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Trienal de Arquitectura: qual a vossa opinião?


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A Trienal de Arquitectura terminou, uns fazem um balanço positivo, outros comentam os preços, o abandono de alguns dos conferencistas, da fraca exposição do país pelo estrangeiro, dos "rios de dinheiro" gastos pela Ordem dos Arquitectos que não defende os direitos dos arquitectos, centralização do evento em Lisboa, entre outras acusações.

Os números de visitantes ficaram aquém das expectativas de 100 mil esperados apenas visitaram menos de metade. Em 2010 outra Trienal será organizada, a Ordem dos Arquitectos irá abrir uma entidade separada que irá se dedicar-se à organização do evento.

No entanto a Trienal mexeu com a arquitectura nos últimos meses, os media, as faculdades e até as discussões aqui no fórum de uma maneira ou de outra chamaram à atenção da Arquitectura, do bom da Arquitectura em Portugal, do ser arquitecto, fez as pessoas interessarem-se pelo tema, visitarem as obras, falarem, discutirem...

Foi a Trienal algo para "inglês ver" ou beneficiou a Arquitectura em Portugal e no estrangeiro, e por conseguinte os arquitectos?
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É muito dificil entender toda a conjuntura que envolveu o evento mas é muito claro que de um modo geral falhou. Atenção que digo que foi falho não do ponto de vista da concretização do evento que até obteve relativo sucesso, mas muito mais ao nível da adesão, e algo desta escala se não tem pessoas é porque algo correu mal. Não estive presente mas sei que as conferências valeram muito a pena e que se discutiram temas válidos (apesar de, num país como Portugal onde os vazios urbanos são absolutamente irrisórios quando comparados com os crimes urbanisticos e de especulação imobiliária e mesmo de carências ao nivel da sustentabilidade se pedisse que a coisa fosse muito mais substâncial do que aquilo que acabou por ser). Foi um evento marcado pelo vergonhoso abandono de quem de direito deveria assegurar o bom funcionamento da coisa, não me venham dizer que existia um comissário porque é o mesmo que delegar para um ministro todas as responsabilidades sobre um assunto relativamente ao qual também o primeiro ministro tem a sua quota parte de exercicio da função). Helena Roseta, e tudo se resume a ela, somou uma série de infelicidades no seu segundo mandato coroadas com uma conclusão miserável: esforça-se por fazer a trienal contaminando o panorama cultural lisboeta o suficiente para acabar com a Experimenta Design e quando se tem nas mãos uma óptima ferramenta para dignificar todos os profissionais que deveriam ver os seus direitos salvaguardados pela ordem que os representa resolve concorrer a lisboa em atitude gulosa de profundo desprezo por quem dela dependia. Péssimo trabalho, péssimo serviço, lamentável quadro para nós arquitectos que nos vemos dia após dia a ser mais e mais desconsiderados. E quando uma Trienal é assim deixada à deriva....

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Estive em duas conferências organizadas pelo Pólo IV Cascais XXI, (Trienal de Arquitectura), uma com o arq. Francisco Mangado (http://www.fmangado.com/) e arq. Gonçalo Byrne com a sua Torre da APL. Na segunda o excelente projecto dos arquitectos Cristina Guedes e Francisco Campos na Fortaleza de Nª Sra da Luz, onde os espaços interiores dos baluartes foram escavados e valorizados por um projectos de iluminação e som interessante. Estou a referir estas duas conferências para realçar o bom trabalho que algumas câmaras municipais desenvolvem em prol da arquitectura e onde sem duvida Cascais se insere. Outros exemplos focados nas conferências: O farol Museu de Santa Marta dos Arquitectos Francisco Aires Mateus e Manuel Aires Mateus, O museu do Vinho de Carcavelos e Sedes de escuteiros e guias (este último um excelente exercício de composição de módulos), do Arq. Barbini e Silva arquitectos. e Por último as Grutas de Alapraia do Arq. João Mendes Ribeiro (grandes cenários que este senhor faz), com um projecto de reabilitação de uma necróple do Eneolitico, quatro câmaras funerárias circulares, actualmente "assassinadas" pelo pavimento de alcatrão.

Na minha opinião, venham mais eventos desta natureza, com uma excelente organização que nós Portugueses estamos habituados a mostrar.

Cumprimentos
RS

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Na minha opinião, venham mais eventos desta natureza, com uma excelente organização que nós Portugueses estamos habituados a mostrar.


O Polo Cascais XXI foi o mais modesto, mas sem dúvida o mais organizado e eficaz a nível de exposição. Apesar de tudo foi bastante divulgado nos jornais da zona de Cascais, levando muitas pessoas a visitar o espaço (entrada gratuita) e a conhecerem melhor os projectos desenvolvidos no Concelho.

Infelizmente não sucedeu o mesmo com os restantes Polos da Trienal. A divulgação foi fraca, a adesão foi ainda pior e os preços pouco convidativos levavam muitas pessoas a voltar para trás no momento de dispender 6.50€ para ver algumas imagens, videos, desenhos técnicos e maquetes.

O Polo I falhou em diversos aspectos, alguns já referi, outros tinham a ver com a própria sinalética e organização do espaço expositivo. Durante o mês de Julho promoveram-se algumas visitas guiadas, mas devia ter sido divulgado logo desde o primeiro dia. Resumindo, tornou-se uma exposição de Arquitectura direcionada a um público muito restrito relacionado com a Arquitectura. Fiquei sem perceber a fraca afluência dos estudantes de Arquitectura.

É de salientar que a falta de organização interna revelou-se um pouco em todos estes aspectos enunciados.

Ainda assim, houve uma tentativa enorme de promover a discussão da arquitectura e uma tentativa de aproximar as pessoas da arquitectura. Parabéns a todos aqueles que se empenharam para que a Trienal funcionasse da melhor forma.

Não fiquei com informação sobre o balanço dos outros polos, mas segundo me informaram, o Polo II foi também bastante fraco devido à especificidade do tema e à sua localização.


Para os mais curiosos, fica aqui um link para algumas fotos da Trienal:
Flickr _ Trienal de Arquitectura _ João Morgado
Flickr _ Grupo - Trienal de Arquitectura

Abraços
:D
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Fui ver as exposicoes dos polos e mais o Lisbocospio do Pancho Guedes. Nao fui ver as conferencias por ser muito caras. O livro era carissimo. Mas estou espantado que a trienal tenha sido um fracasso. Mas serah que foi um fracasso financeiro? Com centenas de patrocinios, com os precos exorbitantes das conferencias e das expos, mais o livro... houve prejuizo?

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Tal como o Pedro Barradas também não fui e também não vi! Se as expos ficassem lá mais uns dias talvez conseguisse passar lá em Agosto e mesmo assim iria ter que fazer algumas contas!

Alias se não consegui ir ver o concerto dos Metallica também não ia á Trienal :PP Mas fui ver a exposição do Nadir Afonso no Porto que ficou-me mais em conta :D

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Estive nas conferências, gostei de ouvir Thom Mayne, Kengo Kuma, Mark Wigley, Bjark Ingels, Yehuda Safran e Saskia Sassen. Estes foram os nomes que me transmitiram alguma coisa, dos restantes oradores fiquei sem dúvida a conhcer melhor a obra mas penso que resumiram demasiado as suas prestações a meras exposições e memórias descritivas das suas obras, evitando abordar questões conceptuais e metodológicas o que a meu ver empobreceu as conferências

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Mas estou espantado que a trienal tenha sido um fracasso. Mas serah que foi um fracasso financeiro? Com centenas de patrocinios, com os precos exorbitantes das conferencias e das expos, mais o livro... houve prejuizo?


Esperava-se 100 000 pessoas no Polo 1... o "dia record" registou cerca de 400 pessoas.
Supondo que todos os dias fossem "dia record" tiriam apenas 24000 visitas.

Houve dias em que se registaram menos de 100 entradas... muitos!

Não só do ponto de vista económico, mas do ponto de vista expositivo.
A sinalética era fraca, tal como a orientação dos visitantes no interior do pavilhão.

Diria que 60 a 70% dos visitantes não visitou o piso superior...

Lamentaram também o facto dos visitantes se dispersaram a meio, voltarem para trás na zona expositiva do Chile, não perceberem que havia 1º piso, não conseguirem dar com a entrada do pavilhão, não perceber que o espaço expositivo da Alemanha era fraco devido a corte nos financiamentos a 2 semanas da Trienal, não saberem que Saída significa Exit, não saberem que existia uma livraria com merchandising no final (cujo prejuízo foi enorme), e muitas outras coisas.

:D
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Por razões pessoais não consegui ter tempo para ver a maioria das coisas que a Trienal organizou, só consegui mesmo ver o que estava exposto no Pavilhão de Portugal no dia do Japão. Em relação ao que vi... Não gostei: - da forma como toda a exposição estava diposta, era confusa sem ter percursos bem definidos; - do espaço da Alemanha, mais valia não terem posto nada do que ter o que la estava; - pouca coordenação com a embaixada do japão, que no seu dia pouco ou nada disseram sobre arquitectura japonesa; - o preço de entrada. Para alem de ser um pouco elevado, não protegia minimamente o publico alvo, ou seja os arquitectos. - os horários. Não foram pensados minimamente para quem trabalha as 19 horas ja tava tudo fechado e a pensar no dia seguinte. - Em relação à livraria... dei uma vista de olhos e aparte de um livro da trienal tudo o resto na sua grande maioria ou era sobre o siza ou sobre o souto moura ou então sobre a expo98... enfim era preciso algo mais. Mas atenção que o que vi não foi só desgraças... Gostei: -Do pessoal que estava a ajudar os visitantes, foram extremamente simpáticos, afáveis e familiares, até parecia que os conhecia de algum lado; :D -De algumas das coisas expostas (especialmente da participação irlandesa); -Do bar. Talvez o espaço mais agradável de toda a exposição. -Do facto de terem pensado em iniciativas com as embaixadas dos paises. Isto aliado a tudo o que sucedeu com as conferências (e não me refiro só ao facto de haver conferencistas a cancelar a sua participação até porque isso é algo dificil de controlar, mas também ao preço em que as puzeram) faz-me pensar que houve aqui alguma confusão por parte da organização da Trienal. Afinal quem era o publico alvo desta Trienal? Os arquitectos? O publico em geral? Os estudantes? É que se eram os arquitectos, não preverem coisas como descontos para membros da Ordem dos Arquitectos, ou horarios mais alargados, foi um erro. Se era o publico em geral, então pelo que vi não houve muita publicidade, nem a exposição estava preparada para ser generalista... E ja agora ter coisas que atriam publico tb é bom, como por exemplo concertos nem que fosse na zona exterior as exposições de modo a criar algum movimento junto as mesmas... Se eram os estudantes então as datas foram mal escolhidas, preços demasiado elevados. No geral acho que eventos deste tipo são positivos, e deste há concerteza coisas bastante positivas a retirar, agora há que aprender com o que correu menos bem, para daqui a três anos não repetirem os mesmos erros.

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Esperava-se 100 000 pessoas no Polo 1... o "dia record" registou cerca de 400 pessoas.
Supondo que todos os dias fossem "dia record" tiriam apenas 24000 visitas.

Houve dias em que se registaram menos de 100 entradas... muitos!

Não só do ponto de vista económico, mas do ponto de vista expositivo.
A sinalética era fraca, tal como a orientação dos visitantes no interior do pavilhão.


:D


Tipico de arquitectos-artistas.
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O que eu acho estranho eh que na altura da trienal ninguem dizia mal. Era quase heretico dizer mal da Trienal e agora eh tudo a criticar. Podiam ter feito isso durante a Trienal. Podiam ter ajudado a comissao a ver melhor as coisas... mas nao. Esperaram pelo final para criticar. Acho simplesmente espantoso. Tipicamente portugues.

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JVS, é normal criticar-se algo no fim. Seria pura e simplesmente ridiculo da parte de alguem criticar algo que não conhece e ainda para mais não se sabe tudo o que está planeado. Normalmente é para se poder falar com conhecimento do que se passou que se deixa chegar os eventos ao fim e so depois se critica. E ja agora... durante e até antes da Trienal ter começado ja tinham havido algumas criticas, que a organização resolveu pura e simplesmente ignorar. Vê por exemplo o tópico sobre as conferências...

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Esperaram pelo final para criticar. Acho simplesmente espantoso. Tipicamente portugues.


O voluntariado de tudo fez para minimizar certas situações que estavam a correr menos bem.
As visitas guiadas, a colocação de mais sinalética, divulgação, ...

Gostei bastante daqueles 23 dias no Polo 1.

:D
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a palavra "arquitectura" ainda assusta muita gente. muitos acham que nao vao fazer nada numa exposição de arquitectura, que nao irao perceber.. por outro lado o facto de as conferencias terem sido um fiasco, tambem nao deu uma boa imagem ao que poderia via a acontecer depois disso... e depois, muitas pessoas nao sabiam sequer da existencia das exposições depois das conferencias...
para finalizar, o preço da entrada! na minha opinião descabido. 6,5 euros no polo I e salvo erro 2,5 euros nos outros.. :D

margarida duarte

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repetia a experiência...em todos os aspectos referentes aos conhecimentos ao nivel da arquitectura, de pessoas da produçao, do proprio meio e de outras faculdades e pontos do país. Claro que houve erros...muitos... mas para a primeira experiência e com tão pouco tempo de preparção da mesma, congratulo e os meus parabéns aos que contruibuiram para que tudo se sucedesse. É de voltar a repetir. É de frisar também que o papel dos voluntários, assim como os elementos remunerados da produção, excederam em muito na execussão das tarefas inicialmente propostas aos mesmos. Por vezes menos plausiveis e socialmente incorrectas, mas aprendemos todos os dias. No entanto a minha opinião é positiva e daqui a 3 anos volto a marcar presença, se tiver disponibilidade para tal. Viva aos meus compadres durante aqueles dias!:gogogo::clap:

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