BSD Posted March 9, 2009 Report Share Posted March 9, 2009 Boas! Eu estava a pensar em seguir arquitectura, mas gostava de saber mais sobre o curso, o que um arquitecto realmente faz, quais as melhores universidades, e um pouco de informação sobre o curso em si. Estava a pensar em entrar na FAUP, mas não faço a mínima ideia de como aquilo é. Agradeço desde já toda a ajuda Link to comment Share on other sites More sharing options...
nunomiguelneto Posted March 10, 2009 Report Share Posted March 10, 2009 Boas... a começar acho que devias ler este texto. Escrito pelo Arq. Nuno Mateus do atelier ARX-Portugal sobre a aprendizagem do arquitecto Aprendizagem do Arquitecto A APRENDIZAGEM DO ARQUITECTO: FRAGMENTOS DE UMA EXPEDIÇÃO In CATÁLOGO DE EXPOSIÇÃO ESAP, JUNHO 1997 A arquitectura enquanto evidência do espírito de uma época, carece hoje de um conjunto de valores partilháveis, estruturantes da cultura de um tempo. Deixou de se poder referenciar a uma matriz unificada. Não significa nem representa o mesmo para todos, reflete antes principios de universos particulares de algum modo restrictos. Neste contexto, a preparação escolar de um arquitecto, por ensino do ofício, embora vital, deixou de ser suficiente, por fomentar uma produção alienada da (porventura lenta) evolução da estruturação social e proliferação de matrizes de referência. O ensino de arquitectura, entre nós, tem optado genericamente por dois modelos distintos: O primeiro consiste na falta de ministração de um modelo, ou metodologia de eleição, numa atitude demagogicamente atenta à multiplicidade dos tempos actuais. Trata-se de uma pedagogia demitida, económica do ponto de vista da docência, que deixa essencialmente os alunos ao liberal abandono. O segundo é o ensino do ofício, que tem como base um modelo fixo. Com evidentes vantagens sobre o primeiro, permite articular uma metodologia que regula o acesso ao aprofundar de questões internas da disciplina. A inviolabilidade do modelo eleito torna-se contudo fundamental para garantir o anterior, conferindo-lhe valores de uma falsamente generalizável dimensão universal. O arquitecto entra então na profissão, para um contexto muito distinto daquele em que é preparado. Isolado num universo específico, de objectos arquitectónicos seleccionados, apresenta-se (ao exterior) como um criador/inventor de contextos. Numa esfera muito distinta situa-se o cliente, não raramente portador de universos diferenciados, constituídos por acumulação de imagens a apartir de uma paisagem visível. A fractura entre estes dois universos parece separar o arquitecto e o cliente de uma distância inalcançável. A resposta mais acomodada (e frequente) a esta condição consiste no reparar dessa fractura, numa “harmoniosa” fusão das duas partes, em que o arquitecto se transforma numa extensão do cliente. Uma atitude essencialmente ilustrativa e acrítica, que reinvidica a utilidade social imediata. Por contraste, aparece a prática que resiste em oposição a esta apróximação. O arquitecto veste o cliente de um papel de aberração cultural, numa espécie de mal necessário e desenvolve a sua actividade de uma forma estanque. Sem o assumir, investe-se como produtor de objectos insulares, que remetem essencialmente a um universo (o seu) pré-definido de objectos de genética comum, ainda que de e para contextos diversos. Trabalhar fora desta geometria operativa abre um inquietante e incomensurável vazio. Responder a situações sempre distintas requer a construção não de um modelo novo de cada vez, mas de um modelo híbrido, suficientemente permeável e mutável, que possa albergar em si tanto de memória (experiência), como de específico e de novo (experimentação). Precisa-se de um modelo que estabeleça pontos de ligação sobre as fracturas, mas que as assuma como necessárias para a evolução deste binómio arquitecto-sociedade. O acto de projecto actual começa por ter que identificar a nova condição de lugar, que já não é simplificável ou redutível às dimensões tangíveis do estritamente físico ou geográfico. É um universo legível, específico, não circunscrito e dinâmico (em transformação). É fragmento, referenciável a outros. A produção do objecto arquitectónico deixou de ser suficiente. Cabe também agora ao arquitecto preparar a sua validade. Mais do que alertar para os perigos, é o dever da escola preparar este caminho. Abraço :) http://nunomiguelneto.tumblr.com/http://canaisdoneto.wordpress.com Link to comment Share on other sites More sharing options...
BSD Posted March 10, 2009 Author Report Share Posted March 10, 2009 Obrigado! Mas quais são os requisitos de arquitectura? Saber desenhar bem e essencial? Link to comment Share on other sites More sharing options...
Argos Posted March 10, 2009 Report Share Posted March 10, 2009 desenhar e essencial, desenhar bem ja e outra historia, nao tens de ser nenhum picasso, no entanto tens de ser capaz de explicitar as tuas ideias atraves de um desenho, mas isso tambem se aprende e nao deve de ser motivo para nao ir para arquitectura. acho que os unicos requisitos sao a vontade de aprender e a capacidade de aprender sozinho (autoditatismo) e digo isto em todos os campos, a profissao tem ume forte componenete multidisciplinar. Link to comment Share on other sites More sharing options...
nunomiguelneto Posted March 10, 2009 Report Share Posted March 10, 2009 claro.... lembra-te que tudo se pode aprender menos a capacidade de criar ideias! :) http://nunomiguelneto.tumblr.com/http://canaisdoneto.wordpress.com Link to comment Share on other sites More sharing options...
BSD Posted March 10, 2009 Author Report Share Posted March 10, 2009 E quais são as melhores faculdades no Porto? Eu estava a pensar na FAUP Link to comment Share on other sites More sharing options...
red sketch Posted April 11, 2009 Report Share Posted April 11, 2009 Em termos gerais e um pouco abstractos, e falando para uma pessoa que vai começar o curso de arquitectura, penso que se pode definir a arquitectura como a arte de criar espaços, relacionando-os com pessoas e envolvente, e para isso precisas de desenhar razoavelmente, de forma a transmitir a tua ideia, mas acima de tudo, e por enquanto, ter bastante imaginação. como disse o Argos, também é essencial estares disposto a aprender sozinho. força! Link to comment Share on other sites More sharing options...
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