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Lisboa | Parque Mayer | Concurso


3CPO

Participaste no Concurso do Parque Mayer?  

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  1. 1. Participaste no Concurso do Parque Mayer?

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Angel, já percebemos q a obra não mete água, mas sim neve (gelo) ... e so what? Se o Gehry tivesse metido um beirado à maneira e uma cobertura com inclinação de 45%, de certeza q não haveria problema :p

Agora pergunto: mas o q isso tem a ver com o concurso de ideias para o Parque Mayer? ... Se ao menos nevasse em Lisboa, aí sim, teríamos de reconhecer q faria todo o sentido essa preocupação, certo?

Só espero q o projecto vencedor não seja apenas "mais um" e q faça a diferença q Lisboa tanto precisa!

A questão é exactamente essa... Se o Ghery projectasse o parque mayer Lisboa benificiava tal como Bilbao benificiou. Corriamos era o risco de "meter água", ou seja de sair uma barbaridade sem sequer dar oportunidade a jovens arquitectos ou simplesmente arquitectos portugueses de concorrerem.
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Joãopedrosilva ... por acaso não me sabes dizer qual vai ser a chave do euromilhões? :p

Sobre a obra do Gehry em Bilbao, cheguei a dizer num trabalho de faculdade, mais ou menos o seguinte:

"como é possível estarmos a construir edifícios recorrendo a técnicas aeroespaciais e materiais hightech, quando existem (já não sei quantos)% de população pobre sem tecto no mundo?" ... na altura andava drogado com os livros do Marx, Engels e companhia x(

É tudo verdade o q eu disse, não haja dúvida ... mas é tudo demagógico! Eu estava a comparar alhos com bugalhos!

O certo é q tive a oportunidade de visitar essa obra e fikei completamente rendido! ... e eu q até sou "Sizariano" XD

Já agora, porque não dar ao jovem engenheiro Sócrates a oportunidade de assinar o projecto de arquitectura desse sítio? ... Estaríamos a dar a oportunidade a um jovem engenheiro (quase arquitecto ... só lhe falta umas cadeiras!) português que até já deu provas que sabe assinar projectos, certo? ... dream on ... Já não vou mais discutir os "ses" desse projecto, quanto a mim, assassinado logo à nascença! :icon13:

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Construímos edifícios "recorrendo a técnicas aeroespaciais e materiais hightech, quando existem" pobres em todo mundo. Isso é um problema de distribuição de riqueza e de oportunidades. Isso não é problema nosso, de arqutiectos. Aliás, toda a arquitectura que encontras na história é a arquitectura da aristocracia. Por alguma razão há de ser.
Portanto, não chega a ser verdade nada. E não vejo o que é que o museu meter água tem a ver com o sócrates projectar edifícios. Lá saberás.

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vou tentar desmontar as peças (ou as verdades) desse puzzle ... 1 - Gehry projecta os seus edifícios recorrendo a técnicas usadas na indústria aeroespacial e a materiais hightech" ... verdade! suas obras espelham isso mesmo ... 2 - existem no mundo, (já não sei quantos)% de população pobre sem tecto ... tb é verdade insofismável! ... certo? Portanto "isso tudo é verdade sim"! ... certo? ... a manipulação tendenciosa, abusiva e demagógica q fiz dessas duas verdades (na altura andava a drogar com as teorias ideológicas de esquerda), é q carecia de honestidade intelectual, ou seja, andava a confundir alhos com bugalhos na análise do Guggenheim de Bilbao! Da mesma forma, considero ser totalmente demagógica a teoria defendida aqui por muitos, baseada no falacioso princípio de “igualdade de oportunidade” para os jovens arquitectos nacionais poderem competir de igual para igual com todos ... para afastar liminarmente a oportunidade de ter grandes nomes da arquitectura mundial em Portugal. Sejamos honestos! Este concurso só tem um único objectivo: legitimar o afastamento do Gehry desse projecto, pq a ideia de o trazer para Lisboa pertence a outra cor política ... mudam-se o tempos e as vontades, matam-se as "ideias dos outros", por mais q sejam boas. Exemplo: o túnel do marquês de pombal por pouco não foi enterrado e destruído por causa dessa política de terra queimada absurda!... Ainda bem q aos poucos, todos vão reconhecendo a utilidade (silenciada!) dessa obra ... Qto à referência à assinatura do projecto de arquitectura pelo eng. sócrates, estava apenas a remeter para a actualidade do tema (a imoralidade de assinatura de projectos q anda por aí), q se calhar afecta muito mais os arquitectos nacionais do q a intervenção do Gehry no Parque Mayer ... É caso para dizer, está à vista de todos o porquê do 73/73 nunca mais vir a baixo ... esclarecido?

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o facto de ser um concurso publico vai fazer com que possam participar arquitectos portugueses com nome ou sem nome mas tambem arquitectos internacionais, porque ter um projecto do ghery e nao do foster?!? certamente é uma questao de gostos mas com um concurso publico tudo isso fica (ou deveria ficar) de parte e que ganhe o melhor!

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o facto de ser um concurso publico vai fazer com que possam participar arquitectos portugueses com nome ou sem nome mas tambem arquitectos internacionais, porque ter um projecto do ghery e nao do foster?!? certamente é uma questao de gostos mas com um concurso publico tudo isso fica (ou deveria ficar) de parte e que ganhe o melhor!


... a ver vamos ...
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Permitam-me um à parte.

Construímos edifícios "recorrendo a técnicas aeroespaciais e materiais hightech, quando existem" pobres em todo mundo. Isso é um problema de distribuição de riqueza e de oportunidades. Isso não é problema nosso, de arqutiectos. Aliás, toda a arquitectura que encontras na história é a arquitectura da aristocracia. Por alguma razão há de ser.


Felizmente nem sempre é assim, há uma organizção chamada Architecture for humanity (http://www.architectureforhumanity.org/), como haverá outras, assim como há concursos de arquitectura em que a temática é criar-se habitações para os mais desfavorevidos, vítimias de catástrofes, etc...

Infelizmente parece ser um lado menos conhecido, atractivo financeiramente e até divulgado, mas não é por isso que deixa de existir...

Quero com isto dizer que também é um problema dos arquitectos, enquanto classe, já que também nós temos a capacidade de fazer alguma coisa...

Quero com isto dizer que nem toda a arquitectura histórica é aristocrática, talves seja esta que perdure mais no tempo, mas a avaliar pelo interesse (muitas vezes apenas teórico) na conservação dos centros históricos, núcelos rurais, etc, favorecidos e desfavorecidos, parece-me que não se pode, no mínimo, ser assim tão afirmativo.

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Sim, nem toda. Mas o facto dos arquitectos abandonarem a sua atenção aos problemas das classes mais desfavorecidas não é apenas uma questão de vontade própria - nós estamos comprometidos e dependentes das decisões políticas e dos investimentos que o estado e os ricos decidem fazer. E temos de pactuar com eles para ver obra feita. Há uns casos esporádicos, e significativos, mas poucos, e mal semeados.

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Eu apenas trouxe essa comparação absurda à baila, para dizer que antes de conhecer a obra do Gehry, dizia imensas barbaridades sobre esses estranhos objectos arquitectónicos, pq simplesmente não gostava e não era (nem é) o meu estilo de fazer arquitectura ... tudo servia como arma de arremesso ... XD Depois de ter tido a oportunidade de conhecer de perto o Guggenheim em Bilbao e uma outra obra pequenina em Paris, passei a "saber ver" as obras do Gehry com outro olhar e mto respeitinho .... Fascina-me essa "cosa mentale" q é arquitectura, quer em obras do Siza, Souto, quer em obras do Gehry ou Zaha Hadid ... e gostava muito de ver titânio no Parque Mayer :p

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  • 4 weeks later...

Adoro a arquitectura do Aires Mateus (e dos outros das short list, onde falta o o mais internacional dos arquitectos portugueses, o Mestre SIza, q se calhar não participou) Seguramente q será um objecto interessante na Cidade ... mas não terá a escala planetária, q Lisboa tanto precisava para esse espaço. só espero q no fim de tudo, justiça seja feita e q alguém se lembre de fazer as contas dos custos de honorários envolvidos com o "aprofundamento dos estudos das cinco propostas" e q se faça a análise comparativa com os famigerados 5% de honorários iniciais do Gehry ... ... Não esquecer tb de incluir os benefícios (valias económicas) q uns e outros poderiam trazer a Lisboa e a Portugal.

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alguns comentários... pode ser que esclareçam alguns distraídos ou menos atentos:

1. o mestre siza, já não participa em concursos... a quantidade de trabalho que tem em mãos não lho permite... e talvez tb não tenha necessidade de se expor a um concurso

2. o concurso não foi para objecto nenhum... nem para nenhum projecto de edificio em particular... foi simplesmente um concurso de ideias em duas fases, para duma short list de 5 equipas, escolher aquela que conjuntamente com a CML fará o plano de pormenor:
"1.2 Constitui objecto do concurso relativamente à área que compreende, designadamente, os Edifícios do Parque Mayer, do Jardim Botânico, da Antiga Escola Politécnica e Área Envolvente, delimitada pelas Ruas do Salitre, Nova de São Mamede, da Escola Politécnica, Praça do Príncipe Real, Calçada da Patriarcal, Rua da Alegria, Praça da Alegria e Travessa do Salitre em Lisboa, com uma dimensão aproximada de 14,6 ha conforme plantas que constam do anexo IV e que fazem parte integrante do presente programa de concurso, o seguinte:
a) Recolher projectos de concepção de ideias para a posterior formulação de um programa urbanístico-arquitectónico que fará parte integrante dos termos de referência de um plano de pormenor para a área de intervenção atrás identificada
:) Seleccionar cinco projectos elaborados por equipas técnicas para concorrerem, posteriormente, a um concurso subsequente destinado a escolher um projecto e a respectiva equipa que, conjuntamente com os competentes serviços municipais, virá a elaborar o plano de pormenor para a área em questão"

3. as escalas planetárias dos projectos são próprias do deslumbramento dos imberbes

4. os famigerados 5% dos honorários iniciais que refs falou, são 2 milhões de euros... desconfio dos 5%, parece-me que terão sido um pouco mais de 5%... no entanto o custo de qualquer operação de aprofudamento deste estudo ficará sem dúvida aquém dos honorários do sr gehry, e muito condizente com o parco orçamento da CML e do governo português

5. como já foi dito, o concurso foi internacional... se ninguém estrangeiro - daqueles do star system que alguns tanto idolatram - participou ou faz parte da short list foi porque simplesmente ou não participaram ou as suas propostas, no entender deste jurí, não serviriam tão bem os propósitos da cidade

6. as mais valias económicas e culturais têm que ser sustentadas e não fazer parte meremente duma especulação de marketing de qualidade duvidosa

deixem os responsáveis actuais trabalhar... não tentem decapitá-los com tanta pressa.

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... Resumindo e baralhando, vamos ter estudos e mais estudos ... para mais tarde haver mais estudos e mais planos de pormenor ... para mais tarde então termos finalmente os projectos de arquitectura e a construção da tão esperada obra

... Ou seja, papel e mais papel (€€€!)

Não vou entrar em polémica, ainda por cima politiqueiras, típicas pelos vistos cá no Burgo, onde a especialidade é copy/paste de leis e mais burocracias ... nem vou chamar naif a ninguém ...

Vou responder com factos!

Ora, quanto custou a casa da música? Resposta: 100 milhões de euros, certoo?!

Vou usar o valor inicial previsto para essa obra ... nada mais, nada menos do q 40 milhões de euros! ... ou seja 40% do valor final dessa obra!

Se recorrermos à máquina calculadora, vamos verificar que efectivamente 5% de 40 milhões, são 2 milhões de euros ou seja, os famigerados honorários da polémica do Gehry!

A pergunta q se impõe: queremos uma obra de referência ("equiparada" à casa da Música) para o Parque Mayer ... ou será q qualquer coisa serve?

Quanto tempo já perdemos e vamos perder ainda mais com esse projecto? ... tudo isso por questões politiqueiras!

O problema é q esse processo já está tão inquinado, q mto provavelmente os projectistas q ganharam o concurso para os estudos ... poderão inclusive, vir a ficar "chamuscados" com esse processo! ... Deus queira q não pq são excelentes arquitectos!

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  • 1 month later...

Aceitam-se ideias para o novo Parque Mayer
ANDRé KOSTERS / LUSA

António Costa espera que o plano esteja concluído em Setembro


Até ao início de Setembro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) espera que o plano de pormenor do Parque Mayer e da zona envolvente (Jardim Botânico e edifícios da Rua da Escola Politécnica) esteja em condições de ser aprovado pela autarquia, num processo que deseja o mais participado possível pela população da cidade. "Debatam, reflictam, agitem as ideias e ajudem a fazer desta zona de Lisboa a zona de excelência que deve ser", apelou, ontem, António Costa, às muitas pessoas que enchiam o auditório da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para assistir à apresentação das cinco propostas seleccionadas na primeira fase do concurso de ideias.
António Costa inaugurou depois uma exposição no Museu de História Natural, onde, até 4 de Maio, podem ser apreciados os 27 trabalhos que se apresentaram à primeira fase. Nos dias 7, 14 e 21 de Abril, sempre às 18 horas, haverá debates públicos, moderados por Miguel Lobo Antunes, com o objectivo de ajudar a Câmara a perceber o que querem as pessoas para a zona.
"A fase da Câmara decidir há-de chegar. Neste momento, é altura da cidade falar", disse António Costa, justificando a opção de promover um concurso de ideias com a "convicção de que do debate resultarão ideias melhores". Costa espera que o debate seja "informador e inspirador de uma boa decisão para a cidade", insistindo que está em causa uma "oportunidade única" para ligar a Avenida da Liberdade à Sétima Colina.
"Este espaço não se resolve por inspirações de príncipe. Resolve-se pensado e debatido colectivamente", defendeu, para explicar porque optou por não "escolher um grande arquitecto", preferindo antes chamar "toda a gente para o debate".
Algumas das caras da cultura e do espectáculo que estiveram presentes não se mostraram entusiasmadas com o que viram. Maria Tavares, actriz, não compreende "porque é que só se mantém um dos teatros da Broadway portuguesa [o Capitólio]", ideia também partilhada por Hélder Freire. O dono do "Maria Vitória", único teatro que permanece a funcionar, promete que a classe irá bater-se para que exista também um teatro dedicado à revista. Gina Pereira

in http://jn.sapo.pt/2008/04/04/pais/aceitamse_ideias_para_o_novo_parque_.html

Lisboa/Parque Mayer: Costa apela ao debate público
Lisboa, 03 Abr (Lusa) - O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), apelou hoje ao envolvimento no debate público sobre o futuro do Parque Mayer, cujo plano de pormenor elaborado pelos vencedores do concurso de ideias deverá ser discutido em Setembro.

"Debatam, reflictam e agitem ideias e ajudem a fazer desta zona a zona de excelência que deve ser", apelou António Costa na inauguração da exposição das 25 propostas apresentadas no concurso de ideias para o Parque Mayer e zona envolvente.
A exposição dos trabalhos estará patente até 4 de Maio nos Museus da Politécnica, na Rua da Escola Politécnica, e será acompanhada da realização de três debates, nos dias 7, 14 e 21 deste mês, moderados por Miguel Lobo Antunes.
No final deste período de debate, "a Câmara terá de definir um programa que delimite o trabalho dos cinco grupos de arquitectos" que já foram seleccionados.
As cinco equipas elaborarão a partir das directrizes dadas pela autarquia um projecto de plano de pormenor, cabendo ao júri presidido pelo arquitecto Nuno Portas e à Câmara a escolha de um plano.
"Desejavelmente em Setembro" o plano de pormenor será discutido pelo executivo municipal, apontou António Costa.
Foram seleccionados os projectos do ateliê Aires Mateus e associados, ARX Portugal, Vão Arquitectos, Souto Moura e Gonçalo Byrne.
O autarca sublinhou que este plano é "totalmente independente" do desfecho de processos judiciais que possam vir a determinar a anulação da permuta entre a Câmara e a Bragaparques.
"É uma competência municipal a elaboração e aprovação de planos de pormenor e eles aplicam-se quer se trate de propriedade municipal ou privada", sustentou.
Sejam quais forem os futuros donos do Parque Mayer - actualmente sob posse da Câmara - "terão que respeitar o plano", que define os usos e índices de construção, sublinhou.
A abrangência deste futuro plano de pormenor não se cinge ao Parque Mayer mas estende-se pelo Jardim Botânico e zona da Escola Politécnica.
O concurso internacional de arquitectura para a reabilitação do Teatro Capitólio, que ficou de fora do concurso de ideias, sendo contudo um dos seus eixos, já recebeu 12 propostas.
O acto público da abertura das propostas está marcado para 14 de Abril.
ACL.
Lusa/Fim.

in http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337454&visual=26

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Exposição dos Projectos para o Parque Mayer visa promover o debate público


O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, inaugurou, no dia 3 de Abril, nos Museus da Politécnica, a exposição “Concurso de Ideias para o Parque Mayer, Jardim Botânico, Edifícios da Politécnica e Área Envolvente”, antecedida da apresentação das cinco propostas vencedoras do concurso de ideias.
António Costa apelou ao envolvimento no debate público sobre o futuro do Parque Mayer, cujo plano de pormenor a elaborar pelos vencedores do concurso de ideias deverá ser discutido em Agosto próximo. “Debatam, reflictam, agitem ideias e ajudem a fazer desta zona de Lisboa a zona de excelência que deve ser”, convidou o presidente da autarquia as muitas pessoas que enchiam o auditório da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, para assistir à apresentação, pelos próprios autores, das cinco propostas selecionadas. "Este espaço resolve-se pensado colectivamente e falado colectivamente" adiantou o autarca.

Assim, a sessão contou com a apresentação dos projectos do atelier de Aires Mateus e Associados (por Manuel Aires Mateus), da ARX Portugal - Arquitectos, Lda (por José Mateus), da Vão Arquitectos Associados, Lda (por José Pedro Rosado), de Eduardo Souto Moura (por Souto Moura) e de Gonçalo Byrne Arquitectos (por Gonçalo Byrne). A ocasião contou com a presença dos membros do júri deste concurso, o Arq.º Nuno Portas, presidente, a Prof.ª Maria Amélia Martins-Loução, o Arq. Luís Carrilho da Graça, a Arqª. Paisagista Elisabete Barreiros Ferreira, o Dr. Jorge Manuel Cabrita Trigo, o Arqº. Manuel Fernandes de Sá e o actor Raul Solnado.

A exposição dos trabalhos estará patente até 4 de Maio nos Museus da Politécnica, na Rua da Escola Politécnica, e será acompanhada da realização de três debates, nos dias 7, 14 e 21 deste mês, moderados por Miguel Lobo Antunes, com o objectivo de ajudar a Câmara a perceber o que querem as pessoas para a zona.
“A fase da Câmara decidir há-de chegar. Neste momento, é altura da cidade falar”, disse António Costa, justificando a opção de promover um concurso de ideias com a “convicção de que do debate resultarão ideias melhores”. O autarca espera que o debate seja “informador e inspirador de uma boa decisão para a cidade”, sublinhando que está em causa uma “oportunidade única” para ligar a Avenida da Liberdade à Sétima Colina.

Em exposição estarão as cinco propostas finalistas do concurso público lançado pela Câmara Municipal de Lisboa, em Novembro de 2007, bem como as restantes propostas e outros projectos, mais antigos. A exposição pretende dar a conhecer os projectos e promover o debate público em torno da reabilitação deste quarteirão. O concurso que, ao todo, reuniu 27 propostas de diferentes ateliers de arquitectos teve como critério de selecção a visão criativa mas realista, o pensamento ecológico, a animação sociocultural e a qualidade arquitectónica.
Em Junho, estes ateliers entregarão propostas mais pormenorizadas que serão avaliadas tendo em conta também as sugestões do debate fomentado por esta exposição, bem como pelos debates e colóquios que decorrerão em paralelo.

in http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=15962&id_categoria=11

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Aires Mateus e Associados

O Jardim Botânico é o centro, e constitui uma boa parte, da área em estudo. Situa-se entre os dois conjuntos edificados mais significativos da zona e ocupa uma cota de transição entre ambos. Uma unidade territorial estruturante daquele troço da cidade não pode deixar de partir do Jardim.

A proposta funda-se na extensão da sua massa arbórea, desde o actual limite até ao tardoz da periferia construída. Além de promover a continuidade ecológica com a Avenida, cria-se assim um anel de protecção, que permite uma utilização intensa e minimiza o impacto do contexto construído em todas as suas vertentes, ajudando a preservar o equilíbrio do Jardim Botânico. Aqueles espaços verdes são, na realidade, as coberturas do novo edificado. Mas, mais do que edifícios de cobertura ajardinada, o que se propõe é a ocupação dos espaços resultantes, sob os grandes planos contínuos que modelam a plataforma à cota superior. Noutros moldes, o paradigma é o da cidade histórica: elevada ocupação do solo, baixa altura de construção.

Embora contínua em conceito, essa mole edificada é profusamente aberta: permeável às ruas circundantes, atravessável no seu interior, recortada para o céu. Qualificando alguns troços existentes e criando outros, gera-se uma malha de espaço público pedonal que articula as duas cotas; o Capitólio é enquadrado numa nova praça, onde todos os percursos desaguam.

Implementação de novas actividades e revitalização dos actuais devem gerar mútuo benefício. Em torno do Capitólio recuperado, será natural um pólo de artes performativas; na Politécnica, propõe-se um de artes plásticas. São actividades afins, com impacto económico-social e margem de crescimento; escolas e workshops, associados a residências temporárias, podem garantir uma programação de eventos em ambas as áreas, de forma continuada e económica. E, sobretudo, podem informalmente interagir com a vida da cidade, tomando o espaço público como palco principal. Já o desfio do Jardim Botânico é diferente: recuperá-lo e divulgá-lo sem comprometer um equilíbrio delicado e precioso.

ARX Portugal, Arquitectos Lda.
ORGAN(i)CIDADE = [CIÊNCIA + NATUREZA + ARTE] ENVOLVIMENTO

A cidade, como objecto colectivo da experiência humana por excelência, tem adquirido e exacerbado a complexidade própria ao homem na sua humanidade, acentuando contornos fenomenológicos decorrentes da sua ambiguidade fundadora: natura e cultura - o melhor de dois mundos.

É feliz a delimitação da área de intervenção do presente concurso porque inteligentemente define uma unidade mínima de sustentabilidade urbanística, um ser urbano, com todas as componentes necessárias ao seu metabolismo orgânico com a cidade, um organismo que também é órgão, diverso, denso, autónomo. Um pedaço de cidade, actualmente em estado de coma, expectante, porque desestruturado, funcionando apenas como o somatório de quatro núcleos isolados - politécnica/jardim/parque/envolvente.

Abordamos este espaço através de dois prismas. O privado, que reflecte o sentir da presença individual e o público, da memória colectiva, em que a cidade é consequência de uma criação e acumulação cultural, a construção colectiva por essência.

Aqui, o equilíbrio e sustentabilidade passa mais por um processo de cirurgias e substituições, do que pela adição de novas construções ou da impermeabilização do solo. Neste cenário urbano-natural, a especificidade encontra também razões no substrato geológico e num clima ímpar: é um dos maiores Vazios Urbanos indispensável ao frágil e ameaçado sistema húmido de Lisboa e ao qual está associada uma bela e rara estrutura verde.

Propondo um princípio de porosidade, abrimos em diversos pontos possíveis e estratégicos, canais de um novo sistema capilar pedonal e mecânico, que ligará partes e fará fluir uma nova vitalidade pelo seu interior.

A nova dinâmica da cidade estará sempre baseada no legado da revista, mas agora extensivo a formas afins e hoje tão emergentes como pujantes na nossa sociedade: a stand-up comedy, o sketch, os novos comediantes, o cinema, etc.

Face a outros processos de desenvolvimento acreditamos neste equilíbrio e organicidade: na evolução criativa e participada do “fazer fazer”.

Não se trata aqui de (re)inventar de novo a forma ou o conteúdo do espaço urbano “ideal” mas de estudar um “sistema” circunstancial (contextualizado caso a caso e, por conseguinte, essencialmente assistemático) de pistas de intervenção integradas num processo que induza a reabilitação semântica e vivencial deste espaço urbano.


Vão Arquitectos Associados

EXISTENTE

o passado-passado

o jardim

A génese do J. Botânico da E. Politécnica (antigo Colégio dos Nobres), é associado à agricultura (1886), desenhando a ligação entre a cumeada da patriarcal (hoje P. Real) e a Avenida. Com R. Garcia propõe-se a ligação do J. Botânico R. do Salitre como jardim público. Andrade Corvo, (director da E.P.) propôs à CML abrir uma Avenida ligando os espaços com um ascensor até à R. da E. Politécnica.

o passado-presente

o Parque Mayer

Comprado (1921) à família Lima Mayer, para parque de diversões. Surge o Maria Vitória (1925) o Capitólio (1931), projectado para café concerto com a escada rolante e o ABC em 1952. O pitoresco do P: Mayer sedimentou-se marginal à cidade. Vieira de Almeida no seu Plano propôs a renovação total do mesmo com excepção do Capitólio.

o presente-presente

a degradação
O isolamento do Jardim Botânico, o abandono do Parque Mayer e a Faculdade de Ciências que perde a sua função inicial como o Picadeiro.

a eleição das “permanências” e “elementos primários”

Estrutura Portante

1. O Edifício e jardim da F. Ciências, bem como as alamedas de entrada
2. O J. Botânico como Paisagem
3. O Muro como fronteira a Reutilizar
4. Morfologia do terreno: cotas 57, R. da Alegria e R. Castilho
5. Projecto do Capitólio
6. A avaliação do Edificado em Correnteza


PROPOSTO

pressupostos


cidade contemporânea

1. Hoje são as cidades que disputam entre si num quadro que dá:
2. Uma visão global e intersectorial do sistema urbano;
3. Identifica tendências e antecipa oportunidades;
4. Formula objectivos pontuais e concentra recursos nos mesmos;
5. Formula e desenvolve a posição competitiva da cidade.

o Programa | a Temática

Duas temáticas interactivas: As Ciências e as Artes, de âmbito público e privado. A primeira tem como epicentro a F. Ciências e o seu jardim sendo o Picadeiro a intercepção (temática) abrindo ao público e concessionando os edifícios adjacentes à Faculdade. As Artes repousam no P.M. com epicentro no Capitólio.

do percurso às portas

o urbano

O sistema contínuo relaciona a Faculdade de Ciências ao Parque Mayer e num percurso, pautado por Portas corresponde a 2 níveis de intervenção: pontuais de reutilização e renovação.


Souto Moura Arquitectos

Hoje, sobretudo num Centro Histórico, os planos não podem ser decididos segundo slogans políticos e gestos unitários de desenho. Por motivos de estratégia e faseamento, a gestão urbanística assim o prova. A cidade contemporânea não se faz, vai-se fazendo.

Foi por estes motivos que optamos por 5 sectores, fragmentos urbanos, interligados pela presença da massa verde, constituída pelo Jardim Botânico e o Jardim da Antiga Escola Politécnica. Uma iniciativa global, seria puro Romantismo de desenho.

1. Para a frente dos edifícios da Rua da Escola Politécnica, propomos a sua reabilitação para habitação e comércio, com algumas rectificações de cérceas. A linguagem e o material são miméticos, com todos os riscos que podemos ter.

- O alçado Norte é realinhado, constituindo uma frente não unitária, mas com o carácter das arquitecturas de ferro, existentes em Lisboa (ver anexos).

- Para o Palacete Ribeiro da Cunha propomos um hotel com 50 quartos, que deve ficar na plataforma a Sul do Jardim Botânico. Um outro programa, um “SPA”, também é proposto fazendo parte do hotel, mas com uma entrada independente pelo Jardim Botânico. A ligação entre os dois, será subterrânea. O alçado reconstrói o muro existente, com janelas para o hotel, e cego com lanternins para o SPA.

2. O edifício da Antiga Escola Politécnica, deve em parte (2/3 da sua superfície) continuar a ser Museu, depois de remodelado, como por exemplo, o Museu da Ciência, em Barcelona. A restante parte virada a Norte para o jardim, propomos um Centro de Eventos para reuniões, banquetes, exposições, moda, design e apresentação de projectos, etc, etc.

- O pequeno edifício virado a Nascente sobre o jardim, propomos um restaurante, aproveitando a belíssima vista sobre esta parte da cidade. O Teatro poderá ser deslocado para um edifício anexo ao Capitólio, já que não precisa de vistas para o exterior.

- O Picadeiro deve ser restaurado e servir para grandes eventos, tal como acontece na antiga sala de arquivos na Alfândega do Porto. A analogia estrutural da cobertura em madeira, garantem-nos à priori, uma boa acústica.

- 3 Fragmentos rematam algumas situações pontuais de ângulos e esquinas (ver edifícios B.2.4, B.2.5 e B.1.7), que foram desenvolvidos por nós, para que a forma não fosse arbitrária.

- O outro edifício a Poente, na Av. das Palmeiras, também deverá ser recuperado. Propomos uma galeria de comércio no r/c, e no Piso 1, a biblioteca deve ser mantida e recuperada, pois pode servir de apoio ao hotel residencial (70 quartos), que pode dar apoio a um centro de investigação da universidade. As estufas devem ser demolidas. Este hotel pode obedecer a um protocolo, como por exemplo, com Harvard ou o tão anunciado projecto do M.I.T.

- Sem afectar a morfologia do Centro de Meteorologia, propomos uma casa de chá, apoiada por uma pequena biblioteca, e uma galeria de exposições.

3. Na zona 3, a Norte do Jardim e nas traseiras da Rua do Salitre, propomos uma frente de habitação, com uma volumetria quase simétrica. Esta frente, terá estacionamento para os moradores, bem como um túnel para um Funicular que ligará a Av. da Liberdade (estação do metro) com a cota dos jardins da Antiga Escola Politécnica, hoje museu. A distância justifica-se - 400 m.

- Um outro edifício que pouco se manifesta, é onde termina o Funicular, pois aproveitamos a plataforma, onde hoje estão instalados os viveiros e que devem ser removidos para Nascente.

- Nesse desfasamento de cota, propomos uma construção, sem janelas mas com um pátio, um centro de dança contemporânea, que não precisa de aberturas. As janelas indicariam uma escala doméstica, que a escala destruiria o anonimato que se pretende.

4. Num antigo caminho (ver planta) que rematava a Sul os antigos jardins do Palácio Mayer, propomos a abertura de uma nova rua, que ligará a cota alta da entrada do Jardim Botânico com a nova praça do Parque Mayer.

- Algumas lojas no r/c de casas da Rua da Alegria e da Rua do Salitre, deverão ser demolidas para serem novas portas de acesso ao jardim, conforme as curvas de nível entre os quarteirões a Sul e a Norte. Deste modo, o jardim não é um obstáculo na cidade, mas um corpo disponível, aberto, que oferece percursos alternativos, que hoje não existem. O jardim, pode e deve ganhar outras alternativas de uso.

5. Mantendo o Teatro Capitólio, não quer dizer que pelo facto de ser classificado, que tenha de ficar isolado. Por isso, propomos duas construções que o ladeiam e que pelos seus alinhamentos definem uma praça, aproximadamente com 60m de diâmetro. Os seus programas serão de habitação, ateliers, laboratórios, oficinas e escritórios, ficando no r/c e no piso 1 o comércio. Esta praça, quase circular, funciona como um joelho que articula a Av. da Liberdade, o Jardim Alfredo Keil, e os braços da nova construção que abraçam o Jardim Botânico, com uma escala próxima da envolvente.

Conclusão

Contando com a existência do Cinema S. Jorge, do Coliseu dos Recreios e dos Teatros Tivoli, Politeama e D. Maria II nas proximidades, o projecto tenta criar uma malha de equipamentos lúdicos (comércio, hotel, ginásio, etc.) com actividades artísticas (teatro, ateliers, dança, galerias), não concentradas num sítio, mas estrategicamente dispersos de modo a que o jardim seja o pólo aglutinador de vários percursos pré-existentes e outros que terão de acontecer.

As novas frentes de construção, são no nosso entender adequadas às volumetrias e linguagens existentes, e serão a âncora realista para que a operação se possa realizar.


Gonçalo Byrne Arquitectos

“ (...) quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir?”
Santo Agostinho, Cf. XI, 17, 22.

Propõe-se, à cota baixa, a replicação de uma matriz semelhante à que no séc. XVII rege, na cumeada do Monte Olivete, a implantação do noviciado Jesuíta da Cotovia, posteriormente ocupado pelo Colégio dos Nobres, actual Faculdade de Ciências.

Esta acção implica a implantação de um novo motor urbano à cota baixa, contrariando o processo convencional que tem vindo a construir Lisboa das coroas para os vales.

É a partir daí proposta a compactação do enclave residual actualmente representado pelo Parque Mayer, redescobrindo a possibilidade de introdução de um sistema articulado de vazios que, pervertendo a actual oclusão deste espaço, comprova não só a possibilidade da sua inscrição na cidade, como a da geração de novos significados urbanos.

Estabelecem-se assim os objectivos de inscrição e de identidade, sustentando o primeiro a dimensão urbana e o segundo a dimensão arquitectónica da proposta.

A sobreposição dessas duas dimensões resultará num sistema de continuidades não só da cota baixa para a cota alta, como ao longo da meia encosta, com novas permeabilidades estabelecidas pelas frentes urbanas das ruas da Alegria e do Salitre.

Na definição deste sistema, onde a indução de vida é encarada como factor fundamental, a nova edificação desempenhará um papel decisivo como dispositivo de condução de todo o sistema de vazios, cerzindo novas frentes, fechando malhas, criando matrizes, fabricando cidade.
No caso da Faculdade de Ciências, conduz a um complemento funcional.

Será através dela superada a residualidade dos actuais limites, invertendo o sistema de traseiras onde possível, reforçando as restantes acções que inferem a dimensão urbana e paisagística da proposta.

Constituirá também um factor decisivo na viabilidade económica e urbanística da operação já que, para além de possibilitar a diversificação de usos neste espaço e respectiva programação, poderá consagrar a possibilidade de integração da sua carga temática à escala da avenida, senão mesmo da cidade.

Esse constituirá um dos vectores de sustentabilidade da proposta.

Em termos de sustentabilidade ambiental e energética apontar-se-á sempre ao reencontro de equilíbrios e a acções não intrusivas em áreas tão sensíveis como a do Jardim Botânico e mesmo subsistemas envolventes, inscrevendo estes no quadro mais alargado dos corredores ecológicos do vale e da avenida.

De forma transversal, a viabilidade da operação assentará sempre na definição de um adequado modelo financeiro, que, ajustado à dimensão sensível da proposta, não só torne viável a sua execução como garanta o reflexo da sua dimensão prospectiva e optimista.


in http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=15962&id_categoria=11
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