Rui Resende Posted September 8, 2007 Author Report Share Posted September 8, 2007 “Adeus pai”IMDbSonhar através de uma câmara*** Este comentário pode conter spoilers *** Este filme, por tudo o que mostra, só poderia ter sido filmado nos Açores. Arquipélago no meio do Atlântico, o presente diz que é território português com gente portuguesa, o mito diz que pode ter sido o topo das montanhas da Atlântida, país dos sonhos e consciência de toda a civilização ocidental, a viver hoje (e há 11 anos atrás, o ano do filme) à beira da auto-destruição, pelo encorajamento (há muitos anos já) do desenvolvimento “material” em oposição ao “espiritual”, cada dia mais perdido, cada dia mais necessário. Açores, terra de sonho; este filme é um sonho, e o seu tema é precisamente o que estamos a perder. Escolher os Açores é procurar a origem, é procurar a pureza. História: Um mecanismo simples - voz off que narra a história, isto é assumido desde o início, não sabemos até bem perto do fim que é o rapaz, a voz off, que gera todo o enredo à medida que o filme avança. A segunda parte é o revelar de tudo. Revela todas as fontes de inspiração, na inocente e aberta mente de uma criança. “era uma vez um filho que queria ter um pai que quisesse ter um filho”. isto resume tudo… trata-se de narrativa por camadas de grande qualidade. [...] Adeus Pai - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 10, 2007 Author Report Share Posted September 10, 2007 é na sequência de um post do meu blog 7olhares que proponho este filme (não havia uma secção filmografia), mas achei que devia por ser um caso pouco explorado na história do cinema, de tentar retratar a profissão do arquitecto num filme. Eu acho que falha redondamente, e explico no meu comentário, no entanto penso que todos os interessados em arquitectura deviam dar uma olhada: “The fountainhead” (1949)IMDbArquitectura (e Cinema) à superfície Este filme foi um terrível desapontamento, uma má experiência em absoluto. Sendo um estudante de arquitectura, quase graduado, naturalmente relacionei-me com o tema de uma forma mais próxima do que o normal espectador. Aparentemente este Howard Roark foi vagamente inspirado no mestre americano Frank Lloyd Wright. Em primeiro lugar, Wright não foi tão radical em relação à arquitectura do seu tempo como os europeus daqueles dias (como Le Corbusier, Van Der Rohe, Loos ou mesmo Taut). Ele foi um génio de direito próprio mas o seu trabalho, apesar de fantástico, é hoje datado e bastante mais agarrado à tradição do que o dos nomes que referi, e os seus projectos mais arrojados (formalmente falando) surgiram já na segunda parte da sua carreira, num ambiente cultural diferente. Assim, provavelmente, o personagem de Cooper poderá ser antes (mais) um reflexo do crescimento do (super) ego americano, como consequência da recente “vitória” na segudna guerra mundial (esta arrogância atingiria o seu máximo no princípio dos anos noventa, mas isto é uma nota à parte). Cinema e Arquitectura: De qualquer forma, o que realmente incomoda é que este filme pode ser acusado exactamente com as mesmas falhas apontadas aos detractores de Roark. Não li o livro, aparentemente representou um marco na juventude americana desse momento, relacionado com individualidade e espírito criativo. Não posso falar sobre o entendimento da autora sobre o que é arquitectura (não apenas as dos últimos 100 anos). Mas posso justificar que as pessoas envolvidas neste filme nada sabem sobre o tema: o que os arquitectos modernos fizeram foi separar a arquitectura da decoração e noções de escultura em que os românticos estavam imersos. Estes arquitectos entenderam que arquitectura é, antes demais, sobre espaço, sobre movimento, sobre a quarta dimensão, e rejeitaram a ideia de submeter os seus edifícios exclusivamente ao seu interesse como objectos. A primeira cena na qual Roark mostra o seu arranha-céus e vê-o ser arruinado pelos elementos neoclássicos de fachada juntamente com uma outra em que Roark desenha, ele mesmo, uma fachada neoclássica provocando assim Wynand são a prova de que o modernismo na arquitectura não era de todo entendido por quem concebeu este projecto, e que eles o viam meramente como “estilo” a ser usado no mesmo nível como o “neogótico” “neoclássico” “neo qualquer coisa”… Isto representa conceber arquitectura por superfícies, eventualmente volumes, não espaço, não como esse espaço é vivido. Linhas “direitas” e volumes puros não são nada se não estiverem contidos em noções mais profundas. E é imperdoável que isto não tenha sido considerado, especialmente 9 anos depois de Welles fazer Citizen Kane (O mundo a seus pés) e introduzir (algumas) noções de como compreender um espaço através de uma câmara. Welles devia ter feito este. Ele teria transformado a arquitectura num tema (Hitchcock, apenas um ano antes, assinou a sua brilhante exploração espacial que foi Rope (A corda) ). Lloyd Wright compreenda completamente o que o espaço era, não estes, não Roark. Ele é um personagem romântico, cheio de sentimentos melodramáticos, esperando o seu amor “perdido”, a mulher perdida, ele tem precisamente a personalidade daqueles que no século XIX escolheram reviver todos os estilos passados contra os quais Roark supostamente se revolta. Também a ideia de “génio”, de criador é, eu diria, perigosa aqui. A arquitectura destaca-se das outras artes precisamente no ponto em que tem uma responsabilidade social, impacto social e assim, o maior drama e glória de um arquitecto é, simultaneamente, ser capaz de fazer coexistir as suas convicções pessoais com as necessidades de uma audiência (cliente) e assim criar verdadeira arte (arquitectónica, não escultura, não decoração) que com sucesso junte concepções individuais com necessidades colectivas. A minha avaliação: 1/5, uma das minhas maiores decepções, eu estava realmente a querer ver este… a não ser que seja especialmente interessado em arquitectura (e aí poderá retirar algum interesse histórico em relação a quando algumas expressões chave da arquitectura moderna surgiram) fique longe. Poderá sair danificado se não conhece suficientemente o tema. em : The Fountainhead - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Cinaminaminamina Posted September 10, 2007 Report Share Posted September 10, 2007 The Black Dahlia ~Com essa tua sugestão fiquei curiosa. Se houver alguma opiniao mais formada acerca do filme... :) Link to comment Share on other sites More sharing options...
asimplemind Posted September 10, 2007 Report Share Posted September 10, 2007 rui quando vi essa review ao school of rock até me arrepiei, por momentos pensava que ias dizer que era um bom filme para ver! Fui logo ao final do texto para ver a pontuação! Por fim aliviei-me! heheheheh grande blog!! gosto bastante de o ler! e já agora uma review ao "le mepris" que tal? Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 11, 2007 Author Report Share Posted September 11, 2007 The Black Dahlia ~Com essa tua sugestão fiquei curiosa.é de ficar curiosa. Eu acho que vale bem a pena ver o filme, mesmo que não seja o melhor dele. Mas com o dePalma tem sempre interesse, sobretudo para pessoas interessadas em perceber como funciona o olhar e a imaginação visual, todo o dePalma é sobre isso. aliás o meu conselho antes de ver qualquer filme dele é sempre relegar-se para segundo histórias, personagens, actuações, isso é o que menos interessa. Verifique-se antes Como ele mexe a câmara, o que se vê, o q não se vê, etc.rui quando vi essa review ao school of rock até me arrepiei, por momentos pensava que ias dizer que era um bom filme para ver!lol, não ia dizer isso, o filme é realmente mau, e eu até ainda tinha uma pequena esperança que pudesse ter algum interesse, pelo Black e o realizador. Mas por vezes acontece com filmes completamente submetidos a interesses comerciais dos mais básicos estarem minimamente bem cosntruídos. grande blog!! gosto bastante de o ler! e já agora uma review ao "le mepris" que tal? obrigado, gosto de saber que há quem leia e vá gostando. O le mépris acabara por sair, um dia destes quando o rever, escrevo o que acho sobre ele. Acho que é um filme fundamental para arqutiectos e estudantes, não só pela casa, mas pelo trabalho de câmara todo do Godard. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 11, 2007 Author Report Share Posted September 11, 2007 “Le Mari de la coiffeuse” (o marido da cabeleireira, tradução livre)IMDbIntimidade e uma cena de amoreste comentário pode conter spoilers Tudo isto é sobre intimidade. A cena de amor não tem nada que ver com sexo, apesar de ele entrar nela. O momento em que Mathilde se atira da ponte, toda essa sequência, do acto de amor na cadeira até à sua súbita escapada no meio da tempestade é tão aparentemente casual que se torna incrivelmente confrangedor. Tem um lugar nas minhas memórias como uma das cenas mais fortes que já vi. [...] Le Mari de la coiffeuse - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 13, 2007 Author Report Share Posted September 13, 2007 “Nick of Time” (1995)IMDbespaço e tempo Gosto deste projecto particular, gosto muito de Badham, em geral. Normalmente ele é capaz de construir os seus filmes em torno de ambientes muito contidos, quer em termos de espaço quer em termos de tempo. Mesmo em Saturday night fever esta característica era visívil, de uma forma subtil: aí tínhamos um filme sobre uma época, uma certa juventude e uma certa parte do mundo, podemos falar de contentor espacio-temporal num sentido de cultura pop. WarGames também era sobre isto, correr atrás do tempo era a desculpa para aumentar a tensão, e construir cinematicamente o modo de suspense. Aqui temos os mesmos pressupostos que em WarGames, um tipo tem de fazer algo num curtíssimo espaço de tempo, de contrário algo terrível vai acontecer. A coisa terrível e a acção que ele tem de cumprir estão ambas localizadas no mesmo quarteirão de cidade, assim tudo se desenvolverá ao redor disso. [...] Nick of Time - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 17, 2007 Author Report Share Posted September 17, 2007 “Girl with a pearl earring” (2003) (A rapariga do brinco de pérola)IMDbHiper-realismo e luz Luz como um manto: a janela foi aberta e a luz entrou. Cobriu superfícies, cobriu alguém. Com Vermeer, tudo é sobre realçar as personalidades através de sombras e superfícies que definem almas. O século XVII holandês produziu Vermeer e Rembrandt. Ambos mudaram o significado da luz na composição e conteúdo e escreveram um capítulo fundamental da construção visual (composição). Mas enquanto com Rembrandt temos a luz como um foco, que domina e conduz os outros elementos, cuja personalidade e significado são moldados e submetidos a essa luz que o pintor escolhe, com Vermeer temos outra situação: luz como um manto, traquila, pacífica luz, aquele que atravessa um copo numa manhã de sol e nuvens. [...] 7 Olhares - Girl with a pearl earring Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 21, 2007 Author Report Share Posted September 21, 2007 “Mary Reilly” (1996)IMDbMalkovich, Jekyll e Hyde Este filme causa-me desconforto. Suponho que seria esse o objectivo. Mas o que se passa é: com a distência do tempo tenho uma boa impressão dele, e a minha memória retém boa opinião. Mas enquanto o vejo, e já o fiz algumas vezes, não encontro razões que justifiquem as minhas recordações. Pensei sobre isso e creio que tudo se resume a um elemento, que é Malkovich. Julia Roberts é inútil, um ornamento, a rapariga que está ali para se assustar e representar o “caminhar no escuro enfrentando os seus próprios medos e vencendo-os”. Tudo bem com isso. Não tão bem quando ela supostamente deveria fornecer ao nosso Hyde o suporte e emprestar-lhe os seus medos e más memórias, ela falha completamente e esse é um ponto fraco. A direcção de Frears é correcta, ele compreende ritmo e como construir um filme respeitando o modo do enredo. Tudo bem. Depois temos Malkovich. Ele tem uma forma de actuar que muitas vezes dá a sensação que ele não está a actuar de todo, quase como se ele estivesse sempre a ser ele próprio. Isto é uma sensação falsa e, na maioria dos casos, creio que resulta como aspecto positivo das suas actuações. [...] Mary Reilly - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted September 29, 2007 Author Report Share Posted September 29, 2007 “Chaplin” (1992)http-~~-//img408.imageshack.us/img408/5816/chaplinver1ti4.jpgIMDbMais cinema, menos informações…As curiosidades do IMDb relativas a Attenborough diz em relação ao seu pensamento cinematográfico: “As filosofias incluem acreditar no conteúdo em detrimento do estilo e na sinceridade mais do que na inteligência.”Por vezes estes aspectos resultam nos seus filmes, mas o facto é que, na arte, a sinceridade é quase sempre obtida por meio da inteligência e a honestidade tem pouco que ver com a verdade. Chaplin sabia-o e por isso nenhum dos seus filmes são “verdadeiros” no sentido estrito da palavra, mas todos são, acima de tudo, honestos. Por isto não gostei deste filme: porque falhou em chegar ao “conteúdo” do trabalho de Chaplin. Attenborough é, apesar de tudo, muito competente, assim como o seu trabalho de câmara, muitas vezes bastante interessante (apesar de, neste tema, assim como na edição, ser melhor ver A bridge too far) e esse aspecto torna parcialmente interessante o tempo gasto.“-o que fazemos? - Sorrimos”Para mim, Chaplin é um dos sinónimos de emoção em cinema. [...]7 Olhares - Chaplin Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 7, 2007 Author Report Share Posted October 7, 2007 “Majo no takkyûbin” (1989) (O serviço de entregas da Kiki)IMDbMyazaki procurando MiyazakiHá alguns poucos realizadores cujos filmes valem a pena ser vistos, independentemente do que esteja feito neles. Myazaki é um deles. Ele tem uma forma muito pessoal e forte e conduzir uma audiência e transportá-la para um mundo totalmente definido pelas regras que ele cria. E essas regras mudam de filme para filme, mas incluem sempre elementos irreais (muitas vezes surreais), incluídos em personagens estranhos e acções fisicamente impossíveis, pelo menos num mundo newtoniano. Isto é o que hoje é chamado “fantasia”. Esta fantasia tem muitas expressões possíveis, que se balanceiam mais ou menos entre dois pólos: o do “espectáculo” e o da “contenção”. Myazaki é sempre contido, e assim, emocionalmente intenso (apesar de muitas vezes produzir imagens espectaculares).Tendo dito isto, creio que este é um trabalho menor seu em termos de produto final, mas um muito interessante para analisar no contexto mais lato do seu trabalho. [...] Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 12, 2007 Author Report Share Posted October 12, 2007 “Houve uma vez dois Verões” (2002) (Two summers)IMDbmundo auto-explicativoInteressa-me muito o trabalho de Jorge Furtado. Ele é uma das mais inteligentes mentes cinematográficas a trabalhar no mundo hoje. Ponto final. Ao mesmo tempo ele é provavelmente um dos mais, não subestimados, mas desconhecidos criadores. E há algo especialmente interessante sobre ele. Em 1989 ele realizou uma curta muito celebrada, “Ilha das Flores”. Esta funcionou como um verdadeiro manifesto para o seu cinema (e o de outros). São intenções concentradas. Adoro esses trabalhos, quando os realizadores indicam um caminho, para ser explorado por eles ou por outros (Hitchcock fê-lo com, na minha opinião, 3 projectos diferentes, Rope, Vertigo e North by Northwest). Furtado fê-lo com Ilha das Flores. E influenciou toda uma geração de realizadores de Porto Alegre, Brasil. Este pode não ser o ramo mais conhecido do cinema brasileiro actual (esse seria o que Salles conseguiu publicitar). Mas para mim merece muita atenção.[...]Houve uma vez dois Verões - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 21, 2007 Author Report Share Posted October 21, 2007 “Lifted” (2006)MarionetasVão ver esta curta no cinema mesmo antes do início de Ratatouille. E está muito bem colocada aí, já que adivinha muito do tema de Ratatouille. Um artista que manuseia um instrumento por forma a criar arte.Esta curta pode ser entendida como uma metáfora do trabalho de um criador. Realmente difícil de controlar, verifiquem o número de botões na mesa de comando da nave espacial. É difícil aprender a “arte”, e enquanto não se consegue fazê-lo, tudo o que se faça será uma desgraça. Mas se o fazemos bem, faremos maravilhas. Consegue-se controlar o mundo abaixo, criar e destruir, mover e controlar.[...] Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 21, 2007 Author Report Share Posted October 21, 2007 “Ratatouille” (2006)Welles cozinhando!Isto é trabalho muito bom. A Pixar é, neste momento, uma aposta sólida, e tem mentes brilhantes que estão a percorrer novos caminhos em novas aventuras cinemáticas. Aqui está outra.O princípio aqui é um ser (rato) que é capaz de controlar outro ser (humano) e assim criar a sua arte (gastronomia). Isto é anunciado antes do princípio do filme pera curta “Lifted”, já a comentei e coloquei aí o meu ponto de vista deste assunto.A forma como a história se desenvolve é completamente Disney, algumas pessoas más, muitos seres fantásticos, alguns problemas pelo meio e um final feliz. Estamos acostumados a isso.O motivo pelo qua este é arrojado é por causa do movimento e colocação da câmara virtual. Está realmente bem feito. [...] Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 31, 2007 Author Report Share Posted October 31, 2007 “Children of Men” (2006)IMDbCinema referencialEsta é uma das experiências mais fascinantes que tive no mundo dos filmes ultimamente. Cuarón é já responsável por algumas criações fortes, incluindo “Y tu mama también” ou o melhor filme Harry Potter, na minha opinião, que é o terceiro (Azkaban). Apesar disso, este é o seu melhor trabalho até agora. E o seu sucesso advém de conhecer os mestres, os faróis no mundo visual do cinema, digo conhecer mesmo qual era a força por trás dos seus filmes (mais do que copiar como, digamos, o Tarantino faz muitas vezes às suas “referências”) e usar esse conhecimento num projecto pessoal.Pelo que conheço do mundo dos filmes, consegui “ver” quatro mestres aqui. Assim:. começamos por Hitchcock. [...]Children of Men - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 31, 2007 Author Report Share Posted October 31, 2007 “Live free or Die Hard” (2007)IMDbNova acção, velhas memóriasHá elementos interessantes aqui:. Este filme está inserido numa tendência recente para filmes de acção que creio ter começado com o primeiro Bourne (mas posso estar enganado, estou sempre a procurar as origens de vários elementos e muitas vezes encontro raízes em projectos mais antigos que eu não conhecia). Essa tendência (influência) tem muito que ver com estilo, e normalmente inclui um tipo de fotografia azulado, e uma forma aparente dura de representar as cenas de acção/luta. Também tem que ver com o trabalho de câmara que é muitas vezes segura manualmente e opta-se por não mostrar a acção completamente clara na sua totalidade, como se fôssemos nós próprios intervenientes; assim acabamos por “olhar” para outro local qualquer que não aquele onde a acção efectivamente toma lugar. Este “estilo” já foi usado (com mais ou menos destes elementos) em projectos recentes como a série Bourne, Syriana, mesmo Casino Royale e, claro, este quarto Die Hard.. O engraçado aqui é o seguinte: [...] Live free or Die Hard - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted October 31, 2007 Author Report Share Posted October 31, 2007 “Hook” (1991)IMDba Terra do Nunca cinematográficaMuitas das vezes que Spielberg grava, ele tenta chegar à ternura. Algumas vezes ele consegue realizar um entretenimento minimamente válido, normalmente mais dirigido a crianças ou audiências intelectualmente pouco exigentes, outras vezes nem isso consegue. Aqui temos a segunda situação. O que acontece é que Spielberg tem sempre nos seus filmes uma espécie de rede de segurança que o impede de cair no desastre total. Essa rede tem que ver com a música de Williams e a sua câmara que na maioria das vezes consegue ser um bom complemento para os actores (muitas vezes bastante maus, especialmente as crianças).[...]Hook - 7Olhares Link to comment Share on other sites More sharing options...
asimplemind Posted October 31, 2007 Report Share Posted October 31, 2007 tu não páras! :D Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted November 1, 2007 Author Report Share Posted November 1, 2007 Lol, sempre que posso escrevo um ou outro comentário. Ultimamente tenho tido algum tempo livre... Link to comment Share on other sites More sharing options...
JVS Posted November 1, 2007 Report Share Posted November 1, 2007 Era bom que escrevesses criticas de filmes que estao a estrear. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted November 3, 2007 Author Report Share Posted November 3, 2007 não é a minha preocupação principal escrever sobre os que estreiam, embora possa acontecer, e já aconteceu. Simplesmente o que se passa é que nem sempre posso ir tanto ao cinema (infelizmente) e quando escrevo, é sempre primeiro para o IMDb e normalmente esse comentário em inglês demora cerca de um mês antes de aparecer no blog traduzido, e nesse espaço, se o filme estivesse a aparecer, já estará quase a desaparecer . Mas tenho a ideia de começar a escrever directamente para o IMDb e traduzido por isso vou tentar escrever sobre filmes em cartaz sempre que possa. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted November 11, 2007 Author Report Share Posted November 11, 2007 “The quiet american” (2002)IMDbDiolacton*** Este comentário pode conter spoilers ***Isto é bom trabalho. Cheguei a ele porque revi recentemente o Talentoso Mr. Ripley de Minghella. Este aqui tem Minghella como produtor executivo e, de facto, tem muita da sua força sobretudo no ambiente que ele sempre consegue dar aos seus filmes. Esse ambiente é baseado em contextos culturais específicos e sempre completado por fortes presenças musicais (aqui temos outra banda sonora bastante boa).Aqui temos algo particularmente interessante: o plano inicial. Ele é composto por um plano estático de uma paisagem sobre o rio em Saigão. Vemos mais de metade do écran preenchido com a água do rio, barcos sobre ela e casas e bombas/explosões num último plano. De repente, a câmara move-se, e descobrimos um corpo morto dentro de um barco mesmo por baixo de nós. Tudo isto é completado por sons de explosões e uma narração em voz off feita por Caine, de significado importante para todo o desenvolvimento. A cena tem (como muitas primeiras cenas dos filmes) a capacidade para nos levar para o mundo específico do filme. Temos de apreciar a economia de meios com que esta foi feita.[...]7 Olhares - The quiet american Link to comment Share on other sites More sharing options...
Gonçalo Cardoso Dias Posted November 11, 2007 Report Share Posted November 11, 2007 Também gostei imenso deste filme, contudo não consigo concordar que o Brendan Fraser seja o elo fraco, se é que ele existe neste filme. Alias, tenho de admitir que (não conhecendo nada dele a não ser pérolas como George of The Jungle e os filmes da mãezinha[Mummy]) ele conseguiu surpreender-me e muito. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted November 11, 2007 Author Report Share Posted November 11, 2007 Eu aprecio algum do trabalho do Brendan Fraser, em determinados momentos, e se for suportado por um conjunto de factores (argumento sobretudo) consegue ter momentos bastante interessantes... aliás a respeito disso escrevi recentemente sobre o seu Bedazzled. Mas aqui no americano tranquilo, este não é o registo dele. Ele é demasiado cómico para estar aqui, o que em si não é um problema, há actores eminentemente cómicos que conseguem interpretar bem o papel de fazer "drama". Repara por exemplo naquele momento em que ele entra na casa do Michael Caine com uma garrafa. Repara como ele faz o gesto de retirar a garrafa das costas e a cara q ele faz ao entregá-la. Aquilo tem o exagero de uma caricatura. O filme ajuda a que a prestação dele possa passar por boa, mas na verdade não é... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rui Resende Posted December 7, 2007 Author Report Share Posted December 7, 2007 “Disclosure” (1994)IMDbMau jogoInteressa-me referir três elementos aqui.O primeiro tem a ver com a escolha dos actores. Michael Douglas aparece aqui para ser Nick Curran uma vez mais. Claramente pretende-se que Demi Moore seja a Tramell de Sharon Stone: mulher atractiva (bem, no caso de Moore apenas finge ser, já que não tem nenhuma das qualidades de personalidade que Stone mostra), que gosta de liderar o jogo. Douglas consegue representar o “homem no escuro que é manipulado” suficientemente bem (ele é quase um detective de noir nesse papel); Moore é peito, pernas e roupa interior, não muito mais que isso. Assim, neste ponto de vista, temos soluções mastigadas, que procuram o sucesso comercial através de fórmulas testadas.Em segundo lugar, temos o dispositivo narrativo. [...] 7Olhares - Disclosure Link to comment Share on other sites More sharing options...
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