Jump to content
Arquitectura.pt


H20use, Uma Casa para as Cheias


Recommended Posts

Ivo estive a ver atentamente o teu projecto e achei muito interessante os esquissos de aproximação á forma. Compreendo a elevação feita em relação ao nível térreo, no entanto, se fosse possível gostaria que me explicasses o conceito inerente ao piso de cima?
Preocupaste-te com questões, do meu ponto de vista essenciais para um projecto sustentável, o respeito pelo sítio e a utilização de materiais locais. É pena, não mostrares a inserção urbana ao nível das plantas.
Este é um bom projecto porque responde ás questões fulcrais de resolver o "problema" e não se baseia apenas com questões meramente gráficas, o que acontece muitas vezes, quando vemos alguns projectos que ao invés de responderem ao que é de facto importante, apenas se preocupam com a imagem.

Desde já, dou-te os meus Parabéns pelo Projecto.

Se fosse possível, gostava de ver mais projectos relacionados com os temas de sustentabilidade e eco-arquitectura.


Marta, relativamente ao piso superior, pretende-se coroar o ganho em altura a partir de um pressuposto muito simples de conseguir rematar o objecto com uma área de expansão relativamente àquela que é ocupada pela base. É, como o assimple apontou, uma espécie de reminiscência à casa na árvore, sendo que no entanto, todas as experiências feitas nesse sentido se revelaram demasiado forçadas por isso não foram apresentadas. A disposição dos módulos pretendia responder a pressupostos que eram apresentados pelo desafio do concurso, de um programa simples tipico de uma habitação unifamiliar, e optou-se por dispor as bolsas espaciais ao funcionamento do núcleo central da casa, criando um percurso de circulação em dois vectores de distribuição diferente, que funcionariam ao mesmo tempo como entrada e vivência na mesma. A disposição das bolsas acontece de forma intuitiva, cria-se um eixo que divide o espaço mais reservado, dos quartos, que acontecem em complemento, e o outro, de um escritório com a valência de se tornar quarto também, uma sala e a cozinha, sendo que todos eles são suportados pelos respectivos espaços de apoio que encerram o uso, e visam acima de tudo o aproveitamento máximo do espaço.
Acerca da inserção urbana, confesso que o tratamento que fizemos das plantas era péssimo. Trabalhámos apenas por referências feitas a partir de uma foto aérea de satélite, que serviu essencialmente para ter noção de distancias, percursos de aproximação e outras preocupações normais em situações do género. Não foram apresentadas por não terem qualidade suficiente.
Obrigado pela atenção :)
Link to comment
Share on other sites

  • Replies 60
  • Created
  • Last Reply

Top Posters In This Topic

Ivo: quanto à proposta, parece-me interessante ao nível do desenvolvimento da ideia, sustentada nos valores iniciais. É uma proposta que até podia ser encarada como uma casa na árvore: temos um tronco com um núcleo de acesso e na copa desenvolvem-se os espaços da casa, as áreas sociais e ao mesmo tempo criam-se pontos de vista para a paisagem. Penso que mesmo a nível material a casa se podia equiparar mesmo a uma árvore, utilizando materiais vegetais reciclados de forma a "naturalizar" a construção

No entanto há coisas que não cheguei a entender através dos painéis. A ideia de levantar a casa do solo funciona pois se a água sobe, a casa continua seca nos espaços de vida. No entanto aquilo que não entendi tem a ver com o que mostra a última imagem dos painéis: se a água subir, como é que entramos em casa? provavelmente foi pensado e eu não me apercebi disso nos painéis mas fiquei com essa dúvida.


É muito bem apontado Assimple. Em situação de crise considera-se a hipótese de evacuação de pessoas pelo pátio central, a partir de cima. Experimentámos desenhar caixilharia nos grandes envidraçados e ficava terrível, não se excluí totalmente a hipótese, até porque não é propriamente dramático, mas ficou a hipótese de acesso pelo único momento exterior que acontece no piso superior.
Link to comment
Share on other sites

Pois foi isso que eu pensei, pode ser uma situação interessante e se calhar ganhavam muito se tivessem criado alguns esquemas onde pudéssemos ver essa dinâmica de acessos e essa dualidade entre a situação normal e a de cheia. Ao mesmo tempo essa dualidade de situações (previsíveis, porque foi feito para isso) poderá gerar também uma dupla identidade da casa perante a paisagem. Por um lado a tal ideia de "casa árvore" como tinha falado antes (que também encontramos esse exemplo num conjunto habitacional em Rotterdam) e por outro a ideia de "casa flutuante" que acontece quando existe cheia e o tronco de acessos fica coberto de água ficando apenas visível o volume da parte social. Esta imagem poderá ser interessante de explorar já que permite também a uma escala maior de um aglomerado destes módulos de criar situações onde as pessoas podem em casos extremos passar a viver no telhado das suas casas ou mesmo usá-los de forma a criar laços de comunicação entre casas. Acho que a proposta tem ideias interessantes e era passível de continuar a ser explorada. Já agora qual era a ideia para o revestimento das casas?

Link to comment
Share on other sites

Confesso que tive de saltar várias páginas pk não se debatia o projecto.
Como já participei em concursos deste ambito sei que a ideia prevalece sobre a realidade, aliais o juri so analisa essa parte numa 3ª ou 4ª fase, a não ser que seja a base do projecto.

Tenho de admitir que é um projecto sensual, mas nunca para o que se destina ora vejamos:

- se é para desastres naturais, e para responder a alterações climatéricas onde está a sustentabilidade? Onde é que têm o gás para o forno, a eletricidade para o micra-ondas, os esgotos, os paineis para absorver energia solar? os reservatorios para as aguas...são duvidas que a mim me preocupam...

- o custo? isso seria uma casa de sonho para a classe média ou até mesmo alta da zona em questão. em ultimo caso seria um refugio da alta sociedade.
( atenção que não estou a ser depreciativo)

-o conceito é elevar a casa, muito bem, como é que se sai da casa? a agua impede a porta certo?
no caso de faltar o comer e ter de ir de barco a algum lugar onde ponho o barco e como vou até ele, ou mesmo assistencia médica.
já vi no comentario em cima a resposta

* Vou referir aqui mais uma vez que gostei do projecto, e fui tentar descobrir mais sobre o autor, mas depois de saber para o que era fiquei numa ambiguidade, é luxo a mais, desculpem a sinceridade mas a imagem k vejo é de um poderoso local a beber um copo e a população a morrer desnutrida e com falta de higiene na zona terrea, ou cota das aguas...


Como não me compete criticar sem deixar alguns exemplos vou indicar um filme que fala entre outras coisas sobre a assistencia em casos destes, onde se faz muito com muito pouco...não sou grande fã desta frase mas não será menos mais?


Link to comment
Share on other sites

Confesso que tive de saltar várias páginas pk não se debatia o projecto.
Como já participei em concursos deste ambito sei que a ideia prevalece sobre a realidade, aliais o juri so analisa essa parte numa 3ª ou 4ª fase, a não ser que seja a base do projecto.

Tenho de admitir que é um projecto sensual, mas nunca para o que se destina ora vejamos:

- se é para desastres naturais, e para responder a alterações climatéricas onde está a sustentabilidade? Onde é que têm o gás para o forno, a eletricidade para o micra-ondas, os esgotos, os paineis para absorver energia solar? os reservatorios para as aguas...são duvidas que a mim me preocupam...

- o custo? isso seria uma casa de sonho para a classe média ou até mesmo alta da zona em questão. em ultimo caso seria um refugio da alta sociedade.
( atenção que não estou a ser depreciativo)

-o conceito é elevar a casa, muito bem, como é que se sai da casa? a agua impede a porta certo?
no caso de faltar o comer e ter de ir de barco a algum lugar onde ponho o barco e como vou até ele, ou mesmo assistencia médica.
já vi no comentario em cima a resposta

* Vou referir aqui mais uma vez que gostei do projecto, e fui tentar descobrir mais sobre o autor, mas depois de saber para o que era fiquei numa ambiguidade, é luxo a mais, desculpem a sinceridade mas a imagem k vejo é de um poderoso local a beber um copo e a população a morrer desnutrida e com falta de higiene na zona terrea, ou cota das aguas...


Como não me compete criticar sem deixar alguns exemplos vou indicar um filme que fala entre outras coisas sobre a assistencia em casos destes, onde se faz muito com muito pouco...não sou grande fã desta frase mas não será menos mais?


>

Link to comment
Share on other sites

Não tinha ainda compreendido o caracter mais defenitivo, mas há coisas que me agradam, o elevar a estrutura é claro, não é preciso especular muito sobre isso, aliais existem imensos povos que têm de o fazer por exemplo monções, e mesmo das marés. O fazer a habitação circular em torno de um centro também parece bem, em ultimo caso uma analogia com as tendas a volta da fogueira e mesmo de organizações em Africa. já para não falar que em alturas de aperto a relação humana é importante e a comunicação das pessoas é importante... Há uma coisa que cada vez mais me surpreende, que é o uso das fotos das maquetes, comecei por ver isso com os Aires Mateus e depois num caso espanhol, em concurso o resultado varia muito do juri. Não há que dizer só os aspectos maus( menos pensados), estas foram algumas coisas que gostei... Acima de tudo podemos debater sobre uma ideia, um projecto e uma solução válida a um concurso.

Link to comment
Share on other sites

Guest carlos.pedro

Interessa-me tanta obcessão pelos materiais locais, pelo que gostava de lançar mais umas ideias para alimentar essa discussão.

Arquitectura com materiais locais é algo diferente de arquitectura com materiais vernaculares. Betão e perfis metálicos são coisas que hoje se encontram à venda em todo o mundo e são produzidas até certo ponto localmente. Isto choca com algumas opiniões que defendem que materiais locais são apenas adobe, taipa, madeiras ou coisas similares e não o que se produz numa economia globalizada e se encontram à venda.

Porque não consideramos também esses materiais "locais" na Europa e difundimos o seu uso em vez das materialidades pseudo-luxuosas que propomos na nossa arquitectura?

Vou dar dois exemplos. Numa entrevista do Souto Moura ao El Pais ele fala que num projecto no Douro decidiu importar da China uma pedra pois lhe saia mais barato que usar a pedra local, apesar de ser idêntica. Não entrando em dissertações complexas sobre a validez deste agumento e das suas consequências ecológicas, levanta uma questão interessante sobre estes temas.

Outro caso é de nos campos de refugiados da ONU em África (Darfur e outros) onde se utilizavam estruturas de madeira para as tendas fornecidas pela ACNUR reduzindo assim a quantidade de material a ser transportado nas ajudas humanitárias. Esta madeira. local, também servia para combustivel de cozinha e aquecimento. Parece sem dúvida o mais correcto, mas levantou um problema que ninguém esperava. A deflorestação das matas e florestas locais, levando a uma perdida de recursos naturais e a criação de problemas ecológicos.

Assim gostava de saber até que ponto um material pode ser local? Até que ponto o seu uso pode ser aconselhado?

Link to comment
Share on other sites

já agora acrescento um exemplo que achei interessante, a intervenção do arq. Siza Vieira, na cidade velha, ( ha um video sobre isso), chegou a uma fase onde algumas habitações iam ser renovadas, e as pessoas andavam felizes da vida, ora, a cobertura das casas era palha e algumas metiam água, o arquitecto queria manter a traça original da construção e usar tecnicas locais, como era o colmo...tudo muito bem, até que a população se revoltou, tavam fartos de palha, de apanhar chuva e obrigaram a meter telha, ha uma frase de uma mulherzita brutal " se a Siza quer palha, va pa terra dele e meta na sua casa" " quem apanha com chuva não é ele"...conclusão a obra está feita as coberturas são em telha ceramica, está toda a gente feliz... O que se ganhou em meter telha, e o que perdem as casas em ter palha isso cada um que decida. Agora a mão de obra para trabalhar novos materiais, a sua manutenção e se é a melhor solução para o local onde se insere...isso é mais complicado... Um exemplo claro, na Madeira há uma zona onde as casas tradicionais sao de cobertura em palha, obviamente que têm relações com o local, as técnicas foram aprendidas e divulgadas entre descendentes, e que ter outro material não faria sentido, contudo as novas construções em nada ganhavam em ser de palha, poderiam ser interessantes sem duvida, mas tecnicamente não seriam de certeza... Acho que tem muito a ver com a possibilidade de produção, manutenção e real interesse para quem vai habitar...

Link to comment
Share on other sites

  • 1 year later...

posso sugerir algo? que se for para discutir algo extra projecto criem um novo topico ou troquem de mail, ou via sms, msn, cara a cara, qualquer coisa, que isto chateia... ainda não cheguei ao ultimo comentario do forum e ja tou farto de tanta leitura barata tipo revistas cor-de-rosa! o importante é o projecto em sim e tudo o que o possa rodear, se o sítio é bom ou não pode ser um bom tema de discussão, mas acima de tudo críticas construtivas precisam-se num país que só sabe admirar coisas vindas do exterior! o comum dos mortais quer perceber as coisa, não diluir a sua leitura do projecto em textos que nada contribuem para a arquitectura.

Link to comment
Share on other sites

Please sign in to comment

You will be able to leave a comment after signing in



Sign In Now

×
×
  • Create New...

Important Information

We have placed cookies on your device to help make this website better. You can adjust your cookie settings, otherwise we'll assume you're okay to continue.