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Arquitectura.pt


O arquitecto como gestor de si próprio


oligomes

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gostaria de saber opiniões sobre a função do arquitecto como gestor de si próprio, arquitectos que trabalham em regime de free-lancer e em atelier por conta de outrém. fazer uma análise crítica e comparada da função do arquitecto como self employed e inserido num esquema convencional de emprego. aprofundar as funções do arquitecto nas duas situações, comparar o papel interventivo e reflectir acerca das opções éticas de de desenvolvimento profissional nas duas situações vantagens e desvantagens, forma de encarar o projecto, posicionamento perante o cliente,....

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Antes de mais bem-vindo oligomes,

Essa é sem dúvida uma questão interessante, como se gere um arquitecto sozinho? Como procura projectos, como gere os clientes, facturação, marketing da sua empresa, as suas tarefas, etc.

Gostava de ouvir a tua experiência no assunto!

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A primeira questão é, uma carteira de clientes é essencial, aquela coisa de abrir ateliê e esperar que eles apareçam, simplesmente não funciona, independentemente de o ateliêr ter ou não uma boa localização, simples publicidade também não é assaz, portanto eu acho que o segredo está em começar por baixo, satisfazer os clientes e esperar que cada cliente satisfeito nos traga mais...depois há o outro lado, abrir ateliê para concursos, se quisermos ir além dos concursos de ideias, temos que nos preparar para ter equipa, gastar dinheiro, ganhar, ou não ganhar realmente nada...é relato habitual um ateliê fechar por perda consecutiva de concursos. Salário certo e despreocupação, só por canta de outrém ou a trabalhar para uma câmara municipal. P.S. O trabalho por conta de outrém, por norma, é sempre um pouco limitativo, não indo muito além das meras funções de um desenhador com conhecimentos de legislação.

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O mesmo acontece com toda a profissão freelancer, e o ARK têm toda a razão. Embora a publicidade funcione muito noutras profissões, a publicidade para um gabinete de arquitectura é bem mais difícil de entender. A começar será por preços baixos, obter alguns projectos bons, e por norma, trabalhar, trabalhar, trabalhar....

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Concordo com que o ArK diz. O pior é conseguir arranjar essa tal carteira de clientes. Os concursos são a forma mais directa de arranjar trabalho e poderes daí extrarir alguma coisa, o pior é que nem sempre se ganha.É um investimento muito grande tanto a nível pessoal,como a nível de custos. Desde os softwares, plotters a todo o material necessário.

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a questao e muito simples: -independentemente do que se diga para ganhar dinheiro 99% das vezes tens de o procurar (os outros 1% dependem da tua "sorte", seja traduzida por ganhar esporadicamente um concurso, ou um cliente caido do ceu, mas os anjos nao caem do ceu todos os dias.. ok ha ainda outra possibilidade: sermos uma estrela da arquitectura e sermos procurados pelos clientes, considerando que ha espaço para meia duzia delas em cada país talvez o 1% ainda seja demasiado) -se o procuras nao tens tempo para fazer arquitectura simples ao trabalhar por conta de outrem, normalmente esse "outrem" procura o dinheiro e pouca (ou nenhuma) arquitectura faz. resumindo: alguem tem de o procurar sejamos nos ou nao. simples se te dedicas so ao dinheiro a arquitectura desaparece.. se te dedicas so a arquitectura o dinheiro desaparece.. o equilibrio e sempre dificil.. solucoes? ando a procura.. e como nao tenho querido procurar o dinheiro tenho deixado alguem fazer isso por mim, e e impossivel ganhar dinheiro sem ter contacto com ele.. mais uma vez e simples..

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por exemplo trabalhei 2 anos num atelier com bastante trabalho, localmente bastante conhecido e apenas me lembro de aparecer la um possivel cliente "aparecido do nada" e nem chegamos a fazer o trabalho. um atelier nao e um cafe ou uma mercearia. nos temos de procurar os clientes e nao o contrario. a sobrepopulacao explica todos os fenomenos. Considerando que os possiveis clientes encontram-se normalmente numa classe média alta as coisas podem tornar-se bastante complicadas a quem nao pertence a essa classe social. ok restam os pequenos trabalhos: tipo o senhor do cafe que quer fazer uma casa de banho debaixo da escada e nao sei que e a classe baixa endinheirada (emigrantes). e pena mas e assim. esta conversa "dava pano para mangas":

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no meio disto tudo , também é certo uma coisa: alguêm tem de fazer as "casas vulgares" para os clientes mais correntes, senão a arquitectura só estava ao alcance de uma classe alta, ou média alta. mas é um pouco mais dificil fazer omoletes sem ovos ou com poucos ovos

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galfarro tens toda a razão. Por menos trabalho que tenhamos devemos manter um nível de qualidade seja em alto ou baixo custo. Não é por termos uns clientes tacanhos que não querem gastar um tostão que vamos ter de fazer uma casa estilo "maison" só porque teoricamente será mais barata. Exemplos não faltam de óptimos projectos de arquitectura feitos com custos baixissimos. É uma questão de ética e de responsabilidade de cada pessoa. Algo que todos nós deveríamos ter em conta.

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tudo bem galfarro mas, era interessante perceber exactamente o fio condutor, ou melhor qual a ideia condutora dos teus post. como é evidente eu e muitos arquitectos tentamos, dentro dos limites quer programáticos, orçamentais e culturais de cada projecto e cliente em si, fazer o melhor possível. isto quer dizer organizar bem os espaços, proporcionar bem os elementos formais, dar escala apropriada formal e funcional ás situações, etc... mas a arquitectura pode ter muitas dimensões e por vezes chega a ser frustante quando o cliente puxa e puxa com força para soluções do mais corriqueiro renegando muitas das que propomos que visam uma forma de estar e usufruir os espaços como por exemplo: silêncio, tranquilidade, vistas agradáveis, luz, fácil acesso, boa comunicação interna, etc, e que nem por isso sejam soluções mais caras , apenas é por uma questão cultural e de mentalidade. muito latim se gasta neste processo mas com momentos de satisfação quando a mensagem passa.

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marco1: é sempre complicado de gerir como sabemos, no entanto há sempre algo que um arquitecto responsável poderá fazer de forma a tornar a obra melhor e mais interessante a nível arquitectónico. Muitas vezes coisas que os clientes nem reparam e que poderão dar uma imagem e uma vivência da casa bastante distinta. Por exemplo as janelas. A maior parte das pessoas que quer construir uma casa quem janelas grandes. No entanto nós (arquitectos) temos a capacidade de partindo desse pressuposto ou não desenhar alçados que sejam interessantes e bem compostos, independentemente do cliente querer ou não janelas grandes ou pequenas. (não sei se me faço entender...) Mas por vezes também há gente que se fica pelo que os clientes dizem, esquecendo que deveria ter uma atitude crítica perante aquilo que está a projectar e que terá o seu nome para o bem e para o mal...

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Essa questão das janelas é muito interessante. Eu tenho usado em alguns projectos portas "janelas", ou seja, não existe varanda, apenas uma guarda. A alguns clientes a ideia agrada logo à partida, outros ficam reticentes, mas explicado o propósito de tal escolha, até acabam por compreender e aceitar. Ao nível da área de vão, a diferença pode até não existir, mas pode ajudar na composição dos alçados e ao nível da iluminação interior, quanto a mim trás algumas vantagens, como a continuidade entre a mancha iluminada e o vão propriamente dito...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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dreamer essa questão das janelas tem que ser ponderada tendo em conta vários factores. ou seja uma janela de sacada pode ser aplicada no intuito de conseguir aquilo que falas, mas tb pode ser melhor em certas situações, uma janela de peito, pois pode conferir uma maior intimidade e aproveitamento por exemplo dessa parede para uma secretária ou móvel por debaixo da mesma. eu pessoalmente sempre que não existe varanda, prefiro sempre que se justifique, fazer uma janela que tenha o peitoril a +- 60 cm, ou seja por um lado não é aquela janela corriqueira a 90 cm ou 1 metro, nem de sacada até baixo que torna a divisão muito "devassada" conferido assim alguma elegância ao vão e intimidade á divisão.

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Quanto ao caso em concreto, estou a falar de usar por vezes essas janelas de sacada com larguras de 1,00m, o que não torna o espaço assim tão devassado. Claro que em situações como numa cozinha, o beiral a 0,90 ou 1,00m pode ser uma necessidade para aí se encostar o balcão... Claro que é tudo uma questão de opção caso a caso, mas serve o meu comentário para mostrar como coisas simples podem influenciar a imagem geral do projecto... coisas que até os clientes mais reticentes conseguem compreender e até aceitar... Penso que é tudo uma questão de saber explicar e expôr as opções tomadas, desde que elas tenham sido conscientemente tomadas... ainda que não resulte em todos os casos...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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caguem la nas janelas, o topico aqui e outro. "o arquitecto como gestor de si proprio"! nao ha massa critica neste forum. nao ha participacao num tema q e fundamental. contem as vossas experiencias. parece q tem todos vergonha e medo de contar as suas expectativas e experiencias. empregados e PATROES, falem sobre a vossa experiencia. era bom ouvir os dois lados da questao, sem tabus fdx. respondam sob anonimato se quiserem mas participem. por exemplo questoes como: -qt ganham e qt deveriam ganhar. porque e como e possivel receber esses valores. -em suma a ligacao do arquitecto a vida economica. nao digo q a conversa das janelas nao seja interessante mas nao neste topico! tenho a certeza q centenas de estudantes ou recem licenciados gostavam de ouvir algumas palavras sobre este assunto e embora possam pensar o contrario estes novos arquitectos percebem ZERO do assunto. eu ja estive nesta situacao. qd se comeca a falar de dinheiro toda a gente se cala. e sempre assim. deixo aqui tambem o convite aos patroes dos ateliers para responderem qq coisa esquecam os interesses pessoais e nao tenham medo de contar alguns segredos. so assim as coisas evoluem. sem dinheiro nao ha bons empregados a longo prazo nao se esquecam disso.

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