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Arquitectura.pt


Recuperação de habitação e alpendre, Chaves


Fernando Gabriel

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simple e funcional...parece-me muito bem


obrigado Morgana
aproveito para explicar alguma da intenção:
a intenção do projecto foi mesmo essa, não criar nada de extraordinário"",
na minha opinião as recuperações passam em muitos casos por isso, olhar no final e não notar a intervenção feita, por vezes essa é a única atitude a tomar, e não tomar partido de formalismos e modas.
a arquitectura passa sempre por saber olhar.
acho que o meu antigo professor e professor de alguns de vocês, de teoria de arquitectura, iria gostar da minha opção de não ter acoplado uns envidraçados e umas vigas metálicas neste projecto :s
cumprimentos
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Acredito que tudo depende do grau de complexidade da recuperação, ou seja, do saber o que é que é preciso recuperar... Em intervenções mais pontuais, como esta, concordo com o que dizes, para não se chegar ao fim e ver ali um remendo que nenhuma relação tem com a pré-existência. Em recuperações mais profundas pode (ou não) ser diferente, mas tudo depende de caso para caso...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Acredito que tudo depende do grau de complexidade da recuperação, ou seja, do saber o que é que é preciso recuperar...
Em intervenções mais pontuais, como esta, concordo com o que dizes, para não se chegar ao fim e ver ali um remendo que nenhuma relação tem com a pré-existência.
Em recuperações mais profundas pode (ou não) ser diferente, mas tudo depende de caso para caso...


a questão assentará sempre sobre a sensibilidade, não da complexidade ou tamanho da obra, na minha opinião...

fica aqui um mau exemplo para mim, largamente aplaudido"", e difundido, como se vê, pela ordem dos arquitectos também.


Imagem colocada

escolinhas, Nuno Brandão
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Mas esse exemplo que mostras não parece um remendo?... Falas em sensibilidade e com razão, mas isso não quer dizer que uma intervensão mais profunda, em determinado caso, não possa ser a solução... lembro-me de um projecto que foi a concurso (penso que) num Europan, em que determinado programa era proposto para um terrenho com uma ruína quase total, o vencedor foi um projecto que deu a volta ao "típico" acrescentar um volume aqui e fazer umas janelas em madeira, e onde se optou por o interior da ruína ser um pátio interior e a "massa" nascer dessas paredes para fora... não é por ter ganho que valorizo esse projecto, mas sim por ser uma abordagem diferente e completamente válida naquele determinado caso... Como digo, tudo é relativo de caso para caso... no que apresentas penso que funciona bem, o que não quer dizer que seja uma receita para todas as recuperações...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Mas esse exemplo que mostras não parece um remendo?...

Falas em sensibilidade e com razão, mas isso não quer dizer que uma intervensão mais profunda, em determinado caso, não possa ser a solução... lembro-me de um projecto que foi a concurso (penso que) num Europan, em que determinado programa era proposto para um terrenho com uma ruína quase total, o vencedor foi um projecto que deu a volta ao "típico" acrescentar um volume aqui e fazer umas janelas em madeira, e onde se optou por o interior da ruína ser um pátio interior e a "massa" nascer dessas paredes para fora... não é por ter ganho que valorizo esse projecto, mas sim por ser uma abordagem diferente e completamente válida naquele determinado caso...

Como digo, tudo é relativo de caso para caso... no que apresentas penso que funciona bem, o que não quer dizer que seja uma receita para todas as recuperações...



a sensibilidade é isso tudo, saber até onde avançar em cada caso
falas da mesma coisa que eu falo...já falei nisso atrás pensei que tivesse sido claro.

isso não é um remendo é mesmo uma intervenção de recuperação,
agora muito mal feita na minha opinião.
tudo que seja uma pré-existência, e um acto de mexer nela qualquer que ele seja, trata-se de uma recuperação, seja má ou boa.
cumprimentos
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Eu penso que o tipo de abordagem relativamente à recuperação terá necessariamente que ver com o a dimensão e o programa que se pretende e nesse sentido concordo com o Dreamer. Eu gostei deste projecto do arq. Fernando Gabriel, o que não quer dizer que o mesmo não pudesse ter sido realizado numa lógica de identificação de elementos acrescentados. Agora, a partir do momento em que o acrescento é mais que um espaço coberto exterior, e obriga a um aumento volumétrico significativo então o tipo de presença do conjunto final será necessariamente bastante diferente do que havia antes.

Há que perceber, para mim, até onde pode ir a intervenção utilizando estritamente os elementos e linguagens da preexistência. E sinceramente, na minha opinião esse limite não é muito alargado, pelo menos sem se cair numa sensação de falsidade e mesmo algum kitsch (o que não é de todo o caso desta intervenção que como disse, me agrada). O caso do projecto do arq Brandão passa precisamente por redefinir a imagem do edifício, também não gosto especialmente do resultado final, mas a atitude é necessária. Um exemplo semelhante é o do projecto colocado recentemente aqui no fórum (Casa em S.Paio de Gramaços) , embora com uma formalização bastante distinta. Exemplos (casuais, lembrei-me destes não porque sejam os melhores mas porque não me parecem mal) de atitudes distintas a este projecto de acrescento de um alpendre embora também com escalas de intervenção reduzidas:

Imagem colocada
(Casa Neiva de Oliveira, Vila do Conde, 2000.)

Imagem colocada
(Capela do CREU-IL, Porto, 2000)

Ambos os projectos são da autoria do arq. Nuno Valentim Lopes. Lamento não consegui ter mais fotos. Se no primeiro caso elas são dispensáveis para o que quis demonstrar, no segundo nem por isso. Mas paciência.

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Eu penso que o tipo de abordagem relativamente à recuperação terá necessariamente que ver com o a dimensão e o programa que se pretende e nesse sentido concordo com o Dreamer. Eu gostei deste projecto do arq. Fernando Gabriel, o que não quer dizer que o mesmo não pudesse ter sido realizado numa lógica de identificação de elementos acrescentados. Agora, a partir do momento em que o acrescento é mais que um espaço coberto exterior, e obriga a um aumento volumétrico significativo então o tipo de presença do conjunto final será necessariamente bastante diferente do que havia antes.

Há que perceber, para mim, até onde pode ir a intervenção utilizando estritamente os elementos e linguagens da preexistência. E sinceramente, na minha opinião esse limite não é muito alargado, pelo menos sem se cair numa sensação de falsidade e mesmo algum kitsch (o que não é de todo o caso desta intervenção que como disse, me agrada). O caso do projecto do arq Brandão passa precisamente por redefinir a imagem do edifício, também não gosto especialmente do resultado final, mas a atitude é necessária. Um exemplo semelhante é o do projecto colocado recentemente aqui no fórum (Casa em S.Paio de Gramaços) , embora com uma formalização bastante distinta. Exemplos (casuais, lembrei-me destes não porque sejam os melhores mas porque não me parecem mal) de atitudes distintas a este projecto de acrescento de um alpendre embora também com escalas de intervenção reduzidas:

Imagem colocada
(Casa Neiva de Oliveira, Vila do Conde, 2000.)

Imagem colocada
(Capela do CREU-IL, Porto, 2000)

Ambos os projectos são da autoria do arq. Nuno Valentim Lopes. Lamento não consegui ter mais fotos. Se no primeiro caso elas são dispensáveis para o que quis demonstrar, no segundo nem por isso. Mas paciência.




atrás já expus a minha opinião, que foi formada e consolidada e assumo que teve uma mudança pelo meio, desde que entrei na faculdade até sair dela, depois de fazer uma pós-graduação em recuperação e de ter realizado apenas três projectos de recuperação...
hoje encontra-se consolidada e como já afirmei tudo assenta numa questão de sensibilidade para com cada obra, não tem a ver com dimensões, mas pode sim estar ligada a programas, custos, disponibilidade construtiva e suas técnicas actuais, mas claro acima de tudo a sensibilidade de jogar com tudo isto, e desde que haja engenho e sensibilidade todos esses factores, são faceis de controlar.

apenas a minha opinião:
não diria que essas obras são da mesma autoria isto olhando apenas para as fotografias.
a primeira obra é mais um mau exemplo da interpretação da pré-existência, e basta-me essa foto para ter essa opinião.
a segunda, isto olhando para uma foto apenas, parece-me muito bem conseguida, e muito bem resolvida.
cumprimentos
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Eu concordo também que é uma questão de sensibilidade, partilhamos essa opinião. Era o que eu queria dizer, é válida uma abordagem e outra e o resultado final não será positivo ou negativo em função da abordagem que se escolheu mas sim em função da sensibilidade (e inteligência) de quem a adopta. Eu também não diria que são obras do mesmo autor se não o soubesse embora isso não seja necessariamente uma coisa má para mim. Encaro perfeitamente a postura de um arquitecto cujas tendências ou vá lá o "estilo" (não gosto da palavra) não se reflictam tão claramente nos projectos que faz (arquitectura de autor vs arquitectura "sem adjectivos"). O primeiro caso, que é o pior resolvido peca a meu ver, não tanto por uma questão de erro de leitura da preexistência mas mais por erro de concretização do anexo. Há ali elementos que são mal controlados, talvez por impedimentos técnicos, talvez por mau desenho (estou a falar da espessura das lajes em topo, da visibilidade da camarinha...) De qualquer maneira está ali um pátio inglês que obriga ali a diminuir um pouco a preexistência. Não sei se esse trabalhar de cotas já existia ou foi opção da intervenção, falta esse dado. O segundo também concordo que aparentemente parece uma solução simultaneamente discreta e que funciona. Mas eu coloquei os projectos só por exemplos de outras coisas, o tópico é sobre um projecto específico que vale a pena ser comentado, lamento ter-me afastado da questão.

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Eu concordo também que é uma questão de sensibilidade, partilhamos essa opinião. Era o que eu queria dizer, é válida uma abordagem e outra e o resultado final não será positivo ou negativo em função da abordagem que se escolheu mas sim em função da sensibilidade (e inteligência) de quem a adopta.

Eu também não diria que são obras do mesmo autor se não o soubesse embora isso não seja necessariamente uma coisa má para mim. Encaro perfeitamente a postura de um arquitecto cujas tendências ou vá lá o "estilo" (não gosto da palavra) não se reflictam tão claramente nos projectos que faz (arquitectura de autor vs arquitectura "sem adjectivos"). O primeiro caso, que é o pior resolvido peca a meu ver, não tanto por uma questão de erro de leitura da preexistência mas mais por erro de concretização do anexo. Há ali elementos que são mal controlados, talvez por impedimentos técnicos, talvez por mau desenho (estou a falar da espessura das lajes em topo, da visibilidade da camarinha...) De qualquer maneira está ali um pátio inglês que obriga ali a diminuir um pouco a preexistência. Não sei se esse trabalhar de cotas já existia ou foi opção da intervenção, falta esse dado. O segundo também concordo que aparentemente parece uma solução simultaneamente discreta e que funciona.

Mas eu coloquei os projectos só por exemplos de outras coisas, o tópico é sobre um projecto específico que vale a pena ser comentado, lamento ter-me afastado da questão.


sim digo que não parece do mesmo autor, por na minha opinião uma obra estar muito mal conseguida e muito bem conseguida, não tem a ver com linguagens marcas formais ou estéticas, nem sei o que isso é, no meu dicionário.
apenas tenho outro projecto da minha autoria nesta secção e se vires, não tem nada a ver com a dita linguagem"" de esta recuperação. espero brevemente apresentar mais um exemplo, disso...cada caso é um caso e a filosofia que sigo é da não marca mesmo, mas da singularidade.
no caso da primeira obra em foto, ai não concordo contigo ou melhor falamos a mesma coisa, para mim, a leitura de pré-existência tem sempre a ver com o resultado global e total final, há ali uma mesmo uma má interpretação, não de volumetria, não de implantação, mas de uma verdadeira desconecção com a pré-existência, quer seja de materiais, vãos, formalidade...
e fizeste bem em colocar, o importante é traduzir ideias.
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... não esquecer, que CONCERTEZA o nosso colega Fernando Gabriel teve restrições orçamentais...
Caiam na Realidade, por favor...


sim neste caso houve, o projecto inicial era um pouco mais arrojado, o resultado conseguido, na minha opinião foi o melhor, dado todo o contexto.
...
Tenho de concordar, infelizmente, com o Pedro Barradas, a realidade da profissão de arquitecto isto no geral, porque há alguns privilegiados, é muito diferente do que a sociedade pensa e nos ensinam numa faculdade qualquer, infelizmente temos de cair muitas vezes na realidade que temos, pelo cliente, pelo orçamento, pelas técnicas construtivas, pelas câmaras, por entidades, por empreiteiros, pela especulação etc etc .
cumprimentos
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