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Arquitectura.pt


Cerva, Ribeira de Pena | Casa Tóló | Alvaro Leite Siza


kaz

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Penso que a arquitectura é um acto de cultura. E se é verdade que todo o acto de cultura é um fenómeno da comunicação, então podemos encontar metáforas comuns à expressão escrita e à arquitectónica. Quando lemos um livro, classificamo-lo como narrativa, ficção, poético ou outro. Na arquitectura também encontramos estas formas de expressão mas não costumamos distingui-las. Assim temos obras em que a funcionalidade é fundamental (uma fábrica), outras em que se pretende o aspecto teatral (um tribunal) este mais proximo da ficção e outras que pretendem tão somente ser obras de arte (a casa toló) porque foi feita com essa mesma intenção, motivar questões e paixões. Não se fica indiferente, por isso é uma obra de arq poética. Serve para viver (certamente), bem ou mal, mas penso que ela foi essencialmente feita para desfrute do espaço. Haja dinheiro! Querer analisar essa obra como obra legal ou obra funcional ou obra representativa ou outra, é como querer ler o "Código de Vinci" como um manual de história da religião.

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Acho que para analisar-mos uma arquitectura, não o devemos de fazer so pelo o arquitecto, pois cada arquitecto tem a sua maneira de ver as coisas, assim como cada um de nós. Uma obra arquitectonica, deve ser analisa num todo. Acho que talvez o Alvaro Leite Siza, quero seguir um estilo semelhante ao Frank Lloyd Wright, pelo menos o que diz respeito ao aproveitamento do local. PS.: Atenção, não estou a dizer que ele seja tão bom como Frank Lloyd Wright.

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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  • 3 weeks later...

De facto, esta casa não pára de me surpreender pela positiva.

Pois bem, ela está nomeada para o prémio da revista Wallpaper na categoria de Best New Private House.:)

O resultado do concurso sai amanhã e vamos ver se começa aqui o reconhecimento internacional desta pequena maravilha.

Informações adicionais em

http://www.wallpaper.com/news/Design_Awards_preview:_day_5/1247



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Assim temos obras em que a funcionalidade é fundamental (uma fábrica), outras em que se pretende o aspecto teatral (um tribunal) este mais proximo da ficção e outras que pretendem tão somente ser obras de arte (a casa toló) porque foi feita com essa mesma intenção, motivar questões e paixões. Não se fica indiferente, por isso é uma obra de arq poética. Serve para viver (certamente), bem ou mal, mas penso que ela foi essencialmente feita para desfrute do espaço.


desculpa, mas como disseram, o forum é para discutirmos opiniões e eu não consigo compreender como um fábrica é fundamental a funcionalidade e num teatro e numa habitação não é?
por favor, vais fazer uma habitação onde da cozinha à sala tens de passar por um corredor de quartos, ou por por uma casa de banho? não será mais fácil juntar os 2 espaços?só para priveligiar o desenho arquitectónico submetes as pessoas da casa a isso, a casa não é para a revista, para arquitectos ou prémios é para as pessoas que a habitam..

é algo tão intuitivo pensarmos em tudo ao mesmo tempo(função, desenho, forma, relações, conforto...pah sei lá) quando projectamos que não percebo...
mais quando dizes...foi essencialmente feita para desfrute do espaço, faço-te um pergunta simples e directa,
imagina-te a dormir no ultimo quarto e à noite acordas e queres beber um simples copo de leite, tens de subir perto de...6metros há noite e voltar a descer o mesmo percurso, isto é desfrutar de um espaço?
como diz o meu professor existem vários estereótipos de conforto...que cada um tem o seu...eu tenho de rever o meu talvez...

deixo uma pergunta geral.
até que ponto devemos valorizar o desenho da forma em detrimento da qualidade de habitar um espaço?
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É surreal! Dos posts que li, a maioria das criticas prendem-se com a funcionalidade deficiente da casa, não sendo isso motivo para considerar esta obra de "má qualidade". Expliquem-me então o que caracteriza a boa arquitectura, excluindo os aspectos estéticos? A funcionalidade não fará parte dessa lista? Plastica e esculturalmente esta obra parece integrada apenas pela sua adaptação ao terreno... Deve ser giro descer aquela escadaria pelo exterior e parar num pequenino patamar para dar um mergulho! Há um terrível preconceito de que tudo o que é estranho e foge à norma deve ser publicado em revistas e livros, porque um dia pode vir a ser que seja considerado muito bom! Isto é ridiculo. Mas onde é que chegámos? Cumps

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A casa deve ser pratica para o utilizador, “não interessa” como o arquitecto projectou a casa, mas sim que ela esteja de modo a ser pratica a quem lá vive. Ou seja, todos são capazes de aceitar aquelas casas, que a única coisa que tem a parte é o WC (epa… isto ate tem nome… mas agora não me lembro…). Ninguém diz que é uma ma arquitectura, mas antes uma arquitectura diferente. Por exemplo, as casas do Gaudi, de aspecto ate podem não ser muito praticas, mas não é por isso que deixam de ser uma boa arquitectura.

Depois demos que notar para quem foi feito a casa. Sem um público-alvo, ou seja não ser uma casa particular, claro que a casa acaba terá de ter uma arquitectura mais clássica e mais racional. Agora quando se faz uma casa para uma pessoa específica, como uma vivenda, isso altera muito. O arquitecto devera pensar o que o cliente mais gosta e o que para ele será mais prático.

Qual é o problema se quando se entra na casa o hall da logo para a sala e existe uma escada que dará acesso aos 2 quartos e a cozinha que fica logo ao cimo das escadas, tendo ao lado um WC assim como debaixo do vão da escada? O arquitecto poderia ter posto a cozinha no piso 0 e criado mais um quarto… Mas visto que o cliente só queria 2 quartos… em vez de criar uma ampla varanda para ocupar o espaço “vazio” no piso 1, fez a cozinha junto as escadas e ampliou assim a sala de jantar/estar. Claro que poderá ficar menos prático, mas o cliente ira ficar satisfeito, pois ficou com uma sala maior para receber os amigos, e normalmente acaba por sempre comer na cozinha… assim depois do almoço sempre é mais fácil fazer a cesta. Um cliente satisfeito… mas para muitos, uma ma arquitectura. Mas será!?

PS.:

Há um terrível preconceito de que tudo o que é estranho e foge à norma deve ser publicado em revistas e livros, porque um dia pode vir a ser que seja considerado muito bom! Isto é ridiculo. Mas onde é que chegámos?


Nem mais... Lembram-se do Museu Guggenheim!? Para muitos nunca iria ser um bom museu... Hoje é um dos museus mais famosos do mundo. E de pensar... não!?

Josué Jacinto - Mais Fácil
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Em Portugal, a mediocridade sobrevive e a qualidade persiste em ser criticada...além da natural inveja muito própria do espirito Atávico do Português profundo, existe a ignorância crassa...

A casa é um licão na abordagem ao Genius Locci, dadas as contigências do terreno e a abertura na clareira, funcionalmente resolveu-se na medida do possível...uma grande parção da população sobe três lanços de escada só para chegar a porta da sua habitação todos os dias...Dear God!

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JAG:
Não entendo que fama e qualidade sejam condição uma da outra, há muita "coisa" famosa cuja qualidade é muito má. Aliás chegamos muitas vezes a um ponto em que a fama existe unicamente dada a sua má qualidade. O Museu Guggenheim pode ser um exemplo disso, ninguém tem de gostar dele... mas não sobre isso que falamos enste tópico.

Quanto à fama da Casa Tolo, a meu ver, é famosa pelo mau exemplo de arquitectura que é.

lllARKlll:
Quanto ao conceito de Genius Locci, este não deverá unicamente restringir-se à forma, mas também aos materiais e à harmonia do local. Parece-me um contra-senso utilizar uma materialidade como a do betão para dar forma a uma arquitectura supostamente orgânica. É desajustado... Exagerando, pode perguntar-se se é uma correcta abordagem do Genius Locci espalhar cubos de betão, ligados por escadas, pelo terreno! Também não me parece, mas acho interessante.

Cumps
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Quanto à fama da Casa Tolo, a meu ver, é famosa pelo mau exemplo de arquitectura que é.

Esta frase deveria ser precedida por uma explicação.

Quanto ao conceito de Genius Locci, este não deverá unicamente restringir-se à forma, mas também aos materiais e à harmonia do local. Parece-me um contra-senso utilizar uma materialidade como a do betão para dar forma a uma arquitectura "supostamente orgânica"

O melhor exemplo de adequação ao local por parte de um edifício, que conheço, dá-se exemplarmente numa estrutura de betão...e o supostamente orgânica, não sei de onde raio veio...nem revejo claras afinidades nesta obra com as do dito mestre da Arquitectura Orgânica.
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Ma arquitectura... são os bairros sociais que andam ai a fazer!!! Ou so porque não são feitos por arquitectos famosos... já são bons? Ou nos dizemos se algo é bom ou mau so segundo os nossos gostos? Acho que devemos ser equilibrados... podemos não gostar... mas ver o que é bom ou não...

Josué Jacinto - Mais Fácil
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Gostos não se discutem, nem são para aqui chamados. A questão que levanto prende-se essencialmente com a funcionalidade. No meu entender, a Arquitectura deve ser vivida, aliás é a sua função por excelência e a partir do momento que essa premissa não se verifica, eu na minha modesta opinião, considero-a má. A falta de funcionalidade acaba inevitavelmente por denegrir toda a obra inclusivamente a sua forma... porque estão inequivocamente ligadas, a forma e a função. (uma das mais velhas questões da Teoria da Arquitectura)

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Esta casa "tem" uma arquitectura do mesmo modo que a Fallingwater do F.L.W., a Farnsworth do Mies, a Villa Savoye do Corbu, e outras tantas (mas não tantas assim) que existem por esse mundo fora. São objectos extremamente interessantes, marcos no seu tempo sem o uso da expanpanância que reconhecemos no trabalho do Calatrava ou no do Gehry. Ultrapassam o belo, são sublimes. Mesmo com as disfuncionalidades que possuem. cya l8r

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