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Arquitectura.pt


A referência colorida do céu...


ZaPping

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Já Pouco de CÉU nos resta do amaranhado preto e cinza que nos obrigamos a ver durante o dia!
Aos nossos pés resistem o verde dos jardins, das árvores, dos bancos, candeeiros, mas mesmo assim pouco se manifestam, independentemente de cumprirem qualquer função especifica independentemente do seu prestigio.
Trata-se de RECUPERAR A CÔR na massa urbana, em elementos arquitectónicos, sobretudo. Não me perguntem como, mas tenham um espirito critico e vejam o que temos de batalhar e o que futuramente os jovens arquitectos podem oferecer e complementar com urgencia nos seus projectos.
Em tom de brincadeira e para finalizar diria que, os sinais de transito, tornam ridicula toda esta paisagem urbana que se manifesta ainda mais ridicula, que nos obriga a esconder o nosso olhar no pouco de CÉU que ainda nos resta.
Já agora aproveito para sugerir ao leitor um passeio diurno na baixa do Porto, depois disso não tenha a ilusão infeliz que o escuro sobrevive só na noite.
Participem, bjs e até breve !!!
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Gostei da forma como sublinhaste o CÉU - RECUPERAR A CÔR - CÉU. Denota o facto de como vives na tua cidade, e como te sentes ao passear pela baixa do porto. Eu particularmente não posso comentar pois não conheço o Porto muito bem.

Considero a cor um factor determinante nas nossas cidades, contudo, muios de nós (Arquitectos) ainda não têm a capacidade para dominar este conceito de COR que nos é muito importante, mas que se prende com muitos factores psicológicos aos quais o simples cidadão não se encontra preparado para o receber...

Um bom exemplo disso é o Teatro Azul de Almada, cujo o mesmo se encontra revestido a "pastilhas" azuis, daquelas com que se revestem as piscinas. Foi um mero acaso que o Teatro ficou Azul, mas tanto o promotor como a presidente da Câmara gostaram daquela maquete em Roofmate que o projecto lá avançou naquela cor. O que é de facto marcante, não é a imposição do edificio nem tão pouco a forma como ele surge num contexto tao descontextualizado, mas sim a forma como o publico o criticou como um marco cultural e urbano numa determinada cor, numa cidade tão cinzenta como é Almada. Penso que se tivesse sido revestido num outro material, mais sublime, mais nobre, o publico teria tido um outro tipo de aceitação e não o teria criticado tanto pela cor com que o mesmo se demarca...

Cada vez mais a cor é um passo fundamental na arquitectura. Poucos arquitectos a utilizam, e aqueles que a utilizam são criticados por a utilizarem... um bom exemplo disso é o nosso amigo Tomas Taveira... Muitos podem não gostar da arquitectura dele, nem das cores que ele utiliza, mas se não fosse ele, não teriamos alguma cor nos edificios de Lx... e deixem-me que vos diga, mas considero a estação das Olaias um bom exemplo onde a cor foi bem empregue :p

Cheers

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Toda a problemática da cor é muito interessante e importante na arquitectura contemporânea, mas eu tenho uma teoria sobre isto.
Há uns anos(muitos), quando os vãos dos edifícios começaram a ser mais livres das tradicionais janelas e portas, alguns arquitectos tiveram alguma dificuldade em adaptar-se a isso, mas aos poucos foi-se conseguindo... (lembro-me de no decorrer do meu curso alguns colegar terem dificuldade em decidirem onde abrir vãos nas fachadas...)

Com isto quero dizer que o factor cor até pode demorar a entrar no quotidiano dos arquitectos e utentes, mas sem dúvida de que irá acontecer mais cedo ou mais tarde...

Já agora aproveito para sugerir ao leitor um passeio diurno na baixa do Porto, depois disso não tenha a ilusão infeliz que o escuro sobrevive só na noite.


Mas quem é que disse que esse "escuro" é mau?...
Uma das coisas que mais gosto na baixa do Porto é precisamente isso, a dureza e a escuridão (não só solar) das ruas, as vielas estreitas, os recantos públicos meio escondidos, as pequenas praças que se abrem aqui e ali, as escadarias que se perdem nas encostas sem saber muito bem onde vão dar...

Acredito que para o turista seja difícil sair das vias mais movimentadas, mas só indo ao interior da baixa do Porto é que se pode perceber o espaço... e é nesse interior que a escuridão é quase permanente...

PS: Foram essas características e essa riqueza que levaram esta zona a ser galardoada com a categoria de património da humanidade...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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Zapping: é curioso que hoje com o dia explendido que esteve estava a pensar nisso enquanto andava pelo porto, mas na verdade não achei que estivesse tão modificado como era de esperar. Por exemplo em bruxelas havia dias em que o sol nao brilhava por causa da poluíçao, isso sim é um grave problema. Mas no entanto é necessario sensibilizar e pensar neste problema e aqui está um bom topico para isso

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Toda a problemática da cor é muito interessante e importante na arquitectura contemporânea, mas eu tenho uma teoria sobre isto.
Há uns anos(muitos), quando os vãos dos edifícios começaram a ser mais livres das tradicionais janelas e portas, alguns arquitectos tiveram alguma dificuldade em adaptar-se a isso, mas aos poucos foi-se conseguindo... (lembro-me de no decorrer do meu curso alguns colegar terem dificuldade em decidirem onde abrir vãos nas fachadas...)

Com isto quero dizer que o factor cor até pode demorar a entrar no quotidiano dos arquitectos e utentes, mas sem dúvida de que irá acontecer mais cedo ou mais tarde...



Mas quem é que disse que esse "escuro" é mau?...
Uma das coisas que mais gosto na baixa do Porto é precisamente isso, a dureza e a escuridão (não só solar) das ruas, as vielas estreitas, os recantos públicos meio escondidos, as pequenas praças que se abrem aqui e ali, as escadarias que se perdem nas encostas sem saber muito bem onde vão dar...

Acredito que para o turista seja difícil sair das vias mais movimentadas, mas só indo ao interior da baixa do Porto é que se pode perceber o espaço... e é nesse interior que a escuridão é quase permanente...

PS: Foram essas características e essa riqueza que levaram esta zona a ser galardoada com a categoria de património da humanidade...


De Mãos Dadas!!!!
Quem lembra Lisboa, ou melhor, a Lisboa, lembra aquela luz única. Digna de registo. Quem lembra o Porto, lembra "a dureza e a escuridão" que nos envolve numa mesa qualquer da famosa Ribeira á espera da ultima cerveja.
Ela a Lisboa e Ele o Porto, uma conjugação quase perfeita, pois desenganem-se os adeptos do futebol, aqui há fair play !
Das poucas vezes que visitei Lisboa, senti aquela luz caracteristica. O espaço urbano recebe-nos e percorremos a cada minuto que passa, até o dia se despedir...
O Porto não se esquece de quem o visista, e o seu cartão de boas vindas é o percurso da noite.
Luzes pontuais, aqui, ou ali, organizam algum caos do fim do dia. Gente hospitaleira, que tem por hábito as conversas do virar da esquina. Sempre numa rotina, a quem não fica mal um "bom dia" ou um "boa noite" quando nos cruzamos com aquela pessoa que ontem tb ali estava.
Junto ao Cubo, sobressai no escuro da noite, aquelas cores que nos prometem mais uma gargalhada e que nos fazem esquecer das horas...
É um colorido saudavel, pontual, com caracteristicas únicas que contam muitas histórias por quem lá passa.
As fachadas escondem um real desconforto de quem as habita. Se é que habitam?
Muitas habitações do centro, estão deixadas ao abandono.
Tipicamente cenograficas, encerram um espaço quase labirintico, sem transmitirem a história de quem por lá passou, limitam-se a defenir a malha urbana.
No que respeita á cor, penso que, futuramente será responsavel ou dá oportunidade á união das vastas areas artisticas.
Assim a arquitectura aliada ao planeamento urbano, faculta o trabalho conjunto destas, pintura, escultura,etc
Posso estar a dizer uma mentira, mas há sempre uma verdade, que é bom conhecer. Obrigada pelas vossas reflecções.
Para terminar julgo que a cor é uma conquista, que requerer uma sensibilidade, uma sensibilidade que se adquire num estudo de longo trabalho e dedicação.
Não nos privem dessa alegria, afinal todos nós já fomos crianças !!!!
Participem Bjs e até breve.
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Excelente prespectiva... realmente capta a essência das nossas duas maiores cidades, porque àparte das clubites, as duas são "nossas"...

Só uma reflexão sobre as vida "vivida" do centro histórico do Porto.
Certamente muitas casas estão abandonadas... certamente alguns arranjos das fachadas não passaram disso mesmo... certamente que o espaço, tão belo e deslumbrante para percorrer, não será o melhor espaço para se viver...
Mas acredito que isso acontece porque as pessoas que os habitam hoje, continuam na sua maioria a serem pessoas de poucas posses, sem capacidade financeira para adquirirem para si as casas arrendadas e muito menos recuperá-las à conta própria...
E acredito que num futuro, talvez não muito distante, entidades públicas e promotores imobiliários olhem para essa realidade e vejam aí a oportunidade que parece querer continuar escondida, porque com bons planos de recuperação pode muito bem ser possível revitalizar os prédios degradados, adaptando-os à vivência aceitável do quotidiano "moderno"...

Há tempos, numa conversa, disseram-me que algumas das ideias levadas à pratica pela câmara do Porto para tentar revitalizar a zona histórica, passava por em cada projecto de recuperação, reservar uma parcela do espaço para habitação (já que o comércio/escritórios são muito mais rentáveis), esperando com isto garantir que as pessoas continuariam a habitar a cidade... ... ...mas não serão muitos a querer viver num último andar, sabendo que por baixo existem apenas e tão só escritórios, que depois das 6h fecham e os moradores ali ficam, sozinhos no prédio, e durante o dia as pessoas das duas diferentes realidades se cruzam nos vãos de escadas, numa permiscuidade pouco saudável...

Não é incrível tudo o que pode caber dentro de um lápis?...

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