Dreamer Posted October 6, 2008 Report Share Posted October 6, 2008 Cemitério de Finisterraarquitectura: César Portelalocal: Finisterra, Corunhaano de projecto: 1998ano de início de construção: 2000 (inacabado)Finisterra, ou “fim da terra”, assim se chama o cabo onde se encontram os cubos de granito do cemitério idealizado por César Portela.A nossa cultura interpretou o cemitério como um recinto fechado, limitado, com um dentro e um fora. Aqui, neste outrora fim do mundo conhecido, César Portela propõe um cemitério livre, que preserve a topografia agreste e minimizando o impacto que um equipamento destes poderia trazer a um local tão sensível.A proposta é assim um cemitério fragmentado num conjunto de pequenas construções, articuladas ao longo de estreitos caminhos existentes que descem do topo da colina até ao nível das águas. Um espaço que não necessita de muros e onde a única fronteira é o infinito do mar.Este projecto, ainda que inacabado, foi finalista da edição de 2003 do Prémio de Arquitectura Mies Van der Rohe.Nas palavras de César Portela:“Um cemitério cujos muros são a colina, a montanha, o rio e o mar e cujo tecto é o céu.Um cemitério, uma cidade ou um território dos mortos, que guarda uma estranha semelhança com a cidade ou o território dos vivos.” La ideia tras el proyetoCabo Finisterre exige (al menos de mí) un objeto arquitectónico que sea una ampliación del paisaje, que se disuelva tranquilamente en la naturaleza, casi como si no existiera. ¿Cómo se pueden aplicar estos requisitos arquitectónicos a la planificación de un cementerio en este lugar? La propuesta prevé un cementerio hecho de pequeñas estructuras, agrupadas a lo largo de un recorrido preexistente que sigue la pendiente de la colina, sin recintos - y como fondo la omnipresente extensión marina.La renuncia a los espacios vallados y a la eliminación de líneas de límite y paredes significa que no existirán las usuales referencias a un espacio particular. ¿Cómo superar esta dificultad? Utilizando otras referencias y estableciendo otras delimitaciones. Más específicamente, las que caracterizaban al antiguo lugar de sepultura celta: el mar, el río, la montaña, el cielo.La imagen del cementerio es la de una senda que atraviesa una aglomeración de casas, una serpiente que repta a lo largo de la ladera de la montaña hasta el mar, adaptando su proceder a las repentinas variaciones del terreno. A lo largo de su recorrido, las tumbas, grandes cajones encajados en compactos bloques geométricos, evocan las enormes formas graníticas diseminadas sobre las laderas de las antiguas colinas: algunas se han quedado en la base de la pendiente, donde el terreno es llano, mientras que el viento y las olas, implacables, cincelarán sus perfiles. El proyecto imita el modo en que la naturaleza produce sus arquitecturas, pero además refleja la forma adoptada por los habitantes de esta tierra para producir las propias.Mientras nos acercamos a estas piedras, nos damos cuenta de que son lugares hechos por el hombre. Peñascos embebidos de geometrías, formas internacionales pero ordenadas en un desorden aparente. Peñascos que acogen las tumbas encajadas como cajas o contenedores encallados después de un naufragio, un desordenado pomerium donde los muertos no son inhumados en la ciudad, sino a lo largo de un simple camino lejos de lo poblado. Topografía, silencio, ausencia y recuerdo inspiran y delinean este proyecto. La arquitectura es su resultado, e incluso su reflexión.Para este proyecto, creo, he arrinconado preocupaciones de escasa importancia, proyectos injustificados, materiales inservibles, detalles inútiles. He tratado de no escuchar a la voz tentadora de tantas sirenas, de mantenerme alejado de las distracciones y de todo aquello que no se hubiera demostrado necesario. Sólo he mantenido lo esencial. He tratado de descubrir el misterio y la trascendencia del lenguaje entre el silencio. Un silencio conquistado gracias al deseo de dispersar la propia voz en el vasto y anónimo campo de acción de la arquitectura.Esta es la arquitectura que me gusta, la arquitectura que más se acerca a mi ser más profundo. Más limpia, más directa, más trascendente, más personal (pero menos personalizada), más ligada por ocultos vínculos a la historia y a la geografía, una arquitectura que quiere su sitio en la cultura y en la vida, más allá del tiempo y del espacio en que se la produce.Espero que gustará también a Cabo Finisterre, a la montaña O Pindo, a las islas de Lobeira y O Centolo, al Mar de Dentro y al Mar de Fora, a los marineros y a los pescadores que navegan esta costa, a quien enterrará a sus propios muertos sobre estas orillas.Y, si fuese posible, querría también que gustara a los que aquí han muerto. César Portela Link:http://www.cesarportela.comGoogleEarth: Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dreamer Posted October 6, 2008 Author Report Share Posted October 6, 2008 Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Petrucces Posted October 6, 2008 Report Share Posted October 6, 2008 espantoso.. os volumes ate poderiam ter uma forma completamente diferente que a implantação continuava formidável. o local é lindissimo e acho que e dos poucos cemiterios em que poderia dizer "enterrem-me aqui" x) Link to comment Share on other sites More sharing options...
Pedrosilva Posted January 5, 2009 Report Share Posted January 5, 2009 Pena não ter funcionado, nem ter sido tão pouco aceite pelos locais! Link to comment Share on other sites More sharing options...
DreamSpaces Girl Posted January 5, 2009 Report Share Posted January 5, 2009 A nossa cultura interpretou o cemitério como um recinto fechado, limitado, com um dentro e um fora. Aqui, neste outrora fim do mundo conhecido, César Portela propõe um cemitério livre, que preserve a topografia agreste e minimizando o impacto que um equipamento destes poderia trazer a um local tão sensível. Conseguiu! Realmente sempre foi uma coisa que me desagradou, os cemitérios que se impõem e têm um grande impacto, normalmente negativo, na vista. A meu ver este cemitério está bem pensado. Saudações,;) Link to comment Share on other sites More sharing options...
Sérgio Barbosa Posted January 7, 2009 Report Share Posted January 7, 2009 Os cemitérios são uma tipologia com uma especificidade muito curiosa. A maior parte verdadeiros abortos a nível urbano. Não é portanto de admirar que isso venha a ser rectificado num futuro próximo. Este exemplo é revelador de forma de resolver o programa do cemitério. Não conheço muito bem as condicionantes que estão associados ao projecto mas pergunto-me se o local, apesar de abraçar uma magnífica paisagem não será um pouco acidentado demais para o uso que lhe está destinado. Para mim o melhor modelo que conheço de um cemitério é sem dúvida alguma o de Estocolmo do arquitecto Asplund. Parece-me em tudo perfeito. Link to comment Share on other sites More sharing options...
onil Posted January 7, 2009 Report Share Posted January 7, 2009 Pena não ter funcionado, nem ter sido tão pouco aceite pelos locais! Podem sempre os locais reconverter em apicultura, dando vida ao local e aproveitamento do néctar das urzes, cuja matéria prima alí não falta.:) Link to comment Share on other sites More sharing options...
Recommended Posts
Please sign in to comment
You will be able to leave a comment after signing in
Sign In Now