Cara Niroda. Eu sou um fervoroso defensor da liberdade individual. No entanto, defendo também que a nossa liberdade termina quando começa a dos outros. Uma coisa é intervir dentro da sua habitação, num contexto privado, em que cada um poderá fazer o que entender, desde que cumpra com a legislação em vigor e as regras elementares de boa coabitação. Ao intervir no exterior da habitação, não só está a intervir numa zona comum (no caso de propriedade horizontal) que não é exclusivamente sua, como está a imiscuir-se num contexto urbano que é de carácter colectivo e como tal deve estar sujeito a protecção especial. Ninguém tem o direito de destruir o que é de todos em benefício próprio. Quando alguém coloca um vaso de flores no exterior da habitação, este simples gesto deixou de pertencer á esfera privada, passou a ter repercussões colectivas. A partir do momento que as flores estão disponíveis para ser admiradas, cheiradas ou tocadas fazem parte integrante da paisagem e da envolvente urbana, que é de todos e por isso deve ser respeitada. Flores sim marquises não!