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Lisboa | Centro de Investigação da Fundação Champalimaud | Charles Correa


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YouTube - Champalimaud Research Centre

O Centro de Investigação Champalimaud, materializa o objectivo da Fundação Champalimaud de construir um centro de investigação científica multidisciplinar translacional de referência no campo da biomedicina, que garanta as condições ideais para que investigadores e académicos nacionais e estrangeiros desenvolvam projectos de excelência com aplicação clínica (prevenção, diagnóstico e tratamento), nas áreas das neurociências e da oncologia. O Centro disporá das melhores condições e das mais modernas tecnologias para investigação biomédica, bem como das infra-estruturas necessárias ao ensino pós-graduado e a programas de mestrado e de doutoramento no campo da biomedicina.

O Centro Champalimaud ficará implantado num terreno de 60.000m2 na zona ribeirinha de Pedrouços. É um local privilegiado, perto da Torre de Belém, e onde o rio se encontra com o Oceano Atlântico e de onde os navegadores portugueses partiram há cinco séculos em busca do ‘desconhecido’. A presença de um centro de investigação científica de excelência e de reputação internacional alavanca o legado histórico desta zona e estabelece uma ponte inspiradora entre as “Descobertas” e a sempre actual epopeia das descobertas científicas.

O Centro Champalimaud promove a relação da cidade com o oceano e com o ‘desconhecido’ abrindo ao público amplas zonas ajardinadas de circulação pedonal através do empreendimento e ao longo do rio.

O projecto desenvolvido pelo Arquitecto Charles Correa para o Centro Champalimaud acolhe, desenvolve e potencia os objectivos de excelência científica e de celebração das “Descobertas”, ao mesmo tempo que devolve o rio à cidade e o torna acessível através de zonas públicas de grande beleza.

O Centro Champalimaud inclui 3 edifícios dispostos de forma a promover o acesso franco ao rio:

- Edifício A, que contém nos pisos inferiores as áreas de diagnóstico e de tratamento, e nos pisos superiores os laboratórios de investigação básica e os serviços administrativos.

- Edifício B, que inclui um Auditório, uma Área de Exibições e uma Área de Restauração no piso de entrada. No piso superior estão os escritórios da Fundação, que comunicam com os serviços administrativos da Edifício A através de uma elegante ponte de vidro.

- Edifício C é um anfiteatro ao ar livre com vista para o rio.

Os edifícios estão dispostos de forma a criar uma via pedonal de 125 metros que atravessa diagonalmente o terreno (no sentido nascente-poente) em direcção ao mar e, simbolicamente, do ‘desconhecido’. Este caminho tem uma suave rampa ascendente em direcção ao rio (1:30) de tal maneira que na sua subida se vê unicamente o céu. No final da rampa encontram-se duas grandes esculturas monolíticas de pedra bruta. Ao ser atingido o ponto mais alto, ver-se-á uma grande massa de água que, aparentemente sem qualquer tipo de corte visual, liga com o oceano.

No centro desta massa de água emerge um objecto oval de aço inoxidável, ligeiramente convexo, que reflecte o céu azul e o movimento das nuvens; pode representar um conjunto diverso de coisas, desde a carapaça de uma tartaruga, a uma ilha tropical ou mesmo um tesouro, elementos que fazem parte da aventura mítica que inspirou os descobrimentos.

Nas plantas do projecto é possível ver como é que as diferentes áreas estão distribuídas nas três unidades do Centro Champalimaud.

Edifício A

No coração da Edifício A está o bloco central, com os centros de diagnóstico e de tratamento nos pisos inferiores e com os laboratórios nos pisos superiores.
Entra-se no edifício através de um lobby de duplo pé direito que dá para um jardim tropical coberto por uma pérgola que faz a ligação à natureza e, simbolicamente, à vida. Mais adiante no piso da entrada encontram-se as zonas de exames, ligadas ao apoio clínico e ao centro de bem-estar. A partir do lobby há acesso directo a uma área localizada no piso inferior onde os utentes podem deixar os seus filhos pequenos enquanto estão no Centro.
O jardim tropical coberto por uma pérgola é a peça central do edifício, ficando a uma cota de –4,5 metros, ou seja no piso inferior ao da entrada. Neste piso estão o centro de diagnóstico e o centro de tratamento, sendo que este se abre para um outro jardim mais calmo e reservado, na extremidade oeste. Também estão neste piso o biotério e uma área técnica, cada uma servida por uma zona de descarga, acessível pela via de serviço a norte do edifício.
No primeiro piso, estão localizados os laboratórios de investigação, distribuídos à volta do jardim tropical, os laboratórios de apoio e os gabinetes dos investigadores, estes com vista para a Marina e para o Oceano, a oeste. Estes espaços culminam numa biblioteca de dois pisos localizada numa posição fulcral na intersecção das duas alas, o que a torna num local de encontro de cientistas e de utentes. A sudoeste encontra-se um espaço de reserva para expansão consoante as necessidades futuras. Para nordeste estão a Cafetaria o Ginásio, com vista para o Oceano, a oeste.
O segundo piso é o último piso de laboratórios, com aberturas francas para o piso inferior que ligam os dois níveis, de modo a incentivar e facilitar a interacção entre os profissionais, que é essencial na investigação científica. Na ala nordeste deste segundo piso encontram-se os serviços administrativos que comunicam através de uma ponte de vidro com os escritórios da Fundação da Edifício B.
Na cobertura encontram-se as áreas técnicas e outras áreas de serviços.

Edifício B

No piso de entrada há uma área de exibições, que contém informação interactiva muito high tech para comunicar os objectivos inovadores da Fundação Champalimaud e para ilustrar os acontecimentos épicos que ocorreram exactamente neste local há 500 anos. Também estão localizados neste piso o Auditório e uma área de Restauração, com entradas próprias de forma a poderem ser utilizados separadamente ou em conjunto. A área de restauração surpreende-nos com um generoso terraço a sul, com vista para o passeio à beira rio.
Os escritórios da Fundação estão no piso superior, abrindo-se para bonitos terraços com árvores plantadas em terra.

Edifício C

Trata-se do anfiteatro que completa a composição arquitectónica. Será utilizado para programas musicais e palestras: um espaço maravilhoso para estas actividades, com a água do rio como pano de fundo dos músicos e dos oradores.

in http://www.fchampalimaud.org/home/po...-champalimaud/





Building A

At the heart of Building A is the central block with the diagnostic and treatment areas in the lower levels and the basic research laboratories in the upper levels;

One enters through the double-height Lobby that looks on to a Pergola-covered Garden. Ahead on the ground floor are the Patient Examination Clusters, connected to the Clinical Support and to the Wellness Centre. From the Lobby there is a direct access to an area where patients can leave their children while being cared for, in the garden level below.

The Pergola-covered Garden (see picture above), that is central to all the facilities is at a level below the Lobby (at -4,5 m), where the Diagnostic and Treatment Centres are located. The Treatment Centre, and specifically the facilities for cancer patients, opens out onto a sunken plaza at the western end of the site, which provides a quiet and pleasant ambience. Also located in this level are the Vivarium and the Maintenance Area with their own docks for trailers, directly accessible from the Service Road.
On the first floor are located the Research Laboratories, arranged around the Pergola-covered Garden, backed up by Support Laboratories and a ring of offices overlooking the Marina and the Ocean to the west. These spaces culminate in the double-storey Library, placed in a pivotal position at the intersection of two wings, so that it also becomes a meeting place for scientists, clinicians, and patients. On the SW there is Shell Space for expansion of either the Clinic or the Laboratories, depending on future needs. To the NW are the Cafeteria and the Gymnasium overlooking the Ocean to the west.

On the second floor is the upper level of Research and Support Laboratories, with double-height cut-outs interconnecting the first and the second floor, so as to promote the interaction so essential to scientific research. On the NE wing of this second floor is located the Administration and the Conference Rooms, which connect via a glass bridge to the Foundation offices located in Building B.
On the terrace level are Maintenance rooms and other service areas.



Building B

On the ground floor is located the Exhibition Area, with high-tech interactive displays depicting the cutting-edge objectives of the Champalimaud Foundation and their relation with the discoveries of 500 years ago. Here are also located the Auditorium and a Restaurant, each with its own entrance, so that they can be used separately or together with the conference rooms. The Restaurant has a generous dining terrace to the south, overlooking the public promenade on the waterfront.

The offices of the Champalimaud Foundation are in the upper floor, opening to beautiful terrace gardens, covered with large trees.



Building C

This is the Amphitheatre which completes the architectural composition. It will be used for music programs and for lectures. It is a wonderful space for these activities, with the water acting as a backdrop to the musicians and to the speakers.

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Não tenho uma resposta efectiva a essa pergunta. Acho que é o nosso normal receio de podermos ver obras históricas lado a lado a edifício contemporâneos. Digo isto talvez por não ter sido explícita a posição do arquitecto face ao património antigo de Belém que fica na sua continuidade; aquele espaço público será o grande ou não final do trajecto á beira rio.
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E o que estava lah antes era melhor? Achas que aquele monumento que existe em honra dos soldados mortos fica bem perto daquele edificio? [ATTACH]11418[/ATTACH] Vendo os edificios que lah estao penso que nao vai ter um grande impacto junto da Torre.

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http-~~-//dn.sapo.pt/2008/04/13/026097.jpg

Integrado na Fundação Champalimaud, o Centro de Investigação destina-se à investigação científica no campo da biomedicina, com laboratórios e programas de ensino superior nesta área. Em complemento a esta actividade, o futuro Centro Champalimaud terá um hospital de dia que permitirá associar o tratamento de doentes em ambulatório e a investigação clínica em situações reais, uma biblioteca, uma área de exposições, um anfiteatro ao ar livre e jardins.

O centro pretende ser uma referência mundial na área das neurociências e oncologia, e será dotado das melhores condições para investigadores e académicos nacionais e internacionais.

Localizado na zona ribeirinha de Lisboa, perto da Torre de Belém, nos antigos terrenos da Docapesca, em Pedrouços, que totalizam 60 000 metros quadrados, este "centro de investigação científica de excelência e de reputação internacional alavanca o legado histórico desta zona e estabelece uma ponte inspiradora entre as Descobertas e a sempre actual epopeia das descobertas científicas", refere a Fundação.

Para Charles Correa, o arquitecto autor do projecto e um dos nomes grandes da arquitectura contemporânea (ver caixa), esta localização é uma "porta para o futuro". O arquitecto decano acredita que a arquitectura "tem de enraizar-se no local, no clima, nos materiais e nas aspirações das pessoas para quem é feita" e respeitou a importância do enquadramento histórico, cultural e natural do local privilegiado. Por isso, organizou o programa de forma a criar francos acessos visuais e pedonais ao rio e criou dois grandes edifícios de dois pisos cada, que, embora autónomos, comunicam através de uma ponte de vidro: o edifício A, que nos pisos inferiores contém as áreas de diagnóstico e de tratamento, um parque infantil para os filhos dos utentes dos serviços, um jardim tropical semiexterior, enquanto nos pisos superiores alberga laboratórios de investigação e os serviços administrativos; e o edifício B, que inclui um auditório, uma área de exibições onde vai estar patente uma mostra que relacionará a aventura dos Descobrimentos com a aventura actual das descobertas científicas, e uma área de restauração que inclui um terraço virado ao rio.

Os edifícios estão dispostos de forma a criar uma via pedonal de 125 metros que atravessa diagonalmente o terreno (no sentido nascente-poente) em direcção ao mar e simbolicamente do 'desconhecido'. Este caminho tem uma suave rampa ascendente em direcção ao rio, de forma a que na sua subida se veja unicamente o céu e, findo o percurso, uma grande massa de água que se liga com o oceano.

Um anfiteatro ao ar livre com vista para o rio, que irá acolher espectáculos de música e palestras, e jardins exteriores de acesso livre encerram a intervenção arquitectónica.

Charles Correa, que recentemente concluiu um equipamento semelhante, o Centro Neurológico do MIT nos EUA, onde utilizou pedra calcária e vidro portugueses, procurou relacionar os novos edifícios e arranjos exteriores com os monumentos da envolvente. Por isso, utilizou pedra lioz semelhante à que existe na Torre de Belém ou Mosteiro dos Jerónimos. "Estamos a falar do passado, de História, mas também de aspiração", concluiu o arquitecto indiano.
in http://dn.sapo.pt/2008/04/13/artes/investigacao_cientifica_e_hospital_d.html

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Por acaso, já tinha ouvido falar superficialmente sobre este projecto. Acho bem, e quando bem feito, é possível ligar o histórico ao contemporâneo. Principalmente este tipo de construções, normalmente conseguem mais facilmente ligar o passado ao pressente. Aquela zona de Lisboa, apesar de ter vários monumentos e culturalmente estar "viva", mesmo assim acho que esta um pouco esquecida, deixou-se as coisas ficarem como estão com o medo de não "estragar" a parte histórica da zona. Por isso, acho que este projecto irá dar nova vida aquele espaço.

Josué Jacinto - Mais Fácil
My web: maisfacil.com | soimprimir.com | guialojasonline.maisfacil.com

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  • 3 weeks later...

Fundação Champalimaud já tem projecto


Criar uma ligação entre Lisboa e o rio foi uma das preocupações centrais do arquitecto goês Charles Correa, responsável pelo projecto do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, em Pedrouços, anteontem apresentado na Ordem dos Arquitectos.

Na apresentação do projecto - que inclui três blocos principais centro de pesquisa, auditório e anfiteatro ao ar livre -, Charles Correa afirmou querer "devolver a zona à cidade". "Não vai ser um pedaço privado de terreno, é um sítio onde vão passar turistas", explicou.

Situado junto às instalações da Docapesca, em Pedrouços, o projecto de Charles Correa inclui um passeio que dá acesso ao complexo de edifícios e termina num miradouro, encimado por duas colunas de pedra, virado para o estuário do Tejo.

O edifício principal inclui um jardim interior, delimitado por uma parede com grandes orifícios circulares que canalizam a luz natural para o edifício, onde os laboratórios de pesquisa na área das doenças oncológicas comunicarão visualmente com as áreas destinadas aos pacientes.

O edifício principal comunica através de uma ponte com o bloco onde funcionará o auditório, restaurante e área reservada a exposições. O projecto completa-se com um anfiteatro ao ar livre, desenhado para acolher concertos ou palestras e que é acessível a partir da marginal pelos transeuntes.

João Botelho, da Fundação Champalimaud, recorda que o projecto de arquitectura aguarda licenciamento da Câmara Municipal de Lisboa.

A Fundação aponta para que esteja pronto a inaugurar em 5 de Outubro de 2010, centenário da implantação da República.

in http://jn.sapo.pt/2008/04/26/pais/fundacao_champalimaud_tem_projecto.html

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  • 4 months later...

Lisboa: Câmara aprova suspensão de PDM em Pedrouços com abstenções do PCP e Bloco

2008-09-24 22:28:23

Lisboa, 24 Set (Lusa) - A Câmara Municipal de Lisboa aprovou hoje a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) para permitir a construção do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud com as abstenções do PCP e do Bloco de Esquerda.

Na discussão em reunião do executivo, o vereador comunista Ruben de Carvalho lamentou que a decisão de suspender o PDM na zona da Doca de Pedrouços seja tomada na sequência de um pedido do Governo, lembrando que o mesmo aconteceu este ano para permitir a conclusão do projecto inicial do Centro Cultural de Belém.

Ruben de Carvalho criticou a posição de "falta de diálogo" entre o executivo central e o executivo municipal, sem no entanto pôr em causa o valor do projecto.

José Sá Fernandes, vereador do Bloco de Esquerda, justificou a sua abstenção lamentando que o projecto do Centro de Investigação, da autoria do arquitecto goês Charles Correa "implique a demolição da escola de pesca", afirmando que "se Portugal fosse um país rico, ainda perceberia" e defendendo a manutenção de parte do porto de pesca.

A vereadora Helena Roseta, dos Cidadãos por Lisboa, contrapôs que a escola de pesca "funciona numa série de barracões sem valor patrimonial ou arquitectónico" e saudou o facto de o edifício projectado por Charles Correa "criar uma nova vista" sobre o Tejo, ao permitir um espaço de circulação pública em torno do edifício.

APN.

Lusa/fim

in http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200809248814103

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quarta-feira, 1 de Outubro de 2008 | 16:25

CML aprova projecto de arquitectura da Fundação Champalimaud

A Câmara de Lisboa aprovou hoje o projecto de arquitectura do centro de investigação da Fundação Champalimaud na zona ribeirinha de Pedrouços, concebido pelo arquitecto Charles Correa, que será realizado sem discussão pública.
O projecto foi aprovado com a abstenção do movimento Cidadãos por Lisboa e do Bloco de Esquerda durante a reunião do executivo municipal que decorreu à porta fechada.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), considerou que o projecto será «um contributo importantíssimo para a valorização da zona de Pedrouços» e que o debate público da obra, embora não formalmente, acabou por realizar-se com a apresentação e debate do projecto na Câmara, Junta de Freguesia de Belém e na Ordem dos Arquitectos.

Pelo movimento Cidadãos por Lisboa, a vereadora Helena Roseta lamentou a chumbo da sua proposta que defendia a discussão pública do projecto,

Embora considere o projecto «importante», Helena Roseta justificou a discussão pública com a construção na «zona de especial interesse» da frente ribeirinha.

«Tem tanto impacto que exigiu a suspensão do PDM [Plano Director Municipal]», argumentou, sublinhando que não o pode aprovar sem que a população o conheça amplamente.

O vereador comunista Ruben de Carvalho ressalvou que apesar de a CDU ter viabilizado o projecto, mantém dúvidas quanto à área envolvente: «é uma peça de grande qualidade arquitectónica, mas está no meio de um matagal, não se percebe bem o que vai acontecer ali, ainda para mais na fronteira entre os concelhos de Lisboa e Oeiras», afirmou.

A CDU questiona ainda a falta de debate público formal, com Ruben de Carvalho a apontar que «é eufemístico entender que a discussão que se fez, envolvendo juntas de freguesia e a Ordem dos Arquitectos corresponde a um debate público do projecto».

Apesar disso, os comunistas decidiram não «ser obstáculo ao andamento» do projecto, cujo lançamento da primeira pedra está previsto para dia 05 de Outubro.

O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, frisou que «a discussão pública teria sido o ideal».

Sá Fernandes afirmou ainda que deveria estar garantida a «ligação entre Oeiras e Lisboa» através de uma via ciclável e a manutenção da actividade piscatória na Docapesca, de maneira a «perceber já como vai ficar a zona toda».

O projecto contempla dois edifícios distintos situados num dos extremos da Doca de Pedrouços.

O edifício principal, com quatro pisos acima do solo e um piso subterrâneo, irá acolher as áreas de diagnóstico e de tratamento, os laboratórios de investigação básica e os serviços administrativos.

Esta unidade irá comunicar, através de uma ponte de vidro, com um outro edifico de menores dimensões, com três pisos de altura destinados aos escritórios da Fundação, centro de conferências, auditório, área de exposição e restaurante.

O projecto inclui ainda um anfiteatro ao ar livre junto ao Rio Tejo e um parque de estacionamento subterrâneo com 455 lugares.

A área envolvente será alvo de uma intervenção paisagística, acautelando a «intenção de se dinamizar um parque verde na margem do rio, aberto à utilização pública».

O perfil transversal da Avenida de Brasília vai passar a ter duas filas de circulação viária por cada sentido, tendo sido exigida apresentação do respectivo pedido de licenciamento de obra de urbanização de rede viária.

O arquitecto Charles Correa, de origem goesa, concebeu recentemente um edifício para o Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, onde utilizou pedra calcária de origem portuguesa.

Entre os seus projectos destacam-se igualmente a concepção de «Nova Bombaim», uma cidade construída de raiz para dois milhões de habitantes.

Entre as inúmeras distinções que lhe foram atribuídas, constam o Prémio Agan Khan para Arquitectura e as medalhas de ouro da União Internacional de Arquitectos e do Instituto Real dos Arquitectos Britânicos.

Diário Digital / Lusa

in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=351684

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  • 2 weeks later...

De excepção em excepção…

11-Out-2008
Os méritos do projecto apresentado pela Fundação Champalimaud não deveriam ter sido uma espécie de caução para que os princípios da boa gestão pública do ordenamento do território se tivessem eclipsado.
Não foi para isto que os lisboetas exigiram que os terrenos da frente ribeirinha deixassem de estar sob a discricionariedade da Administração do Porto de Lisboa e passassem para a alçada das regras municipais.

Na colocação da primeira pedra do futuro centro de investigação da Fundação Champalimaud na frente ribeirinha de Pedrouços, em Lisboa, convocaram-se os camonianos "velhos do Restelo" para atingir quem considera que o processo de aprovação do projecto está errado. Mas o quinhentismo da cerimónia não ficou por aqui. Também a "ambição dos Gamas", nada mais, nada menos, foi o termo de comparação usado para exaltar a decisão do Governo de suspender o PDM que possibilita aquela construção, bem como a subsequente aprovação pela maioria da Câmara de Lisboa do respectivo projecto de arquitectura.

Tanta hipérbole, apenas para justificar este estado de excepção permanente em que o urbanismo de Lisboa parece querer continuar a viver.
Suspenderam-se quatro artigos do PDM por cinco anos, entre os quais o que impede construções na frente ribeirinha com mais de 50 metros de extensão. Desactivou-se o único porto de pesca de Lisboa e, mais uma vez, os conselhos de Ribeiro Telles sobre o abastecimento das cidades foram postos em causa. Arrasou-se a escola de ensino técnico-profissional a nível nacional para os sectores das pescas e dos transportes marítimos, apesar de ter sido recentemente equipada com um custo de 35 milhões de euros.

De facto, os méritos do projecto apresentado pela Fundação Champalimaud não deveriam ter sido uma espécie de caução para que os princípios da boa gestão pública do ordenamento do território se tivessem eclipsado.
Assim mesmo, sem plano urbanístico de enquadramento e referência, sem criação de alternativas, sem ponderação dos impactes económicos e sociais e sem discussão pública, apesar de se tratar de uma das áreas mais sensíveis da cidade. Não foi para isto que os lisboetas exigiram que os terrenos da frente ribeirinha deixassem de estar sob a discricionariedade da Administração do Porto de Lisboa e passassem para a alçada das regras municipais.
Bem vistas as coisas, os verdadeiros "velhos do Restelo" são aqueles que continuam a descrer na modernidade que é a cidade planeada e construída de forma democrática e participada, segundo regras que são aplicadas a todos.
Afinal, este afogadilho todo no licenciamento do projecto para quê? Governo e CML alegaram uma única razão: a obra tem de estar concluída a tempo das comemorações do centenário da República. Mas que ambição mais ridícula e tão pouco republicana.

Pedro Soares

in http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8626&Itemid=46

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  • 4 months later...

Restaurante do Centro Champalimaud vai homenagear Darwin
O futuro Centro Champalimaud, na zona ribeirinha de Lisboa, vai dedicar a Darwin o restaurante que irá funcionar no local. O espaço será decorado sob o tema da evolução das espécies a partir dos contributos do arquitecto Charles Correa e pelo 'pai' do ADN, James Watson.

in http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/497824

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  • 2 weeks later...
  • 4 months later...
  • 6 months later...

Champalimaud Research Centre inaugurado em 2010

A sede da Fundação Champalimaud, concebida pelo arquitecto Charles Correa para a zona ribeirinha de Pedrouços, Lisboa, estará concluída em 2010, para coincidir com as comemorações do centenário da implantação da República, revelou hoje o responsável pelo projecto

O edifício, que se situará no local actualmente ocupado pela Docapesca, terá três pisos à superfície e um piso subterrâneo, com uma área de construção acima do solo de 25.267 metros quadrados, e irá acolher o centro de investigação nas áreas da neuro-ciência e cancro e um hospital da Fundação Champalimaud.

Charles Correa concebeu o edifício a partir do seu contexto natural, na frente ribeirinha, associando a ideia de descoberta científica à dos Descobrimentos portugueses.

"Estamos a falar do passado, de História, mas também de aspiração", explicou aos jornalistas.

O arquitecto escolheu como material predominante a pedra lioz, a mesma usada em edifícios da zona envolvente como o Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e Centro Cultural de Belém.

Charles Correa destacou o "espaço público" contemplado no projecto, que inclui um anfiteatro ao ar livre para palestras e concertos, que poderá ser usufruído pela população em geral.

Referindo-se à construção na frente ribeirinha, Leonor Beleza defendeu que o edifício irá valorizar o local e não prejudicá-lo, considerando que poderá tornar-se um "marco da cidade".

O programa de neurociências da fundação já se encontra em funcionamento e será alargado até à inauguração do edifício, referiu Leonor Beleza.

Charles Correa, de origem goesa, concebeu recentemente um edifício para o Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, onde utilizou pedra calcária de origem portuguesa.

Entre os seus projectos destacam-se igualmente a concepção de "Nova Bombaim", uma cidade construída de raiz para 2 milhões de habitantes.

Foi premiado com o Agan Khan Award for Architecture, em 1998, o Praemium Imperiale for Achitecture, em 1994, a Gold Medal of the International Union of Architects, em 1990, e a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects, em 1984.


IN http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=396153&page=9


O Centro Champalimaud promove a relação da cidade com o rio, abrindo ao público amplas zonas ajardinadas de circulação pedonal. É um espaço de investigação e Ciência que se destina às pessoas e que irá devolver à cidade de Lisboa um local que se encontrava fechado.

O Centro Champalimaud inclui 2 edifícios dispostos de forma a promover o acesso livre:

- Edifício A, que contém nos pisos inferiores as áreas de diagnóstico e de tratamento, e nos pisos superiores os laboratórios de investigação básica e os serviços administrativos.

- Edifício B, que inclui um Auditório, uma Área de Exibições e uma Área de Restauração no piso de entrada. No piso superior estão os escritórios da Fundação, que comunicam com os serviços administrativos da Edifício A através de uma ponte em vidro.

- Espaço Aberto com jardins panorâmicos e um anfiteatro ao ar livre abertos ao público.

Os edifícios estão dispostos de forma a criar uma via pedonal de 125 metros que atravessa diagonalmente o terreno (no sentido nascente-poente) em direcção ao mar e, simbolicamente, do ‘desconhecido’. Este caminho tem uma suave rampa ascendente em direcção ao rio (1:30) de tal maneira que na sua subida se vê unicamente o céu. No final da rampa encontram-se duas esculturas monolíticas de pedra bruta. Ao ser atingido o ponto mais alto, ver-se-á uma grande massa de água que, aparentemente sem qualquer tipo de corte visual, liga com o Oceano.

No centro desta massa de água emerge um objecto oval de aço inoxidável, ligeiramente convexo, que reflecte o céu azul e o movimento das nuvens.

Edifício A

No coração da Edifício A está o bloco central, com os centros de diagnóstico e de tratamento nos pisos inferiores, e com os laboratórios nos pisos superiores.

Entra-se no edifício através de um “lobby” de duplo pé direito que dá para um jardim tropical coberto por uma pérgola que faz a ligação à natureza e, simbolicamente, à vida. Mais adiante, no piso da entrada encontram-se as zonas de exames, ligadas ao apoio clínico e ao centro de bem-estar. A partir do “lobby” há acesso directo a uma área localizada no piso inferior onde os utentes podem deixar os seus filhos pequenos enquanto estão no Centro.

O jardim tropical é a peça central do edifício, ficando a uma cota de –4,5 metros, ou seja no piso inferior ao da entrada. Neste piso estão o centro de diagnóstico e o centro de tratamento, sendo que este se abre para um outro jardim mais calmo e reservado, na extremidade oeste. Neste piso situa-se o biotério e uma área técnica.

No primeiro piso, estão localizados os laboratórios de investigação, distribuídos à volta do jardim tropical, os laboratórios de apoio e os gabinetes dos investigadores, estes com vista para a Marina e para o Oceano, a oeste. Estes espaços culminam numa biblioteca de dois pisos localizada numa posição fulcral na intersecção das duas alas, o que a torna num local de encontro de cientistas e de utentes. A sudoeste encontra-se um espaço de reserva para expansão consoante as necessidades futuras. Para nordeste estão a cafetaria o ginásio, com vista para o Oceano, a oeste.

O segundo piso é o último piso de laboratórios, com aberturas francas para o piso inferior que ligam os dois níveis, de modo a incentivar e facilitar a interacção entre os profissionais, que é essencial na investigação científica.

Edifício B

No piso de entrada há uma área de exibições, que contém informação interactiva para comunicar os objectivos inovadores da Fundação Champalimaud e para ilustrar os acontecimentos épicos que ocorreram exactamente neste local há 500 anos. Também estão localizados neste piso o auditório e uma área de restauração, com entradas próprias de forma a poderem ser utilizados separadamente ou em conjunto.

Espaço Aberto

O Centro Champalimaud será aberto ao público e para ser usados por todos. Os jardins e restantes áreas públicas ocuparão metade do espaço disponível. Jardins panorâmicos com uma grande variedade de árvores e áreas verdes, um anfiteatro ao ar livre para a realização de espectáculos musicais, sessões científicas ou artísticas - tudo isto tendo como pano de fundo a água e o Tejo - ficarão à disposição da cidade. No edifício principal existirá também um jardim tropical de grandes dimensões.

No espaço público, as escolhas ao nível da vegetação prendem-se principalmente com uma coerência de harmonia e continuidade com as existências adjacentes, procurando a definição de elencos que assegurem a sustentabilidade dos sistemas. Optou-se pela escolha de espécies já existentes na envolvência ou das famílias destas, procurando não desvirtuar os princípios de arborização dos arruamentos próximos, valorizando algumas espécies por associação com outras.

As principais espécies utilizadas são: Celtis australis, Fraxinus angustifolia, Jacaranda mimosifolia, Populus alba, Pinus Pinea,Tipuana tipu, Tamarix canariensis e Eleagnus anguatifolia.

Nos maciços arbustivos as principais espécies utilizadas são: Arbustus unedo, Crataegus Monogyna, Phillyrea angustifolia, Quercus coccifera, Calluna vulgaris, Juniperus horizontalis, Lavandula spica, Santolina pinnata, Santolina chamaecyparissus e Satureja montana.

IN http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=396153&page=9

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  • 4 months later...
  • 4 weeks later...

Dar nas vistas

por Luis Rainha

Este mamarracho está a crescer junto ao Tejo, em Pedrouços: o Centro de Investigação da Fundação Champalimaud. Nem por um segundo questiono a utilidade da pesquisa biomédica que ali será levada a cabo. Mas, pela santinha, era mesmo preciso esmagar a paisagem com aqueles montes de pedra rasgados por orifícios caprichosos?

O programa deste conjunto arquitectónico parece ser a proclamação, aos berros, da imensa generosidade, da insustentável grandeza de objectivos do seu ocupante. É que isto da caridade e das boas causas tem vários modos de se plasmar em edifícios. Bem ali por perto, jaz a versão espartana do cavaquismo, mais próxima do ethos do seu santo fundador (se exceptuarmos desvios como as lindas marquises do apartamento lisboeta da Primeira Família), imortalizada na sóbria volumetria do CCB, que se espraia para dentro, quase com vergonha das suas dimensões. Em Pedrouços, é a faceta histriónica do cavaquismo que se ergue, intimidante e autista: aquilo brama aos céus a sua própria relevância, assinala ao passante que Grandes Coisas vão eclodir por ali, quiçá com frequência diária. A forma glorifica a função, faz dela bandeira e peito inchado.

Há quem prefira lançar a sua caridade ao mundo com discrição e modéstia. E quem goste de a gritar a plenos pulmões. Tudo bem; sem a primeira modalidade também não teríamos os Jerónimos, que sempre enchem mais os olhos do que os Capuchos, por exemplo. Mas não podiam ter montado este leviatã da salvífica ciência médica em local menos visível? Do lado de lá, entre silos e outros trambolhos, até podia ser que se integrasse melhor.


in http://viasfacto.blogspot.com/2010/07/dar-nas-vistas.html
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Novo edifício é inaugurado no centenário da República
Fundação Champalimaud: Pôr a ciência no hospital para derrotar o cancro

04.10.2010 - 07:57 Por Ana Gerschenfeld

Investigação científica e prática médica irão beneficiar neste centro de uma interligação considerada única no mundo.

Edifício foi concebido de forma a aproximar doentes, médicos e investigadores Edifício foi concebido de forma a aproximar doentes, médicos e investigadores (Foto: Nuno Ferreira Santos)

"Esta é a Janela da Esperança", diz-nos Raghu Kalluri, apontando para um grande janelão que rasga a parede à nossa frente, por cima das nossas cabeças, ao nível dos andares superiores. Acabamos de entrar no átrio, com três andares de pé direito, do edifício principal das novas instalações da Fundação Champalimaud.

Ainda é um estaleiro - o PÚBLICO visitou a obra há uma semana de capacete de plástico, colete e botas especiais -, mas na companhia de Kalluri, especialista do cancro da Universidade de Harvard e director do futuro Centro do Cancro que aqui deverá começar a funcionar em meados do próximo ano, percebe-se como vai estar estruturada a principal componente do Centro Champalimaud de Investigação, situado na doca de Pedrouços, em Lisboa, e que vai ser inaugurado amanhã.

O poético nome da janela, salienta Kalluri, é do arquitecto do edifício, Charles Correa, e simboliza uma das visões de base que presidiu à sua concepção. "Este é um dos primeiros edifícios no mundo onde o hospital, a prática que consiste em ver doentes, e a investigação destinada a identificar novos medicamentos estão integradas", tinha-nos dito Kalluri, uns dias antes desta visita, numa entrevista que será publicada amanhã no P2. "É dos poucos lugares onde os doentes que entram no hospital podem ver cientistas a fazerem experiências. E os cientistas, enquanto trabalham, podem ver os doentes a entrar no hospital. Os doentes vêem que algo está a ser feito para eles, o que lhes dá esperança no futuro, e os investigadores percebem que vão ter de trabalhar ainda mais para salvar os doentes."

A "janela" não é o único ponto de ligação visual do mundo da ciência com o mundo da medicina. Um pouco mais à frente, entramos na área onde, do lado direito, ficará o hospital de dia. E, do lado esquerdo, abre-se um terraço com vista para um jardim interior (ao nível da cave) com altíssimas palmeiras e outras árvores tropicais. Um quadrilátero cujas paredes meias com o edifício também são de vidro, deixando ver o que se passa nos dois andares superiores, onde ficarão alojados todos os laboratórios científicos do centro. "As pessoas que estiverem à espera de uma consulta poderão ver daqui os cientistas a trabalhar", frisa Kalluri.

O Hospital do Cancro - cujo número de médicos ainda está por determinar, mas que foi concebido para receber, em velocidade de cruzeiro, 300 doentes por dia -, ocupa os dois andares inferiores: o piso térreo e a cave. "Não gostamos de lhe chamar clínica, é mesmo um hospital", diz Kalluri, enquanto percorremos os corredores ainda vazios. No andar de baixo ficará a área de exames e tratamento - quimioterapia, radioterapia, ressonância magnética, recolhas de sangue, etc. Também tem um pequeno jardim, mais privado, "onde, se quiserem, os doentes poderão deambular ou sentar-se enquanto recebem tratamento", salienta Kalluri. É o "Jardim da Quimioterapia".

Lá em cima, os dois andares destinados à investigação ocuparão enormes espaços abertos, com "alcovas" onde ficarão alojados os equipamentos e máquinas necessários, que serão partilhados por todos. Entre o segundo e o terceiro piso, a transparência mantém-se, graças a escadarias abertas e varandas de vidro, para facilitar a interacção entre os cientistas.

Completa-se este panorama com gabinetes e salas, todos com paredes de vidro para o interior e o exterior. Daqui, a vista para o rio e o pôr do sol lisboeta é magnífica. Nesta zona do edifício também ficará instalada uma biblioteca a que tanto os cientistas e os médicos como os próprios doentes poderão aceder. "Aliás", diz-nos Kalluri, "os doentes poderão, se o desejarem, vir para estes andares e até fazer perguntas aos investigadores."

Investigação translacional

Tudo aqui está carregado de simbologia. Aliás, o próprio centro chama-se, em inglês, Center for the Unknown, com a ideia de desconhecido a ligar os feitos dos navegadores portugueses do século XV à exploração das terras incógnitas da ciência no século XXI e no futuro. A Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos estão mesmo ali ao lado, conferindo ainda mais força onírica às palavras.Mas a ideia-chave por detrás de tudo isto é muito concreta: "investigação translacional". A investigação translacional é uma tendência emergente na prática científica que tem por objectivo tornar os resultados científicos de base mais rapidamente utilizáveis na prática - na clínica, neste caso.

"Investigação translacional", diz-nos Fátima Cardoso, que vai dirigir a unidade de cancro da mama do centro (ver entrevista na página seguinte), "é fazer a ponte entre os que só fazem trabalho de laboratório e os que só fazem trabalho na parte clínica."

Mas como materializar essas pontes, com os médicos submersos em consultas e no dia-a-dia hospitalar? "Os médicos que contratarmos", diz Kalluri, "vão ter 50 por cento do seu tempo dedicado à investigação. Vão poder fazer investigação básica no laboratório, estudar a epidemiologia de um cancro, os tratamentos, os resultados clínicos, fazer ensaios clínicos de novos medicamentos. Não lhes vamos dizer como utilizar esse tempo, mas tem de ser para pensar. Pela maneira como o centro está construído, vamos ter constantemente médicos e cientistas a falarem uns com os outros sobre como gerir tal ou tal cancro. Nisso, não queremos apenas ser um exemplo para Portugal, queremos ser um exemplo para o mundo." Um dos grandes objectivos do Centro do Cancro é que os doentes tenham acesso às terapêuticas mais experimentais. "Os portugueses não devem precisar de sair de Portugal para experimentarem novas drogas", diz Kalluri.

As derradeiras fronteiras

Ao nível da investigação básica, vai ser colocada uma ênfase particular nos cancros que geram metástases. "É essa a derradeira fronteira que precisamos de conquistar, a disseminação do cancro no organismo", diz Kalluri. "Vai haver um grupo muito forte de investigação básica e, daqui a cinco anos, gostaríamos de ser reconhecidos como um dos melhores sítios do mundo para a investigação na área das metástases." A outra grande aposta em ciência de base do Centro Champalimaud de Investigação são as neurociências (ver artigo ao lado).

Ao todo, várias centenas de investigadores de topo, recrutados em todo o mundo, irão ocupar para o ano os andares superiores do edifício, sem fronteiras físicas definidas a separar as suas especialidades. Também haverá, "obviamente", diz Kalluri, pontes entre cancro e neurociências. "A investigação básica está sempre interligada, seja qual for o tema. Um neurocientista pode descobrir mecanismos essenciais do cancro e, da mesma maneira, uma descoberta importante na área do cancro pode ser essencial em termos de desenvolvimento cerebral. Esta interligação será sempre muito forte. É por isso que não separámos os programas de neurociências e de cancro. Entrelaçámo-los."

Já cá fora, e até ao Tejo, há toda uma área totalmente pública - e também desprovida de barreiras físicas -, que inclui um anfiteatro ao ar livre ao pé da água e, no segundo edifício do complexo, um restaurante, um auditório e um espaço de exposições. "Por enquanto, ainda é um estaleiro", diz Kalluri. "Mas dá para imaginar como irá ser."

Lista (incompleta) dos cientistas envolvidos no projecto

O português António Damásio e o norte-americano James Watson são sem dúvida os dois cientistas mais mediáticos que norteiam a estratégia de investigação da Fundação Champalimaud.

Damásio é mundialmente conhecido pelo seu trabalho sobre o cérebro e as emoções; Watson, Nobel da Medicina em 1962, foi co-descobridor da estrutura molecular do ADN. Integram também os órgãos da fundação o japonês Susumo Tonegawa (Nobel da Medicina de 1987 por ter desvendado as bases genéticas da gigantesca diversidade dos anticorpos), o português António Coutinho, director do Instituto Gulbenkian de Ciência, e o britânico Alan Ashworth, co-descobridor em 1992 do gene BRCA2 do cancro da mama.

in http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/champalimaud-por-a-ciencia-no-hospital-para-derrotar-o-cancro_1459325?p=3


Lisboa: Centro da Fundação Champalimaud inaugurado amanhã


A Fundação Champalimaud vai inaugurar amanhã, terça-feira, o Centro de Investigação para o Desconhecido, na zona ribeirinha de Pedrouços, em Lisboa, com o objectivo de investigar o cancro e a neurociência, bem como áreas de tratamento oncológico.

O novo centro, com gabinetes e laboratórios num investimento de 100 milhões de euros, «corresponde ao principal projecto da Fundação», afirmou a presidente, Leonor Beleza, admitindo que é «a realização de um sonho».

O Centro de Investigação para o Desconhecido reúne a prevenção, o diagnóstico e o tratamento, podendo até tornar-se num novo símbolo da capital. A investigação clínica obriga a que sejam prestados «cuidados clínicos», mas, segundo Beleza, as pessoas não vão ser usadas como cobaias de experiências.

Actualmente, a Fundação Champalimaud encontra-se em negociações com o Governo e outras entidades que possam decidir que pessoas e em que condições os utentes terão acesso aos serviços ali disponibilizados, não sendo uma questão de dinheiro, garantiu a responsável.

in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=60&id_news=472041


Centro Champalimaud quer tratar doentes do SNS

Fundação e Estado estão em negociações para novo espaço integrar rede nacional

O Centro de Investigação da Fundação Champalimaud está a trabalhar num acordo com o Estado para tratar doentes oncológicos do Serviço Nacional de Saúde. Mas as portas também estão abertas a pacientes estrangeiros. As primeiras consultas e primeiros tratamentos serão feitos em Abril já no novo espaço criado na zona ribeirinha de Pedrouços, junto à Torre de Belém, em Lisboa. O investimento inicial foi de cem milhões de euros, mas para o ano está prevista uma injecção de 19 milhões de euros.

"Não é nossa intenção limitar o acesso ao centro apenas a doentes com grandes capacidades económicas. Existem neste momento conversações com o objectivo de não excluir desse acesso os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde. Quanto a doentes estrangeiros, naturalmente, também não queremos recusar o seu acesso", explica ao DN Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

Ainda com alguns meses pela frente para a contratação de alguns dos melhores investigadores e médicos do mundo em oncologia, o objectivo do centro é dar uma oportunidade única a doentes em Portugal de acederem às últimas inovações na área do cancro. Para já através do hospital de dia, mas está nos planos da fundação a construção, ao lado do centro, de uma unidade de internamento em 2015.

As primeiras consultas de oncologia estão previstas para Abril. O centro assegurou o contributo de quatro clínicos oncologistas principais, mas as equipas vão crescer. "O número de médicos/investigadores - porque todos os médicos dedicarão metade do seu tempo à investigação - será superior ao que seria estritamente necessário ao trabalho clínico, exactamente por causa desse facto. É claro que irá sempre acompanhar o ritmo da actividade clínica do centro", justifica a responsável e ex-ministra da Saúde.

Um dos argumentos de peso do centro é não só os elementos contratados mas também a possibilidade que dão a estes clínicos de dedicar metade do seu tempo de trabalho à investigação. "Essa característica distingue-nos e é um factor diferenciador num universo muito competitivo", reconhece Leonor Beleza, que não hesita em afirmar que este projecto irá colocar Portugal como país pioneiro na área da experimentação e dos ensaios clínicos.

O investimento inicial foi de cem milhões de euros, dez milhões dos quais em compra de maquinaria pesada, como a máquina de ressonância magnética instalada no piso subterrâneo do edifício principal do complexo e que servirá para tratar doentes de todas áreas oncológicas . Mas para o ano, revela a presidente da Fundação Champalimaud, está previsto um investimento "de 19 milhões de euros" na área da investigação e do tratamento do cancro.

O projecto inicial focar-se-á nos cancros da pele, do pulmão, digestivo, reprodutivo, urológico e da mama. Este último será, aliás, a primeira unidade a arrancar. O centro tem capacidade para receber entre 350 e 400 médicos/investigadores. Cerca de 120 dedicados à neurociência, que no futuro poderá ir além das bancadas do laboratório.

"Vamos começar com uma plataforma clínica na área do cancro. Mas há a intenção firme de que mais tarde o mesmo aconteça nas neurociências", adiantou Leonor Beleza, referindo que "o Centro Champalimaud irá certamente criar emprego e dar oportunidades a médicos, técnicos e auxiliares. Como é evidente, o número total será em função das necessidades e ritmo de crescimento".

A criação deste projecto só foi possível graças à doação, em testamento, de António Champalimaud. O empresário doou 500 milhões de euros, uma pequena parte da sua enorme fortuna, com o objectivo traçado de Portugal apostar na investigação médica.

Mas é preciso continuar a alimentar o fundo, quer seja através de actividades próprias - consultas, exploração do restaurante e áreas públicas do centro - quer com bolsas nacionais e internacionais.

"A qualidade da nossa investigação, a excelência dos nossos médicos e investigadores serão factores decisivos para contrariar adversidades e situações mais difíceis em termos económicos", afirma a presidente da fundação, convicta de que a crise financeira mundial não será um entrave aos projectos definidos.

in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1677673


Centro de Investigação Champalimaud terá internamento

2 de Outubro, 2010por Marco Lopes da Silva/Lusa
O Centro de Investigação Champalimaud está a negociar com o Estado o perfil dos doentes que a partir de Abril poderão ser ali acompanhados, contando ainda dentro de quatro ou cinco anos com uma área de internamento.

«Queremos que seja um local a que acedem pessoas independentemente de terem muitos meios. Para esse efeito estamos em negociações com as entidades responsáveis e esperamos que dentro de muito pouco tempo possamos dizer quem é que pode exatamente entrar ali», afirmou à agência Lusa Leonor Beleza, referindo-se a «Estado e seguradoras».

O Centro de Investigação Champalimaud, a inaugurar na terça-feira, vai dedicar-se ao cancro e à neurociência, podendo receber a partir de Janeiro próximo até 300 doentes por dia nas áreas de tratamento e diagnóstico.

Segundo a antiga ministra da Saúde, previsivelmente em 2014 ou 2015, o complexo vai contar com uma área de internamento.

«Neste momento seremos um hospital de dia. Mais tarde há um espaço reservado para a construção da área de internamento. Quantos mais meios podermos dispor para tratar as pessoas e para fazer a investigação melhor», afirmou.

Leonor Beleza acrescentou que quando abrir o sector de internamento «é possível» que não seja apenas na área do cancro: «Também temos a ambição de avançarmos para uma fase clínica na área das neurociências».

O edifício do Centro de Investigação Champalimaud, a inaugurar na terça-feira pelo Presidente da República, Cavaco Silva, com a presença do primeiro ministro, José Sócrates, recebe o programa de neurociências em Janeiro, enquanto em Abril de 2011 entra em funcionamento a área clínica e a investigação do cancro, sobretudo de metástases.

«O que queremos é participar no esforço enorme que a comunidades científica mundial está a desenvolver para curar cancros, tornar mais cancros em doenças crónicas, ou seja, que se morra muito menos de cancro do que se morre hoje», afirmou.

Leonor Beleza não tem dúvidas em afirmar que este será um local de excelência e de referência mundial na investigação e que ajudará a colocar o país e a Europa «mais à letra do dia».

«No que respeita à investigação clínica em cancro, há um relativo atraso de dimensão bastante razoável entre a Europa e os Estados Unidos. Há recomendações da União Europeia no sentido de que as instituições europeias deem também esse passo. Por isso, achámos que havia um espaço para avançar», explicou.

O empresário António Champalimaud deixou parte da sua fortuna para a investigação médica, escolhendo a antiga ministra da Saúde para presidir à Fundação com o mesmo nome, não indicando, porém, o tipo de perfil ou as áreas a que a instituição se deveria dedicar.

«Falámos com muitos cientistas, laboratórios e universidades. Uma coisa que nos foi dita é que tínhamos condições e para não limitarmos a ambição. O edifício já é uma demonstração da ambição e da vontade», afirmou.

O Centro de Investigação Champalimaud estará concluído a 5 de Outubro, com uma cerimónia de Estado. À beira-rio, vai fazer-se ciência com o espírito de aventura dos Descobrimentos

É certo e sabido que são raras as coincidências, pelo menos no que toca à ciência. Mas, neste caso, é forçoso começar por elas: o arquitecto, Charles Correa, tem, como indica o nome, antepassados portugueses por via de Goa. Projectou um edifício único justamente em Pedrouços, na extremidade ocidental de Lisboa, local de onde, há 500 anos, partiram as frágeis embarcações nacionais que iriam dar origem à enorme fase histórica dos Descobrimentos, os mesmos que levaram os portugueses à sua Índia natal.

Para concluir, resta acrescentar uma outra concordância: Correa é natural de Hyderabad, capital do estado de Andhra Pradesh, cidade indiana onde se localiza o centro de investigação que trabalha em parceria estreita com a entidade que lhe encomendou o projecto, a Fundação Champalimaud.

O edifício, que junta dois pólos por um túnel transparente suspenso, é o futuro Centro de Investigação da Fundação Champalimaud para o Desconhecido (Champalimaud Centre for the Unknown), cujas obras terminam com uma sessão simbólica numa data que não o é menos: 5 de Outubro.

Mas este não é só mais um centro de excelência. Focado essencialmente na investigação oncológica, em particular na prevenção das metástases do cancro, guarda várias surpresas, sabiamente misturadas com as soluções arquitectónicas de Correa: os laboratórios estão organizados em torno de um jardim interior, situado na cave do edifício, mas com imensa luz natural.

No primeiro piso, equivalente a um rés-do-chão, circulam os pacientes e respectivas famílias e, no andar superior estarão os investigadores. Todos se encontram à vista uns dos outros, numa relação que se quer simbiótica: «Digamos que, de uma maneira subtil, é feito saber aos investigadores que estão a trabalhar para conseguir encontrar soluções para as pessoas que estão lá em baixo», explica a presidente da Fundação, Leonor Beleza, cicerone desta visita guiada.

O projecto, de 100 milhões de euros, já conta com a tal parceria de um centro de Hyderabad e com a colaboração de uma outra unidade avançada de investigação em oncologia, em Heidelberg (Alemanha), além de parcerias com universidades americanas como as de Cornell ou Princeton.

De Harvard veio Raghu Kalluri para assumir a pasta da direcção da área de oncologia do novo centro. Deixou-se seduzir pelas várias inovações propostas pela Fundação neste projecto: «Não encontramos, em nenhum lugar do mundo onde há hospitais dedicados ao cancro, um centro de investigação perto deles».

Aqui não está só perto, está paredes-meias. Mas esta não foi a única novidade que o impressionou. Os médicos que serão contratados para o centro terão de dividir o seu tempo entre a prática clínica e a investigação, à razão de 50% de tempo distribuído para cada uma das funções. «É um modo de funcionamento único», conclui Kalluri.

Seguindo a cicerone, é possível constatar mais marcas de inovação. Os laboratórios, nos andares cimeiros, estão organizados em torno do jardim tropical interior. Mas, como os andares de baixo se destinam ao tratamento de pacientes, estes também beneficiam de um contacto com esta natureza que emerge do edifício.

Nada ficou ao acaso: quem se submete a quimioterapia, e está por isso mais fragilizado, dispõe de um segundo jardim, reservado, contíguo às boxes onde se processa esta terapia. «Têm uma sugestão de tranquilidade, e, se estiverem em condições físicas e lhes apetecer, podem ir para fora». Este jardim proporciona muitos lugares à sombra, tendo em conta que o Sol é um grande inimigo deste estado clínico.

Impõe-se uma observação neste ponto, como é evidente. Tantos cuidados devem custar uma fortuna, uma dupla punição para quem está muito debilitado. Errado: a Fundação Champalimaud negoceia com várias entidades, seguros de saúde, públicos e privados, para poder acolher pacientes de todas as condições sociais. Assim garante a presidente. «Não queremos que o centro se destine apenas a quem tem muitos meios».

As contas prevêem também a presença de 350 a 400 investigadores residentes. Para já, 70 a 80 deles entrarão finalmente em mudanças para a sua casa definitiva, pois trabalham no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras.

Num futuro próximo - um outro projecto, calcula-se, a cinco anos - será construída uma unidade à parte para internamento.

Da medicina o olhar tem de voltar, rapidamente, à arquitectura. É que o espaço exterior ameaça tornar-se rapidamente um ex libris da cidade. Além das linhas de Correa, que seguem rotas marítimas antigas, o espaço vai ser totalmente aberto ao público, com um passeio num plano inclinado, que termina junto a duas estacas paralelas, que marcam uma espécie de porta de entrada para o rio.

É aí, nesse «momento maravilhoso», explica Charles Correa, «em que o rio se torna mar» que o visitante será surpreendido por um pequeno lago que lhe dará a ilusão de ser uma linha contínua de água para o Tejo.

São muitos os recantos a explorar. Uma pequena barreira com uma abertura estratégica, com vista singularizada para a Torre de Belém, anuncia outra das «perolazinhas» do projecto, observa Leonor Beleza: um anfiteatro ao ar livre à beira-rio.

No outro edifício, um auditório ostenta outra das imagens de marca de Correa, uma janela em forma de óculo gigante, que permite sempre ver o rio (são três no edifício das unidades de tratamento e de laboratórios). A sua instalação, feita por uma equipa japonesa, esteve envolta em permanente mistério. Tudo foi feito em segredo, para evitar espionagens industriais...

O anfiteatro e o auditório estão prontos para receber espectáculos musicais ou de teatro. No auditório, porém, a prioridade vai para a ciência. Poderão ser muitos os congressos que vão transformar Lisboa, por certo, num centro obrigatório de escala científica.

Os espectáculos poderão vir a ser outra fonte de rendimento adicional ao Centro de Investigação. Mas o que se pretende, mesmo, prossegue Leonor Beleza à medida que acaba a visita guiada, é juntar o que se investiga à prática, à realidade da terapia: «É a ideia da ciência feita para obter resultados».

ricardo.nabais@sol.pt

in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1328

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2 Oct

The Champalimaud Foundation Centre Opening

The Champalimaud Foundation Centre is due to open this weekend. We talked briefly to Charles Correa - he described completion works as going fine and when asked to discuss the building he summarised it as being all about discovery. We hope to bring you more details on this intriguing project over the weekend.

In summary the project is divided into three key elements - the research and healthcare building, the conference centre building and an ampitheatre. Between these runs a wide public route rising up towards the sea, ending at a pair of monoliths (totems) with a pool beyond. There is an indoor/outdoor space within the perimeter of the research and healthcare building, connected to the public route by massive oculi, reminiscent of Louis Khan in India or indeed the Federal Chancellery in Berlin. Why the research and healthcare facilities are not articulated as separate volumes is interesting, with the program split into three then it is just one more step to clarify functions and split into four. A brief of cancer care, research, administration and creating a "tourist destination" on one fairly compact site seems rather adventurous.

Lisbon Research and Clinical Center
2008-
Charles Correa Associates with RMJM Hillier & Consiste

Portugal’s Prime Minister breaks ground on Champalimaud Cancer Research Center

Landmark building expected to be centerpiece of historical and tourist district

Champalimaud Center for the Unknown
Lisbon – October 8, 2008 – A groundbreaking ceremony was held on October 5th, 2008 for Portugal’s first major research center. The Champalimaud Foundation Centre, named for the late Portuguese businessman and benefactor Antonio Champalimaud, will be a 300,000-square-foot research facility on cancer and neurosciences and an outpatient cancer clinic in one of the city’s key historical and tourist districts on the banks of the Tagus River, indicative of the extent to which Portugal is willing to invest in scientific research. Bombay-based firm Charles Correa Associates is the Design Architect, in collaboration with RMJM Hillier as Laboratory and Clinical Design Architects. Consiste of Portugal is the Architect of Record.

Champalimaud Foundation Centre Champalimaud Foundation Centre Lisbon Champalimaud Foundation Centre Portugal Champalimaud Foundation Centre Building

The Portuguese Prime Minister José Sócrates, Architect Charles Correa and Champalimaud Foundation President Leonor Beleza each gave remarks at the ceremony, which took place at the Pedrouços Dock in Lisbon, on the banks of the Tagus River. As a symbolic gesture regarding the building’s significance in ushering in a new era of scientific exploration and discovery for Portugal, the Foundation arranged for a small robot to place the first stone in the building’s foundation. The anticipated inauguration date for the Centre is October 5th 2010.

The Champalimaud Centre is located on an extraordinary sweep of land where the Tagus River joins the Atlantic Ocean - the point from which 15th - and 16th -century Portuguese explorers embarked on maritime journeys to discover new geographic lands. In a similar fashion, researchers at the Champalimaud Centre are expected to make new discoveries in the worlds of science and disease treatment, according to Champalimaud Foundation and government officials.

Cancer is the second most common cause of death in Portugal, and mortality rates are on the rise throughout Europe, according to the International Agency for Research on Cancer. In the US, while deaths to cancer are dropping, the number of people living with cancer is expected to double from 1.3 to 2.6 million between the years 2000 to 2050.

The Champalimaud Centre will attract scientists from all over the world to do ground-breaking translational research in cancer and the neurosciences using a multidisciplinary team approach. The new facility will bring together research and cancer care in a single location, fostering collaboration between world class researchers and renowned cancer specialists. The state-of-the-art facilities for basic and clinical research and for teaching will foster frontline research in oncology, molecular biology, genetics, immunology, neurosciences and behavior, as well as post-graduate and doctorate programs, and the diagnosis and treatment of neurological and cancer patients.

The buildings will support the Foundation’s goals by providing research facilities that stimulate creativity and interaction within a compassionate and humanistic environment for patients and their families. Three main structures have been designed by Correa, RMJM Hillier, and Consiste:

·1 Building A houses the Diagnostic Centre, Treatment Centre, and Wellness Centre on the lower levels, and the Research labs and the Administration offices on the upper floors. A rainforest garden, accessible to patients and staff, grows within the building.
·2 Building B houses the Auditorium, Restaurant and the Exhibition area on the entrance level and on the upper level the Conference Centre, together with the Foundation offices connected via an elegant glass bridge to the Research labs.
·3 Building C is an open-air amphitheatre facing the river for public performances and community events.

According to the architects, the project will include high-performance buildings that employ optimal energy and resource management while celebrating the unique site on which it is located.

“The project is an excellent example of a holistic, site-specific approach to sustainability,” according to R. Stephen McDaniel of RMJM Hillier. “For example, the proximity to the Tagus River allows us to have a geothermal heat-sink for temperature control, which is further controlled by the massive rain forest garden in the main building. The garden will be 80 x 40 metres, the size of a US football field.”

The three buildings have been arranged to create a 125m long pathway or ramp leading diagonally across the site, towards the open seas. The plaza is open to the public and well-suited for exhibitions, performances or contemplation.

According to Charles Correa, “At the end of the ramp are two stone monoliths, straight from the quarry, as primordial as Stonehenge. When you reach the highest point, you begin to see a large body of water – which seemingly connects to the ocean beyond. In the centre of this water body, just below the surface of the water, is an oval shaped sculpture - made of stainless steel and slightly convex, so that it reflects the blue sky and passing clouds above.”

The Champalimaud Centre is the first building in a major redevelopment plan to change the face of the Belem area in Lisbon, along the river. A major tourist destination, Belem is also home to the Belem Cultural Centre, Jeronimos Monastery, Belem Tower and The Coach Museum. The Champalimaud Centre is expected to be a tourist destination as well, building on the theme of Portuguese exploration and discovery through a public exhibition center located in the facility.

Approx. building area: 50,000sqm

Champalimaud Foundation Project - Building Information

Design Architect: Charles Correa Associates
Laboratory & Clinical Design Architects: RMJM Hillier
Architect of Record: Consiste

The Champalimaud Foundation supports individual researchers and research teams working at the cutting edge of medical science. It aims to stimulate novel theoretical and practical methodologies by utilizing the experience of both research scientists and medical practitioners, connecting pure scientific investigation with applied clinical research. The Champalimaud Foundation aims to maximize the work being done in the fields of cancer research and neuroscience, including stem cell research and its clinical applications for Parkinson’s and Alzheimer’s disease, diabetes and spinal injury. It is named for Antonio Champalimaud, who was the richest man in Portugal when he died in 2004, bequeathing a quarter of his $3.1 billion estate to set up the Foundation.

Architect and planner Charles Correa is one of few contemporary architects who address not only issues of architecture, but of urban planning and low-income housing as well. His work covers a wide range, from the Mahatma Gandhi Memorial at the Sabaramiti Ashram in Ahmedabad, the Jawarar Kala Kendra in Jaipur and the State Assembly for Madhya Pradesh, to housing projects and townships in Delhi, Bombay, Ahmedabad and Bangalore.

Champalimaud Foundation lead architect : Charles Correa

RMJM Hillier is an international expert in the design of translational cancer facilities that combine research and treatment in one building. Other projects in RMJM Hillier’s portfolio include the Cancer Institute of New Jersey, The University Hospital Cancer at UMDNJ New Jersey Medical School, the University of South Alabama Cancer Research Institute, the Louisiana Cancer Research Institute and the Puerto Rico Cancer Center. RMJM Hillier is the North American division of RMJM Group, one of the largest architectural practices in the world with 1,200 people and 15 offices in the United States, Europe, Middle East and Asia. The firm provides services in architecture, interior design, master planning, historic preservation, landscape design and environmental graphics.

in http://www.e-architect.co.uk/portugal/champalimaud_foundation.htm

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