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H20use, Uma Casa para as Cheias


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Desenvolvida para a Corus International Student Competition 2007, sob o tema “Living Under Water”, a H20use pretendeu acima de tudo dar resposta ao desafio daquela competição com a proposta de um modelo tipo de habitação familiar para a Cidade de Xai-Xai na província de Gaza, Moçambique.

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A H2Ouse nasce da necessidade em encontrar soluções para catástrofes como as que ocorreram em Moçambique nos Invernos de 2000 e 2005, em lugares habitáveis onde a condição de perigo, apesar de significativa, é motivo insuficiente para desmobilizar uma população de mais de 100 000 habitantes.
A província de Gaza tem vindo a ser assolada ao longo da última década por cheias que atingem níveis superiores aos máximos registados em períodos semelhantes no início do século XIX. É também um dos mais prósperos patrimónios turísticos em Moçambique cuja paisagem e mais valias ambientais a tornam em destino de eleição, dentro e fora do país.
Deste modo propõe-se um esquema de habitação que contemple a subida das águas e a autonomia de meios em situação de crise e onde a solução programática se enquadre no modelo corrente. Dois a três quartos, uma sala de estar e cozinha e um quarto de arrumos aos quais se juntou um escritório e diversos espaços de apoio.
Opta-se por ganhar altura sobre a base, estabelecendo no núcleo central toda a mecanização de meios fundamentais para que o conjunto se mantenha sustentável no interior, ao mesmo tempo que responde ao lugar. Ao que ocupa e àquele cujo propósito de construção define o seu desígnio.
Pretende-se responder a um problema que não exista como imposição permanente no que ao habitar diz respeito. Uma variável que não invalide, mesmo com as restrições que imponha, a possibilidade de vivência.
A subida progressiva do nível das águas é uma das questões que deve ser encarada como parte fundamental na abordagem aos temas da sustentabilidade.
As premissas que validam discussões recorrentes sobre eco-arquitectura e potenciação do uso de energias renováveis na construção não devem excluir o tema sob pena de na dissertação energética se considerar exclusivamente a exploração tecnológica das soluções. Meio caminho para se criar um principio de capitalização das respostas.
Mantém-se o respeito pelo sítio e propõe-se a construção com matérias-primas locais. A resposta é feita pela Arquitectura.


Numa competição com 700 entradas o projecto avançou pela fase de validação e chegou à segunda fase, o que, segundo feedback da Corus (cujo comportamento exemplar para com os participantes nos faz lembrar que em termos de concursos só vale a pena pensar no exterior, infelizmente) nos colocou algures entre o 49º e o 99º lugares. Primeira experiência, foi positivo.


O projecto encontra-se em versão abreviada no SlideShow do evento Emissão Zero aqui.

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O projecto parece interessante e é sempre benéfico que arquitectos nacionais concorram a concursos internacionais. Só queria fazer um sugestão: verifica melhor o significado da palavra "plant" em inglês, porque geralmente significa fábrica ou local de máquinas num edifício, para além de se referir igualmente à botânica, claro. É mais comum usar plan ou blueprint.

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Acho que tirar fotos a maquetes, uma coisa foleira, saloia, fica mal em qualquer painel, este não é excepção (Há por aí uma universidade muito galordoada (?), que faz dos arquitectos maquetistas, isto deve ser um eco). Os paineis pouco expressivos, o projecto, pouco criativo... coluna central, espaços dispostos em torno de...janelas na periferia....há um arquitecto cujo nome é Richard Meier, que está farto de fazer coisas destas em termos de organização.
Mas tudo isso é perdoável, se o projecto tivesse uma enorme beleza...mas apenas consigo ver uma coisa, que não é vernácula, que não espelha Moçambique em nada, podia ser em qualquer parte do mundo, é indiferente a insolação (a norte!) nota-se que existiu um conceito, e depois, e só depois pensou-se é em Moçambique, que se lixe, o ambiente/local não interessa, projecta-se em abstracto.

P.S.

Como é que é possível apreciar um projecto, que nem sequer tem o Norte indicado?

Eu nem compreendo como é que é possível dizer:

O projecto parece interessante

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Há um sentido muito prático na abordagem ao projecto de propor uma solução a um problema, com mais ou menos valias a nível da magnifica inovação do arqui-génio. Com toda a franqueza não me interessam discussões com esta base de incidência. Não tenho estofo para conversas reivindicativas de que uma ideia deve ser unica, boa por excelência e categórica. Acredito que muito boa gente veja substância e propósito no tema mas a mim falta-me a paciência e o tempo para entrar na lenga-lenga. Mais, duvido que alguma vez se entre por caminhos de verdadeira especulação critica, no que à arquitectura diz respeito, enquanto persistirem as posições analiticas que teimarão sempre em fazer descer o contexto fundamental da discussão a um nível de mesquinhez abrupta, redutora e inconsequente que mais não são do que a repetição daquilo que os arquitectos tem vindo a fazer, ao longo dos anos, uns aos outros. O propósito do concurso seria a proposta de um protótipo de casa, com uma eventual sugestão de localização. Da nossa parte houve o cuidado de sugerir Moçambique pela natural proximidade cultural e pela tragédia que o tema das cheias tem vindo a provocar no local. Poder-se-ía ter sugerido cacilhas, alcântara, a costa da caparica, sei lá mais o quê. E também se podia não ter sugerido nada. O abstracto, enquanto porposta, dependeria sempre da validação da resposta a um determinado problema. Valia a ideia, e nesse sentido, também acredito que as ideias são à prova de bala

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Guest carlos.pedro

Entrei aqui porque este projecto está numa exposição que eu organizo, e fiquei decepcionado com a falta de seriedade das respostas. Tristes? Infelizes? Pequenas? Invejosas? Talvez todas ao mesmo tempo…

(…) É mais comum usar plan ou blueprint.

ANA CARDO: Deves ter feito o curso de Inglês Técnico na mesma escola do nosso Primeiro Ministro. PLANT não se usa mas BLUEPRINT muito menos. Foi um erro de ortografia que passa despercebido em alturas de entrega. Acontece com todos. Se reparares em outras situações está escrito PLAN, bem como LEVEL ou FLOOR que são modos correctos de designar as PLANTAS em Inglês.

Para quem necessite, em lugar de um estágio gratuito num grande atelier, melhor aumentar a formação profissional. Vão para Inglaterra uns tempos fazer um curso destes…

Acho que tirar fotos a maquetes, uma coisa foleira, saloia, fica mal em qualquer painel, este não é excepção (Há por aí uma universidade muito galordoada (?), que faz dos arquitectos maquetistas, isto deve ser um eco).

ARK: Isso deve ser algo mal resolvido na tua formação. Sabes fazer maquetes? Duvido. Para tua informação todos os arquitectos minimamente interessantes (sim, estou a excluir-te à partida porque não gostas de modelos fisicos) utilizam as maquetes enquanto ferramenta de trabalho e as mostram nos paineis de concurso, apresentações e publicações. Posso dar-te exemplos desde os OMA aos MVRDV, do H&M ao FUKSAS, do SIZA á INÊS LOBO... e podia continuar com esta lista indefinidamente, quer em Portugal quer no estrangeiro. Saloio? Prefiro 1 000 000 de vezes um arquitecto maquetista no atelier do que um MACACO CAD (Cad Monkey para quem souber inglês...). É um instrumento de trabalho que te permite pensar o projecto de uma modo mais eficaz que um 3D.

E quanto a ficarem mal nos paineis? Cada um sabe o que faz. Eu sempre usei e sempre ficaram bem. Irei sempre continuar a usar. Estou agora a fazer um concurso em que estamos a decidir todo o projecto numa maquete a 1/50 e irei certamente usar as imagens nos paineis. No meio em que te mexes é que isso deve ser foleiro, mas não será de esperar outra coisa. É o problema do ensino da arquitectura em Portugal. Estamos a formar desenhadores CAD com titulo de Arquitecto e que depois de terem a licenciatura se acham os melhores. Quando projectes algo com valor pela segunda vez (a primeira pode ser sorte) poderás mandar bitaites desses. Antes? Lamento mas não os posso ter em conta…

O projecto, pouco criativo... coluna central, espaços dispostos em torno de...janelas na periferia....há um arquitecto cujo nome é Richard Meier, que está farto de fazer coisas destas em termos de organização.
Mas tudo isso é perdoável, se o projecto tivesse uma enorme beleza...mas apenas consigo ver uma coisa, que não é vernácula, que não espelha Moçambique em nada, podia ser em qualquer parte do mundo, é indiferente a insolação (a norte!) nota-se que existiu um conceito, e depois, e só depois pensou-se é em Moçambique, que se lixe, o ambiente/local não interessa, projecta-se em abstracto.

P.S. Como é que é possível apreciar um projecto, que nem sequer tem o Norte indicado?

Eu até aceito que não gostes do projecto, ou que não o entendas. Se a tua referência é o Richard Meier, então está tudo dito… Deves estar mais preocupado em fazer coisas GUAPI GUAPI (expressão espanhola que refere aos que se acham na moda…) do que pensar no que realmente importa. Li uma entrevista do Greg Lynn há dias em que fala que prefere concentrar-se no 1% do trabalho do arquitecto que realmente interessa (leia-se COOL). Eu acho bastante mais importante e interessante a preocupação com os 90% da população global que não precisam do arquitecto para nada. Apenas precisam que lhes resolvam os problemas do dia a dia. E nisso este projecto é exemplar. Há um problema e o projecto aporta uma solução. Melhor? Pior? Poderia ter 1000 formas distintas, mas o valor é ter-se preocupado com assunto.

E vou fazer de conta que nem li a questão do Norte. Quando usas argumentos desses, mostras a tua ignorância total na leitura projectos. Primeiro, quando não se indica, o Norte está para cima... mas neste caso não faz muito sentido. Moçambique está no hemisfério sul. Além disso é um país tropical onde a insolação é excessiva de qualquer quadrante.

Dizeres que só consegues apreciar (é diferente de avaliar!!!) um projecto quando tens o norte escarrapachado na folha é o mesmo que dizeres que só consegues apreciar um automóvel quando tens a chave na ignição. Duh.

Gostava de saber que preocupações terás aparte do aspecto estético dos projectos. Como bem dizes, isso é o que ensinam em universidades galardoadas, a norte e a sul. Terá sido onde aprendeste que ser arquitecto é uma questão estética? Para mim é acima de tudo uma questão de postura critica...

Diz-me o que te interessa, dir-te-ei quem és...

PS1: IVO Gosto do projecto e gosto do sentido critico.
PS2: ARK Espero os teus projectos na exposição Casa da Vizinha que está na Ordem. Ainda estás a tempo de enviar material.
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Esta última tirada, faz parte do tipo que nunca vai construiu nada na vida, e que está a defender material de uma exposição que o próprio organiza (como se isso fosse sinónimo de qualquer coisa?), a mim, perfeitamente indiferente, as minhas críticas espelham o que vejo, se agradam ou não, se o projecto consta ou não na tua exposição, volto a frisar, a mim, perfeitamente indiferente. Não estou aqui com amigismos, a minha independência é sempre total.

Há um problema e o projecto aporta uma solução. Melhor? Pior? Poderia ter 1000 formas distintas, mas o valor é ter-se preocupado com assunto.

Qual solução? Ter-se importado? Aquilo está acima do nível da águas? Qual é a solução construtiva adoptada que espelha minimamente a construção em Moçambique? Faz-me rir, a tal preocupação com nada. Gostaria que explicasses, até que ponto este projecto é vernáculo, onde?

Mantém-se o respeito pelo sítio e propõe-se a construção com matérias-primas locais. A resposta é feita pela Arquitectura.

Quais é que foram as matérias primas locais, PERFIS RHS e Tubulares? (big lol) É isto que se percebe nos desenhos, fica a incógnita.

Já alguma vez instruiste um projecto numa câmara, achas sinceramente que na ausência da indicação, o Norte fica para cima? Isto é tão só, o puro academismo personificado! Não se indicou, porque nem sequer se preocupou.
Moçambique, recebe insolação principalmente a norte e em segunda importância a sul (solstício e dois equinócios a norte), onde é que a organização espacial do projecto espelha minimamente esta preocupação? Não espelha, havia um conceito de uma coisa redonda e lá se fez uma coisa redonda.
Tens toda a razão, a insolação é excessiva de todos os quadrantes, portanto não se percebe como é que se podem projectar vãos desta forma, abertos de cima abaixo, o pé direito completo sem qualquer espécie de protecção. É por coisas destas, que este projecto nunca funcionará! Eu recordo-me de uma disciplina na Faculdade, Arquitectura Tropical, há pessoas que sabem projectar, outras que nem por isso.

Caro Carlos.Pedro, só importa se funcionará, a postura crítica é para tipos que gostam de maquetes e nunca constroem nada.

P.S.

Este projecto, é uma espécie de novo ideal do International Style, projecto em abstracto, funciona (?) em todo o lado.
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Guest carlos.pedro

Esta última tirada, faz parte do tipo que nunca vai construiu nada na vida, e que está a defender material de uma exposição que o próprio organiza (como se isso fosse sinónimo de qualquer coisa?), a mim, perfeitamente indiferente, as minhas críticas espelham o que vejo, se agradam ou não, se o projecto consta ou não na tua exposição, volto a frisar, a mim, perfeitamente indiferente. Não estou aqui com amigismos, a minha independência é sempre total.

1º Construir não é a minha obsessão. Nem tudo o que se constroi é Arquitectura e muito boa arquitectura nunca é construida. Mas para informação geral, tenho 3 projectos em fase de execução (que não estão no site!!!), tanto em Lisboa como em Barcelona.

2º Organizei a exposição a convite da OASRS. A exposição é livre, com o único objectivo de divulgar as aproximações possiveis ao tema da sustentabilidade. Não preciso defender ninguém pois não há a figura de Comissário que assume a responsabilidade da escolha. Apenas existem organizadores. O único critério avaliado é se aborda o tema da Sustentabilidade de algum modo.

3º Não sou amigo do Ivo. Não o conheço pessoalmente mas tenho bastante boa impressão pela qualidade do blog dele. Ele submeteu o material para expor como uma série de outras pessoas e achei que abordava a preocupação do Câmbio Climático a partir da arquitectura.

Aqui o único que vai de amiguismo és tu, caro Ark. Pelo menos precisas de o anunciar bem alto para convencer os outros disso, e talvez tu mesmo. Como já te disse, podes submeter o material para a exposição, e se for escolhido, provavelmente te irão apontar como amiguinho do Carlos Sant'Ana. Talvez até se fosse útil para alguma coisa...

4º Não confundas independência com qualquer outra coisa. Será por isso que não envias o teu material para se sujeitar a exposição e avaliação pública? É o teu modo de seres independente? Lamento... isso me parece história daqueles miudos que ninguém escolhe para jogar à bola no recreio e depois dizem que preferem brincar sozinhos... oops, independentemente.

Ser independente é projectar o que acreditas e o defender em praça pública. Todo o meu percurso profissional foi sobre isso, e talvez por isso ainda "não tenha construido". Digamos que não sou vendido e que a altura certa chgará. Podes fazer o download de uma entrevista que dei recentemente ao Jornal Construir onde disse bastante sobre a minha vida profissional e como vejo a profissão em Portugal. Talvez consigas mais material para podermos continuar a discussão. Até poderiamos abrir um tópico, Carlos.Pedro vs ARK com votações tudo, tipo Mortal Combat.

Qual solução? Ter-se importado? Aquilo esta acima do nível da águas? Qual é a solução construtiva adoptada que espelha minimamente a construção em Moçambique? Faz-me rir, a tal preocupação com nada. Gostaria que explicasses, até que ponto este projecto é vernáculo, onde?

4ª E para ser em Moçambique têm que ser vernáculo? Será que ainda projectas como no inquérito à Arquitectura Popular em Portugal? O que afirmas é pura demagogia e falta de respeito por Moçambique. Acreditas que por estar em África ainda moram todos em Cubatas? Deverias ter as minimas noções da história da arquitectura nos PALOPs antes de opinar... onde havia um Movimento Moderno ao nivel do que se fazia em qualquer parte do mundo (excepto Portugal Continental…)

Quais é que foram as matérias primas locais, PERFIS RHS e Tubulares? (big lol) É isto que se percebe nos desenhos, fica a incógnita.

5º É de facto tão importante para ti ou serve talvez para esconder alguma inépcia criativa?

Já alguma vez instruiste um projecto numa câmara, achas sinceramente que na ausência da indicação, o Norte fica para cima? Isto é tão só, o puro academismo personificado! Não se indicou, porque nem sequer se preocupou.

6º Já instrui projectos em Câmaras. Agora normalmente quem trata disso é a minha sócia. E te digo mais, fui durante dois anos Arquitecto Municipal em Lisboa, fazendo projecto e acompanhando obra na Unidade de Projecto do Castelo. Pelos vistos a tua visão é curta e não sabe distinguir de um projecto apresentado a concurso de um projecto de execução, nem as diferenças a nivel de resolução formal entre os dois.

Moçambique, recebe insolação principalmente a norte e em segunda importância a sul (solstício e dois equinócios a norte), onde é que a organização espacial do projecto espelha minimamente esta preocupação? Não espelha, havia um conceito de uma coisa redonda e lá se fez uma coisa redonda.
Tens toda a razão, a insolação é excessiva de todos os quadrantes, portanto não se percebe como é que se podem projectar vãos desta forma, abertos de cima abaixo, o pé direito completo sem qualquer espécie de protecção. É por coisas destas, que este projecto nunca funcionará! Eu recordo-me de uma disciplina na Faculdade, Arquitectura Tropical, há pessoas que sabem projectar, outras que nem por isso.

7º Normalmente avaliamos as coisas pelos padrões que nos guiam, sejam éticos ou estéticos e é assim que se nota que tu avalias -sempre negativamente- as coisas. Espero que nunca sejas professor nem tenhas arquitectos a fazer estágio contigo, pois todos irão odiar a tua incapacidade educativa.

8º Interessa-me bastante Arquitectura Tropical (a minha sócia é brasileira!!!) e temos feito concursos para o Brasil e projectos para África. Sempre bem recebidos. Existem vários modos de contornar esses tipos de problemas, por exemplo Ventilação Cruzada ou Aberturas na Laje Superior para evacução do ar quente (quente = que sobe!!!)

9ª Eu também me recordo de Arquitectura tropical na Faculdade e te posso garantir que era uma fantochada. Servia para justificar a vinda dos estudantes Africanos e para alguns dos alunos terem algum 20 durante o curso.

Caro Carlos.Pedro, só importa se funcionará, a postura crítica é para tipos que gostam de maquetes e nunca constroem nada.

10º A postura critica é a ferramenta fundamental de abordagem de projecto. Sem isso, apenas acabas por fazer coisas gratuitas, estéticas. sejam elas redondas, seja com palas à Siza ou caixinhas à Mateus. Como era lema numa das Bienais de Veneza (já lá foste???) LESS AESTHETICS, MORE ETHICS. Pelos vistos, fica demonstrada a tua ineficácia enquanto projectista por não teres presente a mais poderosa arma de um arquitecto.

11ª Tenho mais credibilidade profissional conquistada em 1 mês de trabalho do que que tu em todo o tempo que andas a brincar aos arquitectos. Frequentemente sou solicitado para publicar e expor sendo o único que "não construiu". Que poderá significar? Segundo o teu prisma, tenho muitos amigos. Lamento informar-te, mas as coisas não funcionam assim. Essa é a desculpa de quem nunca lá chegará. Ou talvez te possa dizer de outro modo: talvez eu consiga construir qualquer coisa antes de tu seres seres levado a sério onde quer que seja.

Abraço,
CP

Caros,
Vamos lá a moderar esses ataques pessoais!

Kadinsky:
Como bem utilizas, temos que ser moderados, mas essa é a função do moderador. Alguns actuam como se isto fosse o seu feudo privado -talvez seja a única coisa interessante que têm para fazer na vida— e leva a uma percepção distorcida das suas funções. Já disse várias vezes a quem de direito -em privado- mas agora o digo em público. Alguns moderadores do Fórum não possuem as qualidades para o serem. Alguém devia rever isso, pois já são bastantes utilizadores que estão a deixar de vir ao Arquitectura.pt para discutir arquitectura. Está a tornar-se num café da Associação de Estudantes. Talvez uma votação possa responder a essa questão!!!
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Sr. Carlos.Pedro: Blueprint pode não ser o substantivo mais utilizado, actualmente, mas tinha o significado de planta em Inglês. (Vai a um dicionário). Não cheguei a ler o texto todo por isso não percebi que era uma gralha. Mas é curioso... a minha mensagem destinava-se a auxiliar o autor do projecto de forma simpática, e nem foi necessário utilizar qualquer ironia descabida sobre os conhecimentos de inglês dele. Quanto a "floor" e "level" lamento muito mas o primeiro significado desses substantivos é nível ou andar, e não planta. Comentador n.º2: Sim, eu disse "projecto interessante", não se pode ser amável? Não tenho tido problemas com isso, já das pessoas que praticam o contrário não se pode dizer o mesmo. É uma questão de karma...

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Guest carlos.pedro

Ana Cardo:
Blueprint é um tipo de impressão como o Ozalid. Não é do vosso tempo pois estão na era digital mas eu ainda fiz metade do curso a desenhar a tinta da china em vegetal e as cópias tinham que ser feitas deste modo. Não é correcto usar o termo Blueprint em qualquer desenho, pois ele se refere ao Conjunto dos desenhos -Plantas, Cortes, Alçados, Etc.

Quanto aos termos LEVEL, FLOOR e PLAN é comum legendar desenhos em Inglês deste modo. ENTRANCE LEVEL Scale 1.200, FIRST FLOOR Scale 1.200 ou SITE PLAN Scale 1.200 são exemplos que te posso dar. Todos eles são termos correctos e de uso corrente.

Devo-te uma desculpa por ter confundido uma critica construtiva -tiveste pontaria para encontrar a única gralha- com o tipo de Post de Escárnio e Maldizer do ARK e levaram os dois pela mesma medida. Foi um erro de julgamento meu que farei os possiveis para não repetir.

Quanto ao projecto, concordo contigo. E a liberdade de acrescentar que me interessa bastante a postura critica e consciência ecológica e social do Ivo ao decidir sair dos terrenos "standard" da arquitectura e se aventurar por temas que verdadeiramente valem a pena pensar. Assuntos que infelizmente dão pouco dinheiro e fama, mas quando realizados conseguem melhorar a vida a muita gente.

Atentamente,
Carlos.Pedro

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Muito bem. Mas de acordo com o Oxford Dictionary, blueprint também significa planta, mas claro que não é muito usado, só estava a indicar ao autor do projecto todos os termos de que me lembrava. Os outros termos, tem na verdade mais os significados que indicou, e não tanto planta no geral. Talvez alguém já tenha comentado isto, mas caso contrário: _ um conselho ao autor do projecto e a outros que fazem o mesmo, tentem inserir os projectos sob a forma de miniaturas anexadas, porque assim torna-se complicado abrir o tópico.

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Sempre tive a ideia, que Blueprints eram telas finais, coisa que muitas pessoas me afiançaram.

Aqui o único que vai de amiguismo és tu, caro Ark. Pelo menos precisas de o anunciar bem alto para convencer os outros disso, e talvez tu mesmo. Como já te disse, podes submeter o material para a exposição, e se for escolhido, provavelmente te irão apontar como amiguinho do Carlos Sant'Ana. Talvez até se fosse útil para alguma coisa...

Eu não preciso de padrinhos, nem nada do género...não obrigado.

4º Não confundas independência com qualquer outra coisa. Será por isso que não envias o teu material para se sujeitar a exposição e avaliação pública? É o teu modo de seres independente? Lamento... isso me parece história daqueles miudos que ninguém escolhe para jogar à bola no recreio e depois dizem que preferem brincar sozinhos... oops, independentemente.


Tenho muitos trabalhos expostos no fórum, talvez um meio com maior exposição pública do que este que referes, estão lá, toda a gente pode críticar, dizer mal, depreciar, mandar a baixo... também te ofereço uns se quiseres...

8º Interessa-me bastante Arquitectura Tropical (a minha sócia é brasileira!!!) e temos feito concursos para o Brasil e projectos para África. Sempre bem recebidos. Existem vários modos de contornar esses tipos de problemas, por exemplo Ventilação Cruzada ou Aberturas na Laje Superior para evacução do ar quente (quente = que sobe!!!)


Não estamos aqui a falar de ti, isso não me interessa, o que interessa é o que está feito no projecto em questão, nem ventilação cruzada, nem furos nas lajes, a própria organização do espaço é contrário a tudo isso. Não fujamos da discussão. A Arquitectura vernácula de Moçambique não são cubatas e em nada o referido projecto utiliza construção da dita, é um facto indiscutível, basta olhar para o projecto em pormenor.

11ª Tenho mais credibilidade profissional conquistada em 1 mês de trabalho do que que tu em todo o tempo que andas a brincar aos arquitectos. Frequentemente sou solicitado para publicar e expor sendo o único que "não construiu". Que poderá significar? Segundo o teu prisma, tenho muitos amigos. Lamento informar-te, mas as coisas não funcionam assim. Essa é a desculpa de quem nunca lá chegará. Ou talvez te possa dizer de outro modo: talvez eu consiga construir qualquer coisa antes de tu seres seres levado a sério onde quer que seja.


Esta tirada recorda-me de um tipo que sugeriu a outro para tirar um curso de inglês em Inglaterra (ai que palhaço!) no início deste tópico, um tipo que não sabe escrever noutra língua é desculpável, agora na língua mãe, é (como o Eça dizia) antes de mais uma vergonha, para lançar críticas ao que quer que seja.

Não sei se já percebeste, não estamos aqui a falar de ti e do respectivo currículo, das revistas para ondes escreves e tretas afins, guarda o auto-exibicionismo, isso não me diz nada, é do Projecto, portanto as respostas restringem-se a isto, ou serão moderadas com requintes de malvadez.
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Guest carlos.pedro

Tenho muitos trabalhos expostos no fórum, talvez um meio com maior exposição pública do que este que referes, estão lá, toda a gente pode críticar, dizer mal, depreciar, mandar a baixo... também te ofereço uns se quiseres...


Quais os links dos teus projectos? Assim poderei falar com conhecimento de causa... Irei ver, analisar e se gostar, talvez te convide para publicar. Pode ser que me surpreenda, pode ser que não.

Esta tirada recorda-me de um tipo que sugeriu a outro para tirar um curso de inglês em Inglaterra (ai que palhaço!) no início deste tópico, um tipo que não sabe escrever noutra língua é desculpável, agora na língua mãe, é (como o Eça dizia) antes de mais uma vergonha, para lançar críticas ao que quer que seja.


Parti do principio errado que era uma pessoa como tu a falar, e resolvi do modo correcto pedindo desculpa a quem de direito. Esse assunto já está encerrado dignamente com a Ana Cardo. A ti apenas te digo que BLUEPRINTS não são telas finais. São DESENHOS.

Não sei se já percebeste, não estamos aqui a falar de ti e do respectivo currículo, das revistas para ondes escreves e tretas afins, guarda o auto-exibicionismo, isso não me diz nada, é do Projecto, (…)


Caro ARK. qualquer pessoa que queira ver parte do meu curriculo pode ir ao meu site. Não venho para aqui discuti-lo com arquitectos que acham que fazer maquetes é algo foleiro. No Brasil têm um nome bastante interessante para pessoas assim. São chamadas de Espirito de Porco, pois só se interessam em mandar bitaites imbecis sobre assuntos alheios.

Quem anda para aqui metido a pavão és tu. De post em post armado em superior e criticando projectos com linguagem de taberna. Talvez se o soubesses fazer com a dignidade, os posts onde entras tivessem um nível correspondente à tua formação profissional. Infelizmente é o que se vê: ter estudos não é sinónimo de ter educação. Isso não é problema teu, é problema do ensino em Portugal ser democrático. Como dizia Eça, "Portugal é um país muito bonito. O problema são os portugueses…"

(…) portanto as respostas restringem-se a isto, ou serão moderadas com requintes de malvadez.

Vou partir do principio que isto é uma ameaça. Assim se vê o verdadeiro nível de cada um. Estás equivocado quando acreditas que o posto de moderador te permite editar posts alheios com requintes de malvadez. Irá seguir a queixa respectiva para quem de direito… talvez seja desta que te mandam para casa…

Abraço
CP
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Ena à quanto tempo não via uma discussão entre o Carlos.Pedro e alguém da equipa do arquitectura.pt, desta vez foi o ark com outrora fui eu e o asimplemind. (ja agora Carlos.Pedro ainda estou a espera do gin no bar do Peter's) Em relação à discussão, Carlos.Pedro a meu ver o comentário do ark não foi uma ameaça no sentido de fazer uma moderação intrusiva, mas sim no sentido de manter a conversa relativa ao tópico em discussão. Já agora tenho de dizer que desde que o ark ocupa o cargo nunca o vi a utilizar os privilégios de moderador nesse sentido, e acho que não vai ser agora que vou ver. Quanto ao projecto em questão pessoalmente não me diz nada, não percebo porque é que este projecto é especificamente para Moçambique e não pode ser para outra localização qualquer, mas não vou entrar em discussão contigo tendo em conta que já esgrimimos argumentos antes e no final cada um ficou na sua tornando toda a discussão no mínimo inútil, visto que nem o gin acordado posteriormente se consumou.

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Guest carlos.pedro

Gin Soaked Boy:
Já chegou o Regimento de Infantaria?? É bom ver que as discussões em que entro acabam por ser acaloradas e recordadas. Quem te ler até parece que tenho algo contra a equipe do Arquitectura.Pt. Nada mais errado pois ainda por cima estamos a colaborar no site da Casa da Vizinha.

O gin prometido não está esquecido. Tenho ido a Lisboa a correr e não me dá tempo para nada. Volto no dia 31 para a Conferência da Casa da Vizinha e falaremos nessa altura. Envio-te MP para combinar.

ARK: Em relação à discussão, Carlos.Pedro a meu ver o comentário do ark não foi uma ameaça no sentido de fazer uma moderação intrusiva, mas sim no sentido de manter a conversa relativa ao tópico em discussão. Já agora tenho de dizer que desde que o ark ocupa o cargo nunca o vi a utilizar os privilégios de moderador nesse sentido, e acho que não vai ser agora que vou ver.

KADINSKY: Caros, Vamos lá a moderar esses ataques pessoais!

Lamento mas não posso concordar contigo. Existe uma diferença clara entre os dois posts de moderadores. Um [Kadinsky] cumpre a sua função e diz que nos devemos focar no tema do post. De modo educado e com a ética que o cargo de moderador traz associado. Outro [ARK] diz que irá editar os posts com requinte de malvadez. Não é preciso ser muito inteligente para distinguir um do outro, como também não é preciso muita inteligência para dizer essa barbaridade. Simplesmente não é uma moderação: actua como se fosse o quintal de casa onde só brinca quem ele quiser e como ele quiser. Se já viste antes ou não, é indiferente…não será à toa que muita gente está a deixar de ter paciência para vir ao Fórum...

Por outro lado concordo contigo quando dizes que o projecto pode estar em outro sitio qualquer. Aliás, pode estar numa série de outros sitios, mas não em qualquer sitio. É algo bem diferente. E isso é devido a uma série de condicinantes:

1: Era um concurso. Quem faz concursos frequentemente sabe e opta por não resolver tudo. Uma vez escutei o Juan Herreros dizer que num concurso não podemos definir tudo, pois depois ficamos de mãos atadas no desenvolvimento das fases posteriores do projecto. E concordo com ele.

2: O concurso era abstracto. A opção do Ivo foi pensar uma solução para um problema concreto -habitação em zona de risco de cheias ffrequentes- e Moçambique foi um exemplo escolhido onde implantar. Podia ser na Indónesia. Podia ser em Alicante. Podia até ser em Santarém ou na Régua. A proposta é de uma casa para zona de cheias e não uma casa para Moçambique.

3: Qualquer arquitectura pode estar em qualquer sitio. A história do Genius Loci, ou o espirito do lugar, surgiu para justificar uma série de opções estéticas, mais do que funcionais. Porque é que a Arquitectura do Siza ou do Mateus é igual em qualquer lugar do mundo que esteja? Porque isso é um defeito do arquitecto: sempre projecta para o seu ego e o resto é conversa.

Não me vou alargar muito mais. Como bem dizes, iremos ficar cada um na sua que somos os dois casmurros. Eu já tenho mais experiência profissional e talvez por isso já tenha mudado e reformulado a minha opinião sobre um monte de coisas que me ensinaram na FAUTL. Aliás, praticamente sobre tudo… Se isso torna a discussão inútil? Acho que não…pode ser que daqui a uns anos tu -ou eu- nos lembremos do que se falou e mudemos de opinião outra vez, ou que sirva para aclarar a posição de alguém que nos leia.

Abraço. Espera por uma MP brevemente.
CP
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Haja cabeça para lidar com estes ambientes... Recuso-me, liminarmente, a defender este ou outro projecto qualquer de minha autoria quando do lado de lá da barricada estiverem posições de mesquinhez pura e simples, quando se diz que não, só porque sim, então estamos mal, muito mal. A escolha do lugar, neste caso, surgiu como resposta a um determinado problema, NUM CONCURSO ONDE NÃO ERA, NÃO ERA, REPITO QUE NÃO ERA, obrigatória a escolha de um lugar especifico e a sugestão de 500 localizações estava perfeitamente ao dispor dos participantes, bastava assim o entenderem. A escolha de moçambique está somente relacionada com uma proximidade cultural, sem reflexos imperialistas, de um lugar para o qual nós portugas tendemos a menosprezar de forma estupida. Passamos semanas a abrir telejornais com massacres noutras áfricas e fazemos referencia a este tipo de catástrofes naturais com notas de rodapé, talvez aí, e na falta de interesse geral pela informação, se explique a incapacidade em perceber a localização, talvez o tempo, maturidade e experiência leve os velhos do restelo a entender a coisa. Também não tenho o minimo interesse em entrar pelas conversas do lugar, o romance do lugar, a escravização pelo lugar, seguidismo, sectarismo e outros sentimentos que mais não servem do que ajudar o arquitecto a demorar mais e mais a sua capacidade de responder a um problema, no caso especifico o concurso que continha muito mais material do que o que foi submetido foi resolvido em 2 semanas, e considero o resultado muito positivo. A fechar, e para fechar, entendo a frustração geral que impera na classe. Lamentos extensos de uma profissão dificil e um mercado de trabalho complicado. Estratégias obscuras e uma ordem vergonhosa. Entendo mas não subscrevo. Trabalho desde o 2º ano da licenciatura, sempre trabalhei, e quando entrei para isto não conhecia um unico arquitecto. Apesar de muito reduzido, tenho o meu espaço e aos poucos vou tendo os meus conhecimentos, naturais, de quem terá algum respeito e consideração pelo que tenho vindo a fazer. E aí tive sorte, mas foi uma sorte que me deu um trabalho do caraças. Esperava, e de que maneira, que a coisa desse nisto. Não esperava é que fosse tão cedo.

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Gin Soaked Boy:
Já chegou o Regimento de Infantaria?? É bom ver que as discussões em que entro acabam por ser acaloradas e recordadas. Quem te ler até parece que tenho algo contra a equipe do Arquitectura.Pt. Nada mais errado pois ainda por cima estamos a colaborar no site da Casa da Vizinha.


Regimento de Infataria? Não, apenas me limitei a contribuir com a minha opinião, alias acho que se há pessoa no forum que não precisa de regimentos de infantaria é precisamente o ark.

Mas repara que acabas sempre por fazer acusações de má moderação a pessoas da equipa do arquitectura.pt ... E repara também que por muitos choques que existam entre utilizadores e membros da equipa, ou mesmo entre membros da equipa, o único a fazer essas acusações és tu.

O gin prometido não está esquecido. Tenho ido a Lisboa a correr e não me dá tempo para nada. Volto no dia 31 para a Conferência da Casa da Vizinha e falaremos nessa altura. Envio-te MP para combinar.


Ah tens de admitir que foi uma maneira diferente de te recordar de um gin no Peter's em vez da normal MP. :D

Lamento mas não posso concordar contigo. Existe uma diferença clara entre os dois posts de moderadores. Um [Kadinsky] cumpre a sua função e diz que nos devemos focar no tema do post. De modo educado e com a ética que o cargo de moderador traz associado. Outro [ARK] diz que irá editar os posts com requinte de malvadez. Não é preciso ser muito inteligente para distinguir um do outro, como também não é preciso muita inteligência para dizer essa barbaridade. Simplesmente não é uma moderação: actua como se fosse o quintal de casa onde só brinca quem ele quiser e como ele quiser. Se já viste antes ou não, é indiferente…não será à toa que muita gente está a deixar de ter paciência para vir ao Fórum...


Como disse antes, eu apenas limitei-me a contribuir com a minha opinião, nem sempre (alias raramente o fazemos) temos de concordar um com o outro. Agora também há que ter em mente que enquanto um está distanciado da discussão o outro está no meio dela, e tens de admitir que também disseste algumas coisas menos simpáticas.


Por outro lado concordo contigo quando dizes que o projecto pode estar em outro sitio qualquer. Aliás, pode estar numa série de outros sitios, mas não em qualquer sitio. É algo bem diferente. E isso é devido a uma série de condicinantes:

1: Era um concurso. Quem faz concursos frequentemente sabe e opta por não resolver tudo. Uma vez escutei o Juan Herreros dizer que num concurso não podemos definir tudo, pois depois ficamos de mãos atadas no desenvolvimento das fases posteriores do projecto. E concordo com ele.

2: O concurso era abstracto. A opção do Ivo foi pensar uma solução para um problema concreto -habitação em zona de risco de cheias ffrequentes- e Moçambique foi um exemplo escolhido onde implantar. Podia ser na Indónesia. Podia ser em Alicante. Podia até ser em Santarém ou na Régua. A proposta é de uma casa para zona de cheias e não uma casa para Moçambique.


Tudo bem isso é um argumento válido apenas pergunto então porque tanta força em Moçambique e não apresentar isto como aquilo que dizes que é, ou seja uma proposta para uma zona de cheias?

3: Qualquer arquitectura pode estar em qualquer sitio. A história do Genius Loci, ou o espirito do lugar, surgiu para justificar uma série de opções estéticas, mais do que funcionais. Porque é que a Arquitectura do Siza ou do Mateus é igual em qualquer lugar do mundo que esteja? Porque isso é um defeito do arquitecto: sempre projecta para o seu ego e o resto é conversa.


Não confundas estilos arquitectónicos com ovnis. Vai la ver se as obras do Siza na sua grande maioria das vezes não tomam o local em que vão ser inseridas como grande preocupação no acto criativo.

Não me vou alargar muito mais. Como bem dizes, iremos ficar cada um na sua que somos os dois casmurros. Eu já tenho mais experiência profissional e talvez por isso já tenha mudado e reformulado a minha opinião sobre um monte de coisas que me ensinaram na FAUTL. Aliás, praticamente sobre tudo… Se isso torna a discussão inútil? Acho que não…pode ser que daqui a uns anos tu -ou eu- nos lembremos do que se falou e mudemos de opinião outra vez, ou que sirva para aclarar a posição de alguém que nos leia.

Abraço. Espera por uma MP brevemente.
CP


Carlos.Pedro não sei se tens mais experiência profissional que eu ou não, não sei desde quando começaste a trabalhar, nem tão pouco conheço o teu currículo, mas o facto de teres alterado a tua opinião com a experiência profissional é um bom sinal. Isso acontece com quase todos os que conheço que saíram dos respectivos cursos e se puseram a trabalhar, porque de facto o mundo de trabalho é muito diferente do mundo académico.
Contudo, há formas como encarar as questões, estas também se alteram com o mundo de trabalho, contudo é uma alteração que parte mais do próprio ego do que da formação que vamos recebendo (seja ela académica ou profissional), dai parecer-me que talvez este factor seja mais complicado de alterar porque no fundo implica também uma alteração do ego.

E parece-me que nestas discussões a maioria das vezes acabamos sempre por discutir as formas como abordamos os problemas do que propriamente as soluções si, e muitas vezes isso cria, nem que seja de uma forma indirecta ataques ao ego o que acaba sempre por gerar o tal ambiente que o Ivo fala no seu post.
Cada um gosta de defender e vai defender o seu ego até as ultimas forças, dai eu achar estas discussões infrutíferas.

Cá espero a MP.
Abraço
Gin


Ivo: sendo tu o autor do projecto em questão acabas sempre por ser de uma forma directa e indirecta apanhado numa discussão em que até agora pouco intervieste. Contudo queria deixar-te aqui uma palavras de agradecimento. Obrigado por partilhares o teu trabalho aqui no arquitectura.pt, a discussão que surge a partir dele poderá atingir níveis mais altos de discussão, apenas depende da vontade dos intervenientes. Porém, não esperes que todos digam que concordam com as tuas opções, porque tal não irá acontecer.
A questão do local na arquitectura é uma questão bastante pertinente, especialmente quando na proposta ele nos é apresentado como factor preponderante na escolha de algumas das opções tomadas. Ainda para mais num concurso em que temos de escolher muito bem os elementos que apresentamos.
Seja como for (e estando eu completamente fora deste concurso, portanto nem sei se ainda vou a tempo ou não) queria desejar-te a melhor da sorte para o mesmo.
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Guest carlos.pedro

Mas repara que acabas sempre por fazer acusações de má moderação a pessoas da equipa do arquitectura.pt ... E repara também que por muitos choques que existam entre utilizadores e membros da equipa, ou mesmo entre membros da equipa, o único a fazer essas acusações és tu.


Para começar deixo a definição de moderar para que todos fiquem com a ideia clara do que isso significa.
do Lat. *moderare por moderari
v. tr., acomodar às conveniências; reprimir; conter; regular; diminuir; abrandar; dirigir ou coordenar mesa redonda, debate ou reunião;
v. refl., não cometer excessos; ter mão em si

Obviamente que apenas poderei acusar de má moderação os moderadores quando não cumprem a função para que são designados. Nenhum outro usuário do Fórum têm essa obrigação. Posso discutir o que quer que seja com outra pessoa, mas quando um moderador que têm a responsabilidade de MODERAR não o faz, obviamente irei fazer os possiveis para o colocar no seu lugar. Isso implica fazer queixa. Direitos básicos do Consumidor :D Se todos os usuários o fizessem quando acham que algum de vocês não cumpre a tarefa, talvez o nível do Arquitectura.pt fosse mais alto do que discussão de café de faculdade (que apesar de tudo encontro divertido e por isso volto…)

Como disse antes, eu apenas limitei-me a contribuir com a minha opinião, nem sempre (alias raramente o fazemos) temos de concordar um com o outro. Agora também há que ter em mente que enquanto um está distanciado da discussão o outro está no meio dela, e tens de admitir que também disseste algumas coisas menos simpáticas.


Não concordamos e por isso é divertido. Não sei se por opção ou por consequência, a minha vida profissional é de Não Alinhado. Todo o mundo fala da célebre discussão da Casa Portuguesa por ter sido épica. Eu disse coisas menos simpáticas? Talvez.... mas eu não tenho obrigação de moderar nenhum debate. Se vocês também o quiserem fazer, deixem esse papel para outra pessoa....

Tudo bem isso é um argumento válido apenas pergunto então porque tanta força em Moçambique e não apresentar isto como aquilo que dizes que é, ou seja uma proposta para uma zona de cheias?

Moçambiqaue é ilustrativo. O Ivo já o disse não sei quantas vezes e nisso concordo com ele. Qiuem está a colocar a força nisso são vocês. O titulo do projecto é H20use, Uma Casa para as Cheias, portanto está clara a posição do autor (Quem me ouvir defender o projecto do Ivo até deve pensar que tenho qq coisa a ver com isso…)

Não confundas estilos arquitectónicos com ovnis. Vai la ver se as obras do Siza na sua grande maioria das vezes não tomam o local em que vão ser inseridas como grande preocupação no acto criativo.

Estamos a falar de realidades distintas e nisso concordamos. Uma coisa que não concordamos -e é essa diferença do ponto de patida das nossas crenças profissionais- é sobre a obra do Siza ou do Mateus ou de qualquer Star português. Eu acho que as obras deles são OVNIS, como a do IVO pode ser. Como a minha muitas vezes é acusada de ser sem se preocuparem em entender. A critica das formas é algo fácil e imediato. A critica do processo é bastante mais complicada e nem todos têm capacidade ou vontade para isso. Que sentido faz uma arquitectura dita "portuguesa" na Coreia? Ou na Holanda? Ou até em Espanha???? Partimos de sitios distintos, e inevitavelmente chegaremos a lugares distintos.

Contudo, há formas como encarar as questões, estas também se alteram com o mundo de trabalho, contudo é uma alteração que parte mais do próprio ego do que da formação que vamos recebendo (seja ela académica ou profissional), dai parecer-me que talvez este factor seja mais complicado de alterar porque no fundo implica também uma alteração do ego.

GIN: Uma das grandes lições que aprendi na vida é que muitas vezes para mantermos a coerência, temos quem udar de opinião. Eu já o fiz, bastantes vezes. Coisas que dava por assumidas quando acabei o curso (98) hoje me parecem irrelevantes. Dou-te um exemplo prático. Na vida real não podes estar 2 meses a PENSAR uma casa. Perdes dinheiro e mais importante, perdes o cliente. Ele não se importa com todas as filosofias e poéticas que aprendemos a usar na Faculdade, e sinceramente, depois de tanto tempo, acho que apenas servem para esconder uma série de inépcias criativas. Estás a distrair com fogos de artificio.

E parece-me que nestas discussões a maioria das vezes acabamos sempre por discutir as formas como abordamos os problemas do que propriamente as soluções si, e muitas vezes isso cria, nem que seja de uma forma indirecta ataques ao ego o que acaba sempre por gerar o tal ambiente que o Ivo fala no seu post.


Este é outro ponto em que discordamos. Para mim interessa mais o processo do que o resultado final. Há um filme fantástico do Picasso a pintar, em câmara lenta, onde antes de cada pincelada se mostram as indecisões, simulações, tentações e um sem fim de gestos e expressões dele. É um filme impressionante que te mostra que o resultado final é o fruto, é a depuração de todas esses instintos que são a essência criativa dele. Na arquitectura é o mesmo. Estamos constantemente a lidar com alterações económicas, sociasi, politicas. Com restrições, com cortes. Com caprichos próprios, do cliente, do construtor e até da mulher dele. Estamos a evoluir. Passamos por soluções fantásticas até chegarmos a um resultado de compromisso. Este compromisso é mais importante do que o modo como lá chegamos? Deixo essa resposta em aberto…

Abraço,
CP

ps: é positivo ter uma discussão equilibrada como esta. Não é necessário utilizar linguagem pouco apropriada para apreciar projectos...
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...e já agora, tirando um 3d (manhoso) de uma moradia e um projecto (...) de fim de curso, não vi mais nada teu por aqui ARK...

Eu tenho vários 3D manhosos por aí espalhados, ao contrário de ti, só tens o lote 13 (ou 14?), com as pessoas em motion blur forçado, muito manhoso mesmo, principalmente por ser uma moda...

Em relação a histório do lugar, não abdico da minha posição, acho que o projectista deve-se submeter ao lugar e nunca o contrário, aquela postura à Gehry, de chegar ali e impor uma volumetria é a abordagem mais fácil que conheço, é um profundo egotismo. Acho que o Siza consegue em muitas obras conservar o respeito pelo lugar, aquela capacidade de chegar lá e valorar o existente com novas roupagens, é uma postura sui generis na valorização do local (não era isso que chamavam de regionalismo crítico?).
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Para começar deixo a definição de moderar para que todos fiquem com a ideia clara do que isso significa.
do Lat. *moderare por moderari
v. tr., acomodar às conveniências; reprimir; conter; regular; diminuir; abrandar; dirigir ou coordenar mesa redonda, debate ou reunião;
v. refl., não cometer excessos; ter mão em si

Obviamente que apenas poderei acusar de má moderação os moderadores quando não cumprem a função para que são designados. Nenhum outro usuário do Fórum têm essa obrigação. Posso discutir o que quer que seja com outra pessoa, mas quando um moderador que têm a responsabilidade de MODERAR não o faz, obviamente irei fazer os possiveis para o colocar no seu lugar. Isso implica fazer queixa. Direitos básicos do Consumidor :D Se todos os usuários o fizessem quando acham que algum de vocês não cumpre a tarefa, talvez o nível do Arquitectura.pt fosse mais alto do que discussão de café de faculdade (que apesar de tudo encontro divertido e por isso volto…)


Ser moderador a meu ver não implica o perder o direito de mandar umas respostas mais rispidas quando os utilizadores as pedem.
E tens também que ter em conta que na net as vezes perde-se muito entre o que é emitido e o que é recebido.
Portanto so vos peço é que tenham alguma calma (e eu admito que por vezes não a tive) e pensem mais nas respostas que dão um ao outro em vez de reagirem imediatamente.

Não concordamos e por isso é divertido. Não sei se por opção ou por consequência, a minha vida profissional é de Não Alinhado. Todo o mundo fala da célebre discussão da Casa Portuguesa por ter sido épica. Eu disse coisas menos simpáticas? Talvez.... mas eu não tenho obrigação de moderar nenhum debate. Se vocês também o quiserem fazer, deixem esse papel para outra pessoa....


A discussão da Casa Portuguesa a meu ver teve alguns momentos de alto nível, também teve outros menos bons para dizer o mínimo...
Não tens obrigação de moderar nenhum debate mas tens obrigação de manter um determinado nível, a meu ver o mais alto nível que a tua capacidade intelectual o permitir, e como a tua capacidade intelectual é acima da média gostava de ver da tua parte um comportamento nas discussões acima da média, ou seja, mostrando-te superior a ataques, ou pelo menos não os fazendo.


Moçambiqaue é ilustrativo. O Ivo já o disse não sei quantas vezes e nisso concordo com ele. Qiuem está a colocar a força nisso são vocês. O titulo do projecto é H20use, Uma Casa para as Cheias, portanto está clara a posição do autor (Quem me ouvir defender o projecto do Ivo até deve pensar que tenho qq coisa a ver com isso…)


Por mim ja muito foi dito sobre isto portanto não vale a pena continuar a "bater nas mesma tecla".

Estamos a falar de realidades distintas e nisso concordamos. Uma coisa que não concordamos -e é essa diferença do ponto de patida das nossas crenças profissionais- é sobre a obra do Siza ou do Mateus ou de qualquer Star português. Eu acho que as obras deles são OVNIS, como a do IVO pode ser. Como a minha muitas vezes é acusada de ser sem se preocuparem em entender. A critica das formas é algo fácil e imediato. A critica do processo é bastante mais complicada e nem todos têm capacidade ou vontade para isso. Que sentido faz uma arquitectura dita "portuguesa" na Coreia? Ou na Holanda? Ou até em Espanha???? Partimos de sitios distintos, e inevitavelmente chegaremos a lugares distintos.


Há uns, mais que outros, especializados em ovnis, isso é inevitável.
Até porque a forma como nos apropriamos do local difere muito entre as pessoas. Estou-me a lembrar do museu judaico do Liebskind. Ele foi arranjar uma relação que provavelmente mais ninguém se lembraria como justificação para algumas opções que tomou no projecto.
Para muitos aquilo é um ovni. Na realidade há um fundamento para as suas opções.

GIN: Uma das grandes lições que aprendi na vida é que muitas vezes para mantermos a coerência, temos quem udar de opinião. Eu já o fiz, bastantes vezes. Coisas que dava por assumidas quando acabei o curso (98) hoje me parecem irrelevantes. Dou-te um exemplo prático. Na vida real não podes estar 2 meses a PENSAR uma casa. Perdes dinheiro e mais importante, perdes o cliente. Ele não se importa com todas as filosofias e poéticas que aprendemos a usar na Faculdade, e sinceramente, depois de tanto tempo, acho que apenas servem para esconder uma série de inépcias criativas. Estás a distrair com fogos de artificio.


Claro que não podes estar dois meses a pensar numa casa na vida real, contudo não gostaria de pensar que encaras projectar uma casa como o juntar de uma data de condições que são só esteticamente agradáveis. Para mim isso não tem sumo nenhum. Repara que não estou a dizer que é necessário que haja um conceito que seja o supra-sumo do pensamento filosófico, nada disso, apenas acho que é necessário haver um fundamento para o que fazemos.


Este é outro ponto em que discordamos. Para mim interessa mais o processo do que o resultado final. Há um filme fantástico do Picasso a pintar, em câmara lenta, onde antes de cada pincelada se mostram as indecisões, simulações, tentações e um sem fim de gestos e expressões dele. É um filme impressionante que te mostra que o resultado final é o fruto, é a depuração de todas esses instintos que são a essência criativa dele. Na arquitectura é o mesmo. Estamos constantemente a lidar com alterações económicas, sociasi, politicas. Com restrições, com cortes. Com caprichos próprios, do cliente, do construtor e até da mulher dele. Estamos a evoluir. Passamos por soluções fantásticas até chegarmos a um resultado de compromisso. Este compromisso é mais importante do que o modo como lá chegamos? Deixo essa resposta em aberto…

Abraço,
CP

ps: é positivo ter uma discussão equilibrada como esta. Não é necessário utilizar linguagem pouco apropriada para apreciar projectos...


Conheço o filme que falas, e concordo contigo quando dizes que é um filme impressionante.
E concordo contigo quando dizes que durante o processo criativo estamos a evoluir. E essa evolução é das melhores experiências que podemos ter enquanto estamos a trabalhar, porque de todas as vezes aprendemos algo novo.
Hoje em dia olho para projectos que fiz anteriormente e já não fazia nada igual. Não é que esteja arrependido das opções que tomei naquela altura, apenas acho que evolui um pouco desde então.
As soluções fantásticas pelas quais passamos até chegar ao tal compromisso se calhar não são assim tão fantásticas. Eu até posso gostar imenso delas, mas se não me cumprem o objectivo final é porque não servem, portanto precisam de ser repensadas, questionadas, postas em causa e algumas vezes (até mesmo muitas) descartadas... o único problema é por vezes ter a coragem necessária para isso.


Abraço
Gin
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Guest carlos.pedro

Gin:
Quanto ao assunto moderador está clara a posição de cada um. Sempre que encontrar um abuso -é algo diferente de rispidez- o comunicarei. Como usuário do Fórum tenho esse direito e dever. Todos o deveriamos fazer para melhorar o seu funcionamento.

Não tens obrigação de moderar nenhum debate mas tens obrigação de manter um determinado nível, a meu ver o mais alto nível que a tua capacidade intelectual o permitir, e como a tua capacidade intelectual é acima da média gostava de ver da tua parte um comportamento nas discussões acima da média, ou seja, mostrando-te superior a ataques, ou pelo menos não os fazendo.

Antes demais, obrigado pelo elogio. Deixas-me desarmado… Quando a discussão está a um nivel interessante -e já houve vários casos disso, por exemplo um sobre apresentações e outros sobre agricultura vertical ou estacionamentos- todos aprendemos. Interessa-me o meio académico -dito de um modo simplificado para me referir ao pesosal jovem- porque a melhor coisa que a malta nova possui é a capacidade de olhar o mundo com olhos ignorantes. Não o digo num sentido pejorativo. Pelo contrário, a ausência de vicios profissionais os leva à procura de outros caminhos e são poucos professores que sabem explorar isso. Em Portugal preferimos o Professor Mestre, que ensina os alunos de maneira dogmática -mais fácil- em detrimento de uma postura mais contemporânea, livre, ou até civilizada de o Professor Condutor, com a capacidade para aproveitar o melhor de cada aluno e evoluir com ele. Esta opção é mais dificil, mas gera melhores resultados a longo prazo. Poderia falar muito mais sobre o ensino em Portugal, mas isso será tema para outro post.

Como se diz no Brasil, dou um Boi para não entrar numa briga, dou uma Boiada para não sair duma. É a capacidade de defender o que acredito até à ultima palavra que me levou ao ponto onde hoje estou -sem nada construido mas com bastante credibildade profissional- e que também, no seu lado negativo, leva a que as discussões no Arquitectura.pt se tornem intermináveis.

Há uns, mais que outros, especializados em ovnis, isso é inevitável.
Até porque a forma como nos apropriamos do local difere muito entre as pessoas. Estou-me a lembrar do museu judaico do Liebskind. Ele foi arranjar uma relação que provavelmente mais ninguém se lembraria como justificação para algumas opções que tomou no projecto. Para muitos aquilo é um ovni. Na realidade há um fundamento para as suas opções.

Parece que desta vez estamos de acordo com bastante coisa. É fácil apontar o dedo a projectos através das suas forma. É algo mais imediato e fácil. Como bem dizes, o Museu do Libskind é dos projectos mais ancorados ao sitio que conheço e no entanto parece um OVNI autêntico. Por outro lado, a Casa nas Ruinas do Aires Mateus parece ancorada ao lugar, e é um OVNI autêntico ali no meio, condicionando a qualidade final com opções meramente estéticas. É dificil uma pessoa fazer este tipo de afirmações sem cair em juizos de valor condicionados pelas nossas crenças. Eu sempre admiti publicamente que a obra do Siza não me atrai muito, mas alguns dos melhores projectos que conheço são dele. Ibere Camargo é um desses exemplos. É simultaneamente um OVNI e algo extremamente ancorado ao sitio.

E concordo contigo quando dizes que durante o processo criativo estamos a evoluir. E essa evolução é das melhores experiências que podemos ter enquanto estamos a trabalhar, porque de todas as vezes aprendemos algo novo.
Hoje em dia olho para projectos que fiz anteriormente e já não fazia nada igual. Não é que esteja arrependido das opções que tomei naquela altura, apenas acho que evolui um pouco desde então. As soluções fantásticas pelas quais passamos até chegar ao tal compromisso se calhar não são assim tão fantásticas. Eu até posso gostar imenso delas, mas se não me cumprem o objectivo final é porque não servem, portanto precisam de ser repensadas, questionadas, postas em causa e algumas vezes (até mesmo muitas) descartadas... o único problema é por vezes ter a coragem necessária para isso.

O mais dificil ao projectar é ter a capacidade de jogar fora excelentes ideias , ou pelo menos colocar na prateleira à espera de melhores condições -sim, isso acontece...reproveitar ideias de projectos anteriores. Obviamente que faz parte do processo repensar, redesenhar, questionar, etc. Também temos que chegar a um compromisso final qualquer que, dependendo do objectivo, muitas vezes cumpre sem darmos por isso. Isto é, podemos estar a projectar para dar solução a um problema especifico A que qualquer pessoa que o analíse posteriormente, a partir de um principio B, o irá achar totalmente equivocado.

Deixa-me dar um exemplo. O edificio SOLAR XXI que está no INETI foi pensado para testar uma série de soluções técnicas de sustentabilidade e como as incorporar na Arquitectura. A arquitectura do edificio não me atrai nada, no entanto quando o analiso partindo do mesmo ponto de partida deles, cumpre 100% as suas funções. Diz-se que a beleza está nos olhos de quem vê e é verdade. Só quando entendes o processo poderás analisar com alguma competência o resultado final. Mais uns exemplos, se não leres Derrida e entenderes o Deconstrutivismo Filosófico, não poderás nunca compreender a obra de Eisenman ou se não estiveres por dentro do movimento DOGMA_95 de Lars Von Trier, não consegues aceitar o pragmatismo da nova geração dinamarquesa como os BIG, JDS ou COBE. Existe muito mais do que parece à primeira vista, e fazeres juizos pela questão do gosto ou não gosto é precipitado e injusto.

Claro que não podes estar dois meses a pensar numa casa na vida real, contudo não gostaria de pensar que encaras projectar uma casa como o juntar de uma data de condições que são só esteticamente agradáveis. Para mim isso não tem sumo nenhum. Repara que não estou a dizer que é necessário que haja um conceito que seja o supra-sumo do pensamento filosófico, nada disso, apenas acho que é necessário haver um fundamento para o que fazemos.

A questão da rapidez de resposta é essencialmente uma questão de exercicio. Quanto mais o praticas, mais capacidade tens para o fazer. Quando organizo workshops gosto bastante do modelo Flash, onde em 3 dias temos que ter uma ideia e a projectar. É um exercio acima de tudo de criatividade e comunicação frequente em outros ramos e que se pode aplicar à arquitectura pois é algo recorrente na vida profissional de um arquitecto.

Pode parecer que a rapidez invalida a existência de uma filosofia enquanto metodologia de pensamento. A filosofia é algo que já não me interessa na fase de projecto. Há uma mudança de escala e de velocidade entre a vida académica e a vida profisisonal. Deixas de estar concentrado a explicar um projecto e passas a ter uma linha cde Pensamento que orienta a tua vida profissional e os teus projectos. É ai que vais dando conta de temas, aproximações, tiques, métodos de resolução, respostas técnicas, etc que se vão repetindo ao longo dos projectos e vão conformando o teu estilo pessoal.

Depois, em cada situação distinta entrarão outros factores, porventura mais localizados como clima, vistas, condicionantes legais, condicionantes económicas, etc. e que, em conjunto com a tua "filosofia", modo de projectar, estilo próprio, etc. -chama-lhe o que queiras- te resulta num projecto que parecerá um OVNI.

Quando olhamos para trás, todos mudariamos bastante coisas nos projectos feitos. Sabemos que se tivessemos mais 3 ou 4 meses, o projecto sairia distinto. Talvez essa seja a razão porque não devemos dar importância ao aparente mas sim ao processo que levou a tudo isso.

Abraço,
CP
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