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Projecto Jardim de Infância no Porto - ESAP


asimplemind

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Decidi partilhar convosco o projecto final do 3º ano. Trata-se de um jardim de infância que foi projectado no terreno em frente ao conjunto habitacional que tinha feito anteriormente e que se encontra numa zona de transição da cidade onde num dos extremos temos presente a malha do séc. XIX e no resto do terreno a envolvente é toda ela posterior aos anos 70, pontuada por grandes edifícios de habitação.

Passo então à apresentação:

Memória descritiva

O projecto inicia-se com a ideia de um percurso. Um novelo que se vai desenrolando ao longo do chão e que conduz ora à ponta do fio ora ao próprio novelo, cada vez mais pequeno. No projecto do Jardim de Infância o percurso e o tempo de percurso são dois aspectos fundamentais que partiram desde logo da ideia de abstractização dos espaços, criando uma dinâmica a nível de percursos que vão provocar diferentes estímulos. Este conceito parte de uma aproximação à realidade da criança onde os estímulos e a percepção são factores fundamentais para a sua formação. Assim, pretendeu-se conceber o espaço da criança ao longo de um percurso contínuo que lhe pudesse transmitir estímulos durante a permanência e a passagem nestes locais durante os três anos da sua estadia. Os espaços não comunicam directamente entre si, mas através de percursos de acesso, como se de alguma forma o tempo percorrido entre os espaços pudesse ser um meio de aprendizagem e reflexão que a criança iria fazendo sem dar conta, intrinsecamente.

A percepção que temos de um espaço nunca é igual. Ela depende da nossa maneira de estar, da luz, da ocupação que se faz do espaço, ..., assim, foram estes os materiais com que se elaborou o projecto, acreditando que a vivência dos espaços e a sua condição heterogénea possa ser uma mais valia para a educação da criança que, sem preconceitos vive e percorre os diferentes espaços e ambientes.

A abordagem ao local foi feita de modo a criar um encerramento no resto do lote, privilegiando assim um ambiente pacífico no seu interior, ideal para a educação das crianças. À simplicidade e linearidade dos alçados do lote contrapõe-se o jogo de volumetrias e cérceas que acontece dentro do espaço do lote. A mesma ênfase foi transmitida na criação do quinto alçado, a cobertura, já que todos os dias seria vista por dezenas de pessoas (talvez mais até do que os alçados das ruas) que povoam os edifícios envolventes.
Em suma, a criação do projecto do Jardim de Infância torna-se uma obra que, pelo contraste com a envolvente, se mostra capaz de criar frentes de rua, tendo em conta o programa, criando espaços propícios à aprendizagem formal e informal da criança.

Fotografias do Terreno


Organigrama funcional dos espaços



Principais Registos



Desenhos Rigorosos
planta cobertura

planta piso funcional



Alçado da rua



Cortes



Axonometria


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Aguardo então comentários críticos e opiniões sobre o meu trabalho.

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  • 3 weeks later...

em primeiro lugar, vou deixar a minha admiração do trabalho nao ter comentários, cada vez mais perco a vontade de escrever seja o k for neste forum, apesar de só ter tido tempo de criticar os trabalhos agora. Quanto ao teu trabalho acho a abordagem mais válida, pelo menos a que eu faria uma vez que conciliar um programa desses com um lote estrito virado para uma via é complicado.Parece-me bem virares o projecto para si mesmo, no entanto tenho duvidas quanto ao patio com o edificio adjacente uma vez que parece ser um espaço desportivo com rede (numa das fotos) a a relação entre os dois patios nao se percebe como irá acontecer. Só acho que devias explorar dois aspectos, o relacionares mais, massa com vazio, ou seja conseguires o teu fio condutor por entre espaço vazio e cheio, que o vazio nao seja só o que resta mas que tenha um programa próprio, no fundo uma maior qualificação dos espaços exteriores, a outra era o uso da cobertura, em que conseguisses tirar partido de toda a area ao ar livre e protegida da via. Eu identifico-me com algumas opções, só tentaria mesmo explorar mais a caracterização de cada espaço e a relação com os pátios, quanto aos interiores não há muito a dizer, a nao ser que pelo que sei as instalações sanitarias são no interior das salas, e confesso que nao consigo perceber como é que são feitas as descargas para a cozinha, ou do serviço de catering. As claraboias há imenso tempo que ando para as introduzir num projecto, penso que poderias ter tirado mais partido delas, de qualquer maneira sao 5 estrelas.

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  • 4 months later...

Ola, Deixei o meu comentário para agora, pois também estou a desenvolver um jardim de infância... Em primeiro lugar, menciono os aspectos que achei mais positivos e posteriormente os aspectos que a meu ver ficaram por pensar... _A espacialidade criada naquele "corredor" torna-se bastante mais interessante e convidativa com a utilização daquelas claraboias. _As diferenças de cotas ajudam bastante na hierarquização dos espaços e na forma de percepção das circulações. _A iluminação das salas de actividades torna-se bastante interessante, gerando uma espacialidade muito interessante e "colorida"... Depois de ter olhado com mais atenção e sabendo as necessidades e utilizações dos jardins de infância, há aspectos que questiono na tua proposta (não são de todo destrutivas, mas um alerta para quem realizar este tipo de exercicio poder pensar também nestes temas): 1. Inicialmente tinhas mostrado um diagrama no qual as Salas de Actividades tinham um pequeno "anexo" em cada uma delas (que eu entendi como I.S. para cada sala) e estavam directamente relacionadas com o Polivalente mas na proposta final perde-seum pouco essa ideia... Repara que a distância da Sala 3 aos sanitários é enorme... e o que acontece em casos práticos é: "Tenho XIXI, tenho xixi...puff...já fez..." ... a próximidade das I.S. às salas é de fulcral importância... e porque não sub-dividir as I.S. das crianças por cada uma das salas em vez de ter uma bateria de sanitas e lavatórios? :D 2. O polivalente surge como um espaço separado das salas de aula (ao contrário do sugerido no organigrama).. qual a razão para criar um Ginásio ao lado do Polivalente e mais uma sala de música? afinal o Polivalente pode ser mesmo polivalente e reunir condições para suportar diversos usos...condições acústicas, lúdicas...etc... 3. O refeitório tem uma ligação "pouco segura" com a cozinha... atendendo a que o exercicio foi realizado no 3º ano poderia-se entender a não focalização no programa da mesma, mas aproveito para deixar uma reflexão sobre os espaços que esta exige: _(Copas, Espaço de Confecção [fornos, fritadeiras, etc] , Preparação de alimentos em diferentes zonas [carnes, peixes legumes e diversos], recepção de loiça fina...e quanto aos arrumos, também está estratificado por diferentes espaços [arrumos de limpeza, arrumos de alimentos, arcas frigorificas [arca de frios, congelados e pré-cozinhados], zona de cargas e descargas de alimentos e zona de lixos [estas duas com ligação ao exterior])... A nível global, creio que é uma proposta pacífica mas com muitas qualidades espaciais... Desculpem lá o testamento, mas também tenho andado com este tipo de preocupações... Abraços :p

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Basicamente axo o projecto interessante na forma como vinculas o conceito medular de aprendizagem da criança , com a tal aprendizagem sensivel e livre onde cada espaço é descoberto e vivenciado de forma a produzir estimulos. Quanto ao resto o projecto segue uma linha bastante interessante. Ao nivel dos proprios espaços nao é muito perceptivel na propria maquete/desenhos pois a escala/tecnica parece n ser esclarecedora.

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Não vou comentar o projecto a nível conceptual, no entanto a nível técnico posso tecer os seguintes comentários: - Não foi previsto I.S. para pessoas com mobilidade condicionada para adultos... - Falta zona de duches para os alunos, isto é um jardim de infância... muitas vezes as crianças fazem... - As portas dos compartimentos (salas de actividades, ginásios, I.S., etc...) têm que abrir sempre no sentido de fuga, eventualmente, criar uma antecâmara para as portas não obstruirem as áreas de circulação quando abertas...

Quem cria renasce todos os dias...
Agua-Mestra, Lda
Não sou perfeito, mas sou muito critico...

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  • 2 months later...

acho que ja teceram vários comentários construtivos aqui.. não tenho muito mais a dizer.. só reforçar a falta de relação com o pátio que poderia ser melhorada, esse é o ponto crítico na maneira como enxergo o seu trabalho.

segue um exemplo que achei interessante, aqui no Brasil

http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura389.asp

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