Jump to content
Arquitectura.pt


Porto | Avenida dos Aliados | Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura


Legrias

Recommended Posts

pois...mas a mentalidade é muito mais evoluida!! experimenta sentar te no chão no porto..corres o risco de te atirarem uma moedinha...

Bem pensado....! nos tempos que correm, muita gente vai estar lá no chão a pedir esmola!

......

O palco está feito, só é preciso alguém para gerir a casa.


Que tal o Sócrates, a gerir a casa!!??
Link to comment
Share on other sites

santa ignorância!

O edifício dos correios, uma das maiores obras de referência do modernismo em Portugal !

Foi feita poucos anos depois da Câmara :)



Uma referencia... ui... entao deves ter muitas fotos dele... mostra.
Link to comment
Share on other sites

Gostava de saber o porquê de a CMP ser como é, sendo o projecto da época que é... realmente curioso... deve ter grande influência de uma determinada forma de pensar a imagem política... Ainda mais curioso deve ser fazer-se um inquérito de rua em que se perguntasse de que época acham que é o edifício da câmara... ia haver muitas surpresas...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

Link to comment
Share on other sites

joaopedro: não é por isso o seu aspecto. Toda a avenida dos aliados levou décadas a construir e os edifícios que foram projectados no final do século XIX pelo Marques da Silva são de um desenho bastante interessante e único na cidade. Nada que tenha que ver com o mamarracho que fizeram no topo na avenida a tapar a igreja da Trindade...

Link to comment
Share on other sites

Esse foi talvez um dos principais motivos para a sua localização, uma demostração de força do poder político face ao poder religioso.

A propósito disto, convém lembrar que num plano dos anos 30, pelas mãos do urbanista italiano Marcello Piacentini, numa altura em que se questinavam soluções para rasgar o tecido urbano desde esta zona até à ponte D. Luiz I, previa-se a abertura de um eixo entre a igreja da Trindade e a Sé, ligando estas duas referências religiosas, fazendo-se depois o desvio para a ponte. Pelo meio existiam 4 torres a pontuar o eixo, como se pode ver nesta imagem.



Falta dizer que pelo meio desaparecia a chamada Casa das Cardosas (que fecha actualmente a fachada sul da Praça da Liberdade), mas por outro lado provavelmente nunca teria existido a chaga que é a actual Avenida D. Afonso Henriques, vulgarmente conhecida como Avenida da Ponte.


Aproveito para enquadrar um pouco mais o tema, atrevendo-me a ir um pouco mais atrás.
Neste artigo publicado no JN em 3 de Abril de 2005, faz-se alusão às várias fases urbanísticas desta zona.

As várias fases urbanísticas do antigo Campo das Hortas


Esta planta antiga ajuda a compreender o que era o Laranjal

Agora que tanto se fala do projecto de requalificação da Avenida dos Aliados, parece-me útil evocar nesta coluna a história da urbanização do antigo Campo das Hortas, onde foi aberta a Praça da Liberdade, e do sítio do Laranjal, ao longo do qual se viria a rasgar a Avenida dos Aliados.

Até aos finais do século XV a cidade confinava-se ao interior da muralha fernandina, ao longo da qual havia várias portas e postigos. Um desses, aberto em 1408, chamado Postigo dos Carros, deu origem, em 1521, a uma porta com a mesma designação. Ficava num local que hoje podemos indicar como tendo sido em frente à entrada principal da igreja dos Congregados. Abria para a estrada de Guimarães pelo antiquíssimo caminho do Bonjardim. A mesma porta dava também para o vasto Campo das Hortas e para o Laranjal, por onde serpenteavam o lendário rio de Liceiras e outros pequenos cursos de água, hoje todos devidamente canalizados.

O primeiro grande projecto urbanístico para o Campo das Hortas surgiu em 1691. Governava a diocese o bispo D. João de Sousa. Por efeito da doação que, em 1121, a rainha D. Teresa fez do burgo portucalense, ao bispo D. Hugo, a maior parte dos terrenos que integravam aquele campo eram propriedade da Mitra. Mas havia outros que pertenciam, uns à Câmara e outros ao Cabido. Houve, por isso, negociações entre essas três entidades. O projecto previa a abertura de uma ampla praça em terras que andavam emprazadas a uma importante família do Porto, os Beleza de Andrade, que anos mais tarde viriam a estar ligados à administração da Companhia de Agricultura do Alto Douro. Tomando a actual Rua do Almada como ponto de referência podemos dizer que esta artéria ficava a meio da praça que se estenderia um pouco para Norte e também na direcção da actual Praça da Liberdade. A ideia inicial era a de abrir uma praça "que competisse com a (Plaza Mayor) de Madrid" mas, posteriormente, pensou-se numa praça com as proporções da Place Royal (Place des Vosges) mandada construir por Henrique IV, em Paris. Mas não se foi além das intenções.

Em 1709, já com D. Tomás de Almeida na cadeira episcopal, houve uma tentativa de retomar o projecto inicial. Mas o prelado, amigo pessoal de D. Pedro II, foi chamado a Lisboa, para ocupar o alto cargo de primeiro patriarca na capital do reino. O bispado do Porto fica vago (sede vacante - 1717-1741) e são os cónegos (Cabido) que, chamando a si a administração da Diocese, tomam a iniciativa de urbanizar o Campo das Hortas, mas com um projecto bem menos ambicioso do que o primeiro. É então que surge a Praça Nova das Hortas, começada a construir em 1721. Chamou-se, depois, só Praça Nova; mais tarde Praça da Constituição; outra vez Praça Nova; Praça de D. Pedro; Praça da República; e, finalmente, Praça da Liberdade. Durante os séculos XVIII e XIX este amplo logradouro foi o centro da vida social e económica do Porto.

A prosperidade económica do Porto é uma realidade por meados do século XVIII. Em 1756 o Marquês de Pombal funda a Companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro que passa a ter, no Porto, o exclusivo da venda de vinho a retalho, o que origina, no ano seguinte, um levantamento popular conhecido pela Revolta dos Taberneiros. Pombal manda ao Porto, como governador militar, o seu parente João de Almada e Melo, que viria a tornar-se na mais importante figura da cidade daquele tempo, nos domínios social, económico e administrativo. Interessou-se, por exemplo, pelo desenvolvimento urbanístico do Porto e para o modernizar criou a Junta das Obras Públicas, destinada a concretizar os planos de melhoramentos para a cidade. É no contexto da acção da Junta que, em 1761, por iniciativa de João de Almada, surge o Plano de Urbanização do Laranjal.

O sítio do Laranjal, ou dos Laranjais, situava-se na parte Norte do Campo das Hortas, precisamente onde agora está a Avenida dos Aliados. Além da Quinta do Laranjal, que deu o nome ao local, havia por ali uma outra, do Casal da Regada. Os terrenos dessas duas propriedades eram sulcados por vários rios e ribeiros. Os mais conhecidos destes cursos de água, além do já referido rio de Liceiras, eram "o ribeiro que vem do Bonjardim e terras da Mitra"; e um que descia "lá do alto de S. Brás" (Lapa) e cujas águas se juntavam em frente à igreja dos Congregados, para formarem o chamado rio da Vila, que corre no subsolo da actual Rua de Mouzinho da Silveira.

Com a urbanização do Laranjal abriram-se algumas artérias, renovaram-se e alargaram-se outras. Uma das que se criaram foi a Rua do Anjo das Hortas, assim denominada em homenagem a S. Miguel o Anjo, patrono do Cabido, que era dono dos terrenos em que se abriu a artéria. A imagem de S. Miguel o Anjo figurava, por isso, nas fachadas das casas. A actual Rua da Fábrica era a antiga Rua da Cruz. Tinha esta denominação por haver nela, erguidas, as cruzes do Calvário Velho. Abriu-se ainda a Rua do Laranjal das Hortas, que depois se chamou simplesmente Rua dos Lavadouros de que resta a parte nascente da actual Praça de D. Filipa de Lencastre. Tudo isto desapareceu para a abertura da Avenida dos Aliados.


Há vários ribeiros no subsolo da Avenida dos Aliados.
A popular fonte do olho do c...

A Avenida dos Aliados começou a ser aberta em 1916, segundo um projecto do inglês Barry Parcker. Dava-se, assim, início a um projecto que vinha de trás e que teve em Elísio de Melo, vice-presidente da Câmara do Porto, ao tempo do início da empreitada, um dos seus mais acérrimos defensores. As obras tiveram início no dia 1 de Fevereiro com a presença do presidente da República que era, ao tempo, o dr. Bernardino Machado. Consistiram no desmantelar do cunhal sudeste do edifício que desde 1819 servia de sede à Câmara Municipal. A última reunião da Edilidade havia-se realizado no dia 27 daquele mês.

Na peça ao lado faz-se referência aos vários cursos de água que sulcam a terra onde se implantou o bairro do Laranjal, primeiro e, posteriormente, se abriu a Avenida dos Aliados. Esses ribeiros continuam lá mas agora devidamente encanados. Houve por ali também várias fontes e a mais popular era a que se situava no Laranjal, junto da desaparecida Viela do Cirne. Tinha um nome pitoresco - "Fonte do Olho do C...", por ficar no fundo de um buraco... Tinha uma só bica e a água caia numa espécie de pia onde os moradores da zona se abasteciam. Curiosamente, é sensivelmente para o sítio onde se situava essa fonte que Siza Vieira projecta construir uma nova fonte, desta vez ornamental. Pura coincidência...


Link:
http://jn.sapo.pt/2005/04/03/grande_porto/as_varias_fases_urbanisticas_antigo_.html


No blog "Avenida dos Aliados" foi publicada uma imagem que datará da segunda metade século XVIII, onde é claramente peceptível a Rua do Almada, a Praça da República e consequentemente os terrenos praticamente vazios que viriam a dar lugar ao conjunto formado pela Praça da Liberdade, Avenia dos Aliados e Praça Humberto Delgado.


Planta do bairro dos Laranjais, um dos primeiros projectos de expansão urbana liderados por João de Almada, aproximadamente no local por onde desfila, hoje em dia, a Avenida dos Aliados e que terminava, a Norte, na Praça da República, antigo Campo de Santo Ovídio.


Link:
http://avenidadosaliados.blogspot.com/search?q=campo+das

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

Link to comment
Share on other sites

O projecto do Edifício dos Paços do Concelho do Porto, da autoria do arquitecto Correia da Silva, à época 1º Arquitecto da Câmara, é de 1916. Por razões económicas, a obra prolongou-se até aos anos 60, embora sempre respeitando a traça original. Deu-se a obra por terminada com algumas simplificações do projecto original: por exemplo, os panos de pedra entre vãos foram inicialmente pensados para receber relevos de Soares dos Reis.

Link to comment
Share on other sites

Gostava de saber o porquê de a CMP ser como é, sendo o projecto da época que é... realmente curioso... deve ter grande influência de uma determinada forma de pensar a imagem política...

Ainda mais curioso deve ser fazer-se um inquérito de rua em que se perguntasse de que época acham que é o edifício da câmara... ia haver muitas surpresas...


Foi construida quando?
Link to comment
Share on other sites

  • 3 weeks later...
  • 3 weeks later...

Please sign in to comment

You will be able to leave a comment after signing in



Sign In Now
×
×
  • Create New...

Important Information

We have placed cookies on your device to help make this website better. You can adjust your cookie settings, otherwise we'll assume you're okay to continue.