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Porto | Mercado do Bolhão


NunoMourao

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É uma pequena vitória para o Mercado de facto! Só não sei que tipo de esperança trará para todos aqueles que têm vindo a lutar contra esta ideia de reabilitação defendida pela câmara. Em muitas grandes cidades da Europa se reabilitam mercados urbanos para continuarem com o uso de mercado associado a outra valências e exigências contemporâneas. Mais que preservar uma visão nostálgica de um património cultural urbano, interessa sim que este continue a desempenhar a sua função principal, aliando-a a outros usos que irão dar novas vidas à antiga estrutura. A questão que se põe é precisamente que tipo de usos? Eu também defendo (como é óbvio) a reabilitação do mercado de forma "imperceptível", e afirmando pequenas intervenções necessárias. Num país evoluído (como um aqui ao lado) far-se-ia um concurso de ideias onde se gerava uma discussão necessária sobre as questões da preservação do património aliadas a usos complementares. Sairiam daí certamente propostas de elevado valor conceptual que poderiam dar novas luzes para uma futura intervenção.

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Nova associação quer revolucionar o Bolhão

A decisão tomada pela Câmara do Porto de anular a adjudicação da requalificação do Mercado do Bolhão veio dar novo ânimo aos comerciantes daquele mercado - que têm já em marcha a constituição de uma nova associação que pretende incluir entre os seus associados os próprios moradores. O objectivo é revolucionar toda a envolvente do mercado e, assim, trazer de novo a população para a Baixa do Porto.

Segundo Sérgio Modesto, um dos porta-vozes da comissão instaladora da nova associação - cujo nome poderá ser Associação do Mercado Tradicional, embora esteja ainda dependente de aprovação -, muitos comerciantes mostraram já vontade de se juntar à nova entidade. "Temos já mais de 120 associados, dos quais cerca de 40 são do interior do mercado", adiantou este comerciante.

O objectivo da nossa associação é não só requalificar todo o Mercado do Bolhão, mas também a própria zona envolvente. Por isso, também os moradores são convidados a participar. "Há pessoas das ruas de Sá da Bandeira e Fernandes Tomás que já vieram falar connosco", conta.

Os responsáveis pela comissão instaladora, bem como todos os associados, "querem melhorar a qualidade de vida na Baixa". "Temos já algumas parcerias com estafetas que podem levar as compras a casa", refere Sérgio Modesto, apontando a população mais idosa como principal beneficiária. E mais acordos podem ser estabelecidos. "Estamos a falar com médicos também", conta.

Outro dos objectivos, acrescenta ainda, é aproveitar a requalificação do Mercado do Bolhão para trazer para o novo espaço "tasquinhas de gastronomia tradicional e uma loja do cidadão". Tudo espaços que, afiança, vão ajudar a captar mais população e investimentos para esta zona da cidade do Porto.

A associação, adianta Sérgio Modesto, "será apartidária e aberta a toda a comunidade". Por isso, lembra, "todas as terças-feiras, na Beneficiência, entre as 18.00 e as 20.00, quem quiser pode comparecer nas nossas reuniões e, assim, participar no debate".


Fonte: DN

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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Rio anuncia estudo para requalificar o Bolhão

ALFREDO MENDES

Porto. Autarquia aprovou a anulação de adjudicação com multinacional

O presidente da câmara do Porto, Rui Rio, revelou, em reunião do executivo, que se está a estudar a sério para, "no mais curto espaço de tempo, se encontrar a solução mais equilibrada" para o Mercado do Bolhão.

De acordo com Rui Rio, "há um desejo indicativo de apresentar uma solução no fim do mês", porém, a verificar-se essa possibilidade, "não vai aparecer uma coisa sem coerência, só para se dizer que a câmara foi rápida", sublinhou o autarca. Em perspectiva, assinalou, a participação de um parceiro privado no projecto de reabilitação do histórico imóvel.

O edil repudiou qualquer alternativa que pressuponha o endividamento da câmara, ou o aumento do seu passivo. Quanto ao conturbado processo de modernização do mercado, Rui Rio referiu que o concurso ontem anulado visou evitar o investimento com dinheiros públicos. Acresce, disse, que o edificado do mercado tem de ser salvaguardado, a par do comércio tradicional. A proposta da ruptura com a multinacional holandesa teve a aprovação dos vereadores da maioria PSD/CDS-PP, da CDU e a abstenção dos cinco vereadores do PS.

Para os socialistas, os dois anos "inglórios" dispendidos com as negociações aumentaram a degradação do Bolhão. Criticaram o facto dos termos do concurso não definirem o que se pretendia "com o mínimo de rigor", defendendo "um contributo positivo" da administração central.

No entender do PS/Porto, a proposta anulada implicava uma "descaracterização" do mercado. Já o projecto do arquitecto Massena, elaborado nos executivos PS, poderia beneficiar dos apoios do QREN, para além de parcerias com privados, acrescentaram os socialistas.

in http://dn.sapo.pt/2008/09/24/cidades/rio_anuncia_estudo_para_requalificar.html


Rui Sá quer estudo para reabilitar o Bolhão

ALFREDO MENDES

Porto. Vereador da CDU diz estar apreensivo com degradação das instalações

Hoje, em reunião do executivo, Rui Sá, da CDU, apresenta uma proposta de requalificação do mercado do Bolhão, salvaguardando o carácter daquele emblemático espaço da cidade do Porto. O vereador manifesta-se preocupado com a degradação das instalações, principalmente agora que o município considerou sem efeito a adjudicação do contrato relativo à concepção, projecto, construção e exploração do Bolhão à sociedade Promoções e Projectos Imobiliários, SA (TramCroNe), uma multinacional holandesa.

Rui Sá lembra que a edilidade é proprietária de um projecto de reabilitação, "pago com dinheiros públicos", na sequência de um concurso público que permitiu a selecção da correspondente equipa de projectistas. Trata-se do designado "Projecto do arquitecto Joaquim Massena", tornado público há 12 anos, na gestão socialista.

Neste sentido, o vereador pretende que se responsabilize o Gabinete de Estudos e Planeamento da câmara (GEP) por, no prazo de 15 dias, "elaborar um estudo que sistematize as possibilidades de apresentação de candidaturas do projecto de reabilitação do mercado, com base no citado projecto Massena que preservava a traça arquitectónica do Bolhão.

Esse trabalho, sublinha Rui Sá, seria submetido "aos diversos mecanismos de financiamento público actualmente existentes". Em destaque, precisa o vereador, os prazos de candidatura, as possibilidades de financiamento e a respectiva origem.

Ainda de acordo com a proposta, o estudo em causa seria apresentado na reunião seguinte do executivo, por forma a que todos os seus membros fiquem em condições de avaliar as suas vantagens e desvantagens.

De salientar que há cerca de uma semana o vereador do Urbanismo da autarquia, Lino Ferreira, justificou a "ruptura definitiva" com a multinacional holandesa, devido a "grave incumprimento dos compromissos" que a empresa teria assumido com o município".|

in http://dn.sapo.pt/2008/09/23/cidades/rui_quer_estudo_para_reabilitar_o_bo.html

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Bolhão requalificado em dois anos por 16 milhões
Porto Plataforma de Intervenção Cívica apresenta proposta para renovaçãodo mercado, com base no projecto de arquitectura de Joaquim Massena

HUGO SILVA

A Plataforma de Intervenção Cívica apresentou uma proposta para a requalificação do mercado do Bolhão, no Porto, orçada em 16 milhões de euros, que assegura "um retorno do investimento ao 18º ano".

A garantia é de um estudo prévio de viabilidade económica que acompanha a proposta, segundo o qual o Bolhão teria receitas anuais superiores a 840 mil euros.

A gestão do mercado passaria a ser assegurada por uma parceria público/privada estabelecida entre a Câmara, o comércio tradicional e os cidadãos. Aliás, a Plataforma defende que o Bolhão deve ser gerido por uma espécie de associação um pouco à semelhança da solução que foi encontrada para o Coliseu, admitiu Joaquim Massena, autor do projecto de arquitectura de renovação do mercado que integra a proposta e que já foi aprovado pela Câmara do Porto (ainda durante a presidência socialista) e pelo ex-IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).

A Plataforma recorda que a sua proposta permite que os comerciantes do interior do mercado sejam inquilinos em vez de ocupantes e que os cidadãos e os comerciantes sejam parceiros na reabilitação do histórico edifício.

O projecto de Joaquim Massena prevê a recuperação do Bolhão mantendo o mercado tradicional, acrescentando-lhe novas vertentes, como um espaço museológico e uma galeria intermédia e um parque de estacionamento no subsolo, que serviria também para dar apoio ao "tecido habitacional" na envolvente. O arquitecto sugere, ainda, o reforço de toda a praça do mercado como "espaço cénico, equipado com instalações sonoras e luzes cénicas, para que à noite o edifício possa ter outras valências culturais".

De acordo com as estimativas apresentadas, a concretização deste projecto, com um prazo de execução de dois anos, implicaria um investimento na ordem dos 16 milhões. Nesse contexto, a Plataforma de Intervenção Cívica defende a elaboração de uma candidatura a fundos comunitários do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), que poderiam gerar um contributo de 3,2 milhões de euros.

A proposta de reabilitação do mercado do Bolhão foi apresentado pela Plataforma Cívica de Intervenção, ontem à tarde, no Ateneu Comercial do Porto. Dezenas de pessoas compareceram na sessão, que teve direito a um momento musical e a um vídeo com mensagens sobre o património de personalidades como Álvaro Siza Vieira, Manoel de Oliveira, Rui Veloso, José Rodrigues ou Simone de Oliveira.

Um momento de reflexão e de "festa", admitiu Joaquim Massena, aludindo à anulação do contrato de requalificação do mercado do Bolhão entre a Câmara do Porto e a empresa TCN.


Link:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1018925


Recordo que algumas imagens do projecto do arquitecto Joaquim Messena já foram apresentadas neste tópico na mensagem #39.

Desde essa mensagem no site do arquitecto já foram publicadas mais alguns desenhos.

Esta proposta é a vencedora de um concurdo público internacional realizado em 1992 e foi aprovado por unanimidade, já que o juri não atribuiu qualquer 2º lugar.
Faziam parte do juri elementos da C.M. Porto, da Ordem dos Arquitectos, da Faculdade Arquitectura, e ainda os arquitectos Alvaro Siza Vieira e Duarte Castel-Branco.




plantas (piso 0, piso 1, piso 2)


plantas (piso -1, piso -2)

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Gonçalo, na notícia refere que a "Porto Plataforma de Intervenção Cívica apresenta proposta para renovação do mercado, com base no projecto de arquitectura de Joaquim Massena", o que indicía que o projecto poderá ser alterado.

No entanto, essa questão do concurso seria sempre uma hipótese, mas corria-se o risco de cairmos no mesmo, porque a proposta da TCN foi a única candidata e vencedora de um concurso creio que de concepção, construção e exploração.

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Realmente está... não li bem. Quanto ao resto, o mal disto tudo são as privatizações ou sessão de direitos de superfície (seja o que for), se fosse a câmara a suportar a obra e a concessão (ou parte!) , o concurso passava a ter propostas muito mais interessantes pois seriam ateliers a concorrer e não investidores que contratam arquitectos para formular uma proposta de acordo com os seus proveitos. A ARQUITECTURA na construção de equipamentos públicos nunca terá muito a ganhar enquanto estas iniciativas tiverem a totalidade ou grande parte dos seus fundos em carteiras privadas...

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Realmente está... não li bem. Quanto ao resto, o mal disto tudo são as privatizações ou sessão de direitos de superfície (seja o que for), se fosse a câmara a suportar a obra e a concessão (ou parte!) , o concurso passava a ter propostas muito mais interessantes pois seriam ateliers a concorrer e não investidores que contratam arquitectos para formular uma proposta de acordo com os seus proveitos.

A ARQUITECTURA na construção de equipamentos públicos nunca terá muito a ganhar enquanto estas iniciativas tiverem a totalidade ou grande parte dos seus fundos em carteiras privadas...


totalmente de acordo! é precisamente esse o problema deste tipo de concursos. A arquitectura surge sempre em último plano, quando surge...
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Como são concursos para tudo, desde a concepção, à construção e exploração, acredito que dificilmente um gabinete de arquitectura se aventurará a liderar uma equipa, mesmo com parcerias para garantir as diferentes fases de vida do edifício. Uma empresa com capacidade para construir e gerir o edifício, pode acabar por negligenciar arquitectura em função de outros interesses.

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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  • 2 weeks later...
Câmara pede indemnização à TCN em Tribunal
C.S.L.

A Câmara do Porto já interpôs uma acção contra a TramCroNe no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto. O Município requer o pagamento de uma indemnização à empresa, pertencente ao grupo holandês TCN, por incumprimento das obrigações pré-contratuais no âmbito da requalificação do mercado do Bolhão.

O processo deu entrada no passado dia 1 - 13 dias depois do vereador do Urbanismo da Autarquia, Lino Ferreira, ter anunciado o rompimento das negociações com a TramCroNe face ao adiamento sucessivo de assinatura do contrato de concessão do mercado e à vontade da empresa em introduzir uma cláusula de conforto no acordo.

Na acção, a Câmara lembra que o processo se arrastava há quase três anos com prejuízo, também, para os comerciantes. À data do final das negociações, a TCN manifestou a intenção de recorrer à Justiça para ser ressarcida dos custos já realizados e dos prejuízos da anulação do concurso público, lançado em 2006. No entanto e até ontem, a Autarquia portuense desconhecia a entrada de qualquer acção por parte da empresa do grupo TCN.

Aguarda-se, agora, pela solução municipal para o Bolhão. O vereador Lino Ferreira tinha apontado a apresentação de uma proposta de requalificação do mercado para o final do mês passado. Ontem, o autarca garantiu que a solução será conhecida em breve, sem adiantar mais pormenores.

Recorde-se que o presidente da Câmara, Rui Rio, já afirmou que não será adoptado um concurso semelhante ao aberto em 2006, reconhecendo que a solução para a reabilitação do mercado contemplará, obrigatoriamente, a aplicação de fundos públicos. Era isso que Rui Rio pretendia evitar com a concessão à TCN, mas o processo foi anulado.

Link:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1032249

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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TCN não quer outro privado a requalificar o Bolhão
Empresa, que interpôs acção no Tribunal Administrativo, mantém vontade de fazer a obra
CARLA SOFIA LUZ

A TCN não aceita que a Câmara do Porto entregue a reabilitação do Bolhão a outra empresa. Vinte dias depois da Autarquia ter interposto um pedido de indemnização em Tribunal, a TramCroNe responde com acção judicial.

O processo deu entrada, ontem, no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto. A empresa apresentou uma providência cautelar para evitar que outro privado assuma a recuperação do mercado e, ainda, uma acção de impugnação para extinguir a deliberação municipal do passado dia 23 de Setembro. Então, o Executivo decidiu anular a adjudicação da recuperação e da exploração do mercado à TramCroNe, entendendo que desrespeitou as obrigações pré-contratuais.

É, aliás, fundamentado nesse incumprimento que o Município portuense pede uma indemnização de 3,3 milhões de euros na acção administrativa comum, colocada no passado dia 1 deste mês no mesmo tribunal. Só ontem é que a TCN teve conhecimento deste processo - uma vez que as partes ainda não foram citadas pelo Tribunal - pela Comunicação Social. No mesmo dia, avançou com a acção de impugnação e com a providência cautelar. No entanto, o director-executivo da TCN, Pedro Neves, garante que a única vontade da empresa é requalificar o mercado.

A providência cautelar não impede, de acordo com o responsável, que a Câmara faça, por sua iniciativa, obras no mercado, mas trava qualquer intervenção de empresas externas à Autarquia.

"Se houver obras que seja necessário fazer no mercado, deve ser a própria Câmara a executá- -las. Se assim não for, então queremos ser nós a fazê-las", esclarece, em declarações ao JN, Pedro Neves, assinalando que o recurso ao Tribunal Administrativo impossibilita a Autarquia de avançar com a recuperação do Bolhão sem ter em conta a TCN.

"Houve um concurso público. Nós vencemos e arranjámos soluções que ultrapassam os desafios que foram colocados no concurso e no caderno de encargos. A decisão de parar este processo não é correcta", insiste.

Ainda assim, Pedro Neves acredita que, apesar do rompimento da parceria assumido publicamente pelo vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, e do diferendo judicial, "ainda é possível" negociar e alcançar um acordo com a Autarquia, que permita à TCN proceder à reabilitação do mercado e assumir a gestão durante 50 anos. "Neste momento, o Bolhão continua a necessitar de uma intervenção que é cada vez mais urgente. Devem juntar-se esforços, em vez de se separarem", adianta o director-executivo. Essa vontade é manifestada, igualmente, no comunicado da TCN, enviado ontem à Imprensa.

Reafirmando que o concurso público tinha "irregularidades", a TCN sublinha que possui uma solução que agradará a todos, incluindo comerciantes, políticos e "forças vivas do Porto" que contestaram a proposta da empresa. Contactada pelo JN, a Câmara optou por manter o silêncio.

Link:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1032691

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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  • 1 month later...
Reabilitação do Mercado do Bolhão vai respeitar «integralmente» edifício


Hoje às 08:01





A Câmara do Porto assina, esta quinta-feira, um protocolo com o Ministério da Cultura para a reabilitação do Mercado do Bolhão, orçada em 20 milhões de euros. Ouvido pela TSF, o presidente Rui Rio adianta que já conseguiu o dinheiro necessário e que vai manter «integralmente» a traça do edifício.


Rui Rio diz que já conseguiu dinheiro necessário para obras no mercado do Bolhão
Associação dos Comerciantes do Bolhão, Alcino Sousa, defende que as obras já deviam ter começado
Na resposta, Rui Rio adianta que se a autarquia do Porto tivesse avançado mais depressa teria sido irresponsável
Arquitecto que elaborou o primeiro projecto para a recuperação do Bolhão, Joaquim Massena, diz estar magoado com a Câmara do Porto

Rui Rio afirma que o arquitecto não agiu da melhor forma

É assinado, esta manhã, o protocolo que entrega ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico a responsabilidade de fazer o projecto de recuperação do Bolhão.


É a nova solução encontrada pela autarquia depois do fim do acordo com a empresa holandesa que foi escolhida inicialmente para recuperar o mercado.
Ouvido pela TSF, Rui Rio garante que já conseguiu o dinheiro necessário para financiar uma boa parte da obra e reitera que o edifício actual não sofrerá alterações.
«Não há dúvida nenhuma que vamos cumprir aquilo que é nossa prioridade, que é preservar integralmente aquele edifício», salienta.
As obras devem começar em 2010. Um calendário que não agrada à Associação de Comerciantes do Bolhão, o presidente Alcino Sousa defende que as obras já deviam ter começado.
«Claro que vem tarde e quanto mais depressa fizermos obras no mercado melhor, porque a situação económica de alguns comerciantes está a dar cabo de nós», alertou.
Na resposta, Rui Rio admite que o processo até poderia ter avançado mais depressa, mas diz que para que esta situação tivesse avançado a Câmara do Porto teria de ser irresponsável.


« Podia ter sido há mais tempo, podia, mas se fosse inconsciente, colocava o dinheiro público à andar para a frente, fazia dívida e amanhã quem viesse fechava a porta. Agora vamos começar esta obra com o dinheiro público, não há outra hipótese, o mais depressa possível em função das leis que regem este país», salienta.


O arquitecto que elaborou o primeiro projecto para a recuperação do Bolhão e que nunca passou do papel, confessa que se sente magoado com a câmara. Joaquim Massena continua sem perceber porque razão o seu trabalho não foi aproveitado.


«Não basta dizer porquê que o projecto não serve, mas dizer o motivo. É um dever da câmara esclarecer não só uma equipa que cumpriu o seu dever, como a cidade. Estamos a falar de um milhão de euros e por isso deve esclarecer a razão pela qual vai pôr de parte este trabalho», adiantou.


O presidente da câmara do Porto não quer fazer grandes comentários sobre estas declarações. Rui Rio diz apenas que o comportamento do arquitecto ao longo de todo o processo nem sempre foi o mais indicado.
Depois de concluídas as obras no mercado do Bolhão, a autarquia vai procurar um gestor privado, se não o encontrar Rui Rio garante que a autarquia assumirá a gestão do mercado

Fonte:TSF
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O arquitecto Massena fez um projecto tão bom, por isso está na gaveta!
Vivam os frescos e os produtos biológicos!:clap:


O que mais há nas câmaras é projectos ganhos em concurso, aprovados e com projecto de execução feito que não foram para a frente, não por falta de qualidade dos mesmos, mas por outros motivos, políticos, económicos... o facto de não ser construído não atesta da sua qualidade ou falta dela.
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Pois, 70% dos projectos que fiz para câmaras municipais não foram construídos por uma razão muito simples, serviram unicamente para "sacar" dinheiro à comunidade económica europeia, para financiar obras eleitoralistas (tipo asfaltar e alargar estradas que estavam em paralelo e por onde passam 20 carros por dia!) ou para financiar as festas do imigrante, e outros negócios que nem vale a pena referir!
Não sei do que se queixa o arquitecto Massena que tem obras municipais do outro lado do rio (Douro) que são de adjudicação directa sem qualquer tipo de concurso, só porque tem o cartão do partido! Por isso é de lamentar ter de ler todos os dias sempre que sai uma notícia sobre o Mercado do Bolhão afirmar que o projecto que fez nos anos 90 é actual e adequado aos tempos em que vivemos?
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Por isso é de lamentar ter de ler todos os dias sempre que sai uma notícia sobre o Mercado do Bolhão afirmar que o projecto que fez nos anos 90 é actual e adequado aos tempos em que vivemos?


Gupyna, acho que te podes lamentar mais um bocado...

"É uma cidade desertificada"
Joaquim Massena mantém esperança de ver o seu projecto para Bolhão, aprovado em 1998, sair da gaveta
LEONOR PAIVA WATSON

Autor de um projecto arquitectónico para o Mercado do Bolhão, aprovado há 10 anos e, segundo ele, perfeitamente actual, Joaquim Massena não entende por que razão os contribuintes terão que pagar por um outro. O arquitecto garante que o facto de continuar a falar nisto é apenas um acto de "pura cidadania".

Que comentário lhe merece a recente apresentação do presidente Rui Rio sobre o Mercado do Bolhão, no Porto?

É uma mão cheia de nada. Quer dizer, a viabilidade financeira assenta na hipotética indemnização da TramCroNe (TCN); nos fundos comunitários, sendo que os fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional acabaram em Outubro; e na venda das acções do Mercado Abastecedor, não se sabendo quando serão vendidas e por quanto.

E depois há a questão do programa, do projecto. Que programa, que projecto para o Mercado?

Há um projecto para o mercado do Bolhão, que foi aprovado em 1998, que tem todas as condições para ser executado...

Estará a falar daquele da sua autoria sobre o qual foi dito que, em alguns pontos, não defendia o património?

Sim, estou a falar desse. E não é verdade que não defenda o património, caso contrário nunca teria sido aprovado pelo IPPAR, por exemplo.
Deduzo que não entende como é que havendo um projecto, que, segundo o que diz, está pronto a ser executado, se espere mais um ano por um outro...
Naturalmente. Não se compreende. Se há um aprovado, com todas as condições, pronto a ser executado, para que é que vamos começar tudo de novo? Acho, francamente que o presidente Rui Rio deveria explicar isso à cidade.

Parece-lhe perseguição?

Francamente, espero que não, até porque eu e o presidente Rui Rio não nos conhecemos de lado nenhum.

Que ideia faz da gestão de Rui Rio?

É uma gestão visível, que não cuida da cidade do ponto de vista do património e das pessoas. Esta é uma cidade desertificada e não há qualquer acção para a sua regeneração. É uma cidade triste, sem gente, onde se verifica a agressão das macro-estruturas às estruturas mais pequenas.

Não teme que as pessoas pensem que está apenas a colocar-se em bicos de pé?

Se eu quisesse ver executado um qualquer projecto meu teria aceite a proposta da TCN para trabalharmos juntos. E não aceitei. Por razões óbvias, porque o projecto deles passaria por demolir o mercado. O que eu quero é ver a cidade respeitada. Os meus alertas são um acto de pura cidadania.

Fale-nos do projecto da sua autoria que foi aprovado em 1998 e que, como diz, tem todas as condições para ser executado...

É um projecto onde se mantém toda a traça do Mercado do Bolhão, mas que visa a criação das infraestruturas para as acessibilidades. Mantém-se o mercado tradicional e criar-se-ia uma rede de frio para a conservação dos alimentos. Por outro lado, o projecto prevê a resolução da questão das cargas e descargas, o que acabaria por resolver o problema da higiéne alimentar. Visa também um parque de estacionamento para os comerciantes. Promete, finalmente, regenerar a edificação contígua ao mercado, que está devoluta. A intenção com esta última ideia é trazer as pessoas à Baixa, novamente.

O presidente Rui Rio disse-lhe a razão pela qual não quer concretizar a sua solução?

Não, mas deveria. Deveria dizê-lo à cidade e a mim. Gostaria de saber onde estão as anomalias do projecto de que sou autor. Mas eu vou perguntar-lhe. Já pensei em escrever uma carta a Rui Rio colocando exactamente essa questão. É um absurdo que se vá gastar dinheiro com um projecto novo quando há um, aprovado, com todas as condições para ser exequível. Não interessa se é a Câmara do Porto ou o Ministério de Cultura que o vai pagar, porque seremos sempre nós, todos nós.

Mantém a esperança, por mais ínfima que seja, de vêr o seu projecto sair da gaveta?

(pausa)Sim.


Link:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1061051

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Tenho estado muito atento a esta situação do Mercado do Bolhão...

Alias fui a várias conferências que foram promovidas pelos movimentos e pela própria câmara do Porto. Em muitas delas percebi claramente que o que está em causa é mesmo a entrega do Bolhão à gestão de privados...

Sinceramente não vejo porque é que a Câmara do Porto não utiliza, nesta altura do campeonato, o projecto do arquitecto Joaquim Massena, que a câmara pagou e já está aprovado.

Eu próprio estive na conferência do orfeão do Porto e estavam exibidos imensos estudos elaborados pela faculdade de arquitectura do Porto (FAUP), pelo arquitecto Siza Vieira e IPPAR referindo-se ao projecto do arquitecto Massena, como de exelência... referia até que o projecto contempla não só a reabilitação do Mercado do Bolhão como "promove a regeneração do tecido urbano envolvente numa rigorosa preservação do Património."

O programa do projecto do arquitecto Joaquim Massena, foi elaborado pela Faculdade de Arquitectura do Porto, centro de estudos da FAUP, arquitecto Siza Vieira, arquitecta Anni Gunther, IPPAR

A mim parece-me um processo que foi tratado com muito rigor e disciplina, envolveu gente com grande peso e experiência...

É por isto que não se percebe porque não utilizar este projecto, para o efeito que se pretende neste momento... o projecto até já foi pago e aprovado pelo IPPAR...

Em minha opinião o mais sensato é pegar no projecto do arquitecto Joaquim Massena... é que está mesmo actual...

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Parece uma novela a história do Mercado do Bolhão! Não entendo porque é que se vai adiar 2 anos para fazer um projecto, se já existe um projecto que é pertença da câmara e aprovado pelo Ministério da Cultura (IPPAR) ?

Eu conheço o projecto do arquitecto Massena, de uma exposição exibida recentemente... O projecto contempla a manutenção de todo o Mercado tal como ele é... mantém o mercado de frescos, acrescenta armazenagem com rede de frio e higiene, espaço de cargas e descargas, estacionamento de apoio aos utilizadores do mercado e às edificações que estão envolventes ao mercado, regenerando assim o tecido habitacional contíguo...
Recupera todas as barraquinhas existentes, tornando-as adaptadas às exigências dos comerciantes...adiciona vertentes culturais, como áreas museológicas, temporárias e permanentes.. salas de conferências, ateliers de artes ligadas ao teatro à música, às artes
Ainda pelo que entendi, acrescenta uma área na galeria superior ligada a espaços de restauração com esplanadas...
Acrescenta ainda espaços para o mercado de levante..

Todo este programa foi elaborado em diálogo com a FAUP, com o centro de estudos da Faculdade de Arquitectura, Câmara do Porto, Ordem dos Arquitectos, Siza Vieira

Trata-se de um projecto de reabilitação que tem uma base, o mercado. O Bolhão está desactualizado?

O projecto parece-me actual... o Drº Rui Rui achava que o projecto do arquitecto Joaquim Massena estava desactualizado porque, por certo, o presidente da câmara pretendia transformar o Bolhão num shooping..que levava à demolição de todo o interior...

Ora assim não.. para esse fim o Bolhão não serve...
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  • 1 month later...

sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
Bolhão: Movimento cívico critica Câmara por adiar obras

O Movimento Cívico e Estudantil do Porto (MCEP) e a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte criticaram hoje a autarquia portuense por adiar para 2010 as obras de recuperação do Mercado do Bolhão.

«É uma desresponsabilização da Câmara do Porto em relação ao Mercado do Bolhão porque irá provocar a desertificação do espaço», disse em conferência de imprensa Miguel Jeri, do Movimento Cívico e Estudantil.

Os representantes das duas estruturas consideram que «o adiamento não promove a vitalidade do Bolhão», defendendo, por isso, o início imediato das obras executando um projecto do arquitecto Joaquim Massena, aprovado em 1998, que é da Câmara do Porto e respeita o património.

«Não faz qualquer sentido mandar elaborar um outro projecto quando existe um que mantém a traça arquitectónica do edifício e respeita os interesses dos comerciantes», acrescentou Miguel Jeri.

Segundo este responsável, o programa preliminar apresentado pela Câmara do Porto visa «a privatização e a descaracterização do Mercado do Bolhão».

As duas estruturas anunciaram por isso a intenção de solicitar «reuniões de trabalho» com o primeiro-ministro, Governo Civil, responsável do IGESPAR/Norte e com os partidos com assento parlamentar.

«O objectivo é evitar que o mercado se transforme num shopping», frisou Miguel Jeri.

A Câmara do Porto anunciou em Dezembro a assinatura de um protocolo com o Ministério da Cultura para a reabilitação do Mercado do Bolhão, que será integralmente financiada com verbas públicas e europeias.

O projecto de reabilitação será elaborado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) com base num programa preliminar definido pela autarquia, que assumirá depois os custos da reabilitação.

Há cerca de uma semana, o vereador Lino Ferreira anunciou que o objectivo da Câmara do Porto é transformar o Bolhão num mercado tradicional «ao nível dos melhores da Europa», com restaurantes também eles tradicionais e animado com iniciativas lúdico-culturais.

A ideia é «não restringir o Bolhão ao conceito de frescos», transformando-o antes num centro de convívio e animação e «num pólo dinamizador da sua envolvente da recuperação da Baixa do Porto», afirmou o autarca, em conferência de imprensa.

Lino Ferreira assegurou que a Câmara do Porto sempre quis seguir esta linha de actuação para o Bolhão, reiterando assim a recusa do risco de se desvirtuar o emblemático mercado.

«Nunca ninguém quis alterar, pela parte da câmara, aquilo que é a história do Bolhão», sustentou.

Esta solução foi apresentada quatro meses depois de a autarquia ter decidido anular a adjudicação da empreitada de reabilitação do Bolhão.

O processo começou em Fevereiro de 2006, quando a Câmara do Porto abriu concurso público internacional para a concepção, projecto, construção e exploração do mercado.

O concurso foi ganho pela TCN, mas o atraso na assinatura do contrato levou a autarquia a anular a adjudicação.

Diário Digital / Lusa

in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=370850&page=3

Movimento cívico critica adiamento de obras

30 | 01 | 2009 16.41H

O Movimento Cívico e Estudantil do Porto (MCEP) e a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte criticaram hoje a autarquia portuense por adiar para 2010 as obras de recuperação do Mercado do Bolhão.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

"É uma desresponsabilização da Câmara do Porto em relação ao Mercado do Bolhão porque irá provocar a desertificação do espaço", disse em conferência de imprensa Miguel Jeri, do Movimento Cívico e Estudantil.

Os representantes das duas estruturas consideram que "o adiamento não promove a vitalidade do Bolhão", defendendo, por isso, o início imediato das obras executando um projecto do arquitecto Joaquim Massena, aprovado em 1998, que é da Câmara do Porto e respeita o património.

"Não faz qualquer sentido mandar elaborar um outro projecto quando existe um que mantém a traça arquitectónica do edifício e respeita os interesses dos comerciantes", acrescentou Miguel Jeri.

Segundo este responsável, o programa preliminar apresentado pela Câmara do Porto visa "a privatização e a descaracterização do Mercado do Bolhão".

As duas estruturas anunciaram por isso a intenção de solicitar "reuniões de trabalho" com o primeiro-ministro, Governo Civil, responsável do IGESPAR/Norte e com os partidos com assento parlamentar.

"O objectivo é evitar que o mercado se transforme num shopping", frisou Miguel Jeri.

A Câmara do Porto anunciou em Dezembro a assinatura de um protocolo com o Ministério da Cultura para a reabilitação do Mercado do Bolhão, que será integralmente financiada com verbas públicas e europeias.

O projecto de reabilitação será elaborado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) com base num programa preliminar definido pela autarquia, que assumirá depois os custos da reabilitação.

Há cerca de uma semana, o vereador Lino Ferreira anunciou que o objectivo da Câmara do Porto é transformar o Bolhão num mercado tradicional "ao nível dos melhores da Europa", com restaurantes também eles tradicionais e animado com iniciativas lúdico-culturais.

A ideia é "não restringir o Bolhão ao conceito de frescos", transformando-o antes num centro de convívio e animação e "num pólo dinamizador da sua envolvente da recuperação da Baixa do Porto", afirmou o autarca, em conferência de imprensa.

Lino Ferreira assegurou que a Câmara do Porto sempre quis seguir esta linha de actuação para o Bolhão, reiterando assim a recusa do risco de se desvirtuar o emblemático mercado.

"Nunca ninguém quis alterar, pela parte da câmara, aquilo que é a história do Bolhão", sustentou.

Esta solução foi apresentada quatro meses depois de a autarquia ter decidido anular a adjudicação da empreitada de reabilitação do Bolhão.

O processo começou em Fevereiro de 2006, quando a Câmara do Porto abriu concurso público internacional para a concepção, projecto, construção e exploração do mercado.

O concurso foi ganho pela TCN, mas o atraso na assinatura do contrato levou a autarquia a anular a adjudicação.

in http://www.destak.pt/artigos.php?art=20570

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