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Arquitectura.pt


Costa Alentejana | Casa Barreira Antunes | Aires Mateus


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Antes de mais bem vindo sisco, já que me esqueci de dizer isso na tua outra mensagem...

Acho curiosa essa tua afirmação, como se os clientes de cada espaço não se apropriassem dele e a arquitectura fosse sempre e para sempre aquilo que estava no dia em que a obra acabou...
Quanto a mim não se trata de ver, ou não, a beleza do espaço vazio, mas antes de tentar perceber como será esse espaço depois da apropriação...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Esses ditos, apesar da sua versatilidade poética, não podem justificar o afastamento da arquitectura da sua verdadeira essência ... acho fundamental essa relação da arquitectura com o tempo, tem de ser usada, estragada e depois renovada ... não é só para resultar em duas ou três fotos para revistas ... essa questão dos rodapés não faz sentido, hoje em dia já existem materiais que aguentam essas "esfregadelas" Pessoalmente, gosto da forma como o projecto foi resolvido ... mais do mesmo? então se for bom qual é o problema ? :icon14:

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Mas este é um fórum de arquitectos para discutir arquitectura? Pensava que sim, mas depois de ler esta thread, fiquei com dúvidas... Reduzir a avaliação dum projecto desta envergadura à falta do rodapé, é confrangedor. Ler baboseiras como: "ah e tal, os arquitectos deveriam viver num projecto deles como punição", é triste. Inveja? Frustração? Como é óbvio, os gostos não se discutem; mas elevar o gosto pessoal a metro de avaliação de qualquer outro projecto, demonstra obtusidade, e má fé.... Custa-vos acreditar que existem pessoas / clientes que: - não passam os FdS num C.C. qualquer, - não vêm televisão, - não vão de férias para Lagos, - não querem saber dos fabulosos destinos do Ronaldo, Nani, ... - gostam de ler livros e ouvir música - ..... e que por isso apreciam, na casa deles, e são receptivas em relação a: - uma sala grande e vazia, sem TV e bibelos vários, - uma cozinha sem rolos de papel à vista e ímans da telepizza no frigorífico, - uma casa de banho com UM frasco de champô e UM de sabão, - .... e que, para dar respostas ás pequenas grandes dúvidas aqui levantadas, não se importam de: - pedir jeitinho à empregada com a esfregona; - pintar as paredes cada dois anos; - .... Eu, felizmente, conheço algumas pessoas / clientes assim.

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Gostei da intervenção :icon_pistoles:... todos esses adereços são efémeros, não podemos reduzir a arquitectura ao impacto visual que o rolo de papel higiénico vai causar com as toalhinhas do chinês ... e a apropriação do espaço não implica enchê-lo q nem um ovo ... realmente existem pessoas (infelizmente poucas) que não estão minimamente identificadas com essa forma de habitar.

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Digo eu que é porque essas pessoas são aquelas que se conseguem apropriar do espaço que lhes foi destinado (quase) tal como era - por alguma razão lhes foi destinado naqueles moldes. Conseguem viver o seu espaço, tido como uma espécie de retiro face à sociedade consumista bla bla bla essas coisas que a contemporaneidade trouxe :p

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sim... isso percebo. mas porque infelizmente? danifica de algum modo o trabalho do arquitecto com esses imans no frigorifico ou papel de cozinha á mostra? pessoalmente não gosto muito desse caos organizado comum em muitas casas, mas não me incomodava que um futuro (possivel;)) cliente meu vivesse a sua maneira... o meu trabalho estaria feito. já agora.. também não percebo o mal de ter uma TV na sala... eu sei que não passo sem televisão assim como adoro ler e ouvir musica.

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O infelizmente, no sentido de serem poucas as pessoas que hoje em dia tenham e vivam a casa para si mesmas. Acho q há uma preocupação excessiva com as combinações/decorações, em detrimento do prazer de ocupar o espaço de uma forma mais natural, preenchendo evidentemente as nossas necessidades e prazeres... muitas vezes a "casa" para alguns clientes, pode ser o resultado de várias colagens, tiradas de uma revista qualquer... tem mais valor um neanthertal que se acomodava e personalizava o espaço numa caverna, do que esses bonecos estereotipados q não sabem o q querem, o q são ou do q gostam... Adoro ver um bom jogo de futebol com a bejeca na mão:icon14:, um bom filme ou documentário, e sobretudo a Lenca do preço certo x( ... Abomino a posição de alguns arquitectos que se julgam superiores, q estão num patamar social e intelectual inatingível, acho q a maioria precisa de alguma descompressão, "chill out" ...

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e que por isso apreciam, na casa deles, e são receptivas em relação a:

- uma casa de banho com UM frasco de champô e UM de sabão,
- ....

.


deves morar sozinho...ou então com o teu pai...
eu não conheço nenhuma mulher que se contente com um frasco de champô e outro de sabonete.:D
A minha já não tem espaço para guardar essa tralha toda... qualquer dia não tenho espaço para tomar banho!

Nós arquitectos criamos anti-corpos em excesso relativamente a certas coisas. Pessoalmente também me dá uma certa urticária quando me deparo com determinadas atitudes ou comportamentos, ou até mesmo com certas pessoas, mas tento não elitizar em demasia.
Ás vezes é difícil, face a certas coisas, mas parece que carecemos de um pouco mais de tolerância (só o facto de estar a referir isto já parece pressupôr que há uma certa inferioridade nesses indivíduos...>:( ) e de menos intelectualização de tudo (temos essa mania. Eu não tenho pachorra).
Ostracizar não me parece a solução. Um pouco de distância servirá (pelo menos no meu caso) mas saber ver essas diferenças também nos faz aprender muito (quanto mais não seja a refinar a nossa "vulgaridade"...).

Mas não me interpretem mal: apesar de não gostar de algumas coisas e até poder catalogá-las como vulgares ou redutoras não quero dizer com isto que não gosto de coisas simples.
Gosto de uma boa caracolada!
Partilho da opinião que as as casas são para serem usadas e sobretudo para serem vividas. Lembro-me quando era criança que tinha um amigo que quase não se podia mexer em casa porque a mãe não deixava. Completamente obsessiva. "Não vás para cima dos sofás! Não passes por cima dos tapetes! Não comas em lado-nenhum-que-não-seja-uma-mesa-no-meio-da-cozinha! Não quero ver brinquedos em lado nenhum!" Entrei em casa dele duas ou três vezes e não me enganou mais vez nenhuma...

Mas há outra coisa que também me deixa sempre um pouco desiludido: quando se apresenta um projecto apenas com duas ou três imagens. Sem desenhos que as apoiem continuo sem saber se o projecto me agrada (em termos de concepção espacial, organização, conexão dos espaços...) para além dos detalhes ou da estética.

Até porque quando chega a altura de discutir um projecto, se fôr apenas baseado em duas fotografias... discute-se o quê? o ângulo? O detalhe mostrado na fotografia?

e outra coisa: clientes que "gostam de ler livros e ouvir música" e não têm TV na sala?
Não gostam de cinema? :)
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  • 1 year later...

Esta casa é muito intrigante. Dos comentários acima quero concordar apenas com os elogios, pois também os faço. Me parece mesmo uma casa aberta à luz, e com isso quero dizer a muitos tipos de luz, e a recebe materialmente, aceita uma tectônica da luz. No entanto me parece fechada à paisagem que a circunda. Gostaria muito de ver fotos da implantação desse prédio, das miradas que tem ou poderia ter. E desse pátio central que não mostram nunca, será que se parece com um claustro? Ou é generoso? Fica a dúvida. Alguém tem esses registros? Mesmo no site dos Aires essa documentação não é farta. Quem sabe os desenhos?

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conheço este projecto e tenho mais informações sobre o mesmo (uma revista qualquer que na altura comprei) mas que infelizmente nao tenho comigo.

esta obre esta, a meu entender, simplesmente, espectacular. é o reflexo moderno das caracteristicas de outrora da arquitectura popular alentejana, usualmente conhecida por montes alentejanos, que tanto em planta como alçados carimba bem as caracteristicas dessas habitações.

tanto o branco que nao agrada a uns, como o caracter fechado que intriga outros, assim como o posicionamento do pátio interior e a aparição de todos os outros espaços que surgem como "células" agregadas umas às outras, mostram bem o espirito que existe em qualquer monte alentejano.

é obvio que todos nós sabemos que não existem pátios no centro de um monte, mas o caracter organizacional, que parte de um centro para "as pontas" é algo vincado destde o tempo dos romanos, que para quem não sabe, foram os introdutores deste tipo de arquitectura.

como se vê, existe muito mais para além do que aquilo que se vê à primeira vista. para quem estudou o assunto, apercebe-se disso e desde já tiro o meu chapeu a esta obra.

eu propria fiz uma tese de mestrado sobre esta temática e garanto-vos que, como arquitectos ou aspirantes que somos deveriamos tentar ver "para além daquilo que se vê".:)

margarida duarte

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A Arquitectura branca, cálida e limpida, é a única que consegue dar uma extensão á luz natural, que as outras simplesmente não conseguem... Daí os espaços de aspecto despido, despojados de adornos desnecessários, que para muitos entoa a frio e impessoal, para outros um complemento indiscutivel á futura vivencia com a mesma casa.

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bem..entre a tinta e a cal, eu preferia a ultima mas sinceramente o aspecto final de acabamento não é igual, obviamente. em relação a nao se usar essa cor em zonas urbanas, estou completamente em desacordo contigo. é tudo uma questao de cultura e respeito. tal como no norte do pais, a cal nao seria usada no revestimento tanto exterior como interior das habitações, a sul essa mesma cor é vital. e ela existe! seja nos montes, aldeias vilas e até mesmo cidades. tanto beja como évora, sao duas cidades, por exemplo, onde o branco está presente em (arriscaria) 80% das habitações feitas (se não for em mais) e esse tipo de acto (artistico ou de vandalismo, cada um decide) não existe dessa forma caprixosa que sugeres. até parece que as paredes brancas são "irresistiveis" quando tal, não é verdade. felizmente ainda existe respeito em algumas zonas do pais para que tal não aconteça em locais desapropriados....

margarida duarte

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Gosto muito da cor branca. Umas das vantagens é, p.e, o ajudar a não aquecer em demasia as casas principalmente no sul do país.;) Estou de acordo com algumas pessoas que aqui comentaram: a arquitectura tem que ser primeiramente funcional. Tem que agradar e ser cómoda para os seus habitantes... como é lógico... B) Infelizmente, existem muitas habitações em que a habitabilidade e a funcionalidade, não são bem pensadas...:) As pessoas que as habitam muitas vezes arranjam as suas próprias formas de remediar o que está mal feito... quando conseguem... Cumprimentos a todos, DreamSpaces Girl

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