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Massarelos | Café Lounge | José Carlos Nunes de Oliveira & Paulo Costa


3CPO

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José Carlos Nunes de Oliveira & Paulo Costa
Massarelos

Café Lounge - 2005

- ... comida não dá, quero é vender copos!
Foi o mote do cliente cansado da vida da restauração.
À 7ª vida, o minúsculo restaurante reencarnou num lounge bar. Da antiga sala de jantar, aproveita-se o gerente, o alvará comercial e uns infimos 50 m2.
A complexidade programática esvaziou-se do ponto de vista técnico, espacial e legal: Copa, balcão, sala e sanitários.
Dúvida única, aliás remanescente: o "target". Quem era o nosso publico?
Deram-lhe o nome Porto Cenário... pretensioso, parecia arriscado! Previam-se estranhas tardes de domingo...

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O edifício a soçobrar no cais era testemunho de um lugar antigo. As entranhas do restaurante não eram apenas velhas como o corpo que as sustentava, foram submetidas a maus tratos, padecem de doença prolongada.
À vista, proteses mal aplicadas, abusos do kitch e falsidade por todo lado: - Não é bonito! Não é assim que se trata um idoso!
Não há muito dinheiro para as ambições do velho, tratemos-lhe da saúde apenas
Restauro estava fora de hipótese – dinheiro não havia!... Porém a arqueologia é uma evidência e a história é privilégio de poucos. A intenção do projecto é criar a ilusão que estamos perante 1 cadáver, que nos permite revelar o passado.
Para tal, fazemos incisões, dilaceramo-lo, descolamos-lhe a pele da carne e expomos até o esqueleto. Devolvemos-lhe alguma da dignidade perdida através de gesso cartonado, tinta, napa e madeira no chão.
Apresenta-se como um caso de estudo, mais discreto para o exterior através de transparências texteis.
A luz dedicamos às presenças e aos movimentos, não ao espaço. É pontualmente iluminado na penumbra do cais.
O resto são alinhamentos e muitas dificuldades em obra... Ficou à espera da licença da esplanada!

Autores:
Francisco Guedes de Carvalho, Arq.º
Jorge Pinto Vieira, Arq.º
José Carlos Nunes de Oliveira, Arq.º
Paulo Costa, Arq.º

Design gráfico:
Ricardo Sapage

Iluminação:
B.Loft, Preto Alface, L de Luz

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Fotografias de: Arménio Teixeira

Processo:
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Pré-existencia:
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Fonte: Europa Concorsi

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Não consigo perceber onde é o bar... Massarelos conheço, aquela vista inicial também, mas ao olhar para a maquete não reconheço a fachada em nenhum dos edifícios da fotografia... quanto muito poderia ser o primeiro, talvez seja, mas aquela viela ao lado não se parece nada com a da fotografia... Tenho de ir lá um dia destes para ver isso melhor... Ainda está em projecto, ou já existe fisicamente? Essa é uma zona muito interessante da cidade do Porto, tal como na ribeira, é preciso coragem para entrar pelas vielas, que se afastam da marginal, para realmente conhecer o espaço... ficam nessa zona os caminhos do romântico, que levam o transeunde da cota baixa à cota alta da cidade, num passeio de tirar o fôlego... e não é só pelas vistas...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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A apropriação daquele grande vazio na parede, parece-me interessante.


Já estive em vazios semelhantes a este, na Universidade "Minnaert" em Utrecht (projectado por Neutelings Riedijk)... são espaços mais reservados e acolhedores, necessários para quem queira "isolar-se" da confusão.

A foto anexada foi retirada do site dos arquitectos:
NEUTELINGS RIEDIJK ARCHITECTS
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acho sempre interessante a criação de momentos desses. Faz-me lembrar os conventos ou solares antigos que têm sempre aqueles dois bancos frente a frente junto à janela na espessura da parede. Agora, se calhar tem mais interesse explorar este elemento como elemento de destaque de toda uma composição espacial do que torná-lo um elemento repetitivo do espaço..

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acho sempre interessante a criação de momentos desses. Faz-me lembrar os conventos ou solares antigos que têm sempre aqueles dois bancos frente a frente junto à janela na espessura da parede.

Agora, se calhar tem mais interesse explorar este elemento como elemento de destaque de toda uma composição espacial do que torná-lo um elemento repetitivo do espaço..



A acompanhar com um bom Jazz... uma boa comida... quetinho e a chuver (na rua...)... :happy:

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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A arquitectura pela subtracção sempre me pareceu mais interessante que a adição. Gosto da opção de ter deixado o aspecto tectónico da estrutura do tecto e das soluções de reforço estrutural.Contudo faço um apontamento, apesar de também eu ser "conquistado" por este tipo de espacialidades, devemos ter um pouco de cuidado no excesso de "moda" pelo qual somos levados, mas n é o caso. O regresso ao anos 70´s, tanto na música, roupas, decorações e até mesmo modos de comunicação serão sempre voláteis. Este tipo de espaço tem uma durabilidade reduzida, porque está demasiadamente referenciado a uma "data". Por exemplo, o mesmo acontece às montras de algumas lojas que procuram chamar a atenção imediata através de cores e formas "chave". É uma estratégia estudada e deveras conhecida, contudo ser aplicada à arquitectura poderá ser um erro, porque a arquitectura não se muda com a velocidade com que se muda uma montra, de estação em estação, nem tem época de saldos, isso era no pós-modernismo-português-suave. Mas eu n deixava de ir beber um copo na mesma, porque há uma forte conjugação entre a "moda" e um passado recuperado bastante saudável!

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  • 5 months later...
olé!

Para alguém que referiu aqui as efemeridades dos gestos na arquitectura, de facto direi que não será necessário temer a moda nos espaços comerciais, porque são em si mesmo parte de uma actividade efémera... e para responder a duas perguntas com uma:

- o natal do café foi em outubro 05 e o atestado de óbito em março 06

quanto a modas estamos conversados... neste momento outros "parasitas" ocuparam e exploram o "corpo" e ele prolonga a vida na imensa agonia da decomposição

o autor
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