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Porto | Reabilitação da Rua Miguel Bombarda | Filipe Oliveira Dias


Dreamer

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Reabilitação da Rua Miguel Bombarda

Trata-se de um projecto verdadeiramente original, pois o objectivo é a transformação e reabilitação de ruas do Porto, vocacionando-as para o comércio de arte, com base na iniciativa e orientação dos próprios comerciantes, sem prescindirem do apoio da autarquia.

O objectivo mais ambicioso é o de a grande maioria das lojas resultantes da transformação dos prédios ao longo dessas ruas, ocupando os rés-do-chão, por vezes caves e até 1º andar, ser destinada à promoção e comércio de arte.

Como o número de galerias tem aumentado incessantemente, sempre por iniciativa dos comerciantes, que por vezes elaboram programas conjuntos, a densidade de arte e dos seus autores e admiradores torna-se notória.

Entretanto, pretende-se que a rua não perca os moradores residenciais, antigos e novos, com comércio tradicional, incluindo restauração, garantindo que a rua se mantenha viva e segura a qualquer hora do dia ou da noite.

Constitui assim uma natural expectativa que a Rua Miguel Bombarda venha a ter notoriedade idêntica à de conhecidas ruas congéneres, que todos procuramos visitar em Londres, Paris, Roma e outras diversas capitais.

O projecto de facto intervém em duas ruas contíguas, as de Miguel Bombarda e da Boa Nova, dinamizado-as de formas distintas.

Na Rua Miguel Bombarda, a prioridade é para o peão, não impedindo contudo que o automóvel possa aí circular.

É garantido o acesso de automóveis de moradores com garagem, de veículos para cargas e descargas e de veículos prioritários (saúde, ordem pública e bombeiros, por exemplo). Em determinados períodos, se tal for considerado vantajoso ou necessário (horas de ponta, por exemplo), a rua poderá ser aberta a todos os veículos.

Na Rua da Boa Nova, o automóvel e o peão terão idêntica prioridade.

O mobiliário urbano é muito simples, mas facilitando o trajecto.

Mas, ao longo do percurso, independentemente das visitas às galerias ou do simples espreitar das montras, foi necessário criar momentos de pausa, com intervenção de arte na própria rua do consagrado artista portuense Ângelo de Sousa.





Site do arquitecto:
http://www.filipeoliveiradias.pt

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Parece-me urgente este tipo de intervenção que visa a dinamização utilitária dos espaços que o tempo foi deixando esquecidos. Todos sabemos que não é fácil escapar às pressões imobiliárias, ainda para mais quando se tratam de locais bem localizados como é o caso, e acredito que este tipo de funções possa estimular o surgimento de novos fluxos para a zona ao mesmo tempo que não descura a relevância iminente do valor habitacional. Espero apenas que o local não adquira uma vivência demasiadamente elitista motivada pelo conteúdo programático a nível de rua e ao invés permita a sua sã convivência com o universo de moradores que ai habitam ou irão habitar. Reabilitar a cidade passa obrigatoriamente pela reflexão destes factores sociológicos, pelo menos a meu ver.

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Não convém esquecer que entre avanços e recuos, este processo já começou em 1998, há 10 anos... e que só agora parece estar a sair definitivamente do papel. É curioso percorrer a rua e apercebermo-nos dessa vivência de que falas, da população que ali habita, do pequeno comércio não cultural, as pequenas mercearias, os cafés de esquina, entre outros... não conheço o estado do edificado habitacional, se está ocupado e em que condições, mas a avaliar por estas pequenas unidades de comércio, acredito que exista um movimento populacional "extra rotas culturais".

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Parece pouco e mal feito. Basicamente o que se vêm é um pavimento com uns motivos "chapa 5" e uma também muito banalzita iluminação, não digo que seja erro do arquitecto, mas esta rua merecia melhor. Faz-me lembrar a antiga avenida dos Aliados cheia de retalhos.

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É pena as fotografias da maquete não serem de todo elucidativas da proposta. Mais lamento que aquilo que é apresentado diga apenas respeito a parte do troço da rua miguel bombarda, a saber, a parte poente da mesma; se assim for creio não fazer sentido qualquer intervenção!!! Alguém sabe se a parte nascente é também objecto de estudo e faz parte do projecto de intervenção?

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  • 2 months later...
Ângelo de Sousa "desenha" rua
AGOSTINHO SANTOS

Ao fim de oito anos, vai avançar o projecto da concepção do desenho/pintura para a calçada e passeios da Rua de Miguel Bombarda, no Porto, artéria onde se concentra um elevado número de galerias de arte.

Ângelo de Sousa é o autor do desenho e da pintura que darão corpo à nova imagem da rua e passeios da "Miguel Bombarda", que integra o habitual circuito cultural portuense.

Apesar de o convite já ter oito anos, só agora é que foi lançada a primeira parte do projecto, que, de acordo com o próprio autor, apanhou-o totalmente de surpresa. "Há oito anos, perguntaram- -me se queria fazer o desenho; disse que sim, mas avisaram-me logo de que tinha de o entregar com urgência, com muita urgência. Na altura, estava doente, mas, mesmo assim, fiz e entreguei o trabalho, estávamos em Junho de 2000".

A verdade é que, acrescenta Ângelo de Sousa, "nunca mais ninguém me disse nada, nem o arquitecto, nem ninguém, só soube porque andei lá na rua na mais recente 'tourneé' das inaugurações e vi que o projecto ia finalmente avançar. Mas vi porque andei lá, ninguém teve o cuidado de me informar".
A concepção da obra foi feita em duas partes: a rua e os passeios. Especificamente para a rua, e com o objectivo de ser reproduzida em calçada à portuguesa, Ângelo de Sousa optou por uma composição a raiar o geométrico, empregando apenas quatro cores, nomeadamente o preto, branco, ocre e vermelho.

Em ambos os passeios da Rua de Miguel Bombarda, a opção recaiu em 80 desenhos de rostos, que riem, que choram, que estão desesperados ou felizes. Estes desenhos serão gravados em múltiplos cubos de granito irregular, com cerca de 25 centímetros de cada lado.

"Quando pensei no trabalho global das caras, achei que era interessante que as pessoas fossem surpreendidas ao ver no chão outros rostos a olhar para elas. São caras de gente ensonada, bem-disposta, mal-disposta, enfurecida, feliz, etc.. Reportam a momentos iguais aos que vivem e sentem quaisquer normais cidadãos", acrescentou o pintor.

No fundo, Ângelo de Sousa pretende estabelecer uma espécie de diálogo entre o transeunte e as imagens do quotidiano que estarão ali, de olhos abertos ou semicerrados, atentos a todos os gestos dos que passarão por aquele local, faça chuva ou faça sol.

Link:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1023735

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Pavimentos de Angelo de Sousa

A reabilitação da Rua Miguel Bombarda é um projecto verdadeiramente original, vocacionando-a para o comércio de arte.
Na rua a prioridade é para o peão, não impedindo que, em circunstâncias especiais, haja acesso de viaturas. Mas, ao longo do percurso, foi necessário criar momentos de pausa, com intervenção de arte na própria rua do consagrado artista portuense Ângelo de Sousa.
Na extensão do pavimento são vistos sete desenhos, constituindo uma espécie de tapeçaria em betão colorido, em tons ocres, amarelos, cinzas e preto. É também instalada uma série de caras, moldadas em betão ou esculpidas em granito.
Apesar de integrarem o pavimento, como são em baixo relevo, não constituem obstáculo. Com subtileza, as formas simples -sobrancelhas, olhos, nariz e boca-, com diferentes expressões, vão surpreendendo e atraindo os passeantes.



Link:
http://www.filipeoliveiradias.pt/html/pt/projectos/ficha.asp?P_cod_projecto=116

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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  • 4 months later...

Miguel Bombarda reabilitada atrai mais jovens

HELDER ROBALO
Porto. A 'Rua das Galerias' é amanhã inaugurada oficialmente e o autor deste projecto acredita que ajudará a trazer mais jovens para a Baixa de uma cidade que perdeu cem mil pessoas em 30 anos

Ministro da Cultura convidado para o dia da inauguração

A reabilitada Rua Miguel Bombarda pode contribuir para, em conjunto com a recuperação de ruas e habitações na Baixa do Porto, atrair mais jovens para a cidade. Esta é a convicção do arquitecto Filipe Oliveira Dias, autor do projecto de reabilitação da "Rua das Galerias".

O sonho do galerista Fernando Santos, elaborado sob a égide do Circuito Cultural da Miguel Bombarda, surgiu em 1998. O objectivo era, e é ainda, ali colocar galerias de arte e comércio alternativo, dinamizar uma rua que esteve quase ao abandono. O plano esteve parado até 2008, quando o executivo portuense, pela Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas (GOP), avançou com a obra.

Os moradores, lojistas e galeristas aplaudem. "A rua ficou muito bonita", afiança Maria Rosa Baldaia, dona, com o marido, de uma loja de restauro e venda de móveis antigos. "Este espaço existe aqui desde 1961", diz, acrescentando que a loja só saiu dali nos meses das obras. Filipe Oliveira Dias diz que "era importante concretizar a aspiração de fazer nascer uma cidade nova nesta zona", numa altura em que "a juventude está a regressar ao centro do Porto".

A empreitada implicou a reformulação de todas as infra-estruturas existentes, incluindo a iluminação pública e implicou um investimento municipal superior a meio milhão de euros. Maria Alice, moradora há 35 anos nesta artéria, só não gosta "dos bancos e da iluminação, porque está muito virada para a rua e na zona junto às casas fica escuro". Sandra Mendes crê que estas obras podem "trazer melhorias e mais segurança" e até "gostava que a cidade tivesse mais obras deste género".

Filipe Oliveira Dias recorda que "nos últimos 30 anos o Porto perdeu mais de 100 mil habitantes para as cidades fronteira". "Depois, a especulação imobiliária tornou quase impossível a jovens casais adquirir casa no centro das cidades", diz o arquitecto que acredita que é preciso criar "formas de acolher novas profissões, novas artes e, assim, mais juventude".

A reabilitação do troço entre a rua de Adolfo Casais Monteiro e a Boa Nova é mais um passo na tentativa de revitalizar o Porto. O troço, pedonal, faz parte da ligação do percurso do Romântico a Cedofeita e ao Jardim da Cordoaria. "Um conjunto apreciável de área pedonal", diz Filipe Oliveira Dias. O arquitecto adianta que a rua "é um museu vivo", onde existem sete desenhos constituídos por placas de betão pigmentado. O artista portuense Ângelo de Sousa integrou ainda, no pavimento, várias caras, em baixo-relevo, esculpidas em granito. "A ideia foi que as pessoas fossem encontrando expressões ao longo do percurso", explica o arquitecto.

Sendo esta uma zona pedonal, "os miúdos podem andar na rua, correr de uma galeria para outra sem o risco de serem atropelados". "Está pensado, entre os galeristas, arranjar-se peças de xadrez para os miúdos jogarem num dos tabuleiros da rua", acrescenta Filipe Oliveira Dias.

Concluídos os trabalhos a 25 de Fevereiro, a Câmara do Porto irá inaugurar amanhã, oficialmente, a já chamada "Rua das Galerias". Uma cerimónia para a qual Rui Rio convidou o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.

in http://dn.sapo.pt/2009/03/06/cidades/miguel_bombarda_reabilitada_atrai_ma.html

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Ministro foi apoiar "prenda" de Rio aos galeristas

Inauguração de troço pedonal da Rua de Miguel Bombarda contou com membro do Governo

2009-03-08

HELENA NORTE

Rui Rio prometeu continuar com as obras de requalificação da Rua de Miguel Bombarda logo que a Câmara do Porto disponha de verbas. O percurso pedonal foi este sábado inaugurado com a presença do ministro da Cultura.

Foi um movimento espontâneo o que levou mais de duas dezenas de galeristas a concentrarem-se no quarteirão de Miguel Bombarda. Tal como foi por acaso que Fernando Santos mudou, há 14 anos, o sua galeria para aquela artéria. Foi o embrião da "Rua das Galerias", agora reabilitada, que já se tornou numa referência para os apreciadores de artes plásticas e o ponto de partida da visita institucional.

Ontem à tarde, centenas de pessoas passeavam e visitavam as exposições. É sempre assim em dias de inauguração. Agora sem o caos das obras e com circulação exclusiva para peões num espaço revestido a granito serrado com baixo-relevo e sete mosaicos artísticos de Ângelo de Sousa.

Rui Rio reconhece que a intervenção da Câmara do Porto surge em resposta ao movimento dos galeristas. Meio milhão de euros e quase sete meses de obras transformaram o troço entre as ruas de Adolfo Casais Monteiro e da Boa Nova num atractivo percurso pedonal, projectado pelo arquitecto Filipe Oliveira Dias.

É a primeira parte de uma requalificação que vai estender-se ao resto da rua logo que a autarquia disponha de meios financeiros. "A minha regra é só fazer obras quando tenho dinheiro. Com condições, faz-se", sublinhou Rio, acrescentando que "há-de chegar o momento" de concluir a intervenção.

Para o ministro da Cultura, a união de artistas e galeristas em torno de um projecto comum resultou num "centro de vida e de cultura" para a cidade e para toda a região. Rejeitando o fatalismo da crise, José António Pinto Ribeiro apelou à ousadia criativa para que as artes sejam uma actividade economicamente sustentável.

Isabel Cabral, da galeria Serpente, acompanhou a evolução do Circuito Cultural de Miguel Bombarda, nos últimos anos, e considera que se tornou uma referência na cidade. "As pessoas sobem que esta é a Rua das Galerias e o fluxo tem sido significativo", afirma a galerista que não esconde, porém, que a crise económica e as obras na rua afectaram as vendas.

Para Nuno Magalhães, a concentração de espaços de arte em Miguel Bombarda com propostas atractivas para os jovens contribuiu para aproximar as camadas mais jovens da população da Baixa desertificada. Maryanne Pires, que trocou S. Paulo (Brasil) pelo Porto há seis anos , sempre morou naquela zona e está satisfeita com a nova cara da rua.

A candidata do PS à Câmara do Porto recordou, em declarações à Lusa, que a requalificação da rua de Miguel Bombarda era um projecto do antigo presidente Fernando Gomes. Elisa Ferreira considera que se está perante "um motivo para celebrar não só a iniciativa dos galeristas mas também o fim da teimosia de Rui Rio, que demorou sete anos a concretizar o projecto". Caso seja eleita, pretende criar dinâmicas novas como espaços para exibição dos trabalhos de jovens artistas.

in http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1163164

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