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Porto | Avenida dos Aliados | Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura


Legrias

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Depois de tanta polémica a obra da Avenida dos Aliados lá se concluiu, e como é de esperar uns tem uma opinião mais favoravel e outros nem tanto, criei este tópico um pouco para expressarmos o que nos vai na alma, uma pequena reflexão sobre o projecto.
Pergunto eu, será que, por ter sido o "deus" da arquitectua a projectar, logo á partida temos que aceitar a intervenção realizada?


O que os arquitectos defendem,

- O projecto para a Avª dos Aliados surge da necessidade de reconstruir o lugar de três estações do metropolitano contíguas: Sº Bento, Aliados e Trindade.

- No que se refere à Avª dos Aliados, a reconstrução do que existia é inviável, já que a largura da placa central e a espessura dos canteiros devem ser diminuidas; o que não permite recuperar a escala do jardim.

- O projecto propõe a defenição de um espaço contínuo ( Praça da Liberdade - Avª dos Aliados ) no qual a reformulação dos elementos vegetais priveligia o adensamento arbóreo, libertando o solo pavimentado. Esta opção dá "lugar" a um grande espaço público, a exemplo do que acontece em inúmeras cidades, respondendo a um uso que na prática, mas em condições precárias, já se verifica; tornando-o próprio do quotidiano da cidade, mais do que referido a alguns momentos de expressão colectiva.

- O projecto propõe o redesenho do mobiliário urbano, incluindo cobertos de paragens, bancos, recipientes de lixo. Na iluminação pública serão reutilizados os antigos e em parte existentes candeeiros, recuperados e optimizados em termos de qualidade e intensidade de luz. No remate da placa central da Avª dos Aliados, confrontando com a plataforma em calcário e basalto em que assenta a estátua de Garrett (desenho do Arquitecto Fernando Távora) será construída uma fonte rodeada de bancos, cadeiras e seis alinhamentos de árvores.

- Os princípios adoptados para o eixo norte-sul estender-se-ão à Praça da Trindade (a norte) e à Praça Almeida Garrett e Avenida da Ponte (a sul), caracterizando um extenso percurso unitário, envolvido pela mais variada arquitectura.

Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura

http://img87.imageshack.us/img87/3524/11wm12nm.jpg

Segundo um artigo públicado as alterações efectuadas na Avenida dos Aliados, no Porto, delineadas no projecto de requalificação traçado pelos arquitectos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura, não são bem vindas.
De todas as modificações, a substituição do pavimento da avenida (substituição da calçada à portuguesa por cubos de granito em forma de cauda de pavão) é, de longe, a mais controversa.
A modificação é já bem visível junto às bocas de entrada e saída da estação de metro dos Aliados, onde os cubos de granito contrastam com o calcário e basalto da calçada portuguesa.
Os portuenses apontam o "cinzentismo" como principal desvantagem do projecto de requalificação e referem que o local vai ficar "descaracterizado". A opinião de que a população deveria ter sido consultada é praticamente unânime.

Pavimento "vai ficar feio depressa"


Célia Vasconcelos, empregada no Café Aliança, na Avenida dos Aliados, defende que o antigo passeio em calçada à portuguesa, "mais bonito", "não devia ser substituído".
"Este [passeio em granito] vai ficar feio depressa", argumenta, sustentando que o novo pavimento "vai sujar-se muito mais depressa" - o tom de voz é calmo e pausado, sugerindo a indiferença típica de quem já se resignou há muito.
"Nunca mais é o que era", interrompe um cliente. Célia continua a desfiar críticas: "teria sido bom fazer uma discussão". Conta que ouve comentários dos clientes, principalmente dos mais velhos, porque "as pessoas mais novas nem falam" das obras. "A maior parte é contra", nota.
Mais incisiva, Antónia Osório diz estar "completamente contra" as obras de requalificação dos Aliados, e critica aquilo que considera ser "uma triste miséria de calhaus": "Só calhaus, só pedras. Não há nada de poético. Eu não gosto disto".
A crítica atinge o tom de indignação: "A população deveria ter sido consultada. Não tolero que tenham estragado uma avenida destas". Antónia Osório inclui o Metro no pacote das críticas, e não hesita em afirmar que as estações “não deviam ter sido feitas ali [na Avenidas dos Aliados]”.

"Por que é que o Siza Vieira há-de fazer tudo?"


Já Nuno Ferreira diz não lamentar a ausência de discussão pública. Pelo contrário: "O nosso povo é tão sem jeito que isso não adiantava nada", sustenta.
O proprietário da tradicional Casa Januário, situada a poucos metros da Praça General Humberto Delgado, tem "pena que a Avenida não fique com o cunho que tinha" e arrisca um prognóstico: "vai ficar mais feia", "cinzenta" e "descaracterizada".

"Por que é que, agora, neste país, o Siza Vieira há-de fazer tudo?". Por isso, avança uma alternativa: a requalificação dos Aliados "devia ter sido entregue a jovens arquitectos paisagistas".
Fernando Xisto, empregado num quiosque de rua em plena Avenida dos Aliados, diz que a "única vantagem" do novo pavimento é a de ser "mais difícil haver falhas", como buracos. De resto, aponta a fraca capacidade de reflexão da luz solar como o grande inconveniente do granito: "Isto já é escuro e, com aquele piso cinzento, mais escuro fica. Para já, pelo menos, quando há sol ele ainda bate no chão e recebemos um pouco de luz".

"A cidade não tem nenhum atractivo"


Já na Praça da Liberdade, também Augusto Correia, empregado na Confeitaria Ateneia, discorda das alterações que vão ser introduzidas pelas obras naquela área e mostra-se indignado com a eliminação do jardim: "não deviam retirar os jardins do meio [da Avenida]. Davam muito mais vida à cidade".
Augusto Correia aponta a crescente desertificação do Porto como consequência provável das constantes obras de requalificação de alguns dos espaços mais emblemáticos da cidade, enquanto recorda que "muita gente ia para o jardim [da Avenida dos Aliados] passear, e levavam as crianças". "Agora, o que é que há ali? Nada! A cidade não tem nenhum atractivo", lamenta.
A substituição do pavimento também merece reparo: "este fica mais bonito do que aquele que está agora junto ao Metro", aponta. Augusto Correia conta ainda que ouve reclamações de clientes lisboetas que costumam parar na Ateneia: "perguntam o que aconteceu na Avenida dos Aliados, e dizem que estragaram a cidade".

Fonte JornalismoFonteNet

http://img74.imageshack.us/img74/7848/aliados3nj0sv.jpg

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Uma intervenção destas vai sempre ter vozes contra. Se ele punha calçada à portuguesa então eram imensos comentários a dizer que a calçada à portuguesa é uma porcaria porque requer imensa manutenção e degrada-se muito rapidamente. Como resolveu por granito agora é tudo a querer a calçada à portuguesa. A vida de arquitecto é muito complicada... Pessoalmente não sou defensor deste estilo de avenida, pelo que observo da Av. da Liberdade e do Campo Grande, as pessoas nunca chegam a usufruir do passeio central e aquele espaço acaba por ficar abandonado, sendo usado apenas como espaço de passagem e pouco mais... Porém a Av. dos Aliados tem uma coisinha que faz com que eu passe a concordar com esta opção. A localização da Camara Municipal. Quando ha eleições ou quando algum dos clubes de futebol da cidade ganha aguma coisa é ali que se concentram as pessoas. Só acho que aquela fonte parece um pouco timida tendo em conta todas as outras dimensões... Mas como ainda não estive lá desde que isto foi inaugurado torna-se um pouco problemático estar a colocar esta duvida... E bem q podiam ter continuado o corredor de arvores central (ou não?)

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Antes de mais, participação fantástica. Quanto ao projecto, creio que é sindrome da cidade do Porto...seguidores de Siza e Souto Moura...não existe consulta pública para este tipo de intervenções e o arquitecto é livre de tudo... Abraços

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Numa obra destas há sempre um periodo de consulta pública, onde todos têm acesso ao projecto, por isso não venham dizer que os arquitectos são livres para fazer tudo... Quanto à avenida propriamente dita, ainda lá não estive, por isso não conheço (vou ver logo à noite no S. João) :) O que posso dizer é que das obras do Porto 2001 e Polis, onde optaram por usar o granito, são muitos os locais onde as pedras próximas da via e algumas mesmo nos passeios se partiram graças à pressão de carros parados onde não devem a fazer cargas e descargas, ou simplesmente estacionados... A falta de civismo está aí para continuar, pelo que de pouco adianta tentar alterar alguma coisa... 5 anos volvidos e é o que se vê...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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pois a minha questão passa tambem um pouco por ai, por ser Siza (aliados) e Souto Moura (Trindade), é como que, quem ousar levantar a voz ou por em causa estratégia de intervenção do já referido "deus" da arquitectura, passa quase por ignorante, uma vez que não havendo lugar a discussão pública (ao contrário do que por exemplo aconteceu em Viana do Castelo p| programa polis), segundo penso terá existido apenas consulta pública o que não será bem a mema coisa, parte-se do principio que tudo é admitido ou tudo é válido por se tratar de nomes como Siza e Souto Moura. Do meu ponto de vista acho que a Avenida perdeu um pouco a sua identidade, isto fica mais evidente quando se tem a oportunidade de lá ter estado depois da inauguração e ficamos no minimo com uma impressão de desconforto pelos novos elementos lá introduzidos, um dos elementos quem mais me despertaram a atenção foram umas cadeiras que lá estão que mais parecem cadeiras de esplanada presas por um pequeno cabo de aço ao chão, eu pergunto quanto tempo irão durar estas cadeiras? dúvido que em dias como o de hoje (Sº joão), quantas lá irão ficar? Mas isto remetenos para outras questões como aqui já foram referidas, para a falta de civismo dos cidadãos. E outras questões que nos chamam á atenção e colocamos em causa, como por exemplo a pequena fonte, a iluminação (candeeiros), uma série de factores que no minimo são discutiveis, mas quem sou eu para os por em causa. Só o tempo provalvelmente nos dará a resposta.

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Devo dizer que sexta (ou melhor, sábado de madrugada) passei por lá, mas não estava nas melhores condições físicas... :beb2:... Daquilo que me apercebi, o espaço está verdadeiramente mais despido, mas não terá acontecido o mesmo quendo as anteriores árvores foram plantadas? Temos de dar tempo ao tempo e deixar as árvores que lá estão crescerem... Admito que pode haver um excesso de pedra, mas hoje em dia estes espaços já não são usados como antigamente, quando eram o jardim da cidade... Agora os usos são outros e tenho confiança que daqui a uns anos o espaço vai estar mais agradável... PS: esta pode ser uma opinião fundamentada, ou apenas induzida pelos baldes de vodka da ribeira... volto a comentar numa próxima visita...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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  • 2 weeks later...

o antes e o depois....








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não vivendo na cidade, passei pela avenida, se é que passei alguma vez, de fugida e tentado dar uma opinião afastada da realidade de vivência do espaço o que salta ao olho, vista aera, é o grande alinhamento de arvores e o terminos de um dos lados na C.M.P. o verde e o cinza escuro devido a serem cores opostas, nota-se que as arvores, num futuro próximo penso eu, ganharão e serão elas a criar o espaço da avenida. o tom escuro e o branco e verde serão engraçados, em termos de valorização do edificado na camara(tal como acontece em munique no allianz Arena, o exterior é alcatrão(?) valorizando deste modo todo aquela luminosidade que o estádio debita para o exterior) aqui não será a luminosidade mas o contraste que deverá existir entre todo o pavimento e os edificados, a camara e as árvores. eu acho interessante a intervenção.

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  • 2 weeks later...

A arquitectura de Siza smp foi fonte de grande controvérsia, na minha modesta opinião é uma arquitectura "nua e crua", é normal que um empreendimento tão grande como alterar uma Av. que é quase um marco da cidade não seja vista com bons olhos. Mas vejamos as coisas pelo lado positivo: pelo menos viram.se livres dos pombos!

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  • 2 weeks later...

bem... após já la ter passado umas vezes desde que cheguei de erasmus e de ter estado a reflectir um pouco vou expressar aqui os meus pensamentos sobre o assunto. Quando a vi pela primeira vez, depois de ter estado a ler posts no forum e de ter ouvido e lido noticias com comentarios de cidadãos do porto, fiquei radiante. Tinha uma imagem altamente negativa do que seria o novo aspecto da avenida, fomentada por todos os comentarios que li, mas na realidade aquilo que vi e aquilo que experimentei não tem praticamente nada a ver com a ideia que tinha formado. O que tinhamos antes? Uma avenida edificada em finais do séc. XIX com uma imensidão de grandes edifícios nos mais variados estilos, desde os revivalismos barrocos, neoclassicos até às primeiras linhas modernistas, toda ela feita de forma a reflectir o explendor da unica avenida da cidade e o ponto central do poder monarquico. O ambiente da avenida e praça era traçado pelo pavimento em basalto com os desenhos alusivos aos descobrimentos e às colónias feito como um enorme mosaico que só a mestria de alguns permitia que tal fosse possível. Os jardins e as árvores davam mais riqueza a este ambiente tornando-o um pouco bucólico e símbolo da cidade através da estátua equestre de D. Pedro IV apontando para o brasil. O que é que ao fim destes anos todos tínhamos naquele lugar? Uma avenida cada vez mais densamente atravessada por pessoas, carros e autocarros, os passeios com altos e baixos, pedras que desapareciam, jardins pouco cuidados, a estátua de D. Pedro em vez de voltada para o brasil estava com o seu dedo indicador quase a tocar o vidro do palácio no fundo da avenida. Uma faixa central pouco convidativa à deslocação de pessoas, mas mais usada para repousar, mesmo no frenesim de taxis, autocarros e carros a acelerar para apanhar os últimos centésimos de amarelo no semáforo. Tinhamos uma avenida que em dias de festa (s.joão ou vitória do porto) não conseguia conter o enorme fluxo de pessoas que aí se deslocavam, mesmo com as suas enormes dimensões. O que se passa a seguir? Era necessário revitalizar a baixa, fazer passar o metro por de baixo da avenida, dar uma imagem e uma função à avenida ao nível das cidades europeias. O que temos agora? O que se vê hoje em dia e, que para mim é de forte interesse em termos arquitecturais e urbanisticos é uma avenida notoriamente urbana, bem regrada, feita para as pessoas, os automóveis e o metro e que, permite de uma forma absolutamente incrivel visualizar todos os grandiosos edifícios que formam a fachada da avenida e que até então nunca tínhamos a percepção, mesmo eu que já a atravessei vezes sem conta, nunca tinha visto a riqueza arquitectural dos edifícios da avenida como agora se apresenta. Mais, só quem nunca esteve noutras cidades europeias é que não compreende o interesse e as vantagens da remodelação de uma avenida como esta, com as dimensões que esta tem. O facto da faixa central estar livre permite que as pessoas não andem só pelos passeios laterais, mas que façam o seu percurso pela faixa central, permitindo estar no eixo entre a camara e a estátua equestre e visualizando coisas até então nunca antes vistas. Ao descer temos a percepção da Sé do Porto que se lança no ceu, temos os enfiamentos das ruas transversais à avenida que mantêm a riqueza arquitectural exposta na avenida, temos a noção de estar num espaço urbano, rico em história e que priviligia o fluxo de pessoas permitindo que o tráfego de automóveis siga de forma contida e regrada. Esta nova avenida faz-me lembrar o centro de Copenhaga: um espaço destinado ao comércio tradicional e às pessoas, onde a mais variedade de eventos sociais podem ter lugar nesse espaço se que para isso seja necessária a criação de estruturas. A nova avenida dos aliados é um espaço não só funcional mas de criação. É um espaço de expressão artística, social, é um espaço urbano no verdadeiro sentido do termo. A nova configuração da avenida permite albergar toda a variedade de acontecimentos que acontecem regularmente e que não podem passar despercebidos pois fazem parte da cultura urbana do porto. Mas como é obvio e visivel a todos, sendo esta uma intervenção de carácter radical, há coisas que me chocam um pouco, por exemplo. A Fonte que criaram junto à camara para mim é uma absoluta tristeza, não faz sentido nenhum nem sequer trás nada de novo ao espaço. Quando passamos de carro temos a percepção de haver um buraco enorme lá, não se vê água. Quando estamos ao lado, parece que estamos numa espécia de mini-barragem que eu tenho dificuldades de acreditar que possam ter sido os dois mestres da arquitectura portuense a desenhá-la... Penso que as árvores novas que colocaram trarão nos próximos anos muito mais vida à praça e demonstram que pode haver bastante frescura mesmo só utilizando árvores. As duas estátuas que estão a meio da avenida a meu ver neste momento perderam todo o sentido. Estão nuas e sem carácter. Penso que no mínimo à volta das estatuas deveria haver um pequeno jardim de flores ou algo que lhes desse mais vida... Agrada-me bastante as cadeiras e mesas que puseram junto à fonte. Para mim são das coisas mais interessantes da praça e é notoriamente uma provocação dos arquitectos e um apelo a uma sensibilidade urbana. Continuo sem entender porque é que a estatua equestre de d. pedro IV não foi voltada ao contrario, dando coerencia ao projecto, como tinha sido pensada. Não sei se foi a voz do povo ou falta de iniciativa... Desculpem este post extenso mas senti vontade de exprimir o que pensava sobre o assunto

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  • 1 month later...

(enganei-me) Siza nasceu em Matosinhos, podemos dizer que é um "tripeiro" e compreende a essência da cidade invicta. Mas a meu ver a "reconstrução" da Avenida dos Aliados é considerada um crime! Eu ainda admitiria que um dos ex-libris da nossa cidade fosse destruida por um lisboeta, mas não por um portuense! O Porto é uma cidade "fechada", com ruas apertadas e escuras. Siza tentou criar uma avenida à moda de Lisboa, aberta e aregada, mas essa ideia não resultou. A fonte tornou-se numa piscina para crianças e um enorme caixote do lixo. Os guarda-sois, voam, quando há vento e existem cadeiras que JÁ se encontram partidas! Adoro o trabalho de Siza, mas desta vez, não compreendeu a verdadeira essência de um portuense.

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aí está. No teu comentario disseste tudo: 'O Porto é uma cidade "fechada"' o problema é mesmo esse. As cidades não são uma pintura ou uma instalação para se admirar e considerar como obras de arte. As cidades são para ser vividas e NECESSITAM de se adaptar ao seu tempo e aos próximos tempos! Não estou com isto a dizer que é deitar a baixo e construir de novo. Digo precisamente o contrário! É restaurar os centros, revitalizando-os, criando novos polos de atracção com o já existente, criar novas infrastruturas que possam dar algo de novo e melhor à cidade e principalmente não cair no cliché que me pareceu ver um pouco defendido no teu post, ou seja, deixar a cidade tal como ela é só para os turistas verem. Isso para mim é o assassínio de uma cidade! A avenida dos aliados não tem nada a ver com avenidas lisboetas, tem um caracter e uma história totalmente diferentes e é verdadeiramente um local portuense. E assim como tenho prazer de andar no metro do porto e de andar a vaguear pelas novacs estaçoes, também tenho prazer de passear na avenida restaurada onde posso ver todo o movimento citadino e apreciar as grandes peças de arquitectura que encerram a avenida. Eu defendo a identidade da cidade (assim como o siza e o souto moura a defendem) e defendo o progresso e o desenvolvimento, só assim é que as mentes evoluem, as pessoas evoluem e a cidade evolui. A unica coisa que continuo a achar que se perdeu na avenida foi o facto de não haver mais bancos e sitios onde as pessoas se possam fixar e talvez mais árvores. Agora sinceramente a fonte é um desgosto total, não entendo as intenções nem o resultado final...

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Supostamente a fonte já existia. Aquilo é apenas a "reedição". Deitar a baixo e construir de novo acho que é muito exagerado, tambem não concordo. Concordo com a ideia de que as cidade são para ser vividas, mas não aceito a ideia de destruir um ex-libris da cidade. Acho que os parisienses não iam gostar da ideia de deitar abaixo a sua adorada torre eiffel! Pois da mesma maneira que não irias gostar da ideia de destruir a Torre de Belém para construir uma mais moderna! Se calhar estou a exagerar ou a levar a situação ao ponto mais extremo. Defendo a modernidade, mas tenho o terrivel problema de não aceitar bem a mudança (mesmo na minha vida emocional). Não concordo com a ideia de destruir uma das minhas memórias de infância! Ok, ok, já estou a levar para o lado emocional. Já alguma vez foste a algum evento que decorre-se na nova avenida do aliados? Se calhar não. Pois, nunca reparaste nos enormes buracos com grades (acho que se chamam respiradoros)? Quando o FCP ganha algo, eles vedam aquela zona, porque é perigoso! Agora diz-me, o Siza e o Souto Moura abriram a avenida dos aliados, ou fecharam-na? Aquela avenida era conhecida pela sua calçada portuguesa e agora que existe? Concordo com a ideia de aumentarem os passeios. Concordo com quase tudo que disses-te, seriam coisas que eu diria, mas não concordo com a destruição de um legado histórico e até turistico como a Avenida dos Aliados! abraço e desculpa se te ofendi, às vezes exagero!

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há uma coisa que também acho... Que a maior parte das pessoas só começou a chamar ex-líbris à avenida dos aliados depois a obra ter sido feita. Não digo que seja a tua situação mas certamente a do povo deve ser. Porque o porto tem "ex-libris" mais "ex-libris" que a avenida. Comparares a avenida à torre eiffel? compara ao menos com a torre dos clerigos ou a ponte d. luis ou a ponte d. maria ou a ponte da arrabida ou mesmo o museu de serralves. Também gostava da calçada portuguesa, mas havia demasiadas problematicas no local para que se continuasse com a calçada e se fizessem remendos ao longo da avenida para se continuar com o antigo (bonito) e o novo (feio). Penso que no final optaram pela melhor opção. Se era necessário aumentar passeios, redefinir redes viárias, criar tunel e estaçoes de metro, foi muito melhor terem feito um check-up completo à avenida do que andar a fazer retalhos ou andar a recriar calçada portuguesa só porque era o que estava antes. Se reparares no sistema de aparelhamento das pedras vez bem a complexidade que foi colocar todas as pedras naquela avenida, não é um trabalho de menos mérito que colocar calçada portuguesa, é necessario muito esforço e técnica. Não é qualquer pedreiro que faz isso. E já ouvi muita gente de fora bastante impressionada com o trabalho minucioso que ali está que até lhe chamam de mosaicos, pois nos seus países não há essa preocupação. Em relação aos eventos, nunca estive numa vitoria do porto mas já tive inumeras vezes no s. joao e, como é obvio (ja deves ter reparado) a avenida era pouco acolhedora às multidoes, mesmo em manifestações em frente da câmara. Tudo isso são factores que tornaram a nova avenida no espaço que está agora. Quero experimentá-la no proximo s. joao e como se adapta às festividades já que neste momento está muito mais preparada para albergar manifestaçoes publicas.

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Concordo com praticamente tudo o que disso o asimplemind. Em relação a esta questão do projecto da avenida dos aliados, considero que, antes demais, deu-se um valor e levantou-se uma polémica de longe muito mais agitada do que o próprio projecto merecia. O que ali aconteceu foi nada mais nada menos que a reformulação de um espaço urbano que já por diversas vezes na sua (não tão longa história, frise-se) aconteceu. São intervenções quase de rotina que acontecem quando o ritmo de crescimento e evolução de usos na cidade se alteram, e o desenho tem que acompanhar (nunca o contrário). Não quer isto dizer que o projecto seja perfeito. Mas o projecto não é mau, resolve o programa, fa-lo bem, a meu ver, e coloca definitivamente a avenida dos aliados (do ponto de vista do desenho e tratamento urbanístico) num local simbólico de vanguarda na cidade do Porto. Não que houvesse tão grande problema no tratamento anterior. Mas em geral saiu valorizada. Acho absolutamente absurda, mesmo ridícula, a questão de se criticar o projecto pela mudança do material. Em origem, a calçada à portuguesa nem sequer é assim tão típica do Porto. Mas tudo bem, foi uma opção, funcionou, e agora foi alterada. Tão simples como isso. O pavimento escolhido, até pelo refinamento do seu desenho e colocação, como referiu o asimplemind, em nada desvaloriza o espaço. É uma questão secundaríssima. Como disse o arq. Alves Costa em relação a esta questão: "Não acredito numa cidade que baseia o seu sentido de história no material de um pavimento". Poucas vezes li algo mais sucinto do que isto.
Em relação ao resto. acho que o desenho resultou mais claro tanto do ponto de vista da circulação automóvel como amigo do peão, pelo desenvolvimento dos passeios laterais, junto aos edifícios. Em relação às árvores, é sabido que elas não se cosntroem, plantam-se, de maneira que teremos de esperar vários anos para que as que lá estão pequenas e que os (a)críticos cegos não vêm crescem e desempenhem o seu papel. Havia condicionalismos em relação à vegetação derivados da passagem desnivelada da linha do metro, e os tais "buracos com grades" correspondem a necessidades, não a tendências de desenho. Em relação à fonte, sempre achei interessante a ideia de retomar aquele tema que, com o desenho certo, poderia ter animado em muito aquela zona da avenida (que para mim até não é avenida nenhuma, mas mais uma grande praça). Acontece que esse bom desenho não apareceu, o que lá se encontra não tem especial interesse, foi mal resolvido, inconsequente. Também concordo, evidentemente, que o mobiliário urbano deveria ter sido (muito) mais intensificado. O que lá está simplesmente não chega.
Acerca da (nova) relação da população com o espaço tenho a dizer que já fui a um evento nesta nova avenida, o S.João, e de longe a prefiro como está do que como estava. A afluência do público aquele espaço não será aumentada ou diminuída pelo novo desenho. E se os adeptos do FCP acorrem menos ao local quando o clube festeja alguma conquista, isso é outra questão que não interessa aqui falar. No S.João se prova que o espaço, no que toca a eventos simbólicos continua vital, central e utilizado.

Peço desculpa pela extensão da mensagem, mas ainda não me tinha pronunciado sobre o assunto.

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  • 3 weeks later...

(O que posso dizer é que das obras do Porto 2001 e Polis, onde optaram por usar o granito, são muitos os locais onde as pedras próximas da via e algumas mesmo nos passeios se partiram graças à pressão de carros parados onde não devem a fazer cargas e descargas, ou simplesmente estacionados...) Por muitas vezes (quase sempre) a pavimentação é mal acamada dando folga ao paralelo para mexer e até levantar. se apostassem em trabalhos bem executados, tirar-se-ia proveito na manutenção dos arruementos, mas pelos vistos estamos condenados a andar de jipe...lol, quanto ao resto nao me oponho ao material ulizado na av. dos Aliados, talvez levante alguma duvidas aos não-lugares que existem neste projecto.

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Fui lá (Av. Aiados) um dia destes e só posso dizer uma coisa, ainda é muito cedo para podermos ter uma visão abrangente daquilo que o espaço vai ficar... É certo que tiraram a relva, que cortaram as árvores, mas outras foram plantadas e quando crescerem, pode ser que o espaço deixe de ser tão inóspito como à primeira vista parece...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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