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Arquitectura.pt


Lisboa | Centro de arte africana contemporânea | David Adjaye


Peter

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Sim senhora estou a ver que os meninos estão a começar a pesquisar e a divulgar um dos arquitectos mais promissores (tem apenas 42 anos) das próximas décadas! Por isso afirmo mais uma vez , o previlegio que Lisboa tem!:palmas:B)


O tempo do lapis jah lah foi a nao ser que o sr. pertenca a um movimento chamado de :

DEIXEM VIVER O LAPIS AZUL.

:)

Deviamos dar a conhecer outros arquitectos... quais? Nenhum? ;)

Estou a brincar. :)
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Jvs já percebi que gostas de tópicos mais "Torres Vedras", mas o lápis azul és tu que o tens, porque como moderador e gestor de tópicos podes "riscar" e "desaparecer" as mensagens que entenderes!;)


:)

Tenha calma. Julgava que estava a ser ironico.
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  • 2 months later...
http://ipsilon.publico.pt/imagens.aspx/303812?tp=KM&w=298

As obras nas Tercenas do Marquês deverão terminar em 2012

David Adjaye quer abrir a meio da Av. 24 de Julho, em Lisboa, uma "extraordinária praça pública" em redor da qual se vão distribuir os vários espaços do centro para a cultura africana contemporânea África.cont. Num terreno que desce da Rua das Janelas Verdes até à avenida, o arquitecto britânico planeia aproveitar quatro dos edifícios antigos e construir dois novos, naquilo que descreve como "belas justaposições entre a história e o futuro".
Adjaye não pôde vir a Lisboa para apresentação oficial do projecto, a 9 de Dezembro, num jantar no Pavilhão de Portugal, mas explicou as suas ideias através de uma gravação vídeo, na qual mostrou a praça que pretende abrir, ladeada por dois edifícios que funcionarão como espaços de exposição. Daí pode-se ir subindo, passando por outros edifícios: o restaurante, um bar, o auditório. E os jardins. Outra possibilidade é entrar pelas Janelas Verdes, através do Palácio Pombal, que também integra o conjunto.
É neste espaço que deverá começar a funcionar, a partir de 2012, o centro que nasceu de uma ideia do ministro dos Negócios Estrangeiros Luis Amado, à qual aderiu o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e que foi apadrinhada pelo primeiro-ministro José Sócrates.
A motivação começou, portanto, por ser política. O Governo pretende, com o centro, dar continuidade à ideia de que Lisboa é uma ponte entre a Europa e África, ideia lançada com a cimeira UE-África, que se realizou na cidade em 2007. Para Costa trata-se de uma oportunidade para afirmar a cidade como um espaço multicultural, somando o projecto de um arquitecto britânico de origem tanzaniana ao de outros desenhados para a zona ribeirinha por arquitectos de diferentes pontos do mundo.
O nome de Adjaye foi sugerido por José António Fernandes Dias, especialista em arte africana contemporânea e o responsável pela concepção do África.cont. A Câmara pôs à disposição do arquitecto o espaço entre as Janelas Verdes e a 24 de Julho conhecido como as Tercenas do Marquês, uma série de armazéns do século XVIII que se encontram bastante degradados. Foram, no passado, locais para armazenamento de matérias-primas e mercadorias que chegavam à praia de Santos, antes da construção do aterro, no século XIX (tercena, explica o texto de apresentação do projecto, vem do árabe dar-sina'a, e significa fábrica, arsenal, estaleiro).
De acordo com o mesmo texto, sabe-se pouco relativamente às origens e ocupação inicial das tercenas. "Os registos remontam ao início do século XIX, período em que um rico comerciante, José António Pereira, mandou construir o palacete Pombal sobre construções pré-existentes, integrando as tercenas no conjunto da sua propriedade e dando-lhes a configuração que actualmente apresentam: paredes portantes, maciças, de alvenaria húmida de pedra não aparelhada, rebocada".
Em Maio de 2010 o Palacete Pombal e as Tercenas do Marquês deverão receber uma exposição monográfica sobre a obra de David Adjaye.


ipsilon.publico.pt/artes/texto.aspx?id=220058
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O arquitecto britânico foi convidado pelo Estado português para desenhar o África.cont em Lisboa

Foram as casas e os interiores, realizados no final da década de 90, que revelaram o arquitecto David Adjaye. Clientes singulares e disponíveis, provenientes do meio artístico londrino, da televisão e do cinema, propiciaram arquitecturas com certa dimensão de radicalidade, mas também e paradoxalmente carregadas de "bom senso" e pragmatismo. Nessas obras encontraram-se a redução expressiva com uma absoluta informalidade e sensualidade na escolha da organização dos espaços e dos materiais. A tudo isto deve juntar-se o impressionante boom económico (e por isso um boom criativo e optimista) que atravessou Londres nos últimos dez anos e que permitiu aos jovens arquitectos iniciar o seu trabalho com pequenas encomendas privadas.
O panorama arquitectónico britânico não fora conhecido desde os anos 80 pelas melhores razões. Um príncipe Carlos com muitas ideias sobre arquitectura (e um certo fascínio pelo pastiche historicista), arquitectos de gerações mais maduras fascinados pela tecnologia como meio e fim da própria arquitectura (facto hoje conhecido por "high-tech") e uma cultura assumidamente conservadora não facilitaram a investigação e o trabalho às gerações mais jovens. Por isso provocaram uma reacção que procurou fora desse panorama dominante as suas referências. Estas passavam por uma ideia de "resistência" cultural, um interesse renovado por programas públicos de habitação e principalmente uma atenção ao que ocorria na chamada "cultura de rua" (que não é necessariamente cultura pop mainstream).
Aí estava David Adjaye, nascido na Tanzânia, e que está em simultâneo nos antípodas da arquitectura pós-modernista e do high-tech. Trabalhou com David Chipperfield e Eduardo Souto de Moura, arquitectos cuja obra assenta no rigor conceptual e numa síntese radical dos elementos que compõem a construção e que protagonizaram uma alternativa concreta na arquitectura do final da década de 80.
Casa polémica
A casa Elektra, uma antiga fábrica de sapatos em Whitechapel, Londres, com a sua parede cega para a rua, revestida a contraplacado negro, e um interior branco e cheio de luz, marcou o início do percurso de Adjaye. Não sem alguma polémica. Quando esta casa foi capa da publicação do Royal Institute of British Architects os protestos alimentaram a correspondência da revista durante meses. O Reino Unido, apesar do optimismo económico, mostrava-se ainda céptico a uma arquitectura fora das suas convenções duvidosas. Hoje, com obras públicas e privadas em curso na Europa, Estados Unidos e China, o arquitecto David Adjaye desdobrou em três o seu escritório: Londres, Berlim e Nova Iorque.
Mas o percurso de David Adjaye não se caracteriza apenas pelo interesse por um certo tipo de arquitectura alternativa àquela dominante no Reino Unido, já que outros escritórios, que mantêm um perfil discreto, como as duplas Sergison Bates ou Caruso St. John, descendem também desse caminho de "resistência" que remonta até ao panorama pós-Segunda Guerra Mundial. Adjaye estabeleceu desde o início uma relação muito próxima com o universo da arte contemporânea (com artistas cujo trabalho é hoje globalmente reconhecido, como Jake Chapman, Chris Ofili e Olafur Eliasson). Daí resultaram obras como The Upper Room para a pintura de Ofili ou o Pavilhão em Veneza para a peça Your Black Horizon de Eliasson. Estas colaborações revelam-se depois nas obras de Adjaye no rigor com que domina o balanço entre efémero e perene, o trabalho sobre o ambiente interior e o trabalho expressivo sobre a estrutura.
Outra particularidade do seu percurso é ter assumido o papel de divulgador de arquitectura e ter apresentado o programa Dreamspaces para a BBC, o que o tornou uma figura conhecida para além do mundo disciplinar. Em 2005 apresentou o programa de televisão Building Africa: Architecture of a Continent, numa aproximação à sua cultura de origem, e tem hoje em curso uma investigação sobre as condições de vida nas capitais africanas que resultará num livro e numa exposição em 2009. Neste sentido a encomenda do Estado português para um museu de arte contemporânea africana em Lisboa acaba por ser consequente com o seu percurso e interesses.
Da obra construída ressaltam os edifícios públicos que concluiu recentemente: o Museu de Arte Contemporânea de Denver nos Estados Unidos ou o Centro de Artes Visuais Rivington em Londres. São obras muito diferentes nos seus pressupostos e respostas e mostram um arquitecto que não está à procura de expressão ou método que o identifique. Para Adjaye cada projecto parece construir-se isoladamente tirando partido de cada situação e contexto.
Mercados de rua
Os seus trabalhos mais surpreendentes até hoje (para além das casas em Londres) parecem ser as Idea Stores em Chrisp Street e em Whitechapel. São centros cívicos que cruzam serviços de biblioteca e mediateca com comércio, em contextos culturalmente híbridos e menos favorecidos de Londres. Os projectos socorrem-se do ambiente dos mercados de rua que são depois transpostos para uma arquitectura de espaços informais, mas que não abdica de uma sofisticação construtiva e um ambiente intensamente urbano. Para a cidade ficam os prismas de vidros coloridos a azul e verde que lembram os tecidos às riscas das bancas dos comerciantes asiáticos de Whitechapel.


http://ipsilon.publico.pt/artes/texto.aspx?id=220054
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Encontrei mais dados sobre o Projecto.

IMAGENS

http-~~-//img.photobucket.com/albums/v26/Marco77/Projectos_maquetes/africacont_render.jpg

DESENHOS

http-~~-//img.photobucket.com/albums/v26/Marco77/Projectos_maquetes/africacont_planta.jpg

http-~~-//img.photobucket.com/albums/v26/Marco77/Projectos_maquetes/africacont_plantasecortes.jpg

FONTES

http://arquivoexpresso.aeiou.pt/PDF/BookletFinalAfrica.cont.pdf
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=814160&page=2

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  • 1 month later...

A nova sede da AFRICA.CONT

12 Abril 2009

Sobranceiro à margem do rio Tejo, em Belém, Lisboa, um dos locais mais emblemáticos da epopeia dos descobrimentos portugueses, vai nascer um centro cultural que procura estabelecer um diálogo intercultural com os países africanos de língua portuguesa, redescobrir a história de Portugal e reconciliar o País com o seu passado de diáspora. Trata-se da nova sede da AFRICA.CONT, o Centro Cultural Africano, da autoria do arquitecto tanzaniano naturalizado britânico David Adjaye, actualmente um dos jovens arquitectos mais celebrados no mundo e que conhece Portugal por ter colaborado com o arquitecto Eduardo Souto de Moura.

O local escolhido é o Palácio de Pombal, perto das Janelas Verdes e Museu de Arte Antiga , um conjunto notável de edifícios oitocentistas que inclui o Palácio e respectivos armazéns, e que actualmente se apresenta num avançado estado de ruína.

Ao analisar a história cultural, principalmente arquitectónica e económica do local, o arquitecto britânico estabeleceu uma ideia extremamente forte que lhe permitiu desenvolver o projecto: reinterpretou a história dos Descobrimentos Portugueses, recorrendo a uma inversão simbólica do uso dos espaços: no século XVIII o palácio e antigos armazéns funcionaram como contentores de produtos vindos de África para o Império pelos mercadores da época, pelo que actualmente, passarão a ser os contentores da cultura africana, aberta a todos.

Destinado a promover a cultura africana e o diálogo intercultural, o centro cultural procura ser uma "Cidade das Artes" dentro da cidade de Lisboa. Irá albergar actividades como teatro, performance, fotografia, música, dança, cinema e albergará residência de artistas, espaços expositivos, auditórios e um anfiteatro, para além dos espaços institucionais, como escritórios, salas de reunião, etc. Estas actividades e espaços irão ser instaladas nos quatro edifícios que compõem o Palácio de Pombal e nos dois imóveis que se pretende adicionar. É ainda proposta a requalificação dos espaços envolventes existentes para a criação de jardins e um auditório.

O coração desta intervenção é um grande vazio, uma praça, onde poderão funcionar actividades ao ar livre, tão características da cultura africana e tão importantes no modo de estar urbano de vida exterior. Simbolicamente, esta praça pública , por isso aberta e acessível a todos, representa o diálogo inter-cultural que Portugal pretende estabelecer com África, e assumir-se como o país europeu que irá estabelecer pontes com o continente africano.

Tags: Artes, Arquitectura

in http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1199282&seccao=Arquitectura

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  • 3 months later...
No próximo dia 9, o primeiro-ministro José Sócrates irá anunciar a criação do África.cont, um centro de arte africana contemporânea em Lisboa. Um projecto considerado estratégico para a consolidação de Lisboa como espaço euro-africano, explicou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho,. Ou, nas palavras de António Costa, para "perpetuar esta realidade de Lisboa ser a ponte entre a Europa e África".
O anúncio irá acontecer num jantar oferecido por Sócrates, e para o qual estão convidados os embaixadores dos países africanos em Portugal, vários empresários portugueses e africanos e o antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan (presença ainda não confirmada).
O projecto nasce também já com uma morada, revelou José António Fernandes Dias, consultor da Fundação Gulbenkian, especialista em arte contemporânea africana e o homem convidado para conceber o novo centro.
O África.cont ficará instalado nas Tercenas do Marquês, edifício do século XVIII, actualmente bastante degradado, situado no "miolo" entre a Rua das Janelas Verdes e a Avenida de 24 de Julho, próximo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e terá entrada por ambos os lados.
Dado que o espaço, que inclui o Palacete Pombal e três antigos armazéns, precisa de obras, a proposta de Fernandes Dias foi que se convidasse um arquitecto africano. A escolha está feita e David Adjaye (nascido na Tanzânia mas a viver em Londres) tem já pronto o anteprojecto (financiado pela Fundação Gulbenkian), que será apresentado no jantar de dia 9.
"Ele já cá veio ver o espaço, e ficou muito excitado com o projecto", conta Fernandes Dias, sublinhando que Adjaye conhece bem Portugal, tendo estagiado no Porto com o arquitecto Eduardo Souto de Moura.

Informação dada por e-mail pela Anteprojectos
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Só agr é q li tudo...A primeira entrada em cena, foi só para gozar ctg... É sempre uma mais valia Portugal ter uma obra do David Adjaye, mas agora entregam-lhe todos os projectos sobre museus africanos que existem no mundo, não sei se é a melhor política, um pco à semelhança do Libeskind que fez não sei quantos memoriais dedicados à guerra... Beijinhos Galinácea

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  • 1 year later...

Africa.cont ainda não saiu do papel e já custou 570 mil euros

Por José António Cerejo-Público

Sócrates chamou-lhe "prioridade nacional", Costa fez dele uma bandeira, mas não há dinheiro. Em viagens já foram gastos 70 mil euros

PÚBLICO teve de recorrer ao tribunal

Mais 556 mil euros

Dois concertos, uma mostra de cinema e pouco mais

A Câmara de Lisboa já gastou pelo menos 570 mil euros em actividades relacionadas com o futuro centro de cultura e arte africanas Africa.cont, mas o projecto está longe de sair do papel. A construção do complexo que o deveria acolher, nas Janelas Verdes, com custos aproximados de 15 milhões de euros e data de início marcada para 2010, está a aguardar melhores dias. E a fundação que deveria gerir o projecto não passou de uma intenção. A autarquia atribui o impasse deste projecto emblemático de António Costa aos "constrangimentos financeiros" e afirma que "não está em condições" de dizer quando poderá avançar.

"Ao contrário do que se pensa, não são precisos ovos para fazer omoletas", disse o presidente da câmara ao PÚBLICO em Maio de 2009, referindo-se ao Africa.cont. Afinal, os ovos eram mesmo necessários e o orçamento camarário mostra-se agora magro até para as exposições, concertos e colóquios que têm sido programados pelo coordenador do projecto - o professor Fernandes Dias, da Faculdade de Belas-Artes.

Por outro lado, os esperados mecenas e parceiros, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, não apareceram, ou ficaram-se por apoios marginais, como é o caso da Fundação Gulbenkian.

Concebido por Fernandes Dias, em Novembro de 2007, na sequência de um convite de António Costa, como "um centro multidisciplinar e interdisciplinar para o conhecimento de África e das suas diásporas nos seus desenvolvimentos contemporâneos", o projecto foi inicialmente proposto para o Pavilhão de Portugal. Esta localização acabou por ser preterida, ficando apenas para o Pavilhão de Portugal o papel de acolher o jantar em que o Governo, representado por José Sócrates e três ministros, e a Câmara de Lisboa apresentaram o Africa.cont, em Dezembro de 2008.

O evento - que custou 17 mil euros ao gabinete do primeiro-ministro - foi marcado pela definição do Africa.cont como uma "prioridade nacional", palavras de Sócrates, e pelo anúncio oficial de que a sua sede seria instalada no Palácio Pombal (onde funciona o Instituto de Conservação e Restauro José de Figueiredo) e num conjunto de edifícios a erguer ou recuperar nos terrenos municipais contíguos, entre a Rua das Janelas Verdes e a Av. 24 de Julho. O complexo seria projectado pelo arquitecto anglo-tanzaniano David Adjaye e incluiria o aproveitamento dos edifícios degradados das Tercenas do Marquês, que serviam de armazéns ao Palácio Pombal.

Um projecto informal

O estudo prévio feito por Adjaye ficou pronto em Março de 2009, foi pago pela Gulbenkian (65 mil euros) e obrigou a câmara a gastar 14 mil euros com o levantamento topográfico. A obra tinha um custo estimado de 15 milhões de euros, sem o apetrechamento dos edifícios, nem os vastos espaços exteriores, e deveria abrir em 2012.

De acordo com o gabinete do vereador Manuel Salgado, o financiamento caberia a "entidades privadas e estatais, sendo intenção da câmara entrar apenas com o valor patrimonial do conjunto edificado". Para o funcionamento do projecto, que seria gerido pela Fundação Africa.cont, a criar em 2008, previa-se uma despesa anual de quatro milhões de euros. Com o objectivo de assegurar a consolidação da imagem do futuro centro cultural, enquanto não fosse inaugurado, seriam realizadas diversas iniciativas culturais propostas por Fernandes Dias, informalmente designado por António Costa como coordenador do projecto. Para concretizar a programação, a financiar pelo município, foi criada uma equipa, também informal, composta por dois técnicos superiores da autarquia, dirigidos por Fernandes Dias. Este não tem qualquer vínculo formal com a câmara e, segundo o próprio, não aufere qualquer remuneração.

Desde o jantar do Pavilhão de Portugal até agora foi feito o estudo prévio dos edifícios, mas nada mais avançou. "Devido aos actuais constrangimentos financeiros não foi possível dar andamento ao desenvolvimento do projecto de reabilitação das Tercenas do Marquês (...), nem estamos por ora em condições de dizer quando poderemos avançar", disse ao PÚBLICO, por escrito, o gabinete de Manuel Salgado.

A nota refere que "a actual conjuntura não é propícia ao encontro de parceiros nacionais e estrangeiros" e diz que a câmara "está convicta" de que "será possível a prazo reunir um conjunto de investidores que, conjuntamente com a autarquia, façam avançar a iniciativa".

Apesar de o projecto estar parado e terem sido feitos numerosos cortes na programação anual proposta por Fernandes Dias, a câmara já gastou com ele, desde o fim de 2008, mais de 570 mil euros. Deste valor, que poderá ser superior e que o PÚBLICO apurou pelo cruzamento de documentos de despesa facultados pelo município com os dados constantes da base de dados dos ajustes directos (www.base.gov.pt), a maior parte foi gasta com espectáculos e exposições. E cerca de 70 mil euros foram despendidos em viagens de convidados do projecto e do seu coordenador.

Promover o que não existe

Segundo a documentação disponibilizada, Fernandes Dias fez oito viagens ao estrangeiro (quatro a Espanha, duas a Inglaterra, uma ao Brasil e outra à Costa do Marfim) em serviço do projecto, pagas pela câmara, além de duas em que foi convidado de outras entidades (Itália e Argélia). Em algumas destas viagens, justificadas com as necessidades de divulgação internacional do Africa.cont e com os preparativos da programação anual, foi abonado com despesas de representação, tal como previsto na lei.

"Muitas vezes sinto o desconforto de andar a promover uma coisa que não existe e que não sei se alguma vez existirá", confessou Fernandes Dias ao PÚBLICO, garantindo que não tem nenhum prazer em viajar e que para ele "férias é ficar em casa". O que vale, frisou, é que o presidente da câmara lhe diz sempre para continuar, "porque o projecto é para avançar". "Se não fosse isso eu pensava duas vezes."

in http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=814160


Câmara de Lisboa entra na Frente Tejo para garantir Africa.cont e acompanhar projectos

In Público (12/1/2011)

Por José António Cerejo

«Construção do centro de arte africana vai ser entregue à sociedade de capitais públicos na qual o município ficará com uma participação de 50 por cento

A Câmara de Lisboa e o Governo estão a tentar encontrar uma solução que evite o colapso do projecto Africa.cont por falta de mecenas e meios próprios da autarquia. Para isso foi já negociada a entrada do município no capital da Frente Tejo, uma sociedade de capitais públicos que, de acordo com o decreto que a criou em 2008, se extinguiria no fim deste ano.

A proposta referente a este projecto vai ser hoje discutida e votada na reunião de câmara, devendo ser depois submetida à aprovação da assembleia municipal. De acordo com o documento assinado pelos vereadores do Urbanismo e das Finanças, Manuel Salgado e Maria João Mendes, a operação passará por um aumento do capital da Frente Tejo, de cinco para dez milhões de euros, a subscrever integralmente pelo município.

Metade deste valor será realizado em dinheiro, correspondendo o restante a um conjunto de edifícios e terrenos municipais situados entre a Rua das Janelas Verdes e a Av. 24 de Julho - os quais serão entregues à empresa para que esta aí construa a sede do centro de arte e cultura africanas designado Africa.cont, avaliada em 15 milhões de euros. Para que a ideia se concretize, o Governo terá de alterar o decreto que fixou as áreas de intervenção da Frente Tejo, que nada dizia sobre esta zona, e terá de revogar a norma que impunha a sua extinção no fim deste ano.

Para lá da atribuição do desenvolvimento do Africa.cont a esta sociedade, a entrada da autarquia no seu capital é justificada com a possibilidade de assegurar a sua participação nos restantes projectos que a empresa tem em curso na frente ribeirinha.

No início de Novembro, Manuel Salgado disse ao PÚBLICO (ver edição de 7 deste mês) que estava convicto de que "será possível a prazo reunir um grupo de investidores que, conjuntamente com a autarquia, façam avançar" o Africa.cont.»


in http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=814160

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