galfarro, nada tem a ver com a qualidade dos serviços prestados e dos edifícios projectados, e isso é que é importante, não é quem ganha mais mais depressa.
Utilizar expressões como "operários" para definir pessoas com menos meios são infelizes: conheço muitos operários que têm mais capacidade financeira que os não-operários.
O debate não é polémico, não é é interessante porque a questão de partida parte de uma análise distorcida do funcionamento da sociedade e das áreas de actividade, mas se o que o está a incomodar não são as condições de acesso à profissão, os ordenados baixos, a maledicência, a sacanagem, a exploração de colegas por colegas e a má imagem que os arquitectos têm junto da população comum, preferindo centrar-se numa dicotomia rico-pobre digna dos mais delirantes sonhos marxistas, quem sou eu para o contrariar.
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Não me interprete mal mas sinto-me no direito de responder ao seu post. Felicito-a no entanto pelo seu post, pois considero que expressa o seu ponto de vista de forma objectiva e positiva q.b. Era bom que todos fizessem o mesmo. Estamos cá para aprender uns com os outros. Discussão construtiva é saudável :foto:

Ora bem, esta questão para mim levanta alguns problemas pertinentes na forma como o nosso colega galfarro vê o mundo da arquitectura e o mundo em geral.
Em primeiro lugar, não é verdade que um médico que acabe o curso tenha facilidades em abrir uma clínica própria: aquilo que os alunos de medicina penam durante o curso e a especialização, com cargas de trabalho sobre-humanas, devia ser suficiente para o fazer mudar de ideias. Estudei na FAUTL, sei muito bem o que é isso.. Não penso que seja especifico dos médicos. Só é pena que eles tirem frutos disso e os arquitectos não..
Depois, o universo da medicina não está tão saturado como o da arquitectura porque só existem cursos públicos que dão trabalho automático nos diversos hospitais. Além disso, 90% dos médicos não tem clínica própria e são assalariados ou do estado, ou de hospitais privados ou das clínicas onde trabalham.
Não faltam clientes para os médicos? Pois, será porque a saúde é um dos bens mais essenciais à humanidade e as pessoas querem pagar aos médicos para viver melhor?
Se a isso juntarmos o facto do trabalho do médico ser, à cabeça mais bem pago do que o do arquitecto... As pessoas pagam tanto porque não ha competição. A sobrepopulação explica todos os fenómenos (Desmond Morris) - na Alemanha ser médico é como ser arquitecto em Portugal, não ha lugar para todos.
Há ainda outra questão: em todas as profissões, sem excepção, quem tem meios financeiros à partida, tem mais facilidade em estabelecer um negócio próprio, o que torna a pergunta feita ridícula, ou pelo menos generalizável a todas as classes profissionais. A minha intenção era a de tentar aplicar essa generalidade ao caso particular da arquitectura.
As classes sócio-económicas mais altas não têm só mais facilidade em arranjar clientes através de conhecimentos, nem dinheiro para montar os ateliers, têm tendencialmente também um maior nível de educação?? oportunidades, - colegas de familias mais ricas na faculdade de arquitectura não tem melhores notas em média que os de classes mais baixas garantida pelos meios financeiros das famílias, o que lhes poderá dar alguma -mas não toda- vantagem sobre pessoas com menos meios.
Falar da maioria dos arquitectos como "meros assalariados" é, no mínimo, uma expressão de mau gosto, porque reduz o importante trabalho feito por uma multidão de gente a simples subserviência e não é?, o que, como o galfarro deve saber, num ambiente de um gabinete de arquitectura, nem sempre acontece. A minha experiencia não me leva a ter essa opinião.
Quanto à permanência de muitos arquitectos durante muitos anos a trabalhar noutros gabinetes antes de montarem o seu próprio, também convém lembrar que a arquitectura é, das áreas de actividade, uma daquelas em que se atinge o topo de carreira mais tarde e onde a curva de aprendizagem é maior e mais lenta, por vicissitudes do próprio ofício.
Abrir-se escritório mais cedo, caro galfarro, nada tem a ver com a qualidade dos serviços prestados e dos edifícios projectados, e isso é que é importante, não é quem ganha mais mais depressa. idealismos. eu tambem sou idealista mas já nõa sou tanto como era qd acabei a faculdade..
Utilizar expressões como "operários" para definir pessoas com menos meios são infelizes: conheço muitos operários que têm mais capacidade financeira que os não-operários. não me interprete mal. nem sequer estou a falar de dinheiro. estou a falar do trabalho desempenhado. operário do autocad, operário como alguém que produz, nada mais.
O debate não é polémico, não é é interessante porque a questão de partida parte de uma análise distorcida é a minha análise, lá se é distorcida ou não, isso são apenas opiniões do funcionamento da sociedade e das áreas de actividade, mas se o que o está a incomodar não são mas é isto mesmo que me preocupa! as condições de acesso à profissão, os ordenados baixos, a maledicência, a sacanagem, a exploração de colegas por colegas e a má imagem que os arquitectos têm junto da população comum mas muitos destes problemas advém dessa dicotomia, preferindo centrar-se numa dicotomia rico-pobre digna dos mais delirantes sonhos marxistas, quem sou eu para o contrariar. se quer saber eu nem sequer sou marxista.. nem sequer bloco de esquerda.. sou apartidário

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Mais uma vez levanto um debate polemico:
Curso de Arquitectura, curso para ricos?

Com o actual mercado da arquitectura, um licenciado em arquitectura de origens operarias tem boas probabilidades de ser mais que um simples operario num qualquer atelier nos primeiros anos de carreira?

E na arquitectura? Um arquitecto de familias pobres tem hipoteses? Ou as chances aumentam exponencialmente se vier de classe social superior? A minha experiencia confirma a segunda possibilidade. (finalizei o curso a 5 anos. da minha geracao apenas arquitectos de classes altas se encontram a trabalhar independentemente, todos os outros sao meros assalariados).

Mesmo arquitectos sem grande capacidade conseguem angariar trabalhos e enveredar por uma carreira independente dado a possuirem maior capital social. Familiares e amigos sao sempre os primeiros clientes. Os primeiros trabalhos da vida dum arquitecto sao casas unifamiliares como todos sabem.



Credo...como o colega consegue ser tão obtuso?
Pela sua linha de pensamento os pais de Siza Vieira, Souto Moura e companhia devem ser das pessoas mais ricas de Portugal e por isso tiveram a possibilidade de abrir um atelier e os amigos da familia permitiram eles terem o sucesso que têm hoje....sinceramente.

A capacidade de se angariar trabalhos é de longe pelo facto de ter origens em familias da classe alta...passa mais pela capacidade intelectual e empreendedora. E eu acredito que a vontade de vencer é mais forte que qualquer outro tipo de "ajuda monetária".

Se me falasse em cores partidárias...ainda me fazia vacilar...agora com este argumento. Apenas noto uma ponta de inveja e nada de intelectual.
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Tal como o galfarro tambem sou apartidário, mas acho graça que quando se toca no assunto " a luta de classes" a visão é sempre a mesma e o discurso tambem, ou seja aparece logo alguem a dizer cuidado que me estala o verniz e a sociedade é mesmo assim, é preciso é ter unhas, é preciso é ser bom etc, etc, etc, como se fosse muito dificil admitir que por exemplo uma sociedade com problemas estruturais, tenha mais dificuldade em progredir face a outras á partida mais ..."ricas". Acho bem que opinem e argumentem mas não queiram fazer do galfarro apenas um ressabiado ele tem direito a expor, e até o fez de uma forma intelectualmente amena, os seus pontos de vista.

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Credo...como o colega consegue ser tão obtuso?
Pela sua linha de pensamento os pais de Siza Vieira, Souto Moura e companhia devem ser das pessoas mais ricas de Portugal e por isso tiveram a possibilidade de abrir um atelier e os amigos da familia permitiram eles terem o sucesso que têm hoje....sinceramente. colega, eu falo de percentagens e nao de casos esporadicos. e alias eu nao conheco a fundo o percurso de vida desses arquitectos, nao sei por onde passaram ate serem o que sao hoje. e nem sequer estou a dizer que nao ha optimos arquitectos nas classes altas que merecem o lugar onde estao. eu falo de alguns bons arquitectos que nunca conseguiram/conseguirao singrar na arquitectura em grande parte pelo seu background socio-economico. simples! muitos colegas bastante talentosos que davam cartas na arquitectura durante a faculdade tem de pedinchar um salario aos menos talentosos, enquanto outros arquitectos sem grande talento ou entusiasmo devido a facilidades que advem do meio onde cresceram singram na arquitectura.

A capacidade de se angariar trabalhos é de longe pelo facto de ter origens em familias da classe alta...passa mais pela capacidade intelectual e empreendedora. E eu acredito que a vontade de vencer é mais forte que qualquer outro tipo de "ajuda monetária".

Se me falasse em cores partidárias...ainda me fazia vacilar...agora com este argumento. Apenas noto uma ponta de inveja e nada de intelectual.

:foto:
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um bom arquitecto n é bom arquitecto por ser rico ou pobre...ser rico pode sim influciar em ter clientes do mesmo patamar social o ke faz c que com maior orçamento claro que se faz boa arquitectura


Resumidamente.. é isto. :foto:

Agradeço que se contenham nas "picardias"... são despropositadas.

Quem cria renasce todos os dias...
Agua-Mestra, Lda
Não sou perfeito, mas sou muito critico...

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eu fazia uma correccao ao que referiram nos ultimos posts: o arquitecto de classe social elevada nao tem clientes com elevado orcamento, tem simplesmente clientes. o arquitecto pobre nao tem clientes.

penso que a questao do orcamento e irrelevante. pode-se fazer boa arquitectura com pouco dinheiro. nao precisamos de forrar a casa a marmore para ter boa arquitectura. uma vivenda pato bravo nao e necessariamente mais barata que uma com um bom projecto. mas isto sao conversas para outro topico :foto:

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