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Espaço Mínimo


Hernandezz

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Tal como o asimplemind desconheço conceitos de espaço minimo. A meu ver, estas questões surgem no momento em que se precisa de mais espaço em casa. Vejamos os Japoneses, onde existe um aproveitamento máximo de toda a área possível e imaginária... Seria interessante se especificasses melhor a tua dúvida. :)

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A discussão sobre o Espaço mínimo existiu e foi bem real. "Existenzminimum", ou algo assim, era como se chamava a investigação levada a cabo pela primeira geração de arquitectos modernos, principalmente alemães e ingleses.

Podes ver o Alexander Klein, penso que foi o mais importante, e daí facilmente chegas aos outros.

Corbusier era altamente crítico desta modalidade, mas chegou a realizar um projecto de uma casa para operários que consistia num cubo (5 por 5, mais ou menos) cujo 2º piso era cortado na diagonal, abrindo o pé direito duplo sobre a zona de estar - a diagonal como um "truque" para ampliar a percepção do espaço confirma a sua posição crítica sobre o tema.

É frequente vermos as propostas de cidade moderna serem opostas à cidade tradicional (blocos soltos num jardim versus ruas e praças) para logo lamentarmos a perda da forma, mas, na verdade, o que a cultura moderna teve de confrontar foi a primeira cidade industrial, já muito depois da cidade tradicional ter sido "engolida" pela cidade "especulativa" de finais de 1800, principios de 1900 (Londres era especialmente dramática).
Foi neste contexto, observando a miséria das condições de vida da classe operária, observando as primeiras transformações descontroladas das cidades, que trabalhou a primeira geração moderna (de Tony Garnier a Le Corbusier). Ser arquitecto moderno era ser urbanísta. Arq. tinha um papel social - os materiais baratos, a industrialzação, podiam e deviam ser utilizados ao serviço das populações. Havia uma forte crença no papel social do arquitecto, altamente politizado.

Vivenda mínima foi uma inovadora proposta da cultura moderna que teve como pressuposto o príncipio de que seria o Estado, todo poderoso, a intervir na melhoria das condições de vida dos seus cidadãos, e pagar o seu alojamento. Mesmo as áreas mínimas dos projectos conseguem ser melhores que as condições reais em que viviam a primeira e segunda geração de operários. Hoje é altamente criticável a construção sob índices tão baixos porque impossibilita o futuro aproveitamento das casas para o que quer que seja (há uns projectos interessantes na alemanha que unificam diversas "casas" mínimas, chamadas hoffs, numa única casa, mas isto é muito difícil acontecer porque obriga à coordenação entre diversos proprietários...).

Sob o ponto de vista da metodologia, Alexander Klein inicia o trabalho medindo tudo o que existe (o "neufert" surgiu depois). Começa por conformar o espaço menor da casa: a retrete, colocada sempre adjacente à entrada, com ventilação directa; este elemento mínimo é o módulo para toda a casa; a organização é uma que dispensa espaços de circulação, contudo os espaços estão devidamente hierarquizados. Tb investiga diversas possibilidades de "flexibilizar" o uso da casa, com espaços de uso ocasional que poderiam "desaparecer" em determinadas alturas, etc.

E é isso. Boa sorte

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A discussão sobre o Espaço mínimo existiu e foi bem real. "Existenzminimum", ou algo assim, era como se chamava a investigação levada a cabo pela primeira geração de arquitectos modernos, principalmente alemães e ingleses.


Exacto, nas monografias do Siza da Blau, a crítica aos edíficios de habitação, especialmente no âmbito do programa SAAL referem este conceito. Não tenho aqui o livro, mas posso entretanto pesquisar na bibliografia se há mais alguma coisa.
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Sim...estou bastante agradado com a tua ajuda!!!! Na realidade este "conceito" começou a ser gerado, logo após a I Guerra Mundial, pois o aproveitamento das industrias metalurgicas, era consequentemente mal utilizado para armas e instrumentos de guerra. Assim, vários arquitectos começaram a gerar abrigos, refúgios e arquitectura portátil e efémera, onde esse aproveitamento pudesse ser feito, mas de uma forma mais consistente e sem o intuito de guerrilha, ou o prolongar das mesmas...(o que não se veio a suceder infelizmente!!). Já tinha pesquisado pelo EXISTENZMINIMUM e encontrei coisas que me interessavam. Uma referência para este tipo de arquitectura é por exemplo Buckminster Fuller e mesmo Walter Gropius. Ficava muito agradecido por qualquer bibliografia que me fosse recomendada. Muito obrigado por tudo. Na esperança de também despertar em vós este "conceito", com os melhores cumprimentos, Hernandezz ...para além dos nomes que relatei, existe um que surpreendentemente também fez esse estudo, mas já em Portugal!!!Foi Nuno Portas com o livro “Funções e Exigências das Áreas de Habitação”, Lisboa. LNEC 1964. Cumprimentos.

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Então aqui vai:

Klein, Alexander - vivienda mínima: 1906 - 1917. Barcelona: editorial GG, 1980
Idem - Das Einfamilienhaus, 1934.

Outros arquitectos que se dedicaram à reacionalização da vivenda mínima:

Wagner-Speyer, em Berlim
M. Brinkmann e van Hardenveld, na Holanda

No II Congresso Internacional de Arquitectura Moderna, frankfurt, 1929, Ernast May apresentou diversos estudos de vivendas mínimas.

O B. Fuller tem, de facto, diversos projectos que podemos considerar "mínimos", para situações de emergencia, excepcionais, exprimentalistas, etc, contudo a sua polémica tem muito mais a ver com o uso da tecnologia do que com a resolução dos problemas da classe operária.

Abraço

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O B. Fuller tem, de facto, diversos projectos que podemos considerar "mínimos", para situações de emergencia, excepcionais, exprimentalistas, etc, contudo a sua polémica tem muito mais a ver com o uso da tecnologia do que com a resolução dos problemas da classe operária.


Realmente não estava a associar Fuller "o visionário" com Gropius "o pragmatico"...
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