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[Projecto] Residências Universitárias das Laranjeiras _ Ponta Delgada - a.s*


3CPO

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a.s* _ atelier de santos
Residências Universitárias das Laranjeiras _ Ponta Delgada . 1998-2007

O complexo das Residências Universitárias das Laranjeiras situa-se a Nascente de Ponta Delgada, junto a uma antiga zona industrial, sobranceira a terrenos agrícolas abandonados.
O crescimento da cidade verificado nas últimas décadas faria prever rápidas e profundas alterações em toda a área, transformando-a num subúrbio mono-funcional pelo que a construção do complexo residencial, pela sua escala e pelas funções que abriga, constituiria uma oportunidade em definir uma estrutura urbana que possibilitasse a implementação de uma regra, permitindo constituir-se como um catalizador de futuras intervenções, transformando-se ela própria num pólo de actividades.

As residenciais albergam 300 estudantes universitários que se dividem pelos quatro edifícios longitudinais, paralelos entre si, implantados perpendicularmente ao principal eixo viário de ligação ao centro de Ponta Delgada.
Por sua vez, paralelamente à estrada é ordenado um conjunto de faixas – como que de pequenos recortes na paisagem se tratassem – dispostos com orientação norte/sul, que cruzam os 4 blocos, organizam os espaços exteriores do complexo, e desenham a transição entre as áreas públicas e as zonas privadas destinadas aos seus habitantes.
Um quinto edifício – a entrada principal do complexo – procura complementar toda a área exterior das residências, desenhando uma esplanada, um miradouro e um solário, ao mesmo tempo que abriga um bar, uma cantina e a sala de convívio para os estudantes.

O projecto de espaços exteriores, torna-se tema central na estratégia de intervenção, permitindo que as áreas existentes entre os blocos das residênciais ganhem uma dimensão pública eminentemente funcional.
As longas faixas de “recortes na paisagem”, dispostas segundo uma regra que procura destacar uma frente urbana ao complexo – que garante simultaneamente a existência de uma espécie de jardim no seu interior –, proporcionam a criação de pequenos espaços singulares no interior do perímetro. A sua sequência de implantação hierarquiza usos, adequando-os à sua posição relativa no complexo: paralela à estrada implanta-se a Faixa de Estacionamento Automóvel e a Faixa de Passeio Urbano (destinadas ambas ao passar quotidiano dos habitantes da área) e sequencialmente, a Faixa de Arvoredo (estabelecendo uma fronteira visual para o interior do complexo, e atenuando a visão perpectica longitudinal sobre os edifícios residenciais), a Faixa de Percurso Central (destinada à distribuição interna e à ligação entre os vários edifícios das residências), a Faixa de Acontecimentos (onde são implantadas funções complementares: Laranjal, Campo de Jogos, Jardim/Labirinto dos Namorados, Estacionamento de Bicicletas, etc.) e por fim, acompanhando uma canada (caminho rural) existente, a Faixa de Prado (um enorme relvado propício ao repouso).

Dado tratar-se de uma obra de carácter social, os recursos disponíveis apontam para soluções construtivas e tipológicas simples – o que aliás é apontado pela natureza programática do projecto; daí a opção do recurso à modularidade (construtiva e espacial) para a edificação dos quatro blocos residenciais.


Agredecemos a colaboração de a.s* _ atelier de santos.
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a.s* _ atelier de santos
Residências Universitárias das Laranjeiras _ Ponta Delgada . 1998-2007

[Continuação do texto anterior]


O módulo definidor da solução é a unidade habitacional mínima: um quarto duplo, de planta rectangular (2.6 x 6 m), com os seus topos transparentes. O topo sul constituiria a frente exterior do quarto, sendo o topo norte destinado ao acesso interno. A meio do quarto são dispostos dois volumes – contendo instalações sanitárias, zona de banhos, armários e estantes – que dividem a restante área disponível em zona de estudo (a norte, aberta para um corredor de acesso envidraçado, o que permite a iluminação natural deste espaço), e um espaço destinado ao repouso (a sul, aberto para a paisagem).
A separação das duas áreas é assegurada pelas portas dos armários: quando abertas, encerram o corredor de ligação entre zona de estudo e zona de repouso, repondo a necessária intimidade a esta última, que tinha sido anulada pela não existência de qualquer barreira visual entre o corredor e o quarto.

Tendo em conta a necessária economia de meios, seria óbvio que este módulo assumiria preponderância no que respeita à morfologia dos blocos residenciais fazendo com que a imagem dos edifícios resultasse da mera associação dos módulos (dos quartos) que a compõem.
Nesse sentido ao módulo base são introduzidas pequenas variações: varandas, portadas, o desnivelamento da zona de repouso em relação à zona de estudo ou até a separação física entre elas. Estas variações corresponderiam não apenas a diferenciações de usos e de espaços, mas também, sobretudo, a variações formais, o que garantiria que a associação entre módulos e suas variações protagonizassem por si só diferenças morfológicas aos quatro blocos residenciais.

Desse modo, por mera associação modular, obtivemos quatro edifícios residenciais semelhantes, mas que procuram soluções morfológicas diferenciadas entre si, como resposta a uma procura de variabilidade urbana de conjunto, reflexo da localização relativa de cada edifício, mas também da proximidade com outros elementos.
Assim, de sul para norte, temos o Edifício Destemido (aquele que confronta todos aqueles que se aproximam vindos do Centro da Cidade), o Edifício 2 (porque é o segundo bloco residencial), o Edifício Desportista (dada a proximidade do Campo de Jogos, e a extensão dos seus corredores internos) e o Edifício Maciço (por ser aquele que alberga mais alunos).

Cada um dos 4 blocos de residências organiza a quase totalidade do seu programa funcional junto à fachada sul libertando o alçado norte para as circulações internas, que podem desse modo ser totalmente abertas para o exterior.
Consegue-se assim que os utentes de cada um dos blocos cruzem a totalidade das faixas de “paisagem” localizadas no exterior., à medida que se deslocam pelo interior dos edifícios.

Dá-se oportunidade aos estudantes de escolher habitar o bloco e a vista do quarto que mais lhe agrada, bem como da própria vista do quarto já que cada módulo funciona como uma espécie de enquadramento sobre as (diferentes) faixas de paisagem.
Desse modo é possível viver num quarto do Edifício Desportista, tendo vista sobre o Arvoredo, habitar o Edifício Maciço com uma vista sobre o Prado, ou dormir num quarto com vista para o estacionamento no Edifício 2. Qualquer outra conjugação é possível de se obter.

O Edifício Central contrapõe a toda a malha estrutural rectilínea uma outra geometria, quase aleatória, quase natural, como quase artificial é o conjunto de laranjeiras plantadas em frente a este (e que recordam o grande laranjal aí existente até finais do séc. XVIII), fixando-se à topografia, alterando-a, e implantando-se profundamente no cruzamento entre os blocos construídos e as faixas exteriores.


Ficha Técnica
Residências Universitárias das Laranjeiras (1º Classificado em Concurso Público)
Cliente: Serviços de Acção Social da Universidade dos Açores
Localização: Bairro das Laranjeiras, Ponta Delgada, S. Miguel, Açores
Programa: 150 quartos duplos, cantina e refeitório, sala de convívio, serviços de apoio
Área de Construção: 6500m2
Área de implantação: 10000 m2
Data de projecto: 1998/2001
Data de Construção: 2002/2003 (1.º fase), 2004/2007 (2.º fase)
Coordenação: Pedro Machado Costa, Célia Gomes / a.s*
Créditos Fotográficos: FG+SG - Fotografia de arquitectura


Agredecemos a colaboração de a.s* _ atelier de santos.
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  • 1 year later...
University Residence in the Azores by A.S* Atelier de Santos

a.s* - Atelier de Santos was established in 1997 by Célia Gomes and Pedro Machado Costa. It is a collective of architects based in Lisbon. Their Central Library of the Azores University was nominated for the Mies van der Rohe European Architecture Prize and selected for the FAD Architecture Prize in 2004. Their work has been widely published and exhibited both locally and internationally, namely in the Venice Architecture Biennale, in the Iberoamercian Biennale of Architecture and Urbanism and at the Architectural Association in London.



Portugal is still a traditional and conservative European country. So despite the many respected and well-known professionals working there, it’s no wonder that Portuguese architecture is not innovative and young architects barely have the opportunity or the will to prove their real value. One either follows a traditional approach as taught in universities or one looks for global influences and starts exploring his own route out . Pedro Machado Costa and Célia Gomes from a.s* belong to this last group of architects.



The University Residence is an important part of this professional search. A competition was held in 1998 but it took almost nine years to develop the project on São Miguel island in Azores. It is an industrial area in the periphery of the capital, Ponta Delgada, something between old industrial premises and low-quality suburban housing.



The project is the result of a balanced approach between building and landscape. The client requirements (accommodation for 300 students and related facilities) meant allocating functions around four buildings that hover above a sequence of park strips with different personalities. The Car Parking Strip and the Urban Stroll Strip are connectors; the Green Strip is the visual frontier; the Central Park Strip manages internal distribution; and the Events Strip is the place where things happen: orange grove, playing field, garden and lovers’ labyrinth, cycle rack and in the end, the rural path also known as Canada and the Meadow Strip, a multi-purpose green area.



This combination of the dream and the realism is indeed something new in Portugal. It represents a fresh approach to architecture there, where tradition is fused with contemporaneity. Without doubt, the architecture of a.s* continuously explores new avenues for professional practice, setting a turning point with this project for the younger generation of Portuguese architects.



Generally, the Universidade dos Açores has shown itself to be one of the local young architects' best clients: In the late '90s, with financial help from the European Union, the school administration called for a series of international competitions to design the building complexes of its growing campuses. Unconsciously, the administration's ground breaking ambitions led it to select emerging practitioners to realize the work, leading to a campus that is fast becoming a showcase of modern Portuguese architecture.



Link:
http://2modern.blogs.com/2modern/architecture/

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Este texto do blog é muito pouco criativo e revela uma grande falta de conhecimento sobre o que se faz em Portugal... Não é por um edifício ter pilares na diagonal ou superfícies modeladas que se poderá dizer que é "inovador" simplesmente pela forma... Este edifício é interessante não por isso mas pela forma como pensa a residência de estudantes e as relações entre os seus habitantes.

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  • 7 months later...
  • 4 weeks later...

Julgo que posso falar por experiência própria deste edifício! Visto que lá residi durante alguns meses! É um edifício que se articula muito bem com a envolvente e coloca-se muito bem no terreno formando entre os vários volumes residenciais espaços exteriores de convívio e lazer! Programaticamente é bastante funcional! os pisos conectam-se essencialmente através de rampas e em cada piso a organização dos quartos é feita através de um corredor! Relativamente a tudo isto acho que o projecto esta muito bom! Relativamente a viver lá acho muito mau! os espaços sao extremamente reduzidos e sufocantes as portas dos quartos abrem para as mesas de estudo e espaço para arrumos pessoais quase nao existe! Vantagem é so a de haverem sanitários em todos os quartos! Se calhar a intenção é que os residentes nao fiquem no quarto! pois o resto esta muito bem articulado! Gosto! mas nao vivia lá!

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