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Entrevista de Souto Moura ao Expresso


adolf loos

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"Caiu-se num arraial"

O arquitecto Eduardo Souto de Moura é incontornável para todos os que apreciam arquitectura e não só. Em Setembro, representa Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza. Em entrevista ao Expresso, revela as suas principais preocupações e expectativas do mundo da Arquitectura em Portugal.
Quarta, 10 de Setembro de 2008 às 9:55
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Texto de FERNANDA PEDRO

Em que estado se encontram os nossos centros históricos?

Houve algumas coisas que foram feitas, também não se pode dizer que foi tudo mau e criticar tudo. Da parte das câmaras de Lisboa, independentemente dos partidos, tem já havido uma certa apelação a isso, a uma libertação de burocracias - e do Porto também. Estou convencido que faltam duas coisas para finalizar o bolo com a cereja em cima. Há uma parte da legislação que tem de ser alterada e tem de existir maior pragmatismo para duas coisas, que é a instalação de elevadores e abrir os rés-do-chão para garagens. Isto é, os centros históricos eram ambientes para uma população mais idosa que saiu. Hoje, é grande atractivo para uma nova geração. Essa nova geração vive lá, vai ao supermercado e não pode trazer as compras até ao 4º ou 5º andar pelas escadas, cheia de sacos, e ainda por cima deve parar o carro à porta para descarregar e depois ir estacioná-lo a meio quilómetro de distância. É necessário transformar alguns quintais nas traseiras, de tantos em tantos edifícios em garagens, para que as pessoas fiquem com os carros relativamente perto. Mas não é transformar a cidade para os carros, o Metro já resolve muitas destas questões do acesso. Este tipo de soluções já foi ensaiado em cidades europeias. Outra questão: esta operação para recuperar os centros históricos chegou a Portugal quando se levantava a crise internacional e que depois por sistema dominó chega ao nosso país; então as peças vão caindo. No fundo, o que falta é o dinheiro para investir. Aqui no Porto é pior, porque o ambiente é a crise da crise. É talvez a cidade mais preocupante de Portugal porque tem o maior número de desempregados e instalou-se um certo adormecimento provocado por essa crise. As pessoas estão a aceitar essa situação, o que leva a que a nível de iniciativa em relação ao resto das cidades portuguesas o Porto esteja em último. Só no futebol está em primeiro. É preocupante, todos dizem que a cidade é lindíssima, e é, património da UNESCO, e precisa de uma progressão financeira de outra maneira. Não pode ser a que está - estão muitos estrangeiros a investir, quebrou-se a fronteira da baixa decadente e que ninguém vai para lá e não se investe nada. Mas neste momento já existe alguma coisa na Avenida dos Aliados, mas isso é um bocado a jóia da coroa e a cidade não são monumentos e peças, tem de ser um todo onde haja quarteirões anónimos com livrarias, cafés, galerias de arte.

Acredita nas Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU)?

Acredito, preocupam-me algumas coisas mas não as SRU. O que me preocupa muitas vezes são os resultados dos projectos. Não queria que esta aceleração levasse a um aligeiramento dos critérios de recuperação. Acho um erro que muitos edifícios com estruturas de madeira, tectos e escadas, sejam demolidos para serem feitos em betão. Quando está tudo em ruínas, sim senhor, faz-se em betão, que é muito seguro. Há um património que não são só fachadas. Há um património interior, existem escadas de sucupira, tectos pintados, portas com 3,5 metros pintadas a tinta de óleo, interruptores de porcelana. Depois existe outra questão, que é haver um incentivo da manutenção. Existe um aligeiramento dizendo que os caixilhos podem ser de alumínio pintado e de PVC, que ao longe ninguém nota, parece madeira, mas põe-se a mão e é quente. Não é uma questão de temperatura mas um problema de carácter. Os edifícios naturalmente têm de ser recuperados, porque são património e têm de ter a sua identidade própria. Dizem que sou um poeta.

Como vê a arquitectura actual?

Não vejo mal. Estou muito preocupado com muitas coisas em Portugal. Mas a arquitectura é um grupo profissional que tem cumprido os objectivos. Não é por acaso que a arquitectura portuguesa é bem tratada no estrangeiro, como outras disciplinas. O que é certo é que os arquitectos portugueses são convidados para dar aulas nas universidades estrangeiras, e não são dois ou três mas muitos. Sei que muitos ateliês estrangeiros aceitam todos os anos arquitectos portugueses na sua renovação de estagiários. E temos muitos arquitectos que têm obra lá fora, já não falo no Siza, que praticamente só trabalha no estrangeiro, mas um Carrilho da Graça, um Byrne, um Mateus, eu e uma série de profissionais que trabalham lá fora. E internamente acho que há uma geração - considero que não existe a geração rasca, foi uma frase muito infeliz -, sou optimista porque vejo que há uma geração antes dos 50 anos, a dos 40, muito boa. É difícil ser arquitecto aos 30, porque é preciso ganhar lastro, não se abre um escritório de arquitectura e depois as pessoas tocam à campainha a dizer: quero fazer um prédio. A geração dos 40 tem imenso valor, basta ver nas revistas e nas exposições que estão a construir lá fora. Tenho muitos ex-alunos que estão a trabalhar lá fora. Nesse aspecto vejo que existe uma qualidade acima da média em relação ao resto da Europa. Posso dizer, sem ser patriota, 10 nomes de muitos bons arquitectos portugueses que estão ao mesmo nível dos melhores da Europa, e em muitos países europeus não consigo encontrar esse número - talvez três ou quatro com o dobro ou o triplo da população. Agora, isto não é um mar de rosas, as condições de trabalho para esses arquitectos em Portugal são difíceis e muitas vezes se eles trabalham para fora não é só pela honra de ter sido escolhido mas também por uma questão financeira. A crise chegou à construção civil e chegou também aos arquitectos e engenheiros. E as condições de trabalho de muita gente, posso dizer que são degradantes. Não é o meu caso, mas são obrigados a fazer projectos a um preço que das duas uma: ou aldraba, não faz o que deve fazer e muita gente honesta não consegue fazer isso, ou trabalha em actividades paralelas, como nos 3D e maquetas, e vendem os seus serviços como se fosse uma empresa comercial, porque o próprio projecto de arquitectura não dá dinheiro. Isso deixa muita gente aflita, a dar aulas, muitos a emigrar e outros a ir para Lisboa, como eu, porque aí é que há o pouco trabalho que existe em Portugal.

Acha que a internacionalização da nossa arquitectura, com nomes como o Siza ou o seu, é que tem motivado os jovens a escolher esta profissão?

A arquitectura entrou em moda aqui há uns anos. Foi uma profissão emergente. Quando disse que gostava de pintura, foi uma reacção lá em casa, pintores nem pensar, que morriam de fome. O que não é bem o caso - hoje um bom pintor leva mais por um quadro que um projecto de arquitectura. Uma família conservadora como a minha disse: não vais nada para pintura mas para arquitectura. E a arquitectura era uma coisa que não se sabia bem o que era. As pessoas não chamavam arquitectos, ainda hoje está por fazer a lei, o famoso 73/73, que felizmente penso que agora vai para a frente. Em que os projectos de arquitectura são para os arquitectos, as doenças dos olhos devem ser tratadas por oftalmologistas e não por oculistas. Os engenheiros têm a função de materializar e fornecer caminhos e métodos aos arquitectos, mas não têm a formação cultural para desenhar edifícios. No meu entender, da mesma forma como nós por intuição podemos construir um edifício que não caia, mas se calhar gastamos muito ferro por medo, o que não é conveniente. Cada um deve ter o seu papel e trabalhar em equipa. Mas, de repente, a arquitectura foi uma profissão emergente. Tal como outras que estão a acontecer agora, como a fotografia. Os arquitectos paisagistas também eram de recurso e o mesmo se passava com os arquitectos. Até quando fui chamado para o Metro do Porto, no princípio estava rodeado de engenheiros e quando dava uma sugestão, diziam-me: 'Você vai escolher os azulejos, deixe-se estar sossegadinho'. E depois não foi nada disso, perceberam a utilidade e fiz quase todas as estações. Isso mudou, o Siza teve o papel muito importante nisto tudo. O Teotónio Pereira, em Lisboa, e o Távora, no Porto, prepararam o terreno para que aparecesse o Siza, que realmente mudou a arquitectura nacional, fazendo dele uma figura pública. Ele contribuiu para essa alteração e é uma espécie de Figo, de herói. Muita gente nova foi atraída por essa imagem, um português que ganha o prémio Nobel da arquitectura e recebe a medalha de ouro do imperador do Japão. Isto cria uma atmosfera que leva a que os miúdos, no fim das conferências, venham pedir autógrafos, como se fosse uma banda de "rock" e, claro, se não dou dizem que sou um parvalhão e, por outro lado, aparece a crítica a dizer que o Souto de Moura dá autógrafos como um roqueiro. Mas isso dá uma imagem do arquitecto que não é bem assim. Está a cair-se num arraial, e há pouco trabalho para os 16 mil arquitectos, não é fácil.

Pensa que a nova direcção da Ordem dos Arquitectos pode dar alguma ajuda e criar medidas para isso?

Sou presidente da Assembleia e não tenho muita disponibilidade, mas quando aceitei foi exactamente para acabar com esta telenovela do 73/73 e definir de uma vez por todas o que cada um pode fazer. O problema aqui é que hoje existe uma maneira moderna de trabalhar na arquitectura que mexe com os sentimentos. Um arquitecto não precisa de imensa informação, mas precisa de saber custos, os materiais que vai usar, precisa de trabalhar com engenheiros de mecânica para os edifícios não custarem balúrdios em manutenção e energia, precisa de encontrar um sistema construtivo mais adequado. Necessita de uma equipa de engenheiros. Eu e toda a minha geração trabalhámos com os engenheiros desde o primeiro dia. Sou incapaz de ir ver um terreno para fazer um concurso ou um projecto novo sem eles. Não é o artista que leva um cavalete e medita para ver se o sítio lhe dá inspiração. Não é inspiração mas transpiração. É chegar a um sítio e o engenheiro diz-me: foge daqui que existe um curso de água. Começa logo no início um espoletar de soluções, e essa dicotomia que se inventou e que não é real entre alguns engenheiros e arquitectos não sei como começou e devia acabar. É um problema de inércia. Por isso aceitei este cargo para ajudar e tenho falado com o primeiro-ministro, ministros, secretários e deputados. E todos eles dizem que sim, mas que leva algum tempo.

O que é necessário mudar na arquitectura?

O problema número um para mudar: não se pode continuar a fazer projectos com os prazos que os clientes nos impõem. Não é que não se consiga, o que se faz é mau. Copia-se tudo lá de fora, por que não se copia isso? Por exemplo, um projecto importante, num sítio importante, onde todos vão ver durante anos, que vai afectar muita gente, que custa muito dinheiro, e cá dão-nos um prazo de três ou quatro meses? Tudo atabalhoado. Depois diz-se: a obra resvalou. Uma mentira. O Estado e os clientes gostam de mentir a eles próprios. O português gosta de ser o 'chico esperto'. A arquitectura é uma arte social que desenha espaços, mas a coisa mais importante para desenhar espaços é o tempo. É mais importante o tempo na arquitectura que o espaço. E lá fora, os projectos demoram o que for preciso, um ano, dois. E, se forem coisas complicadas em sítios públicos muito importantes, levam três anos, porque há um período de debate com maquetas, todas as câmaras têm um "stand" com os novos projectos, as pessoas fazem sugestões, vêm os partidos, as juntas de freguesia e o arquitecto vai anotando e mudando. E quando está tudo decidido, a construção é muito cara e então é tudo detalhado ao milímetro e ninguém pode falar, nem o arquitecto pode ir à obra para não baralhar tudo. E a obra tem de andar muito rapidamente, seis ou sete meses. Aqui é ao contrário. Ou há eleições, ou porque vai chover no Inverno e é preciso começar no Verão, ou porque vamos perder a verba da UE, os projectos são mal feitos. E como são mal feitos, têm pouca informação, levam o dobro do tempo. Depois há improvisos e isto dá um dispêndio de energia e financeiro brutal. E o Estado tem de dar o exemplo e não pode entregar obras de arquitectura por concurso ao mais barato, que é o que faz. O Estado tem de exigir o número de peças, de desenhos e de informação que estava legislado pelo Ministério das Obras Públicas (MOP) e que neste momento liberalizou - cada um entrega e leva o que quer. Chegando ao ponto de me pedirem para fazer um palácio da Justiça e perguntarem quanto levava. Eu respondi: levo de acordo com a tabela do MOP. E disseram-me: mas o Ministério da Justiça não segue a tabela do MOP, queremos 20 a 30% de desconto. A partir daí estava tudo dito. Não aceitei fazer o projecto por uma questão de princípio, nem era pelo dinheiro. Quando chegamos ao ponto em que o próprio Estado mente a ele próprio, não vale a pena. Este é o problema principal, porque isto degrada. Porque as pessoas gostam de fazer arquitectura, submetem-se a condições incríveis, e como não são super-homens nem super-mulheres, os projectos sofrem e nem sempre são bem feitos. Por isso também estou na Ordem dos Arquitectos porque tem de existir uma nova legislação e vai ser muito difícil. Por exemplo, a Europa liberalizou e a Bélgica não aceitou este estatuto e levou uma repreensão da Comunidade Europeia. Os arquitectos andam entusiasmados com as formas e pensam pouco nisto, mas acho que é fundamental arrumar a casa. O cliente, os bancos, as pessoas que têm dinheiro, os construtores, os projectistas, estabelecem as regras do jogo. Com um baralho de cartas posso jogar à sueca, bisca ou canasta, mas tenho de saber o que vou jogar. E eles também. O importante são os projectos serem mais bem pagos, até já me contento com a tabela existente, mas que seja aquela, e a seguir tem 10 a 20 páginas a dizer: pagando este tanto, o projectista terá de fazer isto, isto, etc, e de certeza que os projectos ficam melhor. Os projectos são divididos em quatro fases: programa base, estudo prévio, anteprojecto e projecto de execução. Obriga a revê-los quatro vezes, a fazer maquetas quatro vezes e, nas últimas duas fases, a entregar orçamentos e saber na fase final se o projecto fica muito caro ou barato e rectificar para melhorar. Ontem pediram-me para fazer um projecto num mês. Não merecemos isto. A questão do tempo dos projectos é o principal. E há outras coisas que se arrastam, como por exemplo ter-se uma tabela e ser-se melhor remunerado. Porque, no fundo, os arquitectos não falam muito nos honorários, mas eu falo muito. Porque como me reduzem o tempo, e como é pouco tempo, mesmo que o pagamento seja mau, dá ela por ela. Mas não pode ser,,,

E todos dizem que o Estado é mau pagador...

É um ciclo vicioso: como o Estado não paga, os privados também não. Porque o privado diz que não tem reembolso e isso é uma bola de neve.

http://aeiou.bpiexpressoimobiliario.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ei.stories/201

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Mais do mesmo, sempre o mesmo discurso, como se a vida lhe corre-se mal, a sensação que se tem é que o Eduardo vive uma realidade virtual. Os verdadeiros problemas da arquitectura não são os convites de concursos internacionais e encomendas directas e ainda critica o seu país por lhe dar trabalho e prazos curtos, enfim tem a barriga cheia! A mim irrita-me este tipo de discurso de coitadinho, sabendo que colegas estão a fechar gabinetes porque não existe trabalho isso sim é o verdadeiro problema da profissão.

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Gupyna o eduardo, como tu lhe chamas, é único arquitecto que se digna a sair do seu buraco de trabalho farto e criticar os problemas da profissão. aliás, ele critica prazos, orçamentos,descontos pó estado, os problemas dos jovens arquitectos em terem de sair ou fazerem renderes... vês mais alguém a fazer isto? os outros só falam dos seus projectos e do enorme gosto que têm por outras coisas, o eduardo fala disso e do resto...... o problema dos arquitectos é não haver trabalho? chama-se crise meu amigo, toca a todos, aqui, lá fora...queres que o souto diga o que? "olhe, eu por acaso ainda tenho trabalho, sou bom,claro que todos me preferem aos outros...trabalhem o mais que possam para ser tão bons como eu e apanhem o pouco trabalho que há" cresce miudo, é a realidade, vive com ela e não deites a culpa aos bons mas aos que se vendem por 1% dos honorários devidos.

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Eu trato o Souto Moura por Eduardo porque conheço-o pessoalmente e já tenho discutido várias vezes com ele sobre varias questões relacionadas com a arquitectura e não só, e por isso já conheço o discurso oficial para os jornais e estudantes e o discurso para colegas arquitectos. Mas como me chamas-te miudo só tenho de agradecer-te, é sinal que estou bem conservado, obrigado! Espero kwhyl que fiques esclarecido ainda que não estou a criticar a arquitectura mas sim o pensamento do Eduardo em alguns pontos da entrevista, e como temos de ser pragmáticos eu foquei sempre o que me parece ser um discurso repetitivo e sem soluções, do genero "eu conheço os problemas dos outros mas o meu é mais importante!"

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e eu chamei-te miudo não porque te conheça, ou por seres velho ou novo, mas por carinho... ó pa, se conheces o eduardo fico contente por ti, eu gostaria de o conhecer e de saber realmente o que ele pensa das coisas... mas o eduardo não te consegue encontrar soluções e por isso limita-se ao seu discruso repetitivo, claro, mas é o único que tem um discurso repetitivo. é o único que não se limita a explicar o maravilhoso espaço que projectou e os poderes do desenho. parece-me a mim, e tu dir-me-as se estou enganado, que ele se preocupa mesmo com a classe, a profissão e os seus problemas....é o que eu sinto e eu leio tudo de todos, todos se preocupam com o espaço, o ordenamento do territótrio, a dificuldade de encontrar bons executantes para poderem materializar a sua fabulosa ideia...este fala-nos de remuneração, e dos concursos mafiosos, da fantasia com que entram os putos nas escolas de arquitectura compreendo que seja um discurso "arranjado" para a imprensa, mas agradece-lhe isso por mim, por ser o único que o faz

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e eu chamei-te miudo não porque te conheça, ou por seres velho ou novo, mas por carinho...

ó pa, se conheces o eduardo fico contente por ti, eu gostaria de o conhecer e de saber realmente o que ele pensa das coisas...

mas o eduardo não te consegue encontrar soluções e por isso limita-se ao seu discruso repetitivo, claro, mas é o único que tem um discurso repetitivo. é o único que não se limita a explicar o maravilhoso espaço que projectou e os poderes do desenho.
parece-me a mim, e tu dir-me-as se estou enganado, que ele se preocupa mesmo com a classe, a profissão e os seus problemas....é o que eu sinto
e eu leio tudo de todos, todos se preocupam com o espaço, o ordenamento do territótrio, a dificuldade de encontrar bons executantes para poderem materializar a sua fabulosa ideia...este fala-nos de remuneração, e dos concursos mafiosos, da fantasia com que entram os putos nas escolas de arquitectura
compreendo que seja um discurso "arranjado" para a imprensa, mas agradece-lhe isso por mim, por ser o único que o faz


Porra pah,

Estiveste muito bem!!! Concordo 100%!!!


Por acaso eu farto-me de ler jornais e revistas e o que é certo é que nenhum defende tanto a classe como ele, é a verdade nua e crua!!!
Mesmo que tenha esse discurso ensaiado é sempre bom que ele vá relembrando os gravatas desta ré-pública das bananas!!!

P.s. Gostaria de o ter como professor mas parece-me que não seja fácil...:rolleyes:
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a maior parte das vezes os grandes arquitectos não são os melhores professores. ou porque não têm apetência para tal ou porque não tão pa se chatear porque têm de gerir os seu atelier que é o que gostam\precisam de fazer. falo por experiência própria. há grandes professores na FAUP, não sei se os melhores, não conheço os outros, mas esses grandes ensinadores ou são apenas bons arquitectos que têm um atelier porreiro mas não são do star sistem,revistas e aquelas tretas que os caracterizam como o topo, ou não têm atelier de todo. o souto é daqueles que não tem paciência e tempo para dar aulas, ainda bem...

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O Eduardo Souto Moura para quem quiser ser aluno dá aulas (tipo seminário/professor convidado) na ETH de Zurique (Suiça). Por isso não é fácil. Por falar em Lusiada, segundo o próprio, a do Porto já fez o convite e por uma questão de agenda (se não dormisse talvez tivesse umas horas) não aceitou, e para descansar a malta das privadas o motivo não foi por ser Privada!

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o Souto foi "regente" de projecto 4 à uns anos na faup, creio que nunca o vi por lá...depois saiu no ano seguinte, uns diziam por não concordar com o tema de projecto, outros por a filha ser aluna nesse ano...por mim acho simplesmente que não teve tempo e paciência, o que concordo, e admiro o Siza também era "regente" de TGOE, mas ainda bem que era o Graça Dias que dava as aulas... Quanto á Lusiada, bem, já é a segunda, também se dizia que ia pa ESAP...se mais privadas houvesse no Porto mais propostas chuveriam...e eu até admiro a ESAP, não tou em ironia agora que parece que vai abrir uma sucursal em Lisboa, pode ser que a autónoma o chame para o tachozito junto daqueles que lhe dão nome mas não poem lá o **

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Pelo menos já começa a haver, da parte de algumas estrelas, um discurso para lá do seu umbigo. E ainda ele não falou, porque a maior parte da sua obra é de promoção pública e, portanto, isenta de licenciamento, do que passam os que dependem do carimbo do colega da câmara. Que muitas vezes, porque também tem o seu atelier, portanto, o nosso trabalho é, muitas das vezes, avaliado pela concorrência.

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  • 2 months later...

Hipocrisia? A verdade é que fiquei chocado com a entrevista ao expresso deste senhor. Pois fala em dificuldades para os jovens arquitectos, mas a realidade é outra, sendo um atentado à honestidade intelectual e não só de qualquer pessoa. Foi me dito que um recem licenciado para estagiar com o tal senhor, parece que pagou 500 euros mensalmente. Trabalhar para os outros e pagar ainda para isso? Sim parece ser uma atitude coerente e aplicavel à altura da escravatura. É este discurso coerente com tal atitude? É isto uma protecção aos jovens recem licenciados, não digo só em arquitectura, mas em todas areas, pois o sistema é o mesmo, como de uma árvore que seca tudo em volta se tratasse. Quanto á entrevista parece me revestida de um enorme cinismo.

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;):palmas:

Hipocrisia?

A verdade é que fiquei chocado com a entrevista ao expresso deste senhor. Pois fala em dificuldades para os jovens arquitectos, mas a realidade é outra, sendo um atentado à honestidade intelectual e não só de qualquer pessoa. Foi me dito que um recem licenciado para estagiar com o tal senhor, parece que pagou 500 euros mensalmente. Trabalhar para os outros e pagar ainda para isso? Sim parece ser uma atitude coerente e aplicavel à altura da escravatura. É este discurso coerente com tal atitude? É isto uma protecção aos jovens recem licenciados, não digo só em arquitectura, mas em todas areas, pois o sistema é o mesmo, como de uma árvore que seca tudo em volta se tratasse.
Quanto á entrevista parece me revestida de um enorme cinismo.

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  • 2 months later...

Kwhyl, Quando te referes aos professores que dão nome à autónoma mas não põem lá o rabo estás a pôr, entre outros, o nome do Graça Dias em causa, que pelo que percebi é um arquitecto e professor que admiras. A não ser que queiras especificar essa farpa, parece-me pouco justo que deixes no ar essa acusação, até porque tanto quanto sei não há grande falta de assiduidade pelo corpo docente na UAL.

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ó urbano, não faço a mínima ideia se o graça dias ou os outros põem o ** na ual, nem me está a interessar. fico feliz que sim, pois a tua faculdade tem grandes nomes a dar aulas, como tal, nessa parte, grandes condições para se tornar na faculdade de referência em Lisboa, e no país... "a não ser que queiras especificar essa farpa" não me merece nenhum comentário

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óptimo então. Mas continuo a achar que se não fazias a mínima ideia se os profs vão ou não à faculdade dar as aulas, era escusado teres falado em tachos e que eles não metem lá os coutos. Quanto ao resto estou plenamente de acordo: Graça Dias, Manuel Vicente, Carrilho da Graça, João Santa-Rita e outros mais fazem da ual uma referência no panorama universitário em Portugal.

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ó pa, para os teus primeiros 2 posts aqui no forum parece.me que estas a arranjar um "inimigo" para a vida... bem vindo ao forum puto, daqui a 2 meses já não estas a defender a tua faculdade, e mais um tempinho já tens raiva de todo e qualquer sujeito com o nome arq. atrás atirando justa ou injustamente a qualquer assunto que te pareça meritório de descarregares a tua descrença no funcionamento do mundo... com o decorrer do curso vais compreender que o facto de um gajo ser bom arquitecto muito raramente equivale a ser um bom professor. o graça dias, pelo menos a ensinar as bases de arquitectura teórica a putos do primeiro ano é bastante cativante e aquilo fica como ensinamento prá vida, mas também, grande arquitecto ele não é...

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Agradeço-te as boas-vindas...mas olha que de puto não tenho muito, talvez por isso não tenha entrado com pés de lã. Enfim, isso agora pouco interessa, mas não é minha intenção arranjar "inimigos", ainda que com aspas. Também tenho essa noção...que lá por serem bons arquitectos não têm que ser, ou raramente serão bons professores. Já diz o ditado: quem sabe faz, quem não sabe ensina - neste caso é o inverso. O graça dias é de facto cativante, na forma entusiasta e inteligente como transmite o seu conhecimento. Tudo bem condimentado pelo seu sentido de humor matinal e "brejeiro". Se dizes que não é grande arquitecto, terás as tuas razões e confirmaria a regra do bom arquitecto/mau professor ou bom professor/mau arquitecto. Mas isso é tema para um novo tópico, porque este já está muito enviesado. Aguardo assim o teu comentário no tópico: "bom professor-mau arquitecto & bom arquitecto-mau professor"

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  • 2 months later...

Está realmente um bocado enviezado. E numas de tentar reorientá-lo, gostaria de deixar um comentário à entrevista de arq. Souto Moura, que é o tema deste tópico. Penso que existe uma grande espectativa de que, com o fim do decreto lei 73/73 subitamente haverá trabalho para todos, pelo menos parcial e temporariamente, pelo menos até que o número de arquitectos não ultrapasse os 10% da população. Mas temos sinceramente que o que irá ocorrer, na difícil hipotese do decreto ser revogado, é o aparecimento do negócio das assinaturas: por uma questão legal é necessário a assinatura de um arquitecto, mas o cliente tipo continuará a pedir o projecto ao desenhador, que não questiona, que não dificulta, que não complica. Quem tiver dinheiro para ter princípios, pode dar-se ao luxo de condenar esse negócio, mas quem não tiver... Em todo o caso, é uma "novela" que tem de ser combatida e o arq. Souto Moura tem, pelo menos, o mérito e o direito de se pronunciar sobre isso.

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Penso que é sempre um prazer ler o que arquitectos como o Souto Moura têm a dizer sobre a arquitectura. É de referir que, como já foi anteriormente dito que é dos poucos a quem é dado tempo de antena, tem a coragem de chamar as coisas pelos nomes e criticar o que acha que tem que ser criticado. Não é o usual discurso de coitadinho, até porque ele frisa bem que tem trabalho suficiente, lamenta isso o caso dos outros, a maior parte da classe que efectivamente não tem condições de exercer a sua profissão.

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