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Porto | Alameda 25 de Abril - UOPG 20 | José Pulido Valente


JVS

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Infelizmente alguns temas abandonam a essência para tornarem-se discussões pessoais. Também infelizmente acontece haver contributos menos iluminados que incendeiam as hostes...

Sobre o projecto...não gosto.

Não gosto porque não vejo onde é que o inquérito à arquitectura popular oculta o geniuslocci;
Não gosto porque não acho que se devam reproduzir imagens da arquitectura popular de formato unifamiliar em edificios plurifamiliares em médias e altas densidades;
Não gosto porque não tem qualquer ligação com a envolvente e paisagem urbana (subversão da rua que está bem patente na envolvente);
Não gosto porque acho que vai ter problemas de vivência e manutenção (vivência porque a criação de laços não depende só e unicamente de espaços verdes);
Não gosto porque acho forçado, feio e uma péssima ideia...
...mas é apenas a MINHA opinião.

...ahhh...e não gosto porque mais uma vez perdeu-se a oportunidade de se fazer algo de bom, útil.

http://planeamentopontocom.blogspot.com

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"Todos os seres vivos dependem da luz do Sol. As plantas têm um modo muito inteligente de usar a energia solar e transformá-la no seu próprio alimento. A este fenómeno chama-se fotossíntese."

Do meu ponto de vista é anti-natura e pouco inteligente colocar árvores e plantas onde o acesso à luz (directa) é dificultada.
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"Todos os seres vivos dependem da luz do Sol. As plantas têm um modo muito inteligente de usar a energia solar e transformá-la no seu próprio alimento. A este fenómeno chama-se fotossíntese."

Do meu ponto de vista é anti-natura e pouco inteligente colocar árvores e plantas onde o acesso à luz (directa) é dificultada.

Por incrivel que possa parecer há árvores que podem crescer apenas com luz indirecta... A questão aqui é o porquê de fazer tal anormalidade que parece que um puto andou a brincar aos legos...
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Mais um formalismo gratuito longe da real função, se isto é para habitar/viver, está muito longe do mínimo razoável.

nota:
"Putos....vocês deviam era beijar o chão onde passa o Pulido Valente (e ler uns dos seus livros, já agora)."
Esta está demais, havias de ser tu a comprar uma casa em que a única janela seria aquela virada para o interior do vão para veres o que é beijar o tecto em vez de ver o sol!

"Digo que a minha arquitectura é telúrica."
Telúrico: referente à terra; diz-se do abalo da terra; sísmo. (in dicionário)
Não será necessário dizer mais nada, a única relação será a do abalo da terra quando aquilo cair tudo, porque no 3dmax é fácil fazer, mas na realidade é outra coisa.

"Respeitando os preconceitos do Presidente da Câmara quanto à percentagem de solo a impermeabilizar (...). Deixei permeável tudo o resto "
No fundo a justificação "é o resultado de uma vida", é pura artimanha para justificar a forma horrivel de resolver a relação de área mínima de toque com o solo (impermeável) e o índice de construção maximizado.

abraços

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TEXTOS DO ARQUITECTO

Estou a fazer uma pesquisa na net sobre este arquitecto. Descobri este texto:

�ltimo livro do arquitecto Jos� Pulido Valente:
A Remar Contra a Mar�, da F�lio Edi��es

Outro Livro do autor:
Acuso - Cr�nicas de Urbanismo e Arquitectura



O texto seguinte foi retirado daqui



O amplo ateli� est� tomado pelo sil�ncio e luz, suave, de Inverno. H� algumas maquetas sobre os estiradores, a brancura do cart�o manchada pelo p�. Das paredes, entre muitas mem�rias, ressalta um cartaz, tamb�m ele marcado pelo tempo, com o rosto do Che Guevara e um recorte amarelecido de jornal com a fotografia do arquitecto que continua a remar contra a mar�. A rebeldia, continuada, tem um pre�o. "Como v� estou sem trabalho, n�o toca o telefone, nem ningu�m me bate � porta."

Jos� Pulido Valente, arquitecto pol�mico, tra�o e voz pr�prios, foi dos primeiros a opor-se � constru��o do Pr�dio Coutinho, em Viana do Castelo. Mas os protestos ca�ram na indiferen�a da Comiss�o de Est�tica, "presidida pelo escultor �lvaro Rocha e uns merceeiros da terra": deu parecer favor�vel com o argumento de que na "horizontalidade da cidade ficava bem um elemento alto". Corria a d�cada de setenta. O jovem arquitecto, na altura com ateli� em Viana, esgrimia contra os autores do mamarracho em artigos que assinava no jornal Aurora do Lima.

Perdeu essa batalha. Ter� perdido outras, mas nunca baixou os bra�os. Ao longo da vida, espevitou a luta contra as liga��es "mafiosas" entre autarquias e construtores civis e a dignifica��o do of�cio da arquitectura. Um combate sem tr�guas pela cidadania plena. H� dias, saiu mais um livro seu: A Remar Contra a Mar�, com a chancela da F�lio Edi��es, que re�ne cr�nicas publicadas na imprensa. Na sess�o de lan�amento, na Fnac de Santa Catarina, no Porto, "n�o apareceu nenhum" colega de profiss�o. Um facto banal, previs�vel, para Jos� Pulido Valente.

"Grande parte dos arquitectos da cidade n�o fala comigo", diz. Os de Lisboa, cidade onde nasceu h� 70 anos, seguem o mesmo caminho. Em 2001, na sess�o de lan�amento de Acuso - Cr�nicas de Urbanismo e Arquitectura, outro livro pol�mico do autor, na sede da Ordem dos Arquitectos, tamb�m n�o apareceu nenhum companheiro de of�cio.

O Pr�dio Coutinho ser�, em breve, demolido. Enfim, a altura - descobriram d�cadas volvidas - destoava na "horizontalidade" da cidade. Pulido Valente discorda, no entanto, da solu��o encontrada para resolver o problema. "Eu lutei contra este pr�dio desde a sua constru��o, e agora estou contra o plano para a zona: � um crime o que est�o a fazer." E o "crime", refere, come�a com a destrui��o do Mercado de Viana, "um bel�ssimo projecto de Jo�o Andersen", para dar lugar a um edif�cio que albergar� os desalojados do Coutinho.

E quem colabora neste "atentado" ao patrim�nio? "Alves Costa, Siza Vieira, Souto Moura... Esses professores da faculdade tiveram a coragem de participar na destrui��o do mercado. Isso � mafia, � pornografia intelectual, moral e �tica. E a Ordem dos Arquitectos n�o faz nada! Andam feitos uns com os outros", acusa. Pulido Valente defende para o Pr�dio Coutinho "a demoli��o apenas do que est� a mais".

� muito cr�tico com os colegas e n�o menos com os autarcas. Entrou em diverg�ncias, que depois acabaram em tribunal, com v�rios. Foi ele que levantou a voz contra a constru��o do Centro Comercial Cidade do Porto, no tempo de Fernando Gomes. A obra avan�ou, anos depois o Supremo Tribunal d� raz�o ao arquitecto: "� ilegal e n�o h� maneira de vir a ser legal." O caso baixou ao Tribunal Administrativo do Porto, e Pulido Valente espera que o juiz n�o utilize o Plano Director, aprovado anos depois, para decidir sobre algo que foi feito antes - "Isso seria o banditismo completo."

Pode acontecer "uma coisa espantosa", diz o arquitecto. Em Viana do Castelo, "o Pr�dio Coutinho, que formalmente est� de acordo com as leis vigentes na altura, vai abaixo"; na cidade do Porto, "o Edif�cio do Bom Sucesso, que violava as leis vigentes quando foi constru�do, pode continuar de p�".

Mas Jos� Pulido Valente n�o se d� por vencido: "Enquanto eu for vivo e tiver sa�de, tudo farei para o Bom Sucesso ser destru�do."
A rebeldia, continuada, tem um pre�o. "Estou sem trabalho e tenho um camarada que trabalha comigo h� 30 anos que n�o quer deixar de trabalhar comigo mas tamb�m n�o arranjo trabalho para ele." H� um travo de amargura na voz do arquitecto.



in http://gaia.org.pt/pipermail/gaia-geral-porto/Week-of-Mon-20071119/001108.html

INTERVENÇÕES CIVICAS DO ARQUITECTO NA CIDADE DO PORTO

Descobri esta noticia em que este arquitecto aparece como uma espécie de Sá Fernandes da Cidade do Porto.

Justiça decide há cinco anos embargo da Casa da Música
Demora Acção popular interposta em 2000 no Tribunal Administrativo por violação do PDM ainda espera sentença Caso se confirme ilegalidade, o equipamento já não pode ser embargado adelino meireles

O arquitecto José Pulido Valente acredita que a construção da Casa da Música viola o PDM

Carla Sofia Luz

Há cinco anos, as máquinas começaram a escavar o terreno da antiga "remise" para erguer a Casa da Música. Há cinco anos, foi interposta uma acção popular no Tribunal Administrativo do Porto a solicitar o embargo da empreitada por violação do Plano Director Municipal (PDM) de 1993. Hoje, o equipamento cultural está praticamente pronto e faltam só oito dias para a inauguração, mas a Justiça ainda está a analisar se a obra da Casa da Música deve ou não ser embargada.
Caso o tribunal confirme a ilegalidade - ao considerar a acção popular procedente -, já não será possível embargar a empreitada com a Casa da Música concluída. Será um caso semelhante ao do Shopping Cidade do Porto e poderá ter o mesmo desfecho, com o tribunal a ordenar a demolição do equipamento (ler caixilho). Certo é que a Justiça não foi capaz de pronunciar-se em tempo útil sobre a legalidade desta intervenção na Boavista.
O processo remonta a 2000. A 11 de Janeiro desse ano, o arquitecto José Pulido Valente requereu à Câmara do Porto o embargo da obra de construção da Casa da Música, em curso desde Outubro de 1999. O argumento era o da violação do PDM de 1993 em vigor. O requerimento ficou sem resposta e, volvido o prazo legal, foi indeferido tacitamente. O arquitecto recorreu para o tribunal, interpondo uma acção que ainda está a ser julgada.
"É a ajuda que os tribunais portugueses estão a dar à má gestão das câmaras", condena José Pulido Valente, lembrando o exemplo do Shopping Cidade do Porto, cuja ilegalidade foi determinada vários anos após a conclusão e a entrada em funcionamento do centro. "A irresponsabilidade dos nossos governantes não pode ser tolerada. Caso contrário, somos cúmplices. Temos de exigir que cumpram o seu papel, como exigem, muitas vezes de forma violenta, que cumpramos os nossos deveres", sublinha, ao JN, o arquitecto.
No processo, refere-se que o terreno na Boavista em que foi construída a Casa da Música estava reservado à execução do Centro Direccional da Cidade (este equipamento visava constituir suporte privilegiado das instituições públicas ou privadas do sector terciário superior, como definia o regulamento do PDM), de um interface de transportes, de uma estrutura de transbordo mono e multimodal e de um parque de estacionamento, de acordo com os artigos 17º e 22º do regulamento do PDM e as cartas anexas.
Perante estas definições, José Pulido Valente acredita que a construção da Casa da Música naquele local é ilegal e condena a actuação da Administração Central, ao executar um equipamento público "Então, verifica-se que a primeira entidade a desrespeitar as leis é o próprio Governo", acrescenta. Já a Sociedade Porto 2001 e a Câmara argumentaram que, enquanto equipamento cultural, a Casa da Música caberia no sector terciário superior. A verdade é que a questão de fundo ainda não tem decisão judicial.
Há cinco anos, quando começou a analisar a acção popular, o Tribunal Administrativo nem sequer apreciou a validade dos argumentos, considerando que o arquitecto não tinha legitimidade para interpor a acção. José Pulido Valente recorreu para o Supremo Tribunal Administrativo, que lhe deu razão, no acórdão de 25 de Março de 2004. Então, o Supremo entendeu que a primeira decisão do Tribunal Administrativo foi "claramente ilegal", referindo que "é inadmissível qualquer perda geral e indiscriminada dos direitos civis e políticos". Revogou a deliberação e ordenou o prosseguimento da acção popular.
Voltou ao Tribunal Administrativo do Porto e só agora será julgado se a Câmara deve ou não embargar, no momento em que a obra está quase concluída.

O exemplo do Bom Sucesso
Actos consumados. Assim foi com o Shopping Cidade do Porto e com o ATL e o Centro de Dia da Pasteleira. Ambas as construções violam o Plano Director Municipal de 1993. Os dois casos chegaram ao Supremo Tribunal Administrativo pela mão da sociedade civil (no primeiro caso, resultou de uma iniciativa do arquitecto José Pulido Valente, enquanto a segunda situação foi denunciada pelo NDMALO), que sentenciou a ilegalidade. Mas só um dos processos teve consequência judicial, ainda por cumprir. Após o acórdão do Supremo, seguiu-se, em 2003, a decisão do Tribunal Administrativo que ordenou a demolição do centro comercial do Bom Sucesso. A operação, avaliada em 125 milhões de euros, foi encarada como a forma adequada para "reparar uma ilegalidade muito grave, causada pelos próprios agentes do Estado". No entanto, o interesse público de um equipamento pode levar o tribunal a não decretar a demolição, como explicou, em Março de 2004, ao JN, o professor da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Francisco Sousa, referindo-se ao caso do Centro de Dia da Pasteleira.


in JN

Mais uma noticia, desta vez do DN em que ele é uma espécie de Sá Fernandes a lutar pela Ética da Arquitectura.

Pulido Valente pede apoios para interpor acção popular


O arquitecto José Pulido Valente, acompanhado pelo seu advogado, esteve ontem na Câmara Municipal do Porto (CMP) a consultar o processo do empreendimento popular Quinta da China. O objectivo é avançar com uma acção popular para impedir a legalização do projecto da Mota/Engil. Pulido Valente considera que há motivos para seguir com o caso para tribunal e exalta os portuenses a juntarem-se ao movimento para suportar os custos.
"Há matéria para uma acção popular. A razão principal é o facto de a licença ter sido concedida assente nas normas provisórias que vigoravam. Estas normas são ilegais", argumenta José Pulido Valente. Duas razões são apontadas: "Para haver normas provisórias são precisas duas coisas: que sejam mesmo provisórias e aqui não era o caso porque se tratava de um anteplano do Plano Director Municipal (PDM). Depois, não eram normas provisórias porque o Governo, na altura socialista, declarava que o PDM estava em vigor. Ora não pode haver dois instrumentos legais em vigor em simultâneo. Era preciso suspender o PDM, o que não foi feito."
Além destes motivos, Pulido Valente afirma que a consulta do processo dará ainda mais razões para avançar com a acção popular e incita os cidadãos a unirem-se. "Isto custa muito dinheiro. Já recebi apoios de algumas pessoas mas é preciso um movimento colectivo", adianta. Para já, é necessário esperar pela votação da proposta da Câmara na Assembleia Municipal, marcada para 24 de Abril.
O projecto imobiliário Quinta da China, localizado na zona do Freixo, junto ao Rio Douro, tem sido polémico desde o início. Foi em 2002 que Nuno Cardoso, na altura responsável pelo pelouro do urbanismo da CMP, aprovou a construção do complexo habitacional de luxo. Quando Rui Rio chegou ao poder, o seu vereador do urbanismo, Ricardo Figueiredo, não aceitou a proposta inicial e renegociou com a empresa a volumetria de construção. As três torres do projecto foram reduzidas de 16 para oito andares.
Em 2005, com Paulo Morais a liderar o pelouro do Urbanismo, o projecto acabaria por ser chumbado. O grupo Mota/Engil recorreu então para tribunal, pedindo uma indemnização. E terá sido a hipótese de perder o processo judicial, implicando o pagamento de uma indemnização elevada, que levou a CMP, agora com Lino Ferreira a ser responsável pelo Urbanismo, a recuperar a proposta de Ricardo Figueiredo e a aprovar, no início do mês, a construção do projecto. Paulo Morais já foi ouvido pelo Ministério Público, após denunciar pressões de promotores imobiliários.


in DN

Segundo parece foi ele o responsável pela demolição do Centro Comercial do Bom Sucesso do Porto. Ver aqui.

OBRAS ARQUITECTÓNICAS DO ARQUITECTO

Continuando com a Pesquisa aparece uma página com supostas obras do arquitecto. Ver aqui.

Um Projecto de uma Moradia na Foz.

sita na Rua Padre Xavier Coutinho;
cave com janelas e portas de entrada e da garagem (duas), com 51m2, com sala de entrada e um quarto ou escritório com banho/chuveiro - 71m2;
no piso do rés do chão tem cozinha, sala e quarto de banho, mais dois quartos com armários - 158m2, um pátio ajardinado de 30m2;
no piso seguinte, que tem pé-direito de 4,50m, há um quarto com banho e um terraço e um jardim com 120m2;
aproveitando parte da área do quarto e o pé direito há uma galeria que servia de escritório com 25m2;
o solário, piso seguinte, tem 20m2 e o terraço tem 27m2;
tem uma vista soberba;
389m2 de área total, sendo 51m2 de garagem;
170 mil contos incluindo obras até 20 mil, ou 150 mil sem obras.


http-~~-//pulido.valente.googlepages.com/xavier1.jpg/xavier1-full.jpg

http-~~-//pulido.valente.googlepages.com/xavier2.jpg/xavier2-full.jpg

http-~~-//pulido.valente.googlepages.com/xavier10.jpg

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http-~~-//pulido.valente.googlepages.com/xavier6.png/xavier6-full.jpg

Ver mais sobre a Moradia.

Outro projecto do Arquitecto referido aqui - http://oblogdocalo.blogspot.com/2007/02/casa-unifamiliar.html

OPINIÕES SOBRE O ARQUITECTO

Descubro esta opinião de uma pessoa que leu uma reportagem sobre este arquitecto.


O prédio do Coutinho: Urbanismo e urbanistas.
O DN de ontem trás uma pequena reportagem sobre o Arquitecto José Pulido Valente. Não o conheço pessoalmente, nem nenhuma obra sua. Nem o DN faz nenhuma referência a qualquer dos seus trabalhos. Já tinha ouvido falar dele contudo, mas mais pela sua actividade de denúncia de irregularidades. Lembro-me da Casa da Música e do Bom Sucesso, no Porto.
O que se evidencia na notícia é que se trata de um arquitecto mal-querido entre os seus colegas e também pelo poder autárquico que acusa de ligações “mafiosas” com os construtores civis. E onde não escapam alguns colegas arquitectos.
À falta de trabalho tem recorrido à publicação de livros dos quais o último tem o significativo nome de Remar contra a maré. Já antes tinha publicado o Acuso – Crónicas de urbanismo e arquitectura. A característica que mais se destaca é que este homem com 70 anos de idade tem uma de vida de luta e rebeldia contra o sistema e normalmente tem saído sai perdedor. “Mas não desisto”, acrescenta.
Soube agora que ainda jovem, tinha-se oposto com veemência, em especial com artigos de opinião, à construção do denominado Prédio do Coutinho em Viana do Castelo que agora vai ser demolido no âmbito do programa Polis. Na altura o argumento da Comissão de Estética para dar parecer positivo à construção é que na “horizontalidade da cidade ficava bem um prédio em altura”. Venceram os “merceeiros da terra”, considera Pulido Valente. E mais não acrescenta. Para mim foi claro não precisava adiantar mais.
Hoje décadas volvidas dão-lhe razão. O prédio em altura destoa da horizontalidade da cidade. Mas, o arquitecto está do lado contrário dos que pretendem demolir o Prédio do Coutinho e preconiza uma outra solução: defende que o prédio “deve ser demolido apenas no que está a mais em altura”.
Mas onde, Pulido Valente é muito cáustico é quando se refere à demolição do mercado de Viana, “um belíssimo projecto de João Anderson” para dar lugar a um edifício que albergará os desalojados do Coutinho. O que estão a fazer "é um crime, é máfia é pornografia intelectual, moral e estética". E estende essas criticas a muitos projectos urbanísticos que se estendem pelo país.
E como é isto possível? A resposta desassombrada do arquitecto: “Porque para ultrapassarem empecilhos, [PDM opinião pública, etc...] as câmaras chamam o Siza Vieira ou o Souto Moura para lhes fazerem os projectos que sabem que não podiam ser feitos” e depois anunciam que o município terá uma “obra de mestre”. E assim se calam muitas bocas. Quem ousará pôr em causa os trabalhos dos mesmos? “É uma bandalheira e uma vergonha”, acrescenta. Pulido Valente não podia ser mais explicito: Esses arquitectos dão cobertura a actos ilegais ou cometem atentados urbanísticos sem que alguém ouse levantar a voz.
José Pulido Valente, afirma que a área que está adstrita à construção nos planos directores municipais (PDM), dava para um país com mais de trinta milhões de habitantes. “E mesmo assim continua-se a fazer um país de monos ao alto, desabitados e em degradação”. Uma máfia entre municípios, construtores com a “cobertura” entre outros de célebres arquitectos.
Fiquei a admirar este homem. Ninguém lhe deu e dá ouvidos. Mas não se entrega e continua a sua luta. E como está de fora deste “meio”, continua sem trabalho. Mas não desiste e uma das suas grandes bandeiras é lutar pela demolição do Bom Sucesso, no Porto, que”viola as leis vigentes”.
Quanto ao plano de pormenor do Pólis de Viana para aquela zona estou, estou de acordo com Pulido Valente. A melhor solução seria mesmo não demolir o mercado municipal e também tendo a concordar com a solução do prédio do Coutinho.
Agora parece que não há outra solução, depois da demolição do mercado. Aqui está uma questão em que todos nós somos responsáveis e deviamos meditar bem. A pouca participação e exigência cívica, que nos leva a aceitar tudo, o que vem de certas cabeças iluminadas.


in A hora que há-de vir
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O que este sr. Arquitecto fez a vida toda estou eu ( e outros ) aqui a fazer ... mas uuuuuuuu nós n somos ninguem. Em Portugal só o JPV é que pode criticar ! lol Só n compreendo pq é que ele n se critica a ele mesmo ... sei que é das coisas mais dificeis para um Arquitecto, mas aqueles que o fazem ficam para a historia da arquitectura, os outros não !

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  • 2 weeks later...

se pudermos submeter à votação dos utilizadores do forum este tipo de projecto com critérios objectivos quase que aposto que a qualidade do projecto ficaria acima da sua resposta ao tecido urbano. Peço desculpa aos seus mitigantes mas isto não é arquitectura é especulação imobiliária extrema.

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1º - Faz lembrar as favelas... Sorry mas faz... 2º - No inverno, sem luz do sol directa as árvores não morrem... 3º - :icon_yikes: 4º - Como algum dia deixariam fazer uma coisa destas? Não vejo a necessidade de coisa tão grotesca. Seja ele quem for, precisa de um reality wake up. Stat!

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  • 4 weeks later...

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