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Arquitectura.pt


O que é que vai mal?


dionisio78

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boas...

Estou na 4ª matricula do curso de arquitectura. Mas à medida que tento avançar nesta caminha, sou barrado pelos velhos do Restelo. Isto é, sinto que que no meio académico da arquitectura, existe um núcleo de professores que estão muito agarrados aos modelos tradicionais do ensino da arquitectura. São arquitectos que ainda não perceberam que os alunos estão em constante evolução de década para década, alias, não poderia ser de outra forma, pois os avanços e recuos da sociedade não estão congelados. O que eu quero dizer com tudo isto, é simplesmente questionar o âmbito super-alargado do curso, enquanto, em contraste, cada vez mais a sociedade se realiza em profissionais especialistas. Mas o que realmente considero grave é o facto dos planos curriculares nao serem revistos e refeitos com alguma frequencia.

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Sempre ouvi dizer que é preciso conhecer as bases para evoluir a partir delas... Se é disso que estás a falar, das bases da arquitectura, então parece-me que a actitude desses professores é correcta... Tive um professor que disse que estudavamos arquitectura durante 5 anos, depois demoravamos 5 anos a "esquecer" o que tinhamos aprendido, para nessa altura projectarmos verdadeiramente por nós...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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boa tarde, Antes de me lançar mais.... estou muito contente de ter encontrado este sitio, aos propulsionadores, os meus parabéns! Obviamente que não estou a falar das bases, também não me referi de forma global aos professores. Não quero questionar se é certo ou errado, se é desnecessário ou necessário, conhecermos tudo o que se passou para traz. O que pretendo mesmo, é abrir um espaço onde se possa discutir de uma forma saudavél, sobre o que é o ensino da arquitectura nos dias de hoje. O tema que tento levantar, pode-se mesmo fundamentar em factos históricos, alias, a historia da arquitectura é riquíssima neste tema, que é, no meu entender, as dinâmicas ideológicas do ensino arquitectónico. Exemplo: a Bauhaus, do seu inicio até ao seu fim, as transformações de carácter ideológico-pedagógico que sofreu durante o seu tempo de vida. Agora transportando isto para os dias de hoje, no nosso contexto nacional. Perceber se ouve ou não transformações no ensino da arquitectura em Portugal desde o primeiro curso que apareceu até hoje. Segundo, seguir os diferentes percursos, ( de escola para escola) confronta-los e aproveitarmos o melhor destas experiências. Eu sou daqueles que ainda acredita que não há escolas boas nem más, e que por exemplo, 6 anos é melhor que 5 anos ou vicie-versa, ou ainda, nem a técnica nem a arte se podem desequilibrar. Entenderão que nunca nos podemos agarrar eternamente a moldes dogmáticos enquanto alunos e arquitectos.

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Isso é outra questão... Concerteza que se olhares para trás verás alguma evolução no ensino da arquitectura no nosso país, nomeadamente quando novos arquitectos ocupam os lugares deixados por aqueles que vão terminando as suas carreiras... Penso que o ensino da nossa profissão passa por isso mesmo, uma regeneração geracional, gradual, temporal, ao ritmo que novas mentalidades se vão introduzindo no sistema... pena é que nem sempre a sociedade parece acompanhar essas novas mentalidades que se vão formando... Se com esta regeneração geracional, que reconheço não ser suficientemente "rápida" para se adaptar a todos, a sociedade vai ficando para trás, não sei se será saudável fazerem-se transições mais rápidas...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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  • 3 weeks later...

Dionisio:

Antes de saberes mexer em autocad tens que saber desenhar.
Antes de fazer um gehry tens que saber construir uma casa.
Antes de conceber Guernica tens que saber representar fielmente um objecto na sua naturalidade pura e simples.

Os tempos evoluem mas o homem continua a ser a mesma besta que era ha um milhao de anos. Continua haver guerras, continua haver maldades, continua a haver atrocidades, continua a haver pancadaria antes dos jogos, ...

O Homem ainda e um macaco tal como uma Macieira e uma arvore.

O que é que vai mal?

TU

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o Nouvel nao desenha...


Mas já desenhou...
No ponto em que se encontra, pode dar-se ao luxo de fazer apenas o que gosta e faz melhor...

O autoCAD é um software para diversas especialidades...
Como arquitecto é importante que saibas representar o que te vai pela cabeça... quer seja com o lapis, com o computador ou qualquer outro suporte...

:)
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Pelo que me tentam incutir desde que faço parte deste mundo da arquitectura, é que o desenho em autoCAD não é apenas um simples conjunto de medidas articuladas que "tornam possivel" a concretização "virtual" daquilo que pretendemos projectar para determinado fim, mas sim um método expressivo que além das medidas exactas, pretende-se evidenciar determinados aspectos que serão relevantes na apreciação do projecto e reestruturação do mesmo, caso necessite. É um auxiliar à semelhança da maquete. Esta também é utilizada como objecto de trabalho, como meio expressivo da ideia conceptual e à posteriori figurativa do projecto.
Portanto, a meu ver, partindo do princípio que o desenho é uma linguagem expressiva, deduzo que para utilizar autoCAD (ou software similar) seja necessário saber desenhar

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Não pá, qualquer tipo com o 4º ano, que passou meia vida na obra, chega ao pé de ti e dos ditos desenhos e diz-te com um ar empolado: Isto é muito bonito no papel, mas depois na obra...

O tipo com o 4º ano, não sabe desenhar, não percebe a expressividade/interpretação das linhas, nem sabe o tempo que aquilo/projecto de execução demora a fazer, mas sabe que saber desenhar não equivale a saber construir...saber desenhar bem não basta, nem faz de ti um arquitecto completo. Mas isso, são coisas que só se abate com a experiência e o aprender com o errar.

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concordo contigo, mas o autoCAD / (desenho técnico).. segundo sei, não serve apenas para fazer plantas e cortes como produto final para entregar na obra, mas também serve para termos a percepção daquio que estamos a projectar, e desta forma devemos incluir, por vezes, determinados factores exteriores (por exemplo) que sejam favoráveis à acertada concepção do projecto. Estarei assim tão errado?.... no final de contas... este meio de expressão nem sequer é utilizado tão assim? (alguém experiente que exponha a sua opinião)

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em portugal acho que ainda se segue a bela caixita branca, um cliente que queira uma coisa organica e metade diz pa ir a outro lado pk nem sabem fazer a estrutura nem planear os espaços. Numa conversa com um professor falavamos sobre os espaços organicos, e a razão pela qual ao longo dos anos esta nunca se afirmou, será que nao é funcional? será falta de tecnica?, a resposta foi....falta de dominio em termos estruturais e tecnicos, e nao saberem projectar espaços assim... Qual a vossa opiniao? Pk a fobia ao novo na faculdade?

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o ark tem razao. Dificilmente cá fora fazemos o que nos apetece, a não ser que consigamos chegar a um patamar em que temos essa liberdade e, para isso também tivemos que passar pelo menos bom. Se por um lado nos podemos sentir aficionados a formas orgânicas o certo é que isso em obra custará bastante mais do que algo que à partida é regular, seja ortogonal ou "todo torto" mas com linhas rectas. Em termos de funcionalidade, pela experiência que tenho acabo por concluir que é sempre mais vantajoso ter espaços minimamente rectos que poderão ser curvos ou não, mas uma coisa é certa, hadid é um desperdício de espaço, de dinheiro, de oportunidades. Tentem analisar os desenhos técnicos dos edificios da hadid e vejam a quantidade de vazios escondidos que lá existem. Isso é volume de construção e custa dinheiro.

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Ainda há muito aquela ideia de que os Arquitectos fazem os desenhos e depois os outros (empreiteiros) que façam a coisa como deve ser. É por coisas destas, que os Arquitectos não são muito respeitados nas obras...existe sempre muitos imponderáveis, que por pressa ou pura distração não são pensados. É neste aspecto, que a formação de um Arquitecto é parca.

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é bem verdade! eu não faço a mínima ideia do que se passa em obra. Tenho algumas poucas experièncias de ter estado em obras mas era necessário uma formação e experiência muito maior nesses aspectos. Porque a arquitectura não é só fazer maquetes e 3d, só é arquitectura se for construível e consequentemente construída

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é arquitectura se for construível e consequentemente construída


Asimplemind, quanto a isto tenho as minhas dúvidas, mas isso é assunto para um outro tópico...

Quanto ao tema em questão, é certo e sabido que sem experiência em obra, é difícil prever todas as variáveis... até mesmo com experiência o será... será defeito da nossa formação?... certamente...

Mas a figura do director técnico de obra, tantas vezes nigligenciado pelos donos de pequenas obras, serve para isso mesmo, para fazer com que o que vai em projecto seja respeitado... quanto às omissões/falhas de projecto, convem o autor fazer o devido acompanhamento da obra...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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