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Vale do Côa, Portugal | Museu do Côa | Tiago Pimentel + Camilo Rebelo


Rui Resende

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A construção já começou, será o segundo maior museu (em área) de Portugal, a seguir ao de arte antiga de Lisboa. Projecto ganahdor do concurso internacional da dupla Tiago Pimentel/Camilo Rebelo.

Na sequência do tópico que dediquei ao concurso para o museu de arte moderna de varsóvia ( http://www.arquitectura.pt/forum/showthread.php?t=5202 ), vou, na esteira do trabalho do jovem arq Camilo dedicar este ao concurso para o museu do Côa:

1º prémio (em construção)
Arquitectos Pedro Tiago Lacerda Pimentel
e Camilo Bastos Rebelo, PORTO

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_1/img/FOZ_COA_01.jpg

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_1/img/FOZ_COA_02.jpg

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_1/img/FOZ_COA_03.jpg

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Do Relatório do Júri:
Além do valor cultural e patrimonial presente em todos os trabalhos hierarquizados, o trabalho apresentado pelos Arquitectos Pedro Lacerda Pimentel e Camilo Bastos Rebelo propõe criar uma peça de cariz escultório e emblemático, assumidamente contemporâneo, e acrescentando mais-valias à paisagem.
Apresenta uma organização muito compacta, uma figura forte, capaz de responder com clareza e intensidade aos valores da paisagem e do território.
O júri considerou a solução arquitectónica extraordinária e carismática. Uma inventiva e adequada resposta à integração na envolvente. O acesso revela-se bem pensado, introduzindo um compasso de espera entre a chegada, com uma noção clara da paisagem e da envolvente, e a descida ao espaço do museu.
Os conceitos utilizados na memória descritiva são notáveis e reveladores da consistência da proposta. Os espaços expositivos estão bem organizados e o acesso aos serviços bem resolvido.
A estrutura funcional apresenta-se adequada às exigências expressas no programa de intervenção, tendo contudo alguns aspectos que requerem maior reflexão. A solução demonstra flexibilidade evolutiva. Boa exequibilidade da solução, à luz dos actuais modos de construção.

Da Memória Descritiva do Concorrente:
"os temas abordados são diversos, resultando de uma dinâmica de trabalho que procura cruzar factores exteriores, como topografia e acessibilidades, e factores de conteúdo programático.
O desafio de fundir estes factores torna-se explicito no conceito da intervenção conceber um museu enquanto instalação na paisagem.

Conceito:
A Arte Rupestre que qualifica de forma única as margens do Rio Côa é provavelmente a primeira forma de "Land Art" da História da Humanidade. Esta condição revelou-se desde logo o motor de construção da ideia do projecto. A "Land Art" caracteriza-se genericamente de duas formas distintas.
Na primeira a condição de intervenção na paisagem é executada com elementos naturais promovendo continuidade, onde a geometria de carácter abstracto se impõe destacando a intervenção. Na segunda a estratégia é a de trabalhar um corpo, desenhado especificamente para um lugar promovendo um diálogo intimo entre artificial/natural e aumentando deste modo a complexidade temática da composição do mesmo.
O território sugere neste caso uma dupla leitura, pois é o suporte natural da paisagem, com que se pretende intervir e dialogar, mas é também a consequência da intervenção do homem numa natureza modelada, enfatizando a condição artificial.
No caso do Museu parece ser importante o sentido afirmativo do corpo, quer na sua leitura de intervenção na paisagem, quer quanto à sua natureza tipológica que deve ser formalizada enquanto massa física, não deixando quaisquer ambiguidades e equívocos quanto à sua localização e conteúdo."

"Corpo: A forma / volume do corpo é triangular e resulta de três condições topográficas. O corpo triangular é lapidado pela geometrização abstracta da topografia, que no ponto mais alto do terreno (implantação) está entalado entre dois vales (Vale José Esteves e o Vale do Forno) e abre uma terceira frente ao encontro dos rios Douro e Côa."

"Matéria: Para a plasticidade da matéria do corpo interessa considerar três temas: a massa, textura e a sua cor. Das possibilidades analisadas prevalecem duas: o xisto como sendo o material local e existindo em abundância, mas também pelo factor de ser o suporte escolhido no Paleolítico para o registo das gravuras. O betão interessa pelas suas características plásticas e tectónicas, mas também como material que aparece recentemente na paisagem do Douro em construções de médio e grande porte. No entanto, este, usado na sua cor natural, cinzento, promoveria alguma ruptura com o terreno onde predomina o castanho amarelado do xisto. Deste modo a proposta é que a matéria do corpo seja betão com inertes e pigmento de xisto resultando numa massa híbrida. Esta composição é sugerida nas eiras de secagem da amêndoa que pontuam alguns terrenos da envolvente, embora com a predominante xisto.

2º classificado ( CVDB Arquitectos, LISBOA Arquitecto Coordenador: Diogo Burnay)

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_2/img/CVDB-1.jpg
http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_2/img/CVDB-2.jpg
http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_2/img/CVDB-3.jpg

3º classificado (MW, Arquitectura e Design, Lda. AVEIRO)

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_3/img/n11_1.jpg

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_3/img/n11_1b.jpg

http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/pt/Misc/Museum_Catalog/trabalhos_premiados/Classificado_3/img/n11_1c.jpg

Restantes premiados em:

Trabalhos premiados (por ordem classificativa)
(toda a informação retirada deste link)
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Faz parte de um artigo publicado no Aspirina Light, mas cá vai o meu comentário:

“Architecture is bounded to situation” Steven Holl, in Anchoring

Existe alguma falsidade na forma como a grande maioria dos arquitectos portugueses encaram o exercicio de projecto.
Tendemos a reservar ao terreno grande parte do gesto, da abordagem conceptual. Se assim se entender, damos, invariavelmente, um protagonismo muitas vezes mentiroso ao lugar, tenha ele mais ou menos encanto. O lugar é condição original à arquitectura, mas não pode, ou não deve, sobrepor-se à categoria da solução. O lugar participa. Quando Dita, é mau sinal. E os ultimos trinta anos, que constituem o topo da nossa evolução cultural, têm vindo a comprovar que o arquitecto tende a ser intimidado com o sitio onde opera.
O vale do rio Côa não é, felizmente, lugar de beleza única no nosso país, é de resto bastante idêntico aos vales do Guadiana ou do Zêzere. Se há rio no nosso país de cujos vales nos podemos orgulhar é o Douro. Ali o lugar atinge outra dimensão, o azul do rio confunde-se com o verde da encosta, o sol reflecte, o ar cheira a humidade, a vertigem lá para baixo não intimida. Não se sente o abismo.
No Côa a beleza reduz-se. As praias fluviais acabam por desenhar o cenário provável para um rio que corre rasteiro por entre as margens rochosas. A beleza não se discute, mas também se não idolatra.
As três propostas apresentadas pelo júri do concurso para o Museu do Côa são achatadamente iguais. A coisa não é estranha, anos e anos a habituarmo-nos a desenhar a coisa ao nível do solo acabaram por nos incutir vicios quase genéticos. Bases que exercem uma presença nas nossas mentes quase ao nível do antigo Censor. E é curioso que hoje em dia quase todos os antigos censores são pessoas pouco tidas em consideração no que à sua inteligência dizia respeito.
Não vejo qualquer inconveniente em projectar um museu que nasce do terreno, que se crava no lugar, que o contamina e por ele se deixa contaminar. Tenho é uma enorme dificuldade em categorizar as soluções porque estas se apresentam como consequência inquestionável do mote sugerido pelo lugar.
Dizem Tiago Pimentel e Camilo Rebelo que as pinturas rupestres foram a primeira forma de Land Art e dividem o conceito em duas partes muito distintas. A primeira diz respeito à continuidade que o estilo incute no lugar, a segunda, distinta, “é a de trabalhar um corpo, desenhado especificamente para um lugar promovendo um diálogo intimo entre artificial/natural e aumentando deste modo a complexidade temática da composição do mesmo”. Pessoalmente discordo. Não só as pinturas rupestres do vale do Côa são um exercício pleno de interiorização, como a particularidade daqueles desenhos se percebe de forma singular, unica e particular. Perdida algures entre a noção de intransmissível e a vontade escondida de exprimir num determinado tempo e espaço, algo.
É essa a lição que o neanderthal tem para nos dar, ele exprimia ali a sua intelectualidade, servindo-se para isso, imagine-se, do lugar e daquilo que ele tinha para lhe oferecer não só enquanto palco da vida, mas acima de tudo como livro das suas experiências. O lugar retribuiu conservando o registo com que hoje nos emocionamos.
Acredito que a proposta tem muito mais para contar do que aquilo que nos diz, tem muito mais genialidade e cunho pessoal do que imposição mandona do lugar.
Parece-me que há uns milhares de anos atrás, o futuro homem português, era mais sincero naquilo que fazia…



Fica a achega: Não quero de maneira nenhuma incentivar disputas ou entrar em discussões absurdas sobre quem tem mais razão. Acho a proposta um exercicio de projecto muito belo, não acredito é no texto da memória descritiva porque a meu ver fragiliza a proposta.
A bem dizer, se aquilo que os arquitectos nos contam no seu poema se traduzisse na solução final, então estariamos na presença de uma solução totalmente diferente daquela que nos apresentam, e cuja validade, repito, muito estimo.

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  • 3 weeks later...
  • 2 years later...

Boas! Parece que para 2008 nao esta pronto, mas estive la este fim e semana e esta em acabamentos interiores, os acessos estão praticamente acabados. Visitei á revelia o interior e o guarda convidou-me a sair :D mesmo assim deu tempo para perceber grande parte do edificio. Está uma peça muito interessante, gostei muito da vista que temos de Foz Coa e da chegada ao edificio. A implantação esta muito bem conseguida apesar da dimensão da peça! Espero por uma nova oportunidade, mas desta vez ja concluido.

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  • 1 month later...
  • 1 year later...

Museu do Côa é “gravura” para as gerações futuras, diz Sócrates

Inserido em 30-07-2010 22:18

A ministra da Cultura destacou que esta obra é o “reflexo do que é o investimento público voltado para o interesse público dos cidadãos”.

Autarquia prevê mais investimento com o novo Museu do Vale do Côa

O primeiro-ministro afirmou hoje que o novo museu do Côa é “uma gravura” que o Governo deixa às gerações futuras. Na inauguração da infra-estrutura José Sócrates destacou também a arquitectura e o modernismo da obra.

“Este é um museu bonito, sofisticado, moderno. Por isso, muitos parabéns. Acresce que este é também um museu com uma belíssima arquitectura. A maior parte dos museus são assim, os museus famosos do mundo. Acontece que ao seu equipamento exterior somam também uma belíssima arquitectura. Este museu é a gravura que nós deixamos às futuras gerações”, destacou José Sócrates.

A ministra da Cultura Gabriela Canavilhas sublinhou também que este investimento é “reflexo do que é o investimento público voltado para o interesse público dos cidadãos”.

O museu custou 18 milhões de euros e será a partir de hoje a sala de visitas de todo o parque arqueológico do Vale do Côa.

in http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=96&did=114340


«Este museu é a gravura que nós deixamos às futuras gerações»

2010-07-30


Inaugurado pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates, acompanhado pelas ministras da Cultura, Gabriela Canavilhas, e do Ambiente, Dulce Pássaro, o Museu do Côa está já aberto ao público e foi considerado pelo Primeiro-Ministro como um museu «bonito», «sofisticado» e com uma arquitectura «excelente». «É a gravura que nós deixamos às futuras gerações» reiterou.

O Museu do Côa foi construído com o objectivo de divulgar e contextualizar os achados arqueológicos do vale do Côa descobertos em 1994 e desenvolve-se ao longo de quatro pisos que englobam auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas expositivas.

Este equipamento passa a ser o principal ponto de acolhimento do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) o que de acordo com o Primeiro-Ministro, permitirá, também, «servir a cultura nacional» e será «um hino ao respeito pela memória, pela arqueologia, mas também uma afirmação de modernidade e de contemporaneidade e é isso que se esperava deste museu».

O Museu do Côa tem 6600 metros quadrados de área coberta e «é o segundo maior museu do país» e é da autoria de Tiago Pimentel e Camilo Rebelo, que idealizaram um monólito que simula uma «gigantesca pedra» de xisto no betão, com janelas em frestas, semi-enterrado e com oito metros de altura na vertente virada para o vale do Douro.

in http://www.governo.gov.pt/pt/GC18/PrimeiroMinistro/Noticias/Pages/20100730_PM_Not_Museu_do_Coa.aspx


Museus

Sócrates: Museu do Côa é 'gravura' que fica para o futuro

por Lusa30 Julho 2010

Fase de conclusão do Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa

O primeiro ministro José Sócrates considerou hoje em Vila Nova de Foz Côa que a construção do Museu do Côa é uma 'gravura' para as próximas gerações.

'Este museu é a gravura que nós deixamos às futuras gerações', declarou o primeiro ministro na sessão inaugural do equipamento cultural que custou cerca de 18 milhões de euros.

José Sócrates, acompanhado pelas ministras da Cultura e do Ambiente, também afirmou que o novo museu 'vai servir a cultura nacional' e é 'um hino ao respeito pela memória, pela arqueologia, mas também uma afirmação de modernidade e de contemporaneidade e é isso que se esperava deste museu'.

Considerou o museu 'bonito', 'sofisticado' e com uma arquitectura 'excelente'.

À chegada a Foz Côa José Sócrates foi recebido com aplausos e vivas por parte de muitos populares que se encontravam junto do museu.

'É um grande homem', 'seja bem vindo a Foz Côa', foram algumas das saudações que os populares dirigiram ao primeiro ministro.

O museu desenvolve-se ao longo de quatro pisos que englobam auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas expositivas.

Abriu as portas 15 anos depois da polémica que suspendeu a construção da barragem devido aos protestos de ambientalistas e de especialistas em arte rupestre.

O equipamento cultural passa a ser o principal ponto de acolhimento do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC).

Foi construído com o objectivo de divulgar e contextualizar os achados arqueológicos do vale do Côa descobertos em 1994 e que estiveram na origem da suspensão das obras de construção da barragem.

O processo teve como ponto alto Outubro de 1995 quando o Governo de António Guterres ordenou a suspensão da construção da barragem na foz do Côa devido às gravuras rupestres encontradas e classificadas pela UNESCO como Património da Humanidade, em Dezembro de 1998.

in http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1630657&seccao=Artes%20Pl%E1sticas


Museu do CôaUm ano depois de uma visita clandestina às obras, no passado fim-de-semana não tive a mesma sorte.

As legendas das fotos foram retiradas da Memória Descritiva dos autores do Projecto (Arquitectos Pedro Tiago Lacerda Pimentel e Camilo Bastos Rebelo)


O território sugere neste caso uma dupla leitura, pois é o suporte natural da paisagem, com que se pretende intervir e dialogar, mas é também a consequência da intervenção do homem numa natureza modelada, enfatizando a condição artificial.

No caso do Museu parece ser importante o sentido afirmativo do corpo, quer na sua leitura de intervenção na paisagem, quer quanto à sua natureza tipológica que deve ser formalizada enquanto massa física, não deixando quaisquer ambiguidades e equívocos quanto à sua localização e conteúdo…

Para a plasticidade da matéria do corpo interessa considerar três temas: a massa, textura e a sua cor

(...) sugerida nas eiras de secagem da amêndoa que pontuam alguns terrenos da envolvente...

(...) a condição de intervenção na paisagem é executada com elementos naturais promovendo continuidade, onde a geometria de carácter abstracto se impõe destacando a intervenção. (...) a estratégia é a de trabalhar um corpo, desenhado especificamente para um lugar promovendo um diálogo intimo entre artificial/natural e aumentando deste modo a complexidade temática da composição do mesmo.

O betão interessa pelas suas características plásticas e tectónicas...

No entanto, este, usado na sua cor natural, cinzento, promoveria alguma ruptura com o terreno onde predomina o castanho amarelado do xisto. Deste modo a proposta é que a matéria do corpo seja betão com inertes e pigmento de xisto resultando numa massa híbrida

in http://abrancoalmeida.com/2009/09/10/museu-do-coa-3/

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  • 2 years later...

April 25th, 2011, 12:55 AM

Douro: Museu do Côa já recebeu 30 mil visitas

O Museu do Côa, inaugurado em julho de 2010, já recebeu cerca de 30 mil visitantes, um número "significativo" para os responsáveis pela unidade museológica edificada num ponto "estratégico" da região do Douro Superior.

"O museu acaba por ser um centro de interpretação de todo o Vale do Côa. O que se encontra na unidade museológica é uma mostra da importância da arte do paleolítico ao nível mundial", disse à Agência Lusa, Dalila Correia, arqueóloga do MC.

Em pouco mais de hora e meia, a "máquina do tempo" transporta os visitantes para uma viagem que, com recurso às mais recentes tecnologias informativas, os faz recuar "mais de 20 mil anos" na história da Humanidade.


Fonte: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/12457067.html



Museu explica a arte do Côa


Aberto há dois meses e meio, o Museu do Côa tem registado uma adesão de público "muito satisfatória".

A directora do Parque Arqueológico do Vale do Côa, Alexandra Cerveira Lima, está contente com a forma como as coisas têm corrido desde a inauguração e mostra-se também surpreendida com as autênticas romarias registadas aos domingos, normalmente protagonizadas por habitantes da região.
"As pessoas de Vila Nova de Foz Côa vêem este museu como uma sala de visitas da sua terra e também querem mostra-lo", salienta, recordando que há quem já lá tenha ido uma dezena de vezes. "Sempre que os fozcoenses recebem visitas de familiares ou amigos é um dos destinos obrigatórios", reforça.

Com seis mil e 600 metros quadrados de área coberta, o Museu do Côa é segundo maior do país. Está localizado junto à confluência dos rios Douro e Côa. Daí que antes de entrar, os visitantes se possam deliciar com uma paisagem de fazer suster a respiração.
Depois, há que descer a rampa, a fenda que se abre no gigantesco bloco de betão que parece xisto, e pela qual escorrem os visitantes para interior escuro.

Não é preciso andar muito, após a entrada, para, lá ao fundo do corredor, ver um animal pintado de branco fosforescente na parede - um melancólico auroque a olhar-nos de frente. É ele que dá as boas-vindas para um corredor com várias salas e das quais dificilmente se poderá sair sem perceber tudo sobre a arte do Côa.

A interactividade é uma das características deste espaço museológico, que é possível percorrer livremente. Uma das atracções são as mesas tácteis, que permitem ao público conhecer melhor os núcleos de gravuras.
Basta clicar nas imagens para iniciar uma viagem aérea sobre o vale do Côa, enquanto vão aparecendo as figuras ícone de cada um dos sítios.
O Museu do Côa não é um local de réplicas. Por isso, as que existem são ícones de determinadas realidades. Caso do sítio do Fariseu, que está geralmente submerso. E há um acampamento Paleolítico que mostra como seria o quotidiano do Homem daquela época. A cabana está rodeada do talhe onde se fabricavam as ferramentas de caça e doméstica, uma lareira, zonas de secagem de peixe e produção de arte móvel.

O Museu do Côa também dá uma perspectiva da evolução geológica da Terra, bem como da fauna e flora. Há conjuntos de peças encontradas em escavações no Côa e dá uma imagem dos artefactos que as populações usavam e de algumas das matérias-primas. Há ainda uma parte onde será possível seleccionar uma gravura e enviar aos amigos por correio electrónico.
Acervo consultado por investigadores

A intenção de construir o Museu do Côa remonta a 1996, ano em que foi criado o Parque Arqueológico do Vale do Côa, classificado como Património Cultural da Humanidade desde 1998.

É um edifício escultórico, com quatro pisos que engloba um auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas expositivas.
Destaque para a biblioteca especializada em arte pré-histórica, onde investigadores nacionais e estrangeiros poderão concentrar estudos sobre aquela arte.

O acervo reúne publicações internacionais e outras com origem no Côa. Também lá poderá vir a ser consultado material sobre a polémica que rodeou a descoberta das gravuras do Côa.
À entrada do existe uma loja de produtos do IGESPAR, onde se pretende revigorar produtos locais, como vinhos, mel e amêndoa, entre outros.


in "Jornal de Notícias"
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