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Jóia da arquitectura barroca degrada-se de dia para dia


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Jóia da arquitectura barroca degrada-se de dia para dia

O Palácio do Raio, um dos mais notáveis exemplares da arquitectura civil bracarense do período barroco, encontra-se num preocupante estado de degradação, tendo sido já necessário proceder a escoramentos no seu interior.
Aquele imóvel de interesse público, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Braga, alberga alguns serviços hospitalares. A mesa administrativa da Misericórdia projecta instalar aí o seu museu, logo que o edifício lhe seja entregue com a entrada em funcionamento do novo hospital.

Construído em meados do século XVIII, o Palácio do Raio, imagem obrigatória dos roteiros turísticos da cidade de Braga, não beneficia de quaisquer trabalhos de conservação ou reabilitação desde 1985, ano em que foram realizadas obras de salvaguarda dos azulejos da fachada principal
De então para cá, a antiga moradia senhorial da época de D.João V, adquirida pela Santa Casa em 1883, tem vindo a deteriorar-se progressivamente.
Bernardo Reis, provedor da Misericórdia bracarense, alerta para a ‘degradação enorme’ do Palácio, agravada recentemente em consequência dos trabalhos de construção da zona comercial no chamado quarteirão dos Correios.
Segundo o provedor, os rebentamentos de rocha a escassas dezenas de metros do Palácio desenhado pelo mestre André Soares tornaram ainda mais evidentes as fissuras no edifício e queda dos seus caraterísticos azulejos.
A degradação exterior é notória numa das fachadas laterais do Palácio, despidas já de parte significativa do revestimento.

Desde 2001 têm sido várias as tentativas de salvaguarda do Palácio do Raio. Num primeiro tempo, as obras não avançaram por incapacidade financeira do Hospital de S. Marcos. Mais recentemente, depois de lançado um concurso público, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) opôs-se à orientação que se pretendia dar à recuperação do edifício.
Nesta altura, os dirigentes da Misericórdia apontam 2013 como uma data simbólica para a inauguração do seu Museu no Palácio do Raio, já que nesse ano a instituição comemora 500 anos de existência.

Apelo ao IGESPAR e Ministério da Saúde

Para que o objectivo seja concretizado, é urgente que o IGESPAR e o Ministério da Saúde acordem um plano de recuperação do Palácio.
A escadaria nobre e a clarabóia do imóvel classificado apresentam sinais cada vez mais evidentes de degradação.
Parte do edifício já não é sequer ocupado pelo hospital por falta de condições de segurança, situação não contribui também para o avançar do processo de degradação.
‘Se o edifício não estivesse ocupado, a Misericórdia poderia intervir na sua recuperação, candidatando-se nomeadamente a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional’, afirma o provedor.
A degradação do Palácio do Raio, também designado por Casa do Mexicano constitui, por isso, um entrave à intenção da mesa administrativa de expôr ao público o seu vasto património artístico, catalogado e recuperado ao longo dos últimos anos.
Os dirigentes da instituição destacam a recuperação quase total do seu património artístico’, constituído essencialmente por telas e esculturas sacras, telas de benfeitorias, artefactos litúrgicos, bandeiras processionais e relicários.
Parte deste espólio será exposto, já no próximo ano, no núcleo museológico da Igreja da Misericórdia.


Até quando caminhará para a ruína?

Passados dez anos, a apreensão de Eduardo Pires de Oliveira - profundo conhecedor e divulgador do património bracarense- sobre a salvaguarda do Palácio do Raio continua a fazer sentido.
‘Hoje mete pena ver o interior deste magnífico pequeno palácio, obra máxima desse excepcional vulto de arquitecto amador que foi André Soares. Quando é que começará a receber as mais que merecidas obras de um restauro cuidadoso? - interrogava-se o autor, em 1999 numa pequena monografia da freguesia de S.Lázaro.
‘Até quando veremos esta obra maior da arquitectura europeia de Setecentos a caminhar para a ruína?’.
As perguntas de Eduardo Pires de Oliveira continuam sem resposta, apesar de o Palácio do Raio ser uma das referências bracarenses no roteiro da arte barroca europeia no projecto ‘Museu sem Fronteiras’, em desenvolvimento na internet.


http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=18165

margarida duarte

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