Jump to content
Arquitectura.pt


Guimarães | Couros - Campurbis | Varios


JVS

Recommended Posts

Campurbis
Resultado de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho, e num espírito de "Universidade sem Muros", o projecto Campurbis alia a revitalização de uma área antiga da cidade ao mundo do conhecimento. Inovação tecnológica, dinamismo e modernidade são os conceitos-chave deste projecto.


Centro Ciência Viva (antiga Fábrica Âncora)
Coordenação: Arq.º Ricardo Rodrigues/ Câmara Municipal de Guimarães.

A antiga Fábrica Âncora dará lugar a um interface lúdico e educativo, acessível a toda a comunidade, potenciando a compreensão dos processos de transformação e criação de novos produtos e o conhecimento da evolução das técnicas de manufactura em estreita ligação com a ciência e a tecnologia.



Instituto de Design (antiga Fábrica da Ramada)
Coordenação: Arq.º José Manuel Soares / Fase - Estudos e Projectos, S.A.

Através de uma rede de parcerias, formação e inovação, este equipamento perspectiva a criação de uma unidade de valorização e visibilidade do Design como domínio fundamental na anexação de mais-valia à actividade empresarial e produtiva, assim como no fomento e difusão de novas ideias, iniciativas e projectos relacionados com o Design. O equipamento em causa complementar-se-á com o Centro Avançado de Formação Pós-Graduada e a Agência de Design (a criar em paralelo ao Instituto de Design).



Centro Avançado de Formação Pós-Graduada (antiga Fábrica Freitas & Fernandes)
Coordenação: Pitágoras - Arquitectura e Engenharias Integradas, Lda.

O complexo visa fomentar o desenvolvimento articulado da inovação e tecnologia, potenciar a oferta do ensino pós-graduado, captar novos públicos e promover a formação multidisciplinar em função das necessidades e perspectivas do tecido económico local e regional suportado numa estrutura de ensino baseada na dualidade proximidade/ ensino à distância.


Requalificação dos espaços públicos da zona de Couros
Coordenação: Arq.º Ricardo Rodrigues / Câmara Municipal e Guimarães

Intervenção numa extensa área de espaço público, visando o seu usufruto qualificado por quem vive e visita a cidade, estruturada em três grandes domínios: infra-estruturação do espaço quer ao nível das infra-estruturas de suporte (abastecimento de água, saneamento, águas pluviais), quer no que reporta às "novas infra-estruturas tecnológicas" (fibra óptica, etc.), tratamento da superfície e equipamento do espaço com mobiliário urbano e iluminação adequada.



Couros e a Cidade:

De norte a sul do País vários foram os aglomerados populacionais que dependiam da transformação das peles em couros. No que diz respeito à cidade de Guimarães, existem registos documentais que consubstanciam a forte ligação da população às operações de curtimenta que remontam ao séc. XIII.

A Ribeira da Costa/Couros logra o seu nome por nas suas margens se ter instalado um bairro industrial de curtumes, esta é uma actividade que necessita de água em abundância e essas condições foram encontradas nos arrabaldes da vila.

“Nas poças, nos pelames, nos lagares ou nas tábuas de surrar, os curtidores e surradores entregavam os braços ao cumprimento de movimentos ancestrais, longe do horizonte visual dos moradores da zona muralhada de Guimarães, sempre avessos á convivência com os odores provenientes das operações morosas que tornavam as peles imputrescíveis. Era uma aversão sentida, mas consentida porque a actividade constituía uma mais-valia para o conforto e comodidade da vida doméstica, onde a casca de carvalho, após ter libertado o tanino, servia de combustível para a confecção dos alimentos ou para o aquecimento dos lares e constituía um excelente adubo para a fertilização dos solos agrícolas existentes a jusante do núcleo urbano, na Veiga de Creixomil.” (in Comércio de Guimarães, 29 de Março de 2006)

“Em meados do séc. XX ainda laboravam intensamente algumas unidades industriais, onde a transformação das peles em couro obedecia a práticas ancestrais conjugadas com algumas incursões tecnológicas. Em Julho de 1977, o núcleo industrial foi classificado de Imóvel Interesse Público pela, então Direcção-Geral do Património Cultural.” (in Comércio de Guimarães, 29 de Março de 2006)

Em 1980, uma iniciativa conjunta da Biblioteca Gulbenkian de Guimarães e Cineclube de Guimarães com o alto patrocínio do Instituto de Tecnologia Educativa, Fundação Calouste Gulbenkian e Câmara Municipal de Guimarães, dá origem a um filme sobre a Ribeira da Costa / Couros. Embora foquem todos os locais por onde corre esta ribeira a grande incidência desta curta metragem centra-se na Zona de Couros.

No ano de 2001, no quarteirão de Couros, acontece uma primeira intervenção com a construção Complexo Multifuncional onde está instalada a Pousada de Juventude, o Cybercentro e a cooperativa de apoio social Fraterna, com centro de dia e jardim-escola.
É também neste ano que a Zona de Couros fica inscrita, na Lista do Património Mundial da UNESCO, como zona tampão da área classificada. No ano de 2006, nasce uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho – CampUrbis – projecto ambicioso que tem como alvo a recuperação de 10ha de área no quarteirão de Couros – zona da cidade privilegiada pela sua localização central.

Com o projecto CampUrbis abrem-se as portas a novos projectos a desenvolver nesta zona, um deles incide na Ribeira da Costa/Couros. Esta ribeira apresenta-se como um eixo estruturante neste bairro que sempre dependeu da água para a realização da sua principal actividade – indústria de curtumes, com grande prejuízo para o seu bom estado ecológico.
O projecto de Revitalização e Valorização da Ribeira da Costa/Couros apresenta-se assim como um projecto que visa a recuperação ambiental, ecológica e paisagística desta linha de água.

Historicamente este troço da ribeira da Costa/Couros é o mais importante, no entanto, pela sua localização, a ribeira sempre serviu a cidade; umas vezes como local de despejo de esgotos (por isso é que também é conhecida como “merdário”), outras como fonte de água para a rega agrícola, para os tanques públicos, etc.

Como já foi referido, a ribeira da Costa/Couros nasce na Serra da Penha, local importante ao longo dos anos ao nível na captação de água, mais uma vez se constata que desde a nascente este sistema ribeirinho é utilizado para servir a população da cidade. O Parque da Cidade é uma antiga zona agrícola onde o sistema ribeirinho era usado como principal fonte de água para a rega dos campos. Ainda se podem identificar algumas estruturas em pedra que foram preservadas, que se julga serem tanques e/ou bebedouros para os animais.
Á medida que nos vamos aproximando da zona mais urbanizada do percurso desta linha de água, podemos verificar que existem várias indústrias que se foram instalando ao longo das margens do ribeiro, não só as de curtumes, mas também as têxteis. Á medida que a cidade de Guimarães foi crescendo, vários troços deste sistema ribeirinho foram sendo canalizados de modo a satisfazer as necessidades urbanísticas de uma cidade em franco crescimento.
Passando então a zona central do sistema ribeirinho, que é a parte em que podemos identificar maior pressão sobre o sistema, a ribeira encaminha-se para a Veiga de Creixomil.
A Veiga de Creixomil apresenta-se como um dos últimos sistemas agrícolas na cidade, nesta zona a ribeira é ainda utilizada como fonte de água para a rega dos campos agrícolas. As margens encontram-se, na sua maioria, degradadas, a galeria ripícola é inexistente em grande parte pela forma como é praticada a agricultura.

No entanto, é nesta zona e no Parque da Cidade onde podemos identificar uma maior naturalidade associada ao sistema ribeirinho.


REVITALIZAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA RIBEIRA DA COSTA / COUROS


Vagueando pelo solo anónimo do território ou conduzido pela geometria da mão humana, o rio de Couros corre como sempre correu: à procura do seu sol, miragem de um sorriso de criança plasmado na transparência suas águas limpas.

E este é o seu fado: o regresso sem retorno às águas limpas que o projecto agora em causa, feito de desenhos e palavras, intenções e cálculos, promete ajudar a escrever e sentir!

Enquadramento
O Projecto de Revitalização e Valorização da Ribeira da Costa/Couros surge no âmbito do projecto CampUrbis que nasce de uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Escola de Engenharia da Universidade do Minho. Emerge da necessidade de se criar uma plataforma capaz de induzir actividade económica baseada numa ligação entre inovação, tecnologia e artes, ancorada num intenso esforço de formação de recursos humanos.
Apesar de estarmos perante um Projecto muito direccionado para a recuperação arquitectónica (de salientar infraestruturas como o Complexo Multifuncional, do Cybercentro e da Pousada da Juventude), deverá ser sublinhado o carácter estruturante que o estudo do sistema ribeirinho deverá assumir, uma vez que é o principal valor natural presente na área de intervenção.
Deste modo a Revitalização e Valorização da Ribeira da Costa/ Couros apresenta-se como um complemento essencial no processo de revitalização desta área urbana, uma vez que, combina a recuperação/ valorização das zonas naturais, como o Parque da Cidade e a zona da Veiga, e das zonas artificializadas, Hortas, Couros, Alameda Mariano Felgueiras.


Trabalhos Preliminares
Os trabalhos preliminares de recolha de informação/diagnóstico foram realizados exaustivamente e mostraram que são várias as problemáticas associadas a este sistema fluvial, que vão desde a qualidade da água, às cheias no centro da cidade, bem como, problemas de erosão de margens nas zonas mais naturais e assoreamento do leito.
O Projecto de Revitalização e Valorização da Ribeira da Costa/Couros pretende consolidar o espaço urbano, ao mesmo tempo que potencia o usufruto do espaço pela população tornando-se uma mais valia quer em termos urbanísticos quer em termos ambientais. Só com a conjugação destas duas componentes (urbana e ambiental) é possível uma integração sustentável do espaço ribeirinho com a população.
Terá portanto que se garantir, no espaço urbano, o funcionamento dos cursos de água através de medidas apropriadas, sendo que o sistema ribeirinho deve ser visto como um regulador do regime hídrico e depuração biológica das águas de escorrência superficiais.
Devemos também ter presente que a despoluição do curso de água, a regeneração das margens (sempre que possível), e a segurança do leito pela estabilização da galeria ripícola proporcionam uma maior valorização paisagística, lúdica e ecológica, valorizando o espaço público, de modo a torná-lo mais atractivo e qualificado.

Caracterização da Área de Referência
Com vista à caracterização da situação de referência foi efectuado um levantamento cadastral das características físicas e ecológias da ribeira. Para a recuperação ambiental e paisagística, dos troços não impermeabilizados da área de estudo, propõe-se que as soluções tenham como base os princípios da Bioengenharia, tirando partido das potencialidades naturais da ribeira e áreas adjacentes. Desta forma, é assegurada a máxima funcionalidade e longevidade, não só da obra, como do próprio local de intervenção, não contrariando a tendência natural evolutiva dos seus processos dinâmicos, mas sim a orientá-los no sentido dos objectivos propostos.
Este projecto também terá de recorrer a técnicas de engenharia tradicional, com base nas características físicas serão efectuadas simulações hidrodinâmicas, para vários caudais, com vista à definição das zonas prioritárias e à definição das medidas de intervenção associadas. Com base nos modelos de simulação, será comparado o comportamento hidrodinâmico desta ribeira na situação de referência e após a implementação das medidas de intervenção propostas. Serão ainda propostas soluções para a melhoria da qualidade da água na ribeira e incluídos alguns parâmetros caracterizadores da qualidade da água nas simulações hidrodinâmicas efectuadas.

Será ainda criado um centro de educação ambiental, a funcionar no edifício Ciência Viva, onde será mostrado o processo evolutivo da requalificação/revitalização da ribeira. Neste local, poderão ainda ser monitorizados, em tempo real, os parâmetros caracterizadores da quantidade e qualidade de água, em sondas previamente instaladas em algumas secções da ribeira.


OBJECTIVOS:
1. Desenvolver uma gestão ambientalmente responsável da linha de água, promovendo e gerindo a permeabilidade do solo e do subsolo;
2. Preservação de espaços verdes, que se encontram enquadrados na cidade, favorecendo a sustentabilidade e a biodiversidade do sistema natural;
3. Criação de corredores ecológicos fluviais que assegurem a descontinuidade urbanística;
4. Fomentar a utilização pública destas áreas naturais, criando lugares de interface entre as vivências sociais e os espaços ribeirinhos;
5. Renaturalização de áreas degradadas, pertencentes ao sistema ribeirinho;
6. Promover a plantação da vegetação característica das condições do habitat local.
7. Controlo das áreas impermeabilizadas (edifícios, vias e pavimentos);
8. Incrementar, nas zonas urbanas de maior permeabilidade, o uso de revestimentos que conduzam à infiltração;

JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO
1. Estabilização das margens da ribeira nos locais críticos onde a erosão é muito significativa;
2. Manutenção/criação de zonas de lazer, proporcionar a interacção com a população e sensibilizar para a preservação do corredor ribeirinho.
3. Minimização do problema das cheias no centro urbano de Guimarães;
4. Mitigar os efeitos da canalização de vários troços da linha de água (redução da velocidade, erosão);
5. Eliminar as fontes/focos de poluição de modo a atingir o bom estado ecológico da ribeira.


in http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1453188
Link to comment
Share on other sites

Please sign in to comment

You will be able to leave a comment after signing in



Sign In Now
×
×
  • Create New...

Important Information

We have placed cookies on your device to help make this website better. You can adjust your cookie settings, otherwise we'll assume you're okay to continue.