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Arquitectura.pt


Acordo Ortográfico


Rui Resende

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Ora bem, no máximo no final do ano o governo português vai aprovar o protocolo modificativo do acordo ortográfico da língua portuguesa. Junta-se assim ao Brasil, Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe que já tinham aderido. É a passagem à prática do acordo ortográfico de 1990 que basicamente trata de unificar a escrita da língua portuguesa em todos os países de expressão lusófona. Tudo bem parece-me bem, há palavras que os brasileiros começarão a escrever de forma diferente e o mesmo no nosso caso. A regra que mais afectará palavras escritas em Portugal é a que elimina as consoantes que não se lêm (acção passa a ação, acto passa a ato, etc). Ora uma dessas é "Arquitectura" que passa a "Arquitetura". Isto significa que a partir de 2008 o nome deste site passa a estar basicamente mal escrito :) se calhar era momento de começar a pensar reservar o site www.arquitetura.pt
Foi só um pensamento.

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A ser assim é tempo de alterar as coisas por aqui... Para mim vai ser um pouco complicado passar a escrever desta forma, mas será claramente uma questão de hábito... no entanto durante muito tempo vai-me ficar a impressão de aquilo estar mal escrito...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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a mim também me vai custar muito mudar muitas coisas, o hábito é forte (claro que para quem escreve sistematicamente com erros, é indiferente, nem dão pela diferença) JAG a questão não é mudar ou não determinadas palavras ou decidir quais devem ou não mudar. A questão é simplesmente a da unificação das escritas. Dicionários comuns, possibilidade de entrar como língua oficial comum em instituições tipo ONU, expansão da língua (até hoje nos países africanos por exemplo existe sempre aquela questão: eles usam o sistema ortográfico europeu, então um brasileiro não pode ir dar aulas de português para moçambique porque ia ensinar "erros" ?). Todas essas coisas ficam muito mais facilitadas havendo uma escrita unificada. Eu sou a favor completamente deste acordo. Agora que vai custar, isso vai...

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que grande palhaçada!!! Eu sou totalmente contra isso. Eu digo ArquiteCtura, assim como digo FaCto ou ExaCto ou ACção. São as formas correctas de dizer... Aliás se compararmos com o italiano, arquitectura diz-se "Architettura", neste caso o duplo t desempenha a função espacial na leitura da palavra como o nosso c. São questões que vão para além da escrita, há imensas palavras em que o C realmente tem significado e se pronuncia.

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JAG a questão não é mudar ou não determinadas palavras ou decidir quais devem ou não mudar. A questão é simplesmente a da unificação das escritas. Dicionários comuns, possibilidade de entrar como língua oficial comum em instituições tipo ONU, expansão da língua (até hoje nos países africanos por exemplo existe sempre aquela questão: eles usam o sistema ortográfico europeu, então um brasileiro não pode ir dar aulas de português para moçambique porque ia ensinar "erros" ?). Todas essas coisas ficam muito mais facilitadas havendo uma escrita unificada. Eu sou a favor completamente deste acordo. Agora que vai custar, isso vai...


Mas então a mudar deveríamos mudar para as formas correctas de escrita que são neste caso as portuguesas. Pois as palavras que têm C, têm-no porque precisam dele. Os países lusófonos que escrevem de forma diferente deveriam adaptar-se à escrita correcta e não o contrário. Acho absurdo.
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sendo a lingua uma coisa muito propria de cada pais, ainda por cima o portugues que é uma lingua muito unica, fica então no ar uma questão; será que estamos a perder a nossa identidade? o nosso pais que apesar de estar a atravessar um momento menos bom, é um pais com um passado rico em patrimonio cultural e histórico, na minha opinião esta mudança é uma menos valia que terá como consequencia a perca dos habitos e costumes deste nosso pequeno mas grande pais. tenho dito.

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Não concordo com esta situação. (ponto) A língua portuguesa (de Portugal) é a língua mãe das outras línguas lusofonas!!! Porque haverá Portugal mudar a sua forma de escrever se foi esta que deu origem as outras!!???? Um pequeno detalhe: O que vai acontecer com (por exemplo dentro de muitos outros) as palavras: Facto vs Fato??? É que ao retirarem o "c" a primeira palavra vai ficar igual á outra e "actualmente" elas significam coisas distintas!!!!! Será que umas vão sofrer alterações e outras não?? Serão algumas proventura eliminadas??? Fica a dúvida...

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Mappa de Portugal
Pelo Padre: João Bautista
trata do do estabelecimento e projetos da religiao (..) nas ordens millitares (...) e das que se estinguirao (..) cada huma com com anno das suas fundações (...)

Publicado 1747
Na Offic. de Miguel
Manescal da Costa
, Impressor do Santo
Officio.

Bom, pela vossa conversa desde de 1747 que nao deviamos ter tocado na nossa bela lingua...

Ha com cada huma ...
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Caro Bruno... não se trata de "burrice"!! Trata-se apenas de darmos a nossa opinião acerca do assunto indicado!! Claro que a nossa língua ao longo dos tempos sofreu alterações e ainda bem que assim foi!! De momento acho desnecessário esta nova roupagem que lhe querem dar/atribuir!!! O futuro tratará de moldar esta minha opinião, "quer para o bem ou mal"!! :)

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Mas então a mudar deveríamos mudar para as formas correctas de escrita que são neste caso as portuguesas. Pois as palavras que têm C, têm-no porque precisam dele.

não concordo contigo asimplemind, quando dizes que as palavras têm o C porque precisam dele, têm porque por outros motivos se vinha utilizando desde há vários anos e agora quem, como nós, aprendeu a escrever com essas letras mudas tem uma imagem visul da palavra com elas. Mas é uma questão de hábito. Aliás, porque tenho pessoas próximas da família ligadas ao ensino básico posso dizer que é sempre das questões mais problemáticas de ensinar às crianças o porquê de terem de colocar letras que não se lêm em determinadas palavras e é erro comum das crianças em início de formação começarem por escrever as tais palavras sem as letras que não se lêm.

será que estamos a perder a nossa identidade?

lol, claro que não estamos a perder identidade nenhuma. lembro-me que quando houve a polémica do novo projecto dos Aliados, com críticas baseadas no abandono da calçada à portuguesa, o arq Alves Costa disse qualquer coisa como "não acredito numa cidade em que a noção de memória se constrói à volta do material de uma calçada". Aqui é a mesma coisa. Identidade tem alguma coisa que ver com meia dúzia de letras que caem? Então também já a perdemos quando deixamos de usar "ph" para fazer o som "f"... é como diz o Bruno, estas actualizações de ortografia são constantes, nos últimos 200 anos já houve umas 3 ou 4. Neste caso a actualização é importante para mim pela unidade escrita que atribui a todas as expressões do português (que ao nível da ortografia tem duas variantes, a europeia e a brasileira). Está bem explícito no acordo que estas alterações prendem-se apenas com a forma como se escreve, sem qualquer tentativa (que não faria sentido) de tentar mudar a forma como as pessoas falam...

Mappa de Portugal
Pelo Padre: João Bautista

este exemplo que o Bruno trouxe: Bautista a determinada altura passou a ser Baptista, que portanto já seria uma deformação da "identidade"... Batista é simplesmente mais um passo... é normal os hábitos mudam e não me admira nada sinceramente que com a vulgarização acelerada de todas as formas de comunicação "rápidas" estilo Sms ou mesmo este tipo de comunidades na net vários outros códigos de escrita venham a ser assumidos em poucas décadas a um nível oficial, na nossa língua e nas outras que conseguem estar presentes nos meios de comunicação mais avançados de que dispomos.
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A língua portuguesa (de Portugal) é a língua mãe das outras línguas lusofonas!!! Porque haverá Portugal mudar a sua forma de escrever se foi esta que deu origem as outras!!????
...


Acho esta observação um pouco severa.

Alias, porque não vejo "o porque" de tanta inflexibilidade face a um acordo ENTRE paises da lingua portuguesa que é a de nós TODOS ( Portugal + Luso-descendentes, quer queiramos, quer não...).

:icon14:
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mas todos se ajustam a todos... definiram-se um conjunto de situações a rever nas regras de escrita e estabeleceram-se algumas novas regras. Essas regras vão afectar uma percentagem de palavras escritas em Portugal (e restantes países lusófonos excepto Brasil) e vão afectar uma percentagem de palavras escritas no Brasil. Por casualidade, vão ser mais palavras afectadas em Portugal (creio que 1,5% das palavras) do que no Brasil (creio que 0,46%) mas isso tem simplesmente que ver com o facto de haver mais palavras com consoantes mudas escritas em Portugal do que palavras com acentuações que agora se consideram indevidas no Brasil. No Brasil por exemplo mudam situações como: eles sempre acentuam com ¨ as letras "u" quando se lêem entre um "q" e uma vogal; por exemplo eles escrevem freqüência e terão de passar a escrever frequência, tal como nós fazemos agora. Há um conjunto maior de regras que não sei todas, não conheço assim tão bem o acordo, mas trata-se mesmo de isso, um acordo, como tal é um conjunto de cedências de parte a parte. Ninguém cede nada ao nível da expressão oral, e aí é que está a riqueza e a identidade da língua, a sua diversidade de expressões não está sequer posta em causa. É uma questão de unidade, que tem vantagens óbvias em termos de difusão da língua e mesmo da comunicação entre todos os países lusófonos. e as regras aplicam-se apenas às letras que não se lêem. Quando eu digo "de facto" eu leio "c" como tal continuo a escrevê-lo. Eu não digo o "c" de arquitectura... mas de "facto" vai sempre haver palavras que se escrevem diferente mas são uma percentagem ínfima, mínima mesmo que aliás existe também em línguas como o super-global inglês (color - colour ; theater - theatre, etc.) e com certeza em outras línguas globais, que não conheço tão bem. Agora a questão essencial de a língua portuguesa (no sentido lato do termo) se ajustar ortograficamente entre todos os que a usam ou não é a decisão de querer mantê-la como uma língua local de cada sítio onde vai sendo falada, ou assumi-la como a língua que realmente pode ter uma importância e influência muito superior à que neste momento tem...

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Eu estou de acordo que se façam mudanças, mas agora voltando outra vez à palavra "arquitectura", "arquitecto", etc são tudo palavras que têm origem latina e que o C indica tal como os dois TT no italiano um espaçamento na leitura da palavra. Não temos de dizer directamente o C, mas basta ouvir um brasileiro dizer "arquitetura" e um português dizer "arquitectura" para se notar claramente esta diferença espacial na leitura da palavra. Quanto à questão dos brasileiros deixarem de usar o ü, para mim deveria ser totalmente ao contrário, os portugueses é que deveriam usar o ü tal como os espanhóis de forma a clarificar a leitura em termos da escrita. Porque "quando" e "quem" são escritas com "qu" e lêem-se de formas diferentes. Não vai tardar muito também para que a língua portuguesa se adapte também aos modos de falar do sul de portugal onde palavras como "disfrutar" são continuamente escritas hoje em dia em paineis publicitários, nas televisões, etc com um "e" em vez do "i", dando precisamente o sentido inverso à palavra "disfrutar". Para aqueles que ainda escrevem "desfrutar" (como aqui se vê bastante no fórum), basta verem como se escreve no Espanhol para tirarem as vossas dúvidas.

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E porque é que somos nós que temos que passar a escrever sem as letras que não se lêem e não são eles que têm que passar a aprender a escrever? A língua é Portuguesa, não é brasileiro nem outra variante qualquer! Nós desaprendemos e eles continuam na mesma? :tired:

De qualquer das formas isso não vai acontecer brevemente, segundo a SIC Online:

Questionada no Parlamento pelo CDS-PP, na apresentação do orçamento da Cultura para 2008, Isabel Pires de Lima disse que os ministérios da Cultura e da Educação vão pedir uma moratória de dez anos para que Portugal tenha tempo de se adaptar ao novo Acordo Ortográfico.

É que o novo acordo, que unifica a escrita em língua portuguesa nos países da CPLP, obriga a muitas adaptações e alterações, incluindo nos manuais escolares, disse.

Portugal já ratificou o Acordo Ortográfico, mas tem ainda de ratificar o segundo protocolo modificativo do documento, o que, segundo a ministra, deverá acontecer até ao final do ano.

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Então mas... se continuarmos a escrever "arquitectura" e "arquitecto" não significa que está errado, estará sim desactualizado... em português antigo. Eu vou continuar a escrever como sempre escrevi.

O chato será quando se trata de situações como um artigo numa revista ou em outro elemento de comunicação mais abrangente. Aí será necessário ir com as massas para não ferir susceptibilidades.

Para mim, desde que seja dizido perceptivelmente, serve :)

cya l8r

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tudo bem, afinal estás de acordo na questão da unificação, não tinha ficado com essa ideia, discutes é as medidas em si. "quando" e "quem" usam "qu" e lêem-se de formas diferentes, é verdade, mas isso tem a ver com a vogal que vem a seguir ao "u". quando tens um "a" o "u" lê-se e quando tens um "e" o u não se lê. Por isso quando tens um "e" e queres que o u se leia, acentuas o e... daí frequência ter "^" no e. não é preciso usar mais acentuação para além dessa, daí eu concordar que se retire o "¨". em relação às consoantes mudas talvez tenhas razão, admito que podes ter razão mas não estou certo. a verdade é que penso e creio que daqui a 10 gerações quando todos escreverem já com as novas regras, a pronúncia de palavras como arquitectura vai-se manter... mas não sei. Além disso se em palavras como essa posso admitir que tens razão, em palavras como "húmido", por estranho que pareça a quem está habituado escrevê-la "úmido" a verdade é que não faz qualquer tipo de diferença ter lá o h que é também uma consoante muda. em relação a verificarmos como os espanhóis escrevem, eu acho que são situações diferentes, porque os espanhóis de facto pronunciam as letras que aqui são mudas. eles dizem mesmo "acto" "arquitectura", etc etc. não são letras mudas... mas insisto, o essencial deste acordo é que passe a haver uma unidade. Naturalmente as regras são discutíveis, mas a verdade é que o acordo foi preparado ao longo de vários anos por pessoas credenciadas nestas áreas, existe já desde 1990 e já foi visto e revisto, por isso acredito que se deve dar algum crédito e deixar o tempo mostrar o que isto vai dar.

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E porque é que somos nós que temos que passar a escrever sem as letras que não se lêem e não são eles que têm que passar a aprender a escrever? A língua é Portuguesa, não é brasileiro nem outra variante qualquer! Nós desaprendemos e eles continuam na mesma? :tired:


eu prefiro achar que a língua é o Português, como tal falada por pessoas de 8 países diferentes que como tal têm uma palavra a dizer. esse tipo de afirmação para mim é de puro provincianismo, se quisesse desenvolver um bocadinho ia falar de reminiscentes de espírito colonial, de salazarismos mal resolvidos, etc etc, mas essa discussão não me interessa assim muito.
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