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Lisboa | Reabilitação do Parque Mayer | Manuel Aires Mateus


Márcio Ferreira

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Proposta passa por estender Jardim Botânico até ao antigo recinto da revista
Manuel Aires Mateus, autor de projecto para o Rato, vence concurso do Parque Mayer Imagem colocada
27.11.2008 - 21h44 Luís Filipe Sebastião, Ana Henriques
O arquitecto Manuel Aires Mateus é o vencedor final do concurso de ideias para a reabilitação do Parque Mayer, em Lisboa, com a sua proposta de estender o Jardim Botânico até ao antigo recinto da revista à portuguesa.

Um hotel, serviços de vária ordem, restaurantes e duas salas de espectáculos – uma das quais o teatro Capitólio, devidamente recuperado – fazem parte dos edifícios previstos por Aires Mateus, que só tinha previsto 25 mil metros quadrados de construção, mas que, tal como os restantes concorrentes, teve de subir esse valor para 32 mil para se adaptar ao programa de concurso estabelecido pela câmara.

O arquitecto, que já tinha vencido a primeira fase do concurso, quer criar no antigo Parque Mayer mais um pedaço de cidade, com uma praça à volta do Capitólio e várias ruas. “Toda a zona será pedonal”, explicou hoje, dia em que soube que o projecto que irá por diante será o seu. Como o quarteirão está num declive, foram pensados alguns meios mecânicos, embora restringidos ao mínimo para ajudar os peões a vencer os desníveis que separam a Rua da Alegria da Rua da Escola Politécnica: escadas rolantes e elevadores. Ainda não é certo que no local fiquem bibliotecas e livrarias especializadas em artes plásticas e artes de palco e residências para artistas, como previu Aires Mateus inicialmente; a autarquia pediu aos concorrentes um programa de ocupação versátil do espaço para poder encaixar as valências que mais tarde entender.

Autor, com Frederico Valsassina, do projecto de um polémico edifício para o Largo do Rato que a Câmara de Lisboa não quer deixar construir, o arquitecto irá agora ajudar a autarquia a desenvolver um plano de pormenor para o quarteirão do Parque Mayer, uma área mais vasta que o antigo recinto do teatro de revista. O seu plano prevê ainda a recuperação do museu da Faculdade de Ciências.

O gabinete AXR Portugal Arquitectos, de Nuno e José Mateus, manteve o segundo lugar que conquistou na primeira fase do concurso. A sua proposta assentou em três eixos que caracterizam a zona: Ciência (museus), Natureza (Jardim Botânico) e Arte (Parque Mayer). As intervenções davam novos usos às construções existentes, embora também se admitisse um novo edifício de ligação à Praça da Alegria. Outras apostas: escolas de arquitectura paisagística e de jardinagem, hotel com 60 quartos e casa de chá suspensa (sobre o Parque).

Gonçalo Byrne, que ficara em 5.º lugar, subiu no alinhamento final à 3.ª posição. A sua proposta, com novos acessos à Praça da Alegria e Rua do Salitre, prevê uma capacidade construtiva de 60 mil m2 de habitação, hotelaria, comércio e serviços. O Capitólio, inserido num “denso tecido urbano multiusos”, beneficiaria de uma ligação por meio mecânicos ao Jardim Botânico.

Arquitecto premiado

Com vários prémios internacionais, Manuel Aires Mateus, de 45 anos, foi distinguido com o Valmor graças à reitoria da Universidade Nova, em Campolide. Já este ano ganhou, em parceria, um concurso para a nova sede da EDP na Boavista.


Retirado de http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1351478&idCanal=59
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  • 2 weeks later...

Reabilitação do Parque Mayer começa dentro de cinco meses no Teatro Capitólio

04 DEZ 08 às 17:23

O Teatro Capitólio, em Lisboa, será o primeiro a beneficiar das obras de reabilitação do Parque Mayer. O contrato, assinado, esta quinta-feira, entre o presidente da autarquia, António Costa, e o arquitecto Sousa Oliveira, prevê que as obras tenham início dentro de cinco meses e marcará o início da reabilitação do Parque Mayer.

O projecto de reabilitação da totalidade do Parque Mayer foi entregue ao arquitecto Manuel Aires Mateus e abrange toda a área, desde o Jardim Botânico ao Museu da Escola Politécnica.

O projecto consiste em «repor, na sua traça original, que era de 1929, as grandes características essenciais do edifício, numa perspectiva de reabilitação, criando todas as tais características de caixa mágica, de espectáculos e de glamour que o edifício dispunha», explicou Sousa Oliveira.

Este projecto prevê a existência de uma sala que pode transformar-se, com plateia ou sem ela, num palco na rua com espectadores dentro da sala ou o contrário.

«Tem um teatro salão que pode ser, interiormente, um sítio com palco à italiana, com uma passerelle central ou um teatro tradicional em que nós lhe acrescentámos um pouco de fundo de palco, que era o grande defeito que o Capitólio tinha», acrescentou o arquitecto.

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, garantiu que, seja qual for a decisão do tribunal em relação ao diferendo que ainda subsiste com a Bragaparques, no caso da permuta de terrenos, este projecto é para avançar.

«Este é um edifício classificado, que necessita de reabilitação de acordo com os termos da sua classificação. Haja o que houver a ser decidido em tribunal, é isto que tem de acontecer», considerou António Costa, que acrescentou ainda esperar ser o próximo presidente da Câmara de Lisboa a inaugurar esta obra.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1054312

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  • 1 month later...
Plano para o Parque Mayer vai abri-lo à cidade

LUÍSA BOTINAS

Operação urbanística. No Verão a proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer e edifícios da Universidade de Lisboa na Rua da Escola Politécnica deverá entrar em fase de discussão pública. Ontem a sua elaboração foi aprovada pelo executivo municipal. Oposição questionou a viabilidade financeira

O tempo começou a contar. Ontem a Câmara de Lisboa aprovou os termos de referência (as linhas com que o arquitecto se cose) para a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer. Manuel Aires Mateus, o arquitecto vencedor do concurso de ideias promovido no ano passado pela autarquia da capital, tem agora 180 dias para elaborar uma proposta preliminar e posteriormente o plano de pormenor na sua versão definitiva. "Vamos abrir o Parque Mayer à cidade", disse ao DN.

Feitas as contas, o documento estará pronto para discussão pública no Verão. "É uma abordagem muito contida", disse a vereadora Helena Roseta a propósito das ideias que ontem foram apresentadas durante a reunião pública do executivo municipal. "Apesar de tudo, as coisas correram como deve ser. Foi feito um concurso de ideias, apurou-se um número restrito de propostas e destas foi escolhida a vencedora. Para o Capitólio, os procedimentos foram igualmente transparentes já que a solução encontrada também saiu de um concurso", sublinhou a representante do movimento Cidadãos por Lisboa.

Helena Roseta aproveitou a oportunidade para lembrar que "durante anos o Parque Mayer foi um sorvedouro de dinheiros públicos", referindo-se, por exemplo, aos 2,5 milhões de euros em honorários que a autarquia pagou ao arquitecto Frank Gehry pelos estudos que elaborou e que acabaram por não ser aproveitados. Sublinhe-se a propósito que Manuel Aires Mateus deverá receber 150 mil euros pelo trabalho. Este conhecido projectista que também é responsável, em co-autoria, com Frederico Valsassina pelo projecto do edifício do Largo do Rato, aponta a abertura do recinto do Parque Mayer à cidade como um dos aspectos estruturantes da solução que apresentou. "A criação de novas ligações do Parque Mayer à Rua do Salitre e à Praça de Alegria fazem dele mais um pedaço de cidade, apesar de este espaço continuar a ser uma zona recatada", sublinhou.

O Plano de Pormenor que abrange além do Parque Mayer os edifícios da Universidade de Lisboa (Museus da Politécnica e Jardim Botânico) prevê a construção de um hotel com 100 quartos, atrás do edifício do Capitólio, um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores e a possibilidade de remodelação do Variedades. "A revista terá sempre lugar neste novo Parque Mayer", disse ao DN Aires Mateus que destacou igualmente a extensão do coberto vegetal como um factor determinante para a articulação do Parque Mayer com o Jardim Botânico.|

in http://dn.sapo.pt/2009/01/29/cidades/plano_para_o_parque_mayer_abrilo_a_c.html


Elevador do Parque Mayer ao Botânico

2009-01-29

NUNO MIGUEL ROPIO

A futura Praça do Capitólio, no Parque Mayer, em Lisboa, pode ligar-se ao Jardim Botânico por um conjunto de elevadores e de escadas rolantes, que permitirão uma fácil mobilidade entre as duas estruturas aliviando a irregularidade da encosta.

Concebido pelo gabinete de arquitectos Aires Mateus e Associados, vencedor do concurso público para a requalificação do Parque Mayer, em Lisboa, o projecto é apenas uma das obras que irão integrar o Plano de Pormenor daquela área e que terá de ficar concluído dentro de um ano. O arranque para a elaboração do plano e a abertura de um período de sugestões foi ontem aprovado pela Câmara de Lisboa, tendo toda a oposição levantando várias dúvidas quanto à execução financeira de todo o projecto.

De acordo com os termos apresentados, mais de 20 mil metros quadrados serão destinados ao lazer, comércio, serviços e restauração, estando reservados outros dois mil metros para equipamentos culturais.

Ao JN, Aires Mateus adiantou que os teatros 'Maria Vitória' e 'ABC' desaparecerão, para melhor usufruto do espaço, existindo a possibilidade de remodelar o que resta do 'Variedades'. "Mas se houver essa remodelação será profunda, readaptando o espaço às actuais exigências", explicou o arquitecto, adiantando que o estacionamento e a circulação automóvel desaparecerãp do recinto, permitindo-se apenas o acesso a cargas e descargas.

A vereadora do PSD, Margarida Saavedra, a voz mais crítica do novo plano, defendeu que o projecto poderá criar grandes problemas financeiros ao município, propondo que este seja realizado de forma faseada.

in http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=1123107


Parque Mayer: Autarquia aprova elaboração de plano de pormenor

2009-01-28 22:08:10

Lisboa, 28 Jan (Lusa) - A Câmara de Lisboa aprovou hoje o início da elaboração do plano de pormenor para o Parque Mayer, com os vereadores da oposição a levantarem dúvidas quanto à viabilidade financeira do projecto do arquitecto Aires Mateus.

Perante as críticas, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), garantiu que a autarquia avaliou a viabilidade financeira do projecto.

O arquitecto Aires Mateus, que venceu o concurso lançado pela autarquia, apresentou o projecto durante a reunião pública do executivo municipal.

A vereadora social-democrata Margarida Saavedra argumentou que a autarquia está avançar para um plano sem que esteja "suficientemente acautelada a viabilidade financeira" do projecto.

Margarida Saavedra questionou a possibilidade de o plano ser concretizado de forma faseada e referiu a importância de ser introduzido um sistema de aproveitamento de água da chuva.

A vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa Helena Roseta afirmou que a "solução é muito contida em termos de construção, como não podia deixar de ser, mas coloca problemas de viabilidade financeira".

Helena Roseta considerou que a realização de concurso foi um "método correcto" e sublinhou que o Parque Mayer tem sido um "sorvedouro de dinheiros públicos", recordando que o arquitecto Frank Ghery, a quem a autarquia encomendou inicialmente o projecto, sem concurso, recebeu 2,5 milhões de euros em honorários.

O vereador comunista Carlos Moura chamou a atenção para a integração de património do Estado, nomeadamente a área do Jardim Botânico e dos Museus da Politécnica, sem que "aquilo que se pretende fazer neste património esteja claramente espelhado".

Carlos Moura alertou para a ausência de "avaliação de parâmetros ambientais e geofísicos", naquela que é uma "zona sensível da cidade", e referiu ainda que a autarquia deve acautelar o futuro dos restaurantes e do teatro ainda em funcionamento.

Segundo os termos de referência do plano, a que a Lusa teve acesso, na área geográfica do Parque Mayer, deverá existir uma unidade hoteleira com 100 quartos e um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores ou a possibilidade de remodelação do teatro "Variedades".

Está ainda previsto um espaço com cerca de 2.000 metros quadrados para usos culturais e uma área total que ronda os 20.000 metros quadrados para comércio serviços, restauração e lazer.

Nas áreas dos Museus da Politécnica e Jardim Botânico é admitida a possibilidade de remodelação ou substituição por novos edifícios "para uma unidade hoteleira vocacionada para investigado e professores estrangeiros convidados, e outros usos (cultura, recreio e comércio)", em conformidade com a Universidade de Lisboa.

A reabilitação do edifício dos museus para fins científicos e museológicos, com exposições permanentes e temporárias, e a recuperação do Picadeiro para espaço de exposições, eventos culturais ou encontros científicos.

A reabilitação dos edifícios do Observatório Astronómico e da Matemática aplicada para áreas de serviço e apoio aos museus e a remodelação do edifício "Sala de Conselho" está igualmente prevista.

ACL/SO.

Lusa/fim

in http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200901289262735
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  • 4 weeks later...

Bragaparques: Quatro anos depois da permuta, só Parque Mayer tem fim à vista

2009-02-23

Quatro anos depois da permuta de terrenos da Feira Popular com os do Parque Mayer só estes últimos vêem luz ao fundo do túnel pois deverão ter concluído o tão esperado plano de pormenor dentro de um ano.

Apesar das dúvidas dos vereadores da oposição quanto à viabilidade financeira do projecto para o Parque Mayer, nas mãos do arquitecto Aires Mateus, a Câmara aprovou no final de Janeiro a elaboração do Plano de Pormenor.

Segundo as linhas orientadoras traçadas pela autarquia, o Plano englobará uma unidade hoteleira com 100 quartos e um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores ou a possibilidade de remodelação do "Variedades".

Está ainda previsto um espaço com cerca de dois mil metros quadrados para usos culturais e uma área total que ronda os 20 mil metros quadrados para comércio, serviços, restauração e lazer.

Nas áreas dos Museus da Politécnica e Jardim Botânico é admitida a possibilidade de remodelação ou substituição por novos edifícios para uma unidade hoteleira vocacionada para investigadores e professores estrangeiros convidados, e outros usos, em conformidade com a Universidade de Lisboa.

O projecto será suportado pelas contrapartidas do Casino de Lisboa bem como pela exploração das áreas comerciais previstas.

" espera de projecto está a área antigamente ocupada pela Feira Popular, em Entrecampos, que deverá igualmente ser alvo de um Plano de Pormenor.

A permuta dos terrenos municipais da Feira Popular pelos do Parque Mayer (pertencentes à Bragaparques) esteve no centro do processo por corrupção movido pelo vereador Sá Fernandes contra Domingos Névoa, administrador da Bragaparques, que hoje chegou ao fim.

Em causa estava a acção popular interposta por José Sá Fernandes, quando o actual vereador era ainda candidato do Bloco de Esquerda às eleições autárquicas, contestando o negócio.

O negócio ocorreu em 2005, quando a Câmara Municipal de Lisboa comprou o Parque Mayer à Bragaparques - que tinha comprado o espaço por 11 milhões de euros - por 54 milhões de euros, cedendo metade dos terrenos da Feira Popular à empresa.

Por sua vez, a Bragaparques acabou por comprar o restante espaço da Feira Popular por 62 milhões numa hasta pública em que invocou o direito de preferência.

A Câmara de Lisboa recuou na sua posição original quanto ao negócio da permuta de terrenos, passando a dar razão à acção popular interposta por Sá Fernandes e defendendo a nulidade do negócio.

A autarquia defende agora que a permuta é nula porque a operação de loteamento que a antecedeu violou o Plano Director Municipal (PDM).

Alega ainda que o direito de preferência que a Bragaparques exerceu na hasta pública dos restantes terrenos da Feira Popular não existiu.

A factura do negócio de permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular já custou à autarquia dezenas de milhões de euros, entre taxas que ficaram por receber, investimento em projectos e indemnizações.

in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1152591

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  • 4 weeks later...

Câmara pondera construir sala de espectáculos com 2.000 lugares no Parque Mayerpublicado

21:57

16 Março '09 Texto

Lisboa, 16 Mar (Lusa) - A Câmara de Lisboa está a ponderar construir uma sala de espectáculos com dois mil lugares no Parque Mayer, onde já se prevê reconverter o Teatro Variedades numa sala com 600 a 700 lugares.

Hoje, durante a apresentação pública dos termos de referência do Plano de Pormenor da zona, que envolve 14,6 hectares das Freguesias de São José e São Mamede, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que a edificação do equipamento é uma hipótese que "vale a pena explorar", apesar de não ser certa.

"Há um determinado tipo de espectáculos que justificaria um espaço deste tipo. Se isso for possível no Parque Mayer seria muito interessante mas há que verificar a sua viabilidade através de vários estudos", referiu o responsável, acrescentando ter estado reunido com promotores de eventos culturais.

Apesar do Município poder participar na construção do edifício, com verbas provenientes do jogo do Casino de Lisboa, Manuel Salgado admitiu que a infra-estrutura poderá custar entre 18 a 24 milhões de euros e que terá de haver o envolvimento e o investimento de empresários no projecto, caso contrário o executivo "não se aventurará a construí-lo".

A proposta surge depois de se ter ponderado duas outras soluções: a de recuperar o Capitólio (obra já contratualizada) e construir um teatro para revista com 600 a 700 lugares e a de por em prática a mesma fórmula mas com um terceiro teatro na zona do Teatro Variedades, obrigando à sua profunda transformação.

"Neste momento, a hipótese que se coloca é a de ter o Capitólio, o novo Variedades e um super teatro com fosso para orquestra", explicou o arquitecto responsável pelo plano, Manuel Mateus, sublinhando que a sala mais importante, mais cara e melhor equipada do Parque Mayer será aquela onde o teatro de revista terá lugar "garantido".

Perante as dúvidas de algum público presente na apresentação sobre a ocupação do equipamento, Manuel Mateus defendeu que o novo espaço poderia ser um "motor" de vida cultural para o Parque Mayer e para a cidade, uma vez que "gera público", à semelhança do Centro Cultural de Belém e outros auditórios, "considerados um exagero" antes da sua construção.

Os termos de referência do Plano de Pormenor do Parque Mayer, aprovados em Janeiro pela Câmara e em fase de participação preventiva até terça-feira, prevêem também um hotel com cem quartos, a expansão da zona museológica gerida pela Universidade de Lisboa (Museus da Politécnica), a extensão do maciço vegetal existente "até ao limite" da área edificada e a criação de espaços comerciais, sobretudo bares e restaurantes.

Pretende-se que o espaço seja exclusivamente dedicado aos veículos não motorizados e aos peões, havendo elevador ou escada rolante nos três a quatro pontos onde a inclinação do piso é superior a seis por cento.

O vereador Manuel Salgado adiantou aos jornalistas que espera ver o projecto já definido e a ser discutido pelo executivo camarário antes do Verão.

Depois da sua aprovação, o plano terá de seguir para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento de Lisboa e Vale do Tejo e de ser posteriormente submetido a debate público.

Terminadas estas fases, o projecto regressará à autarquia, que o submeterá à aprovação final da Assembleia Municipal.

ROC.

in http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Camara-pondera-construir-sala-de-espectaculos-com-2000-lugares-no-Parque-Mayer.rtp&article=208512&visual=3&layout=10&tm=4


17 Março 2009 - 00h30

Lisboa: Apresentação dos termos de referência para o plano de pormenor

Novo CCB no Parque Mayer
Um auditório plurifuncional, com capacidade para duas mil pessoas e que custará até 24 milhões de euros, é o mais recente projecto pensado para o Parque Mayer, para além da revitalização dos teatros Capitólio e Variedades.

"Colocamos a hipótese de construir uma sala tipo Centro Cultural de Belém (CCB) para ter uma oferta alternativa a tudo o que já existe na cidade", adiantou ontem o arquitecto Aires Mateus na sessão de apresentação dos termos de referência do plano de pormenor do Parque Mayer, pelo qual está responsável. Aparentemente, a forma como o projecto foi divulgado pelo arquitecto não caiu bem ao vereador do Urbanismo em Lisboa, Manuel Salgado, que logo de seguida alertou: "Esta sala não é um dado assente do programa. Neste momento exploramos hipóteses."

O autarca adiantou que a ideia deste projecto nasceu numa reunião entre a câmara e promotores de espectáculos. E, embora admita que Lisboa "precisa de uma sala com cena à italiana e fosso para orquestra", é cauteloso. "Há que verificar a viabilidade do projecto", repetiu.

Segundo Manuel Salgado adiantou ao CM, os gastos com a construção e a aquisição de equipamentos poderão situar-se entre os 18 e os 24 milhões de euros. E, neste sentido, assegurou, "ou há empresários que se propõem a investir ou a câmara não embarcará em aventuras incontroláveis".

OUTROS DADOS

ESTACIONAMENTO

O Parque Mayer vai receber três parques de estacionamento, um deles subterrâneo. A ideia, porém, é "evitar grandes áreas de estacionamento."

CIRCULAÇÃO PEDONAL

O plano de pormenor para o Parque Mayer vai privilegiar a circulação pedonal. Na Alameda das Palmeiras a ideia é fazer desaparecer a circulação automóvel.

HOTELARIA E COMÉRCIO

Um hotel, restaurantes, cafés, bares, lojas e galerias de arte. Está prevista a criação de várias "actividades de acompanhamento" às salas de espectáculos do Parque Mayer.

Janete Frazão

in http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=D613D354-343A-4989-8B0D-916E6EC59AB7&channelid=00000090-0000-0000-0000-000000000090

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  • 5 months later...

Cidadãos criticam "inversão dos valores e da causa" da reabilitação do Parque Mayer

por LUSAHoje

O movimento Cidadania Lisboa criticou hoje o modelo urbano da Câmara de Lisboa para o Parque Mayer, acusando-o de representar uma "filosofia errada e grave" que "inverte os valores e a causa" da reabilitação do equipamento.

Um dia depois de o executivo camarário ter aprovado o modelo urbano desenvolvido para o plano de pormenor daquela infra-estrutura, do Jardim Botânico e zona envolvente, elaborado pelo arquitecto Aires Mateus, o grupo de cidadãos dirigiu ao presidente António Costa (PS) uma lista de preocupações sobre as construções previstas.

O movimento considera que estas obras, a par das ampliações e alterações aos edifícios já existentes, se destinam a "permitir empreendimentos (habitação, hotéis ou escritórios) 'with a view' para o jardim botânico", que assim serviria de "logradouro" desses prédios.

"Parece-nos uma filosofia errada e grave", refere a carta, divulgada à comunicação social.

Os cidadãos dizem-se também surpreendidos com casos de "duplicação (e às vezes mais) da altura das cérceas", apontando a Rua do Salitre como alvo da maior "quebra de equilíbrio urbanístico": no seu entender, as construções de um centro interpretativo e de um hotel com quatro pisos são "escandalosamente erradas" face à reduzida altura dos prédios mais próximos.

Outras propostas criticadas são a edificação de quatro hotéis e o "esventramento" de uma alameda junto à antiga Escola Politécnica para criação de um parque de estacionamento subterrâneo, obra tida pelo Cidadania Lisboa como "intrusiva" para com a envolvente do Jardim Botânico.

O movimento defende ainda que existem algumas inconsistências sobre as salas de espectáculos, em particular o auditório de dois mil lugares.

"Haverá público e programadores para tanta sala ou o objectivo é fazer um centro de congressos 'abastecido' pelos hotéis das imediações? Se assim for, pensamos que a Câmara está a inverter os valores e a causa", dizem os cidadãos.

Tags: Portugal, Sul

in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1358264&seccao=Sul

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  • 4 weeks later...

Apesar de sermos uma boa parte de utilizadores deste fórum arquitectos ou em vias de o ser, lanço aqui mais uma vez a discussão para todos os que visitam e participam neste fórum: Porquê de gastos tão elevados com os arquitectos Norman foster e Frank Ghery para estudos prévios quando se deveria ter optado por esta solução de concurso logo à partida?

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Uma questao bastante pretinente e acho que talvez tenhas dado a resposta sem querer. Para alem da questao da qualidade da nossa classe politica, que sao quem escolhe tais nomes. A discussao da arquitectura limita-se muitas vezes a foruns deste "genero" onde somos a maioria arquitectos, ou em vias de o ser; ou no patio da universidade; no atlier ou ate naquela conferencia onde so vao arquitectos ou aqueles em vias de o ser. Tenho de admitir que ja se falou menos de arquitectura em Portugal mas continua-se a discutir muito pouco. Como arquitectos (e tb aqueles em vias de o ser) temos a responsabilidade de educar os nossos clientes, mas tb os nossos amigos, familia, colegas, alunos, etc.. Eu tb sou culpado disso, quando oico termos como "parece uma caixa de fosforos" ou "e q achas daquela pala de um tal arquitecto do norte" e entao perco logo qualquer vontade de participar em tal discussao. Talvez tenhamos de ter mais fe nas pessoas e valorizar o trabalho que se faz em Portugal, que comparado com o q se tem feito no resto do mundo e, sem sombra de duvida, de excelente qualidade.

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  • 8 months later...
Teatro Maria Vitória vai ser demolido
António Costa já confirmou que o teatro de revista vai abaixo. No lugar dele vai nascer uma nova sala de espectáculos


O teatro Maria Vitória faz 88 anos. O Maria Vitória tem 88 anos, mas não fará 89. É a crónica de uma morte anunciada.

A Câmara de Lisboa quer demolir o teatro e construir uma sala de espectáculos maior naquele local, segundo a proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer aprovada na quarta-feira, em reunião de câmara.

Santana Lopes, vereador e antigo edil da cidade perguntou ao presidente da Câmara se o Maria Vitória vinha abaixo. António Costa não respondeu logo, mas, acabou por confirmá-lo à Lusa: «Vai tudo abaixo e constrói-se um novo».

O teatro foi inaugurado em 1922, no Parque Mayer, no coração de Lisboa, foi perdendo importância e valor, perdeu a beleza de jovem, tornou-se velho, rugas feitas de madeiras podres. Deixou de atrair os jovens que gostavam de teatro de revista. Num Portugal fechado ao mundo, o céu foi o limite para muitas estrelas. Ivone Silva, Camilo de Oliveira, que é como quem diz: «Ai Agostinho, Ai Agostinha».

Contactado pela Lusa, o arquitecto responsável, Manuel Aires Mateus, explicou: «Aqueles edifícios já não têm hipótese de recuperação. Este será maior, até porque aquelas eram salas muito pequenas e não daria para rentabilizar».

A votação de quarta-feira foi a primeira que a Câmara fará do documento, já que o plano vai agora para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e regressará à autarquia para discussão pública e votação final.

Na área do Parque Mayer a Câmara quer colocar o Capitólio, actualmente alvo de uma intervenção de recuperação, como «protagonista» de uma grande praça. O Capitólio terá 700 lugares no interior e 200 no recinto exterior.

A entrada do Parque Mayer também será recuperada para voltar a ter «monumentalidade», o Teatro Variedades será reconvertido num palco da «actividade teatral convencional» para 200 espectadores e surgirá um novo auditório com uma plateia até 600 lugares e «com capacidade para teatro, conferências ou cinema».


in http://diario.iol.pt/sociedade/teatro-maria-vitoria-demolido-camara-lisboa-tvi24--/1174498-4071.html



Para construção de um novo auditório
Câmara prepara demolição do Teatro Maria Vitória

A Câmara Municipal de Lisboa planeia demolir o Teatro Maria Vitória e construir uma sala de espectáculos maior e mais moderna no mesmo local.

A proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer foi votada e aprovada quarta feira em reunião camarária. Agora o plano segue para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e voltará à autarquia para votação final.

"Aqueles edifícios já não têm hipótese de recuperação. Este será maior, até porque aquelas eram salas muito pequenas e não daria para rentabilizar", referiu Manuel Aires Mateus, arquitecto do projecto.

No projecto constam ainda a reabilitação da zona habitacional histórica, parques de estacionamento e um novo auditório com capacidade para teatro, conferências e cinema.

O plano abrange a área do Jardim Botânico e da Universidade de Lisboa, onde está prevista a recuperação do Museu da Ciência e História Natural e do Observatório Astronómico, criação de uma zona lúdica infantil, percursos pedonais e dois parques de estacionamento subterrâneos, um dos quais com 200 lugares.

No Jardim Botânico é esperada a demolição de algumas estufas, enquanto no Parque Mayer, o Capitólio será o “protagonista“ com 700 lugares no interior e 200 na parte exterior. O Teatro Variedades será transformado num palco de "actividade teatral convencional", enquanto os espaços de restauração serão demolidos e depois reenquadrados no novo espaço.

in http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=DD0A0145-D8B3-4C74-8DAD-32514BD64268&channelid=00000013-0000-0000-0000-000000000013




Sá Fernandes ausente

Câmara aprova Plano de Pormenor do Parque Mayer

30.06.2010 - 21:35 Por Lusa

A Câmara de Lisboa aprovou hoje a proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer, numa votação sem a presença do vereador Sá Fernandes, que tem pendente uma accão judicial contra a permuta de terrenos.

O Jardim Botânico é um dos equipamentos incluídos na requalificação O Jardim Botânico é um dos equipamentos incluídos na requalificação (Helder Olino (arquivo))

Esta votação, que mereceu o voto contra do CDS-PP e a abstenção do PSD, foi a primeira que o executivo fará relativamente a este plano, já que o documento segue agora para apreciação na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e terá de regressar à Câmara para discussão pública e votação final.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o vereador do PSD Pedro Santana Lopes afirmou que o projecto, apresentado no início da reunião pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, é “um projecto sem sonho”.

“António Costa ganhou as eleições a falar na recuperação do Parque Mayer e a área cultural neste projecto não é a predominante. A predominante é a área comercial”, sublinhou.

“Optámos pela abstenção porque queremos contribuir para uma solução. Não disse que este é um mau projecto. É outra concepção”, acrescentou Santana Lopes, que quando esteve à frente da autarquia contratou o norte-americano Frank Ghery para o projecto do Parque Mayer.

Santana Lopes realçou que a área para equipamentos culturais do projecto anterior era maior e ressalvou que “não eram só em teatros”.

“Falou-se do Hot Club, da Escola de Artes Performativas”, destacou.

Sobre o processo judicial interposto por Sá Fernandes, o ex-presidente da autarquia considerou que esta acção “ensombra” o projecto para o Parque Mayer.

O projecto anterior tinha uma área total de construção próxima dos 50 mil metros quadrados, enquanto este Plano de Pormenor permite um máximo de 30 000 metros quadrados na área abrangida pela permuta, o que faz com que o valor do terreno seja inferior.

“É muito confuso. Como é que vai ser se o tribunal decidir anular a permuta [de terrenos do Parque Mayer pelos de Entrecampos] e estes terrenos voltarem para as mãos de privados?”, questionou.

Sobre este assunto, o presidente da autarquia, António Costa (PS), disse que a Câmara “tomou a opção correcta” ao decidir “avançar onde podia avançar com segurança”.

“Tínhamos o parecer do LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] a dizer que o Capitólio ameaçava ruína e se não fizéssemos nada podia ser impossível salvar o edifício”, disse António Costa, realçando que “o Plano de Pormenor já devia ter sido feito há mais tempo”.

“Independente de ser ou não terreno municipal, é só à Câmara que cabe decidir a edificabilidade nesta zona. Até pela incerteza do resultado do processo judicial devíamos prevenir e dizer o que se pode construir”, acrescentou.

O vereador do PCP Ruben de Carvalho congratulou-se com o facto de finalmente existir um Plano de Pormenor para esta zona da cidade, mas sublinhou que, na sua opinião, a área abrangida deveria ter sido alargada, já que o plano “deixa de fora a Praça da Alegria e a Mãe d´Água”, uma área que “vai precisar de intervenção para ser conciliada”.

Ruben de Carvalho chamou igualmente a atenção para a necessidade de equacionar um tipo de estrutura de gestão particular, tendo em conta os equipamentos culturais existentes na zona.

“São as prioridades daqui para a frente: haver uma reflexão sobre a gestão desta área e, depois do bloco definido, ver o que faz à volta”, afirmou o vereador.

Por seu lado, a vereadora Helena Roseta elogiou o plano apresentado por Manuel Aires Mateus, pedindo que, numa próxima fase, este possa “incorporar mais opiniões”.

No final, António Costa sublinhou a densificação da habitação na área envolvente ao Jardim Botânico proposta no plano, com os terraços transformados em jardins, numa espécie de auréola que o arquitecto responsável apelidou de “área de protecção”.

O plano prevê igualmente mais ligações entre a cota baixa e a cota alta do Jardim Botânico, com o prolongamento da Alameda das Palmeiras, a construção de um novo grande teatro e a possibilidade de instalar um hotel.

in http://www.publico.pt/Local/camara-aprova-plano-de-pormenor-do-parque-mayer_1444655




Plano de Pormenor do Parque Mayer e do Jardim Botânico de Lisboa é analisado hoje

30.06.2010

Marisa Soares

A Câmara de Lisboa discute hoje a aprovação da proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e zona envolvente.

O documento prevê a construção de parques de estacionamento subterrâneos e até 1700 lugares de espectadores no Capitólio, no Teatro Variedades e num novo auditório.

Desenvolvido com base no projecto do arquitecto Aires Mateus, que venceu o concurso de ideias lançado para o local, o plano prevê obras de alteração e reabilitação na zona habitacional histórica, incluindo em imóveis de valor patrimonial "elevado", "relevante" ou "de referência". Esta excepção em relação ao que ficou estabelecido no plano de urbanização da Avenida da Liberdade deve-se, segundo a autarquia, ao objectivo de não prejudicar a dinâmica da reconversão com regulamentos demasiado "proteccionistas".

Na área abrangida estão definidas também várias zonas para uso turístico, reservado a empreendimentos com um "padrão mínimo de qualidade" de quatro estrelas. Apesar de algumas alterações "de carácter programático e de pormenor", a proposta final não inclui mudanças "de fundo" face aos termos de referência que já estiveram em discussão pública.

Para a área da Universidade de Lisboa e do Jardim Botânico, o plano propõe a realização de projectos autónomos de recuperação do Museu da Ciência e História Natural e do Observatório Astronómico. Define também a criação de uma zona lúdica infantil, a construção de novos acessos e percursos pedonais e dois parques de estacionamento subterrâneos, um dos quais com 200 lugares. Junto à entrada da Rua do Salitre, no alinhamento da Rua Castilho, será construído um "novo grande edifício" com "vocação de museu ou centro interpretativo" do jardim e que poderá ter cafetaria, livraria e uma loja do museu.

Algumas obras previstas no Plano de Pormenor foram já alvo de contestação pela Liga dos Amigos do Botânico, que considera o documento "muito nefasto". A Liga protesta contra o abate de árvores para a construção de parques subterrâneos, contra a demolição de estufas e a destruição de troços da cerca pombalina. A associação alerta ainda para os perigos de aumentar a altura dos edifícios na Rua do Salitre, o que teria um "efeito de muro" em todo o perímetro do jardim, impedindo a circulação de ar. "Esta alteração microclimática levaria à perda de espécies, que não suportarão as novas temperaturas, diminuindo a diversidade do jardim e o seu efeito amenizador no clima da Lisboa histórica", garante a Liga.

in http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1444519
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O futuro do Jardim Botânico da Politécnica decide-se hoje ... e as preocupações são muitas

É hoje votado em reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, às 15h, o plano de pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e zona envolvente. A CML diz querer a participação pública neste processo, o que é de saudar. O que não é de saudar é fazer o convite em cima do dia e disponibilizar uma ligação ao Plano de Pormenor com 791 MB de dimensão, um download impraticável para a maior parte das pessoas (demorei 2 horas a fazê-lo; gravo os ficheiros de bom gosto a quem quiser), sem uma ligação alternativa mais leve. Note-se também a data de votação: 30 de Junho de 2010. Dia após jogo do Mundial de Futebol que envolve Portugal. Dia anterior ao início de férias de muitos portugueses. Dia anterior ao início da entrada em vigor em Portugal dos novos escalões de IVA. Quer a CML mesmo incentivar a participação pública e o conhecimento de todos? A mim parece-me um bom dia para enterrar notícias e assegurar a menor polémica e resistência possível.

O plano em si é profundamente danoso para os interesses e missão do Jardim Botânico (JB) enquanto património dos lisboetas, dos portugueses e do mundo, deixemo-nos de papos na língua que os valores em causa são demasiado importantes.

Confesso já a minha ligação, profissional e afectiva, ao Jardim. Tirei o curso de guia do jardim há 3 anos e de Setembro de 2009 a Maio de 2010 guiei 26 visitas. Destas, 9 foram feitas pro bono e as restantes encontram-se por pagar que a Universidade de Lisboa não é de todo imune a problemas financeiros; são estes problemas financeiros que nos apresentam uma universidade conivente com este ataque à integridade física do JB. Não me move qualquer interesse financeiro mas uma enorme paixão por aquele espaço e pela riqueza há muito desprezada e incompreendida que alberga. E contra os meus próprios interesses falo. Financeiramente, a minha actividade profissional, enquanto lojista perto do jardim e guia, só tem a ganhar se forem para a frente as propostas em cima da mesa.

Mas, acima dos meus interesses individuais estão os interesses colectivos e a integridade física e de missão do JB. Mais pessoas no jardim? Fantástico. Mas não assim, sacrificando a missão do JB. E esta missão sairá, no meu entender, comprometida se este Plano de Pormenor avançar.

Muito mais do que a Universidade de Lisboa, que tutela o JB mas que, assustadoramente, apoia o que é proposto, tem sido a Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB), organização de que sou sócio, a fazer um trabalho heróico de defesa do JB. E é através da LAJB que nos surgem os alertas. No blog Amigos do Botânico foi publicada uma carta, datada de 27 de Junho de 2010 e enviada a várias entidades, com as preocupações principais da LAJB em relação ao que se prevê venha a ser aprovado para o JB. Note-se que desde Junho de 2008, há mais de 2 anos, que a LAJB expressa as suas preocupações, por escrito, para a CML e para o atelier Aires Mateus, ao contrário do que é afirmado hoje publicamente de que estas preocupações seriam novas. Aliás, existe uma reportagem de televisão com o Arquitecto Ribeiro Telles a expressar ao Vereador Sá Fernandes publicamente o seu desacordo ao que se pretende fazer, invocando, por exemplo, o problema da circulação do ar entre as colinas e a baixa, que será fortemente perturbada.

Nada disto é novo. Mas, como a escolha da data indica, o importante para a CML, para a UL e para os projectistas parece ser marcar golo a qualquer custo e o mais rápido possível, mesmo se com uma mãozinha dentro da área. Ao contrário do que afirma o vereador Manuel Salgado na moção a votos hoje, penso não estarem respeitados todos os preceitos legais. Tanto quanto sei, por exemplo, não foi ainda a consulta pública a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) sobre as profundas alterações que a CML quer para todo o eixo da Avenida da Liberdade, incluindo as alterações implicadas neste plano de pormenor. Como escrevi acima, estranho a pressa, estranho a data.

Mas, afinal, quais são as preocupações da LAJB - e minhas? O que é que está em causa? A ir para a frente o plano apresentado, a LAJB teme que (coloquei entre aspas excertos da carta da LAJB):

1. Será feira a desafectação de uma grande área e demolição de infraestruturas vitais a um Jardim Botânico. "As estufas de exibição e estufas viveiristas, os herbários e laboratórios e todas as oficinas de carpintaria, mecânica e armazéns de máquinas e alfaias (tractores, etc) serão demolidos para darem lugar a novos imóveis que não servem a missão de um Jardim Botânico. (...)" Note-se estes novos edifícios serão galerias comerciais e afins.

2. Que a construção do novo edifício de entrada no Jardim Botânico terá consequências negativas. "A sua construção, no alinhamento do final da Rua Castilho, ocupa e impermeabiliza a totalidade da actual área dos viveiros do jardim. O plano propõe que as "estufas" passem para cima deste edifício. Esta solução não é viável porque as diferentes estufas de um Jardim Botânico têm características arquitectónicas e exigências de localização muito diversas. As estufas de investigação e viveiristas devem estar longe das entradas e circuitos de visitantes enquanto que as primeiras, de investigação, devem, também, estar junto dos laboratórios. Já as estufas de exposição ao público, onde se incluem plantas de grande porte, precisam de pé direito alto e localização central."

3. Seja construído um estacionamento subterrâneo no subsolo do jardim, em toda a área da entrada sul. Note-se que como não conseguiram fazer este estacionamento subterrâneo no Jardim do Príncipe Real atacam agora no Jardim Botânico. "Esta intervenção pesada, com abertura de caves, implicaria o abate de várias árvores da colecção viva. Uma impermeabilização destas compromete, também, a viabilidade de espécimes devido à limitação de desenvolvimento de raízes. A proposta demolição do edifício da antiga Cantina (1940) é desnecessária (porque recuperável) e nefasta à colecção contígua de Plantas Xerófitas, onde se incluem dragoeiros de interesse histórico e a iuca gigante."

4. Se avance com edifícação encostada à cerca pombalina do Jardim Botânico. "Esta intenção resultaria em mais uma impermeabilização maciça e contínua em quase toda a envolvente de logradouros confinantes com o Jardim Botânico - isto inviabilizaria as intenções de manter um anel de protecção ecológica do jardim. Esta zona tampão não pode ser destruída para garantir o regime hidríco, a saúde do sistema radicular e a circulação de ar. Esta alteração radical da zona de protecção degradaria irreversivelmente o ambiente e os exemplares deste Monumento Nacional."

"Apesar de se afirmar que os propostos edifícios encostados à cerca pombalina corresponderiam a «um aumento da área do Jardim Botânico» temos de alertar que um edifício com uma cobertura em laje de betão revestida de plantas nunca cumprirá a função na ecologia urbana de um logradouro ou jardim."

5. Que o novo percurso pedonal que ligaria a Rua da Escola Politécnica à Rua do Salitre e ao Parque Mayer destrua parte da Cerca Pombalina e roube área ao jardim. "Esta proposta implicaria a destruição de largos sectores da Cerca Pombalina e retiraria áreas de colecção viva. A suposta localização deste percurso no exterior do Jardim implicaria complexas expropriações de áreas privadas. A sua eventual construção iria aniquilar a ligação do Jardim ao seu anel de protecção ecológico. O trecho inical proposto (Alameda das Palmeiras até ao topo Norte) subtrairia, ainda, um corredor de jardim, com espécies internacionalmente protegidas, apenas para dar acesso a uma galeria comercial."

6. Que se avance com o aumento das cérceas defendido para vários edifícios na Rua do Salitre. "Este problema já se constata nas intervenções mais recentes e a decorrer. A ser continuamente implementado este aumento das cérceas, o Jardim passaria a estar limitado por uma frente de edifícios que, devido à nivelação de todos os prédios pela cota mais alta, terá um efeito de muro em quase todo o seu perímetro. A circulação de ar ficaria impossibilitada e a temperatura no interior do jardim aumentaria significativamente. Esta alteração micro-climática levaria à perda de espécies, que não suportarão as novas temperaturas, diminuindo a diversidade do Jardim e o seu efeito amenizador no clima da Lisboa histórica. Outro efeito negativo seria a destruição do sistema de vistas entre as colinas de Lisboa e o Jardim."

No seu conjunto, estas medidas resultarão num jardim mais pequeno, que perde as estufas originais do século XIX, que não as vê satisfatoriamente substituídas, que tem de abdicar de áreas de colecção viva para várias novas edificações e que vê o seu clima profundamente alterado, com flutuações mais extremas de temperatura e humidade, perdendo parte do seu espólio vivo, plantas, muitas de grande porte, que não se conseguirão adaptar às novas circunstâncias.

Só um grande movimento cívico pode atenuar o que se propõe fazer. Informem-se, divulguem esta questão. Façam-se sócios da LAJB (por uma anuidade de 10€ têm acesso gratuito ao Jardim Botânico todo o ano), ajudem a criar uma plataforma cívica sobre esta questão. A LAJB, um conjunto de pessoas com vidas profissionais cheias que doam o seu escasso tempo, está a defender o que é de todos nós, precisa do nosso apoio

Ajudem a travar a violação à integridade do Jardim Botânico da Politécnica. O JB precisa de ser melhorado, apoiado, mas não pode ser esquartejado nem usado como moeda de troca da Universidade de Lisboa para conseguir o apoio da CML à recuperação do Museu Nacional de História Natural. Este jardim é Património Nacional. É altura de tratá-lo como tal.

PS- se quiser gravar os ficheiros do Plano de Pormenor basta passar na Rua do Monte Olivete, 40, Lisboa, entre as 12h e as 20h durante a semana, 10h-18h ao Sábado e trazer um DVD virgem (791 MB não cabem num CD).
Publicada por Rui Pedro Lérias

in http://cidadanialx.blogspot.com/2010/06/o-futuro-do-jardim-botanico-da.html



Plano do Parque Mayer preocupa amigos do Jardim Botânico

In Público (29/6/2010)

Por Patrícia de Oliveira

«Abate de árvores, demolição de estufas e destruição de troços da cerca pombalina são alguns dos problemas apontados pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico ao plano de pormenor do Parque Mayer.

Apesar de reconhecer a urgente necessidade de intervir neste espaço, o movimento cívico considera o plano "muito nefasto" e critica a prevista "demolição de infra-estruturas vitais a um jardim botânico". "A estufa de exibição daria lugar a uma galeria comercial", exemplifica, condenando o desaparecimento de herbários, laboratórios e oficinas de carpintaria.

A construção de um novo edifício de entrada no jardim, no alinhamento do final da Rua Castilho, ocupando e impermeabilizando "a totalidade da actual área dos viveiros", é também repudiada por esta associação. Tal como a proposta do plano de passar as estufas para cima deste edifício. Quanto à ideia de criar um percurso para peões ligando a Rua da Escola Politécnica à Rua do Salitre e ao Parque Mayer, "implicaria a destruição de largos sectores da cerca pombalina e retiraria áreas de colecção viva". O trecho inicial deste percurso "subtrairia um corredor de jardim, com espécies internacionalmente protegidas, apenas para dar acesso a uma galeria comercial".

Alvo dos reparos da Liga dos Amigos do Jardim é ainda o estacionamento subterrâneo previsto para o subsolo do jardim, em toda a área da entrada sul: "Esta intervenção pesada, com abertura de caves, implicaria o abate de várias árvores da colecção viva. Compromete, também, a viabilidade de espécimes devido à limitação de desenvolvimento de raízes".

Por fim, a associação alerta para o perigo de aumentar a altura dos prédios que cercam o jardim, o que criaria "um efeito de muro em quase todo o seu perímetro". Resultado: "A circulação de ar ficaria impossibilitada e a temperatura do interior do jardim aumentaria significativamente." Muitas espécies não resistiriam a um recinto não só mais quente como mais seco.

"A verificarem-se estas alterações, o actual contributo do Jardim Botânico na amenização do clima de Lisboa, assim como a sua contribuição para o sequestro de carbono e partículas poluentes ficariam gravemente comprometidos", avisa a liga.

Segundo informações do gabinete do vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, as objecções dos Amigos do Jardim Botânico foram reencaminhadas para os arquitectos que têm o projecto em mãos, do atelier Aires Mateus. Ontem este arquitecto não conheciam ainda o teor destas críticas.»

Convenhamos que a imagem final do projecto (foto abaixo) diz bem do nível de construção que será uma realidade se este PP for avante tal como está - parece mais um "Plano de Urbanização dos Logradouros da Alegria e do Salitre"-, aliás sem ter tido em conta os contributos/críticas remetidos à CML aquando do período legal de discussão públicas (i.e., participação pública para inglês ver), e que da nossa parte foram estas; pelo que o futuro ali passa por construir betão "amigo do ambiente", ou seja, edifícios com coberturas em relva.

in http://cidadanialx.blogspot.com/2010/06/plano-do-parque-mayer-preocupa-amigos.html

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  • 2 months later...

Cidadãos ainda podem fazer rever Plano de Pormenor do Parque Mayer

por ISALTINA PADRÃO08 Setembro 2010

Cidadãos ainda podem fazer rever Plano de Pormenor do Parque Mayer

Em reunião de câmara será hoje decidida a abertura de um período de discussão pública para aprovação da proposta. Se as pessoas disserem 'não' com fundamento, revê-se plano.

Três anos após o início da elaboração do actual Plano de Pormenor do Parque Mayer e área envolvente - com a abertura do concurso de ideias - este poderá ainda sofrer uma revisão. Basta que os cidadãos assim o entendam e fundamentem o seu "não" à proposta apresentada. Chegados à fase final de todas as etapas de um plano de pormenor, vai ser hoje aprovada na reunião da Câmara Municipal de Lisboa (CML) a "abertura de um período de discussão pública para a aprovação do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim botânico e Zona envolvente, nos termos da proposta".

Ou seja; as pessoas (singulares e colectivas e não necessariamente de Lisboa) têm ainda uma palavra a dizer em relação ao documento que foi elaborado a partir da proposta do arquitecto Aires Mateus, vencedora, em 2007, do concurso de ideias para este local central na cidade de Lisboa. "Depois de toda a avaliação pública pela qual o plano já passou, não acredito que esta proposta vá ainda ser contestada, mas nada é impossível", disse ontem ao DN Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da CML.

No entanto, o autarca admitiu que o plano "poderá voltar a ser reavaliado se se considerar que os cidadãos levantaram questões pertinentes que ainda devem ser corrigidas".

Tais sugestões e opiniões poderão ser dadas através do preenchimento de um formulário que será disponibilizado via Internet; nas juntas de freguesia; no centro de atendimento da CML e no centro de informação urbana de Lisboa, situado no Picoas Plaza.

Os interessados poderão intervir nesta fase do plano de pormenor após hoje ser aprovado o período de discussão pública e em seguida tal decisão ser publicada em Diário da República. Depois estes procedimentos, os cidadãos têm cerca de 20 dias para se pronunciarem em relação à actual proposta que, como o DN já noticiou, recebeu o apoio da Universidade de Lisboa e foi criticada pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico e pelo Fórum Cidadania Lisboa.

Segundo já disse ao DN Maria Amélia Loução, vice-reitora da Universidade de Lisboa, as medidas propostas "são o sinal claro de uma grande preocupação do município com a preservação desta mancha verde [referindo-se à zona envolvente, nomeadamente ao Jardim Botânico]".

Opinião contrária tem a Liga dos Amigos do Jardim Botânico. "É um plano que amputa parte do jardim e que vai eliminar equipamentos fundamentais. Vai destruir a cerca pombalina e, sobre um viveiro activo, vai ser construída uma entrada pelo topo da Rua Castilho", sublinhou ao DN fonte da Liga, adiantando que pelo menos era esta a intenção. "Não sei se, entretanto, mudou", defende.

Já o Fórum Cidadania Lisboa critica a falta de sensibilidade em relação a toda a Baixa Pombalina.

Opinião dos cidadãos em geral poderá ser expressada em discussão pública. Se não houver entraves fundamentados segundo os responsáveis do plano e da CML, este avança para Assembleia Municipal que dará a aprovação final. Caso contrário, o plano é revisto.

in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1657532&seccao=Sul

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  • 2 months later...

Parque Mayer: alterações ao plano de pormenor não convencem lisboetas

por Marta Cerqueira, Publicado em 16 de Novembro de 2010

A discussão continua e nem as cedências do autor do plano de pormenor para o Parque Mayer e zona envolvente fazem calar algumas das vozes mais dissidentes.

Uma petição posta ontem a correr na Internet por várias associações cívicas defende a reformulação do plano, considerando-o "desajustado, desintegrado e altamente lesivo para a salvaguarda deste quarteirão histórico".

No Teatro Maria Vitória, em Lisboa, discutiu-se hoje o documento, com uma sessão pública de esclarecimento na qual estiveram presentes o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, Aires Mateus, autor do projecto, Manuel Salgado, vereador do pelouro do urbanismo e o Reitor da Universidade de Lisboa.

António Costa começou por lembrar o percurso das negociações até ao momento: “Em 2007 foi aberto um concurso público com a apresentação de 27 propostas que foram a votação, acabando por ficar apenas cinco. Essas cinco tiveram que desenvolver o projecto inicial e a ideia do arquitecto Aires Mateus foi a escolhida, acabando por ser aprovada pela autarquia em 2009, estando agora a debate público”.

O presidente da Câmara de Lisboa enfatizou ainda a ideia de que “se vier a ser decretado ao fim da permuta com os terrenos da antiga Feira Popular, o passo seguinte será a expropriação do parque Mayer, para assim garantir que este plano é concretizado”. Para António Costa, “o plano tem que ser aprovado para que as ideias fiquem finalmente claras e estabilizadas”.

A mesma opinião é partilhada pelo reitor da Universidade de Lisboa, detentora do Jardim Botânico, que pertence à área envolvida pelo projecto. “Queremos fazer o melhor possível pelo espaço que está sobre nossa tutela. A pior coisa que pode acontecer é não se fazer nada”, explicou.

Aires Mateus, autor do projecto procedeu à apresentação do plano em pormenor e adiantou que no Parque Mayer, o Capitólio está já em obras, o Teatro Variedades poderá passar a ser um museu de Revista e está ainda prevista a construção de um outro teatro e de uma área cultura.

Alguns dos pontos do projecto foram alvos de críticas pelo público presente, nomeadamente o número de lugares de estacionamento que ficaria reduzido a 40 lugares.

A participação pública no debate sobre esta matéria decorre até 23 de Novembro .


in http://www.ionline.pt/conteudo/88881-parque-mayer-alteracoes-ao-plano-pormenor-nao-convencem-lisboetas

Sá Fernandes confronta Câmara de Lisboa e universidade com opções para Jardim Botânico

16.11.2010 - 22:00 Por Ana Henriques

O vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, apanhou toda a gente de surpresa ao confrontar um colega seu de vereação e também o reitor da Universidade de Lisboa com as opções tomadas por estes para o Jardim Botânico.

Tudo aconteceu durante uma sessão de esclarecimento sobre o plano de pormenor do Parque Mayer que teve lugar no Teatro Maria Vitória nesta terça-feira. Sentado na plateia reservada ao público, o autarca disparou uma série de perguntas em direcção à mesa onde se sentavam o presidente da câmara, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, o reitor e por fim o autor do plano em causa, o arquitecto Aires Mateus.

Quis garantias de que nenhuma zona do Jardim Botânico será impermeabilizada e de que a circulação das águas subterrâneas se continuará a fazer como até aqui, apesar dos novo edifícios que vão ser construídos – tudo preocupações na linha das que têm sido manifestadas pelas associações cívicas que puseram a correr um abaixo-assinado exigindo a reformulação do plano de pormenor. “Não haverá impermeabilização”, garantiu-lhe o arquitecto Aires Mateus.


in http://www.publico.pt/Local/sa-fernandes-confronta-camara-de-lisboa-e-universidade-com-opcoes-para-jardim-botanico_1466544

Aires Mateus disposto a alterar plano para Parque Mayer e Jardim Botânico de Lisboa
16.11.2010
Ana Henriques

O autor do plano de pormenor para o Parque Mayer e zona envolvente, Manuel Aires Mateus, está disposto a alterar algumas opções do projecto se for provado que são prejudiciais para o Jardim Botânico de Lisboa, ali ao lado.

É o caso do edifício de quatro pisos previsto para a futura porta de entrada do jardim, na Rua do Salitre, um centro interpretativo orçado em 6,7 milhões de euros que terá um elevador até à zona da Rua da Escola Politécnica. "Não fazemos finca-pé nele. Se a cidade o considerar negativo para o jardim... Até agora tanto a câmara como a Universidade de Lisboa [proprietária do recinto] sempre nos disseram que era um edifício interessante", diz o arquitecto. A ideia é que os autocarros com visitantes deixem de congestionar a Rua da Escola Politécnica e passem a estacionar na Rua Castilho. O elevador do edifício de acolhimento serviria os visitantes com mobilidade reduzida.

Outro aspecto que tem sido alvo de crítica é a possibilidade de aumento da altura dos prédios mais baixos da zona. A Liga dos Amigos do Jardim teme que a transformação crie um efeito de estufa que seria letal para determinadas espécies vegetais. "Os estudos que temos dizem que o alinhamento das cérceas não terá efeitos negativos. Mas se nos provarem que tem... Estamos empenhados em arranjar a melhor solução para o jardim, que é frágil e cuja preservação é central para nós", assegura Aires Mateus.

O arquitecto sublinha que a subida das cérceas teria como contrapartida a demolição dos anexos construídos nos respectivos logradouros, parte dos quais clandestinos. "Isso aumentaria a área permeável do solo", explica. E nega que o seu plano implique danificar a cerca pombalina que rodeia o jardim, recentemente classificado como monumento nacional. "Nem sequer é tocada", garante.

Uma petição posta ontem a correr na Internet por várias associações cívicas (http://www.gopetition.com/petition/39771.html) defende a reformulação do plano, considerando-o "desajustado, desintegrado e altamente lesivo para a salvaguarda deste quarteirão histórico". O abaixo-assinado sugere que seja feita "uma verdadeira expansão territorial do Jardim Botânico para parte dos terrenos do Parque Mayer, com exposição de flora portuguesa". A solução encontrada por Aires Mateus para dar continuidade aos dois recintos, com a colocação de uma cobertura vegetal sobre os edifícios no Parque Mayer, não agrada aos autores da petição.

"O Jardim Botânico pertence à Universidade de Lisboa, e é a ela que cabe zelar pela salvaguarda deste património", declara o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, confrontado com as críticas. "O arquitecto Aires Mateus limitou-se a passar a desenho o que lhe foi pedido pela universidade. Quem sou eu para pôr em causa o que esta instituição decidiu?"

Tanto Aires Mateus como Manuel Salgado estão hoje numa sessão de esclarecimento sobre o plano, às 18h30 no Teatro Maria Vitória, ao abrigo da discussão pública do documento, que termina daqui a uma semana.


in http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1466384
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  • 1 year later...

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje o Plano de Pormenor do Parque Mayer, com a abstenção do PSD, que recomendou à Câmara a elaboração de um documento de salvaguarda do Jardim Botânico, uma das principais críticas ao plano.


A Comissão de Acompanhamento do Plano Director Municipal (PDM) da assembleia, liderada pelo social-democrata João Serras, apresentou o seu parecer a esta versão final do plano, considerando como “aspectos negativos a preterição pela Câmara da elaboração, obrigatória, de um plano de salvaguarda” do Jardim Botânico e a “inexistência de normas entendidas pela lei como relevantes para a preservação” daquele espaço enquanto monumento nacional, como a criação de uma zona geral e outra específica de protecção.

A necessidade da criação de um plano de salvaguarda do Jardim Botânico foi sublinhada pela maioria dos partidos da oposição, que criticaram também a indefinição quanto ao processo Bragaparques, a ausência de referências à protecção do teatro de revista no Parque Mayer (CDS, PPM e BE), o “reduzido” número de lugares de estacionamento (MPT, CDS) e a falta de habitação jovem (BE). Foi pedido ainda um estudo dos impactos ambientais da construção na zona, pelo MPT e PEV.

Em resposta, o vice-presidente da Câmara, Manuel Salgado, negou as acusações de “ilegalidade instalada” logo num parecer favorável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e disse que o plano de pormenor “salvaguarda” o Jardim Botânico, admitindo a possibilidade de a Câmara fazer um plano “específico” neste sentido.

Manuel Salgado esclareceu ainda que “não há habitação prevista” neste documento, “apenas equipamentos culturais, comerciais e lúdicos”: os teatros Capitólio e Variedades requalificados “e um terceiro equipamento com uso por definir”, sendo que “o resto são áreas comerciais”.

Quanto ao estacionamento, o também vereador do Planeamento e Política de Solos afirmou que foi opção da Câmara manter estacionamento só para apoio aos serviços, explicou, uma vez que “a Avenida da Liberdade é uma das artérias da cidade mais bem servidas em transportes públicos”.

Perante estas justificações, Manuel Salgado mostrou-se “confiante” no plano e o líder da bancada do PSD, António Prôa, pediu algum tempo antes da votação para elaborar uma recomendação à Câmara.
Assim, os sociais-democratas abstiveram-se na votação do Plano de Pormenor do Parque Mayer, depois de apresentarem uma recomendação para que “a Câmara desenvolva as acções necessárias para elaborar um plano de salvaguarda do Jardim Botânico”, disse António Prôa.

O plano foi aprovado com os votos a favor do PS, PCP e dos deputados independentes eleitos nas listas socialistas, as abstenções do PSD, CDS-PP e Verdes e os votos contra do BE, PPM e MPT.

A recomendação apresentada pelo PSD mereceu os votos favoráveis de todos os partidos com assento na assembleia municipal, à excepção do PPM, que se absteve, por “admitir impugnar o plano devido às ilegalidades” perante as obrigatoriedades com a classificação do Jardim Botânico como monumento nacional, disse o líder dos monárquicos em Lisboa, Gonçalo da Câmara Pereira.

A Assembleia aprovou ainda a contracção de um empréstimo no valor de 31,6 milhões de euros.


Fonte: Público



04/12/2011
Nove razões para chumbar este plano do Parque Mayer
Opinião
4 Dez 2011 Edição Público Lisboa
João Belard Correia

Nove razões para chumbar este plano do Parque Mayer

O Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente está para aprovação na Assembleia Municipal de Lisboa. Um plano de pormenor para esta zona é uma oportunidade única de inverter a tendência negativa e de abandono de algumas das áreas abrangidas pelo plano. Infelizmente muita da oportunidade do plano não foi ainda aproveitada. Assim importa chumbar esta versão na assembleia municipal e devolvêlo à câmara para que esta o reformule.

1. O Plano de Pormenor do Parque Mayer tem pouca qualidade, sendo que algumas das lacunas (quer ao nível dos elementos em falta, quer ao nível do conteúdo dos mesmos) só foram colmatadas após chamadas de atenção da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, outras entidades e de algumas das participações em sede de discussão pública;

2. Alguns dos estudos que acompanham o plano de pormenor são vagos, algo aliás reconhecido por diversas entidades em sede da conferência de serviços. O estudo hidrogeológico só foi feito posteriormente à discussão pública, e após diversas críticas de associações profissionais, associações cívicas e cidadãos terem questionado a ausência deste estudo;

3. A Câmara de Lisboa assumiu que áreas que hoje estão impermeabilizadas com parques de estacionamento e ocupações legais e ilegais de logradouros devem continuar a ser impermeabilizadas, desenhando e propondo novos arruamentos (um arruamento paralelo à Rua do Salitre e outro à Rua da Alegria). O plano opta por não aumentar a permeabilização de parte da sua área, e continuar a permitir mais impermeabilização, como são exemplos os edifícios recentes na Rua do Salitre. O aumento de impermeabilização é claramente contrário às ideias e valores de referência de impermeabilização de logradouros definido no actual e no futuro plano director municipal;

4. Crê-se que a criação de novos arruamentos no interior do quarteirão pouco deve trazer de novo e essencial à zona, dada a sua pouca atractibilidade e grandes diferenças de declive. Seria preferível melhorar as ruas existentes que fazem a ligação entre a parte baixa (Parque Mayer) e a parte alta (Rua da Escola Politécnica);
5. O plano propõe novas edificações praticamente encostadas ao muro do Jardim Botânico. O plano não possui normas de protecção a este recém-classificado monumento nacional, nomeadamente através da criação de uma zona de desafogo e protecção ao mesmo;

6. A versão final do plano abdica, positivamente, dos dois novos edifícios que anteriormente propunha para o Jardim. No entanto, não propõe alternativa, evitando reorganizar e repensar os usos e funções do edificado existente;

7. O plano de pormenor não tem nem um programa de execução, nem um plano de financiamento. Apenas existe uma estimativa dos custos por metro quadrado. Não sendo claro como e quando será executado o que consta do plano;

8. Também não constam quaisquer mecanismos de perequação compensatória de benefícios e encargos, entre os diversos proprietários na área do plano de pormenor. Disto resulta que o elo mais fraco ( Jardim Botânico) continuará num estado de declínio, principalmente por falta de fundos para obras, seja de recuperação, seja simplesmente de manutenção. Não consta da proposta do plano qualquer vínculo com receitas de impostos ou outras receitas que contribuam para um fundo de recuperação do Jardim (que urge ser criado), nem existência de uma estimativa global dos valores que o referido fundo deve ter em conta no seu dimensionamento;

9. Conforme admitido nos debates da discussão pública, o modelo actual de financiamento/ gestão do Jardim Botânico não funciona. A Universidade de Lisboa não tem conseguido inverter o declínio do jardim, e a Câmara de Lisboa não quis ser mais que um actor secundário no Plano de Pormenor do Parque Mayer, não aproveitando as potencialidade de fazer um plano de pormenor para esta área. Engenheiro do Território


http://cidadanialx.blogspot.com/2011...-plano-do.html




Paisagistas: Plano de Pormenor do Parque Mayer vai acentuar cheias
Arquitetos paisagistas defenderam hoje na Assembleia Municipal a suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por entenderem que "não salvaguarda o Jardim Botânico e vai acentuar as cheias" em Lisboa.


A Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas (APAP) apelou hoje, na Assembleia Municipal de Lisboa, à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e vai "acentuar as cheias" na cidade.

A discussão do Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) estava agendada para hoje, mas não se concretizou, uma vez que o documento está a aguardar pareceres da comissão municipal de finanças, disse uma fonte municipal.

No período antes da ordem do dia, a presidente da APAP, Margarida D'Abreu, apelou à "consciência ética" da Assembleia para suspender a aprovação do plano, para que a autarquia possa avançar com a demarcação de uma zona especial de proteção e um plano de salvaguarda do Jardim Botânico - que é abrangido pelo PPPM -, "previstos na legislação dos monumentos nacionais".

"Ameaça para o Jardim, para Lisboa e cidadãos"

A arquiteta alertou que este plano de pormenor vai "acentuar as cheias, aumentar a concentração de poluição e levar a abatimentos de pavimentos em zonas baixas".

Isto porque "apaga uma das colinas de Lisboa" e "fecha e impermeabiliza" aquela área, que agora leva a água a infiltrar-se "antes de chegar à Avenida da Liberdade".

Margarida D'Abreu defendeu que naquela área devia existir uma "elevada área de logradouros e espaços abertos".

Também a presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, em representação da Plataforma "Em Defesa da Missão do Jardim Botânico", que junta 14 associações e movimentos, defendeu a "revisão imediata do plano de pormenor", na assembleia municipal.

Manuela Correia recordou que o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa "possui uma das mais valiosas coleções de botânica nacionais" e é "um património inegável", defendendo a "preservação deste 'pulmão verde' fundamental" na cidade.

"Mais valia para a gula imobiliária"

"Desde o início (da elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer) que os cidadãos constatam que o jardim é visto como uma peça acessória ou apenas uma mais valia para a gula imobiliária", afirmou Manuela Correia.

"O plano é uma real ameaça para o jardim, a cidade e os cidadãos. O Jardim Botânico está atualmente em perigo de destruição", avisou.

Na assembleia de hoje, foram aprovadas duas saudações do Bloco de Esquerda e do partido ecologista "Os Verdes" a dar conta da seleção do Jardim Botânico para o observatório mundial de monumentos 2012, pela sua importância de herança cultural e pela preocupação associada à sua conservação.

Esta referência foi feita em outubro, pela organização World Monuments Fund.

A Câmara de Lisboa aprovou no final de julho, com as abstenções do PSD e CDS-PP, o Plano de Pormenor do Parque Mayer que, após passar por discussão pública, respondeu, segundo a maioria PS e o PCP, a dúvidas sobre impactos no Jardim Botânico e possibilidades de cheias.


http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=st...stories/686320



Lisboa
CML aprova Plano de Pormenor do Parque Mayer

A câmara lisboeta aprovou hoje, com as abstenções do PSD e CDS-PP, o Plano de Pormenor do Parque Mayer, que após passar por discussão pública respondeu, segundo a maioria PS e o PCP, a dúvidas sobre impactos no Jardim Botânico.

Depois de ter estado em discussão pública, este plano voltou hoje à câmara acompanhado por um estudo hidrogeológico encomendado pela Universidade de Lisboa e pela autarquia para toda a sua área que conclui que as construções previstas para a zona não vão afectar o equilíbrio ecológico do Jardim Botânico. O estudo permite ainda a construção de um parque de estacionamento para usufruto daquela universidade junto à Rua da Escola Politécnica. Além disso, o vice-presidente da câmara, Manuel Salgado, indicou que 30 por cento do acréscimo de imposto municipal sobre imóveis (IMI) que resulte da reavaliação patrimonial dos prédios na zona envolvente será canalizado para a manutenção do Jardim Botânico.

O vereador do CDS-PP, António Carlos Monteiro, manifestou "grandes dúvidas" quanto "ao aumento de construção nesta área" e disse temer que "os lugares de estacionamento não sejam suficientes", sob o risco de se agravar a "situação já de si de grande deficiência de estacionamento", uma reserva que apresenta desde o início da discussão. Já o líder de bancada do PSD, Pedro Santana Lopes, afirmou que "este não é o sonho" que tem para aquela zona. "Quanto à versão final temos uma apreciação positiva, pensamos que os estudos que foram feitos esclarecem algumas das dúvidas que podiam surgir quanto à estabilidade do aterro [junto do Jardim Botânico]", disse, por sua vez, o comunista Rúben de Carvalho.

Também a vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa, eleita pelo PS, elogiou o plano. O vereador independente eleito pelo PS José Sá Fernandes não votou a proposta, porque tem pendente uma acção judicial contra a permuta de terrenos entre o Parque Mayer e a Feira Popular.


por LusaHoje



PP Parque Mayer e Jardim Botânico: O ALERTA DA LAJB

«No dia 30 de Junho, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico esteve presente na sessão pública da reunião da Câmara Municipal de Lisboa, onde foi aprovada com os votos contra do CDS-PP e a abstenção do PSD, a proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente.

No debate prévio à votação ficaram muitas incertezas, contradições e incoerências por esclarecer, revelando um Plano de Pormenor pouco aprofundado quanto à sua elaboração, pressupostos, execução e consequências.

A requalificação de toda esta área, apresenta uma vocação predominantemente “mercantilista” em detrimento da cultural ecientífica, sendo esta totalmente ignorada no debate. Assim, no Jardim Botânico, a predominância da área comercial - 20 mil m2, e Hotel - 6mil m2, são muito superiores aos 14mil m2 destinados à cultura, quando anteriormente se falava em 23mil m2 para actividades culturais. O mesmo parece passar-se no Parque Mayer, em que a vertente comercial tem preponderância em relação às actividades culturais.

Por outro lado, o Plano de Execução é omisso, no que diz respeito às actividades culturais e comerciais a serem implementadas, bem como está ausente, uma reflexão sobre a gestão cultural de toda esta área. O espaço público está mal definido.

Muitas questões gostaríamos de ver respondidas. Qual o modelo económico que garante a sustentabilidade deste projecto? Como está equacionada a sustentabilidade ecológica do tecido urbano? Qual a percentagem da área que vai ficar impermeabilizada? Qual a percentagem da área drenada? E a protecção? Quais os indicadores que vão ser valorizados, para não haver prejuízos daqui a alguns anos? E a protecção dos logradouros? Como é que se relaciona esta protecção com o que está no projecto? O que pode acontecer com a implementação deste projecto? O que queremos que aconteça?

Com este projecto, a protecção do Jardim Botânico não está eficaz. Para tal, é essencial:


- salvaguardar todos os logradouros confinantes com o jardim; não construção de edifícios de altura superior à cota da cerca pombalina do JB; não ao aumento das cérceas de edifícios na ruado Salitre ( problema que já existe actualmente ), e nas ruas da Alegria e S. Mamede, travessa do Salitre e calçada da Patriarcal; não construção de parques de estacionamento subterrâneo no JB, nos logradouros e jardins, incluídos na Zona Especial de Protecção do JB (50 metros a contar da cerca pombalina do Jardim ); não impermeabilização do solo do Jardim; não ao abate de árvores da colecção viva; não destruição de partes da Cerca Pombalina; preservação dos canais de drenagem atmosférica e hidrológica; manutenção do gradiente de exposição solar; manutenção de anel de protecção ecológica; manutenção do sistema de vistas entre as colinas de Lisboa e o Jardim.


Projecto com visão e futuro era:

- a extensão do Jardim Botânico para o Parque Mayer, criando neste, um espaço verde com espécies da Flora dePortugal, numa interface com o jardim, não desvalorizando a sua vocação recreativa; era dotar o Jardim Botânico de todos os equipamentos em falta e substituir os desadequados e obsoletos; era tratar do património arbóreo do Jardim ( Classe e Arboreto ) com inventariação e orçamentação já efectuada em 2008; era aumentar a cultura científica dos cidadãos, alterar os seus actuais comportamentos insustentáveis; era privilegiar a direcção de mobilidade e não de tráfego, era repor a carreira do eléctrico 24 ( Cais do Sodré-Campolide, via Rua da Escola Politécnica).


Tudo isto e muito mais, está em risco de se perder. Esperava-se essa visão de uma Universidade e de uma Câmara com responsabilidades educativas, cívicas e políticas. A Liga dos Amigos do Jardim Botânico, consciente dessas mesmas responsabilidades para com os seus associados, a sua cidade e o seu país, tudo fará para ajudar e contribuir para esse Portugal futuro.


LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO
Rua da Escola Politécnica, 58
1250-102 Lisboa»


Fonte: http://cidadanialx.blogspot.com/2010...otanico-o.html




Lisboa tenta reduzir valor do Parque Mayer para que uma expropriação saia mais barata

Área de construção permitida deverá passar de 50 mil para 30 mil metros quadrados, o que reduz valor do recinto

Reduzir o valor dos terrenos do Parque Mayer é um dos objectivos do plano de pormenor para a zona aprovado na passada semana pela Câmara de Lisboa. A proposta de plano reduz significativamente o volume de construção anteriormente permitido para o mesmo local. Mas antes de entrar em vigor, tem ainda de ser submetida a discussão pública e aprovada pela administração central.

Depois de o advogado José Sá Fernandes ter recorrido aos tribunais, para anular a permuta através da qual a autarquia trocou metade dos terrenos da Feira Popular pelo Parque Mayer, o processo aproxima-se agora do final, faltando apenas a leitura da sentença. A hipótese de o negócio ser considerado nulo poderia, porém, deixar a câmara em maus lençóis: embora voltasse a ser dona do terreno em Entrecampos, teria de recorrer a uma expropriação para reabilitar o antigo recinto do teatro de revista. E a escritura da permuta com a Bragaparques estabeleceu, em 2005, que o Parque Mayer valia 54,6 milhões de euros, porque o município lhe tinha conferido uma capacidade construtiva de 50 mil metros quadrados.

É também para evitar que este valor seja tomado como referência em caso de necessidade de expropriação que o plano de pormenor agora aprovado baixa a capacidade construtiva de 50 mil para 30 mil metros quadrados.

"Quando a Bragaparques comprou o Parque Mayer aos seus antigos proprietários, em 1999, pagou por eles 2,2 milhões de contos [perto de onze milhões de euros]", observa Sá Fernandes, hoje vereador de Lisboa. Seis anos depois, quando vendeu o recinto à câmara, a empresa conseguiu quintuplicar esse valor. "A Câmara de Lisboa perdeu muito dinheiro ao trocar o Parque Mayer por metade da Feira Popular", opina. O autarca diz que, caso o tribunal anule a transacção, a ideia do município é "accionar rapidamente o processo de expropriação" e "tomar posse administrativa automática do terreno". Sá Fernandes pensa que não haverá dificuldade em os tribunais reconhecerem o interesse público da expropriação. Só que se a permuta for desfeita sem que a expropriação seja decretada o problema associado ao Parque Mayer adensar-se-á ainda mais, uma vez que decorrem já no local, a expensas da câmara, as obras de reabilitação do Teatro Capitólio.


Fonte: http://jornal.publico.pt/noticia/05-...a-19762465.htm
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