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Isto não é Arquitectura


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artigo retirado de http://porto.taf.net / a baixa do Porto

De: David Afonso - "Casa Mário Amaral mutilada (e apartes)"

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Submetido por taf em Quarta, 2006-06-07 14:33


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A «Casa Mário Amaral» (1953) aparece referenciada por Fátima Fernandes e Michele Cannatá no Guia de Arquitectura Moderna do Porto 1925-2002 (edições ASA) e é da autoria de Arménio Losa e Cassiano Barbosa: "Num gesto concilia-se o respeito e o cuidado com a tradição e a assimilação da modernidade", lê-se. Não se trata, como é notório, de um exemplar grandioso da arquitectura desta parelha (como por ex: Edifício Soares & Irmãos na Rua de Ceuta ou Bloco da Carvalhosa na Rua da Boavista), mas é um edifício pelo qual sempre tive uma certa ternura (se é que me é permitida tal confiança). Demorei a descobri-lo e, no entanto, passava por lá diariamente a pé. Se não fosse o olhar mais atento de um amigo, então estudante de arquitectura, ter-me chamado à atenção para esta «casota», não sei se a teria interpelado assim, cara-a-cara.
Esta casa-testemunho do modernismo portuense situa-se na Rua Latino Coelho. Quem por lá passar nestes dias constatará que por ali andou mão imprudente que prestou um mau serviço à cidade e à arquitectura. Todo o interior da casa foi demolido, tendo esta sido unida à casa do lado que também viu o seu interior demolido. O piso inferior, que originalmente servia de acesso à garagem e à habitação, foi reduzido na sua totalidade a um portão de garagem. As janelas de ambos os edifícios foram tapadas e revestidas com um cerâmico do bom gosto que se pode ver. Esta obra de Cassiano Barbosa/Arménio Losa é agora um armazém e uma garagem.
Duas questões: a) Se esta mutilação foi legal (coisa que duvido) gostaria de saber, em primeiro lugar, quem foi o técnico que borrou com a sua assinatura este «projecto de reconversão» e, em segundo lugar, que técnicos municipais deram o seu aval a esta aberração; :) Se a mutilação é ilegal, que raio andam os fiscais da Câmara a fazer que não cumprem as suas obrigações? Espero que alguém me possa esclarecer sobre este assunto."

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Caro VDCDL, Os tópicos de informação de referência a outros sites são considerados notícias, depois de alguma discussão são movidos para os respectivos fóruns. Trata-se apenas de organização e critérios internos, logo que se crie uma boa discussão o tópico é movido.

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Porque é que um tema tão importante teve apenas como comentários uma critica a sua localização no site? Leio varias vezes este site e não costumo colocar post pois os posts servem apenas como discussões ou entre membros ou para criticar certos aspectos que nada tem a ver com arquitectura. Sou estudante e tenho o mesmo pensamento acerca dos técnicos da câmara, que talvez por vezes não dão a devida atenção ao que e importante, mas julgo que a razão e a mesma que leva aos posts desnecessário, seja ela qual for. Obrigado e se alguém ficar ofendido com este post as minhas desculpas.
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procha84 então talvez possas iniciar a discussão. Não me compete a mim começar pois não sou arquitecto, e o VDCDL apenas fez uma chamada de atenção, ninguém ficou ofendido com o tópico, apenas foi enviado ontem e dado que é Páscoa as pessoas preferem estar com a família. Por favor aguarda algum tempo, que este tópico terá resposta.
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A razão pela qual escrevi o meu post anterior não foi pela falta de discussão deste topico mas os varios post que se escrevem. E julgo que hoje resolvi escrever algo sobre essa minha opinião, seja ela certa ou errada. Apenas acho que em certas ocasiões não existe uma conversa apropriada ao tema em questão e vejo varios membros a escreverem "de uma maneira menos boa", digamos assim, dos post anteriores. Cada um tem a sua opinião e é obvio que esta deve ser alvo de critica por parte de outros, no entanto, tal critica nao deve ser levada de uma forma tão pessoal. Existem tantas opiniões quanto existem pessoas e se cada uma for bem explicada e fundamentada deve ter o respeito pois senão não somos mais que "tecnicos camararios" que opinam sem razão os projectos, critica que ouço muitas vezes falar, mas que para ja ainda nao vivi. Mais uma vez as minhas desculpas se estou errado e talvez deva ser menos preguiçoso e começar a postar mais, assim vou direcionar a minha opiniao nos casos mais particulares.

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Boas noites. Concordo que a intervenção foi completamente infeliz, tal como a encomenda do cliente. Por vezes é difícil julgar o que acontece, porque imagino que o "arquitecto" não quereria ou não poderia perder o cliente, por mais idiota que seja. Por outro lado, a Camara só poderia recusar o projecto caso o processo estivesse em clara contradição com a lei, ou com os planos, ou caso o imóvel estivesse protegido por algum estatuto de património, que não foi o caso. Não sei se tratando-se de um armazem poderia ter sido evitado, uma vez que existem zonas reservadas para essa actividade... Quanto à alteração das fachadas da cidade, isso normalmente é muito complicado de conseguir - senão não duvido que teria ido tudo abaixo. Normalmente abrem excepções quando se trata de introduzir estacionamento no lote, ou rasgar uma vitrine para fazer uma loja ao nível do rés-do-chão, e havendo tantos exemplos desses é difícil negar mais um... Mas a verdade é que a malha da cidade está em permanente e gradual transformação. As coisas tem um tempo de vida e depois morrem. Só espero que o novo venham com a mesma ou mais qualidade do que o que é destruído.

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bom dia a todos! Não é a minha intenção ser polémico, apenas "comentar o que se faz por aí....nas cidades!" Quando li o artigo o que mais me chocou foi ver a moradia pela qual estive interessado em comprar há uns anos! (e não consegui porque o preço era elevadíssimo!, pelos menos para mim!) tivesse este triste fim.. Na minha opinião, mais valia perpetuar a memória e demolir fazendo uma nova construção. Os arquitectos Arménio Losa e Cassiano Barbosa, não necessitavam de tamanha afronta... ps: achei importante dar conhecimento do artigo a quem ainda não tinha lido! saudações a todos que participam neste e noutros fóruns.

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Para começar convém dizer que este é um assunto sempre delicado e como a informação disponibilizada pelo artigo não é muita, ainda mais delicado se torna falar dele. A esta ter sido uma intervenção legal, acabo por concordar com o Sputnik, já que o que acaba por falhar é o próprio sistema, quanto a mim sem que a nenhum dos intervenientes possa ser atribuida a culpa isoladamente. O proprietário, como dono do imóvel, decidiu que precisava daquele espaço para determinado uso. Aqui podemos especular sobre o próprio acto dessa necessidade, podemos falar da falta de interesse do proprietário pela história do prédio, possivelmente nem saberia as suas origens, podemos falar de uma falta de cultura, mas nunca passará disso mesmo, de uma especulação. O que é certo é que bem ou mal, este interveniente tinha uma necessidade e terá colmatado-a com o que tinha disponivel. Ao projectista apareceu-lhe um cliente e teve de resolver o problema deste. Mais uma vez aqui pode-se especular sobre muita coisa, se este técnico deveria ter aceite o trabalho, se prestou um bom serviço ao cliente alertando-o e aconselhando-o devidamente sobre o seria possível fazer, se propôs alternativas viáveis, etc, etc, etc... mas mais uma vez apenas especulações. Ao técnico camarário também é possível tentar apontar o dedo mas, como já foi dito, este apenas poderia indeferir o projecto se este estivesse de alguma forma em contradição com a lei, regulamentos, planos, etc, ou caso o imóvel estivesse catalogado como de interesse municipal, público, etc, o que a avaliar pelo desfecho e a acreditar na função camarária, não terá sido o caso. Em última análise terá sido todo o sistema a falhar e não apenas uma das partes intervenientes. Com os dados disponíveis, não defendo a intervenção nem a forma como ela foi feita, é concerteza uma pena ver a imagem que vem no artigo, e é certo que haveria mil e uma formas de se resolver o projecto, mas fazendo um pouco de advogado do diabo, se ninguém, entidade públicas incluídas, fez algo para defender o imóvel quando isso era possível, quem pode criticar o proprietário actual por querer resolver uma necessidade, ainda que desrespeitando completamente a estrutura existente?...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Acho que este exemplo é um bom tema para discutir a questão da "arquitectura de fachada", quantas vezes somos confrontados por parte das Câmaras Municipais, com a obrigação de preservar as fachadas.. podemos demolir o resto mas temos que manter a fachada, porque no entender da maior parte dos técnicos/serviços camarários essa é a forma de fazer cidade! No meu entender deve ser mais rigoroso o critério de manter ou demolir ! Em arquitectura, como em tudo temos bons e maus exemplos, e o que me choca mais neste projecto, é ver as janelas preenchidas com o revestimento cerâmico. Mesmo com o novo programa podia-se fazer melhor!... penso eu de que!!!!

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isso e arquitectura , agora quem autorizou , que aquele projecto fosse aprovado para aquele local , ai e que esta o problema ,e no fundo ficamos todos a perder menos quem autorizou tal situação .


Desulpem, mas não entendo. Quem foi o responsável pelo projecto foi o arquitecto. Não vamos chamar aqui os técnicos da Câmara ( e sobre estes teriamos muito que falar), porque se assim fosse estariamos a dizer que a culpa é dos baixos salários, da falta de condições de trabalho, falta de autonomia, etc etc etc. Não adianta dizer que o dono da obra queria que a função do edíficio foi a A a B ou a C...
O seu a seu dono. A obra tem autores ( sei que a vida não é preto e branco, mas chamar as coisas pelos nomes fica bem e não adianta andarmos com rodeios).

Nem sempre se deve recuperar o que não é possível recuperar. Ninguém defende que se devem preservar sempre as fachadas nem limitar o progresso.

Agora, pessoalmente acho que este projecto está muito mal conseguido.
E a culpa nem sempre é do sistema. Se assim fosse, não haveria pelo país belos projectos de arquitectura. E quando um projecto tem muito sucesso, os técnicos da Camâra são chamados a receber os louros, nem devem.

OBS: apesar de compreender os motivos mencionados pelo Moderador, continuo a achar que este tópico merecia estar mais em destaque.

VDCDL
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Quando falei da falha do sistema, salientei que o erro não pode ser imputado apenas a um dos intervenientes, mas provavelmente a todos, provavelmente em graus de importância diferentes. Mas sem conhecer o processo é complicado estar a especular... Falo do sistema englobando todas as partes intervenientes directa e indirectamente.

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Temos que ser nós arquitectos conjuntamente com os técnicos camarários (...alguns também arquitectos), a "regular" o que se faz e pode fazer, porque cada vez somos mais em número, e se "eu" não faço "outro" faz! A maior parte dos clientes só pensa em números.......€ !

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por isto se prova( será?) que uma imagem vale por mil palavras, se é arquitectura? é com certeza, pelo menos melhor do que qualquer um dos edifícios contiguos. é também por isto( este julgamento precoce e sem consistencia) que somos todos parte de uma classe de hipocritas...

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Coloco aqui o contéudo desse link:

Relativamente ao post de David Afonso acerca da mutilação da designada “Casa Mário Amaral”, localizada na Rua de Latino Coelho, perto da Praça do Marquês de Pombal, a gravidade da situação é maior do que o anunciado. Na verdade, por trás da demolição do miolo e da sua transformação numa garagem a céu aberto (visível por quem passa na rua, se o portão da garagem não estiver encerrado), está… o Ministério da Saúde!!!

Pois é, os serviços distritais do Ministério, que funcionam num prédio contíguo, dos anos 70, precisavam de um espaço onde os senhores directores pudessem parquear as suas viaturas, oficiais ou não. E vai daí, provavelmente por um preço de ocasião, adquiriram os dois imóveis e neles promoveram a sua readaptação ao fim em causa, não cuidando do valor arquitectónico/patrimonial que se perdeu…

E – atenção! – duas casas mais abaixo, na mesma rua, está a decorrer idêntica “remodelação”, pelo que se pergunta: será que aumentou entretanto o parque automóvel do Ministério da Saúde no Porto?

Joaquim Silva


Tal como disse, sem conhecer promenores não se deve fazer juízos de valor, mas a acreditar neste testemunho, a legitimidade da intervenção do requerente é ainda mais danosa por ser o próprio sector público a realizar uma obra que desfigura irremediavelmente património público, podendo-se considerar de inclusivamente de interesse público.

Concerteza que o projectista (face aos novos desenvolvimentos pergunto-me se não será alguém da entidade camarária?) poderia ter feito mais e concordo plenamente que regra geral, quando não estamos satisfeitos com o cliente e/ou vice-versa, o melhor será quebrar-se o contracto de mútuo acordo, mas infelizmente com a quantidade, qualidade e variedade de indivíduos que se intitulam de projectistas, para além de arquitectos que os há bons e maus, o requerente se quiser encontra sempre alguém que faça o que pretende... mas não é nossa obrigação tentar também, como dizes "regular" os desejos do requerente e tentar fazer o melhor com as ferramentas que temos disponíveis?...

Falo aqui no geral, não querendo particularizar no caso em questão... esta é uma coisa que me faz pensar nas vantagens e consequências de uma ou outra atitude, sem ainda ter chegado a uma conclusão satisfatória...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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por isto se prova( será?) que uma imagem vale por mil palavras, se é arquitectura? é com certeza, pelo menos melhor do que qualquer um dos edifícios contiguos.
é também por isto( este julgamento precoce e sem consistencia) que somos todos parte de uma classe de hipocritas...



Claro está que não será por uma só imagem que a crítica se deve apoiar. Mas uma imagem também vale mil palavras. Baseado nessa mesma imagem, podemos ter uma crítica honesta e livre de um projecto. Sem hipocrisias como a maioria dos utilizadores o faz.
Assim como o fez o Arqui ao dar a sua opinião sobre os edíficios contíguos, que são melhores que o edíficio em causa e como foi perentório ao afirmar que o projecto é arquitectura. Baseou-se em imagens, penso eu.
Mesmo assim, a rua Latino Coelho não é assim tão longe e alguns dos frequentadores já visitaram o edifício "in loco".

VDCDL
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por isto se prova( será?) que uma imagem vale por mil palavras, se é arquitectura? é com certeza, pelo menos melhor do que qualquer um dos edifícios contiguos.
é também por isto( este julgamento precoce e sem consistencia) que somos todos parte de uma classe de hipocritas...


É de arquitectura que falamos! Mas quando criei este tópico "isto não é arquitectura!", está subjacente que que falamos de boa arquitectura. E para mim isto não o é !
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