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Lisboa | Sede Da Fundação Luso-Brasileira | Óscar Niemeyer


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Arquitecto brasileiro desenhou edifícios para Chelas, no início dos anos 90
António Costa não vai desistir de projecto de Niemeyer em terrenos que tem ao abandono

O arquitecto brasileiro Óscar Niemeyer comemorou ontem, de forma discreta, 102 anos de idade. O acontecimento foi noticiado em Portugal, até porque o mestre da arquitectura brasileira continua a desenhar. O que ninguém recordou é que o terreno de Lisboa onde esteve para surgir aquela que seria a sua única obra no país - Niemeyer nega a autoria do casino da Madeira - está ao abandono vai para uma década.

Questionado pelo PÚBLICO sobre o assunto, o presidente da câmara, António Costa, diz que a autarquia "continua interessada em construir" o projecto em questão, concebido no início dos anos 90 para albergar a Fundação Luso-Brasileira. Nesse sentido, o município "continua à procura de entidades, nacionais e brasileiras, com quem possa estabelecer uma parceria" para levar por diante o trabalho de Niemeyer. António Costa assegura que a autarquia gostaria de ter na cidade uma obra do homem que se tornou conhecido no mundo inteiro pelas curvas sensuais que imprime ao betão armado.

O projecto, no qual se empenharam figuras como Mário Soares, incluía, além do edifício-sede, um anfiteatro em forma de cilindro, uma zona comercial, espaços para exposições e biblioteca. Na quinta existia um palácio cuja reconstrução devia ter sido feita pela fundação, para nele instalar um instituto de formação de quadros dos países lusófonos.

Situado em Chelas, o terreno de 16 mil metros quadrados na Quinta dos Alfinetes foi entregue pela Câmara de Lisboa à Fundação Luso-Brasileira para que esta ali fizesse a sua sede. Niemeyer não só ofereceu o projecto como fez algo inédito, recorda o então presidente da fundação, Pedro Rebelo de Sousa: viajou até Lisboa de avião, apesar do seu pavor de voar. A obra até começou, só que o milhão e meio de contos (7,5 milhões de euros) necessários para que prosseguisse nunca apareceram e os trabalhos pararam em 1999, estavam já feitas as fundações, o primeiro piso e várias colunas de ferro apontadas ao céu. "Não houve vontade nem empenho das autoridades portuguesas, dos diferentes Governos", observa Rebelo de Sousa. "E as empresas brasileiras que tinham prometido donativos foram entretanto privatizadas e entenderam que já não deviam contribuir". Goradas foram, também, as hipóteses de instalar no local outras instituições, como o Instituto da Cooperação.

Têm dez anos os escombros do que devia ser a obra de Niemeyer em Lisboa. O ex-presidente da fundação considera o processo lamentável. Os terrenos foram devolvidos à autarquia em 2004, em troca de 750 mil euros, que serviram à instituição luso-brasileira para pagar as dívidas às construtoras. O local permaneceu vedado, ao abandono, até há cerca de ano e meio, altura em que vândalos rebentaram com as protecções para se apoderarem das placas de metal que ali existiam. Foi mais ou menos por esta altura que a Quinta dos Alfinetes se tornou também local de deposição clandestina de entulhos. "O local necessita urgentemente de voltar a ser vedado", reclama o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, Belarmino Silva. "A câmara deve resolver este assunto".

 

Link da CML para o Plano de Pormenor da Quinta do Marquês de Abrantes e Alfinetes:

http://ulisses.cm-lisboa.pt/data/002/004/index.php?ml=5&x=alfinetes.xml

 

 

 

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Portugal tem três projectos de Niemeyer na gaveta
MARISA SOARES, TOLENTINO DE NÓBREGA e ANA HENRIQUES 06/12/2012 - 16:51 (actualizado às 17:39)
Um em Lisboa, outro no Algarve e outro nos Açores: o arquitecto brasileiro fez três projectos que nunca chegaram a concretizar-se.

O legado de Oscar Niemeyer em Portugal não se resume ao Casino Park Hotel na Madeira. O arquitecto brasileiro, que morreu nesta quarta-feira à noite aos 104 anos, deixa também três projectos, um no Algarve (1965), outro em Lisboa (1991) e outro em Ponta Delgada (2010), que ainda não saíram do papel.

Para Lisboa e ainda na década de 1990, Niemeyer desenhou – e ofereceu – o projecto da nova sede da Fundação Luso-Brasileira, que iria ser construída num terreno de 16 mil metros quadrados na Quinta dos Alfinetes, em Chelas. A obra chegou a começar mas os 7,5 milhões de euros necessários para a concluir nunca apareceram. Os trabalhos pararam em 1999 e os terrenos foram devolvidos à Câmara de Lisboa em 2004, em troca de 748 mil euros que a fundação usou para pagar as dívidas às construtoras.

Em Dezembro de 2009, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, dizia ao PÚBLICO que a autarquia continuava "interessada em construir" o projecto, estando "à procura de entidades, nacionais e brasileiras” para estabelecer parcerias. No entanto, ainda nada aconteceu. António Costa foi nesta quinta-feira para o Brasil, onde vai participar na 1ª Mostra de Imobiliário de Portugal, e por isso não está disponível para prestar declarações. A Fundação Luso-Brasileira também não respondeu.

Há três anos, o terreno estava ao abandono e servia de local de deposição clandestina de entulhos. “O local necessita urgentemente de voltar a ser vedado”, reclamava na altura o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, Belarmino Silva. O PÚBLICO tentou contactar hoje o autarca, sem sucesso.

O projecto gizado por Niemeyer incluía, além do edifício-sede, um anfiteatro em forma de cilindro, uma zona comercial, espaços para exposições e biblioteca. No terreno existia um palácio cuja reconstrução devia ter sido feita pela fundação, para nele instalar um instituto de formação de quadros dos países lusófonos.

Museu nos Açores à espera que passe a crise
O projecto do Museu de Arte Contemporânea de Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, foi encomendado a Niemeyer pela ex-presidente da câmara municipal, Berta Cabral. Em Março de 2010, Berta Cabral deslocou-se ao Brasil para assinar o contrato de elaboração do projecto com "o maior arquitecto vivo no mundo". Mas a obra, que deveria ser inaugurada antes das eleições regionais de Outubro passado (na sequência das quais a derrotada líder do PSD se demitiu), ainda não arrancou. Deverá avançar “logo que a conjuntura financeira o permita”, justifica agora a autarquia presidida por José Manuel Boleiro.

"Mais do que uma obra de Ponta Delgada, é uma obra que vai colocar Ponta Delgada no mapa cultural mundial", integrando os Caminhos de Niemeyer, que ligam as obras do arquitecto em todo o mundo, salientou Berta Cabral quando apresentou o estudo prévio nos Açores. O futuro museu, a ser construído na Avenida do Mar, estava orçado em cerca de sete milhões de euros, dos quais 85% seriam assegurados por fundos europeus. Com uma área total de 4000 metros quadrados e desenvolvido em dois módulos ligados por uma passadeira, teria o nome do arquitecto brasileiro.

O Museu de Arte Contemporânea será o segundo do género na ilha de S. Miguel, onde foi construído o Centro de Artes Contemporâneas da Ribeira Grande. "Nenhuma região pode dizer que tem equipamentos culturais a mais", justificava Berta Cabral ao PÚBLICO. "Vão funcionar os dois e ficaremos todos mais ricos", declarou, rejeitando haver disputa de protagonismo com o governo regional, que arrancou com as obras do Centro numa antiga fábrica.

A única obra do arquitecto brasileiro construída em Portugal é o Casino Park Hotel, na Madeira, que inclui um casino e um centro de congressos. Foi encomendada em 1966 pela Sociedade de Investimentos Turísticos da Ilha da Madeira (ITI), propriedade da família António Xavier Barreto, tendo sido inaugurada a 3 de Outubro de 1976. Hoje pertence ao grupo Pestana que adquiriu ao governo madeirense a participação na ITI.

A partir dos desenhos de Niemeyer (1996), o projecto do Casino Park Hotel foi concretizado pelo arquitecto português Viana de Lima, seu amigo e também já falecido. “Ele seguiu a minha orientação inicial, mas fez muito bem. Foi muito bom”, declarou numa entrevista concedida, em 2001, a Cláudia Galhós, publicada no site NetParque.

O primeiro projecto para Portugal foi solicitado, em 1965, pela empresária Fernanda Pires da Silva (grupo Grão Pará) para o Empreendimento Turístico de Pena Furada, no Algarve, também em colaboração com Viana de Lima.

Notícia actualizada com um terceiro projecto que está na gaveta

 

http://www.publico.pt/cultura/noticia/portugal-tem-dois-projectos-de-niemeyer-na-gaveta-1576412#/1

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